O homem gordo e o magro ficaram em silêncio por um bom tempo.— Impossível! — Reagiu o magro, se levantando abruptamente.— É verdade! — Vitória se apressou em explicar. — Eu estou nas mãos de vocês, como eu ousaria mentir? Senhores, de onde tiraram essa informação?O magro soltou uma risada fria:— Não foi você mesma que contou para o Sr. Ademir que estava grávida dele?Ademir? Os olhos de Vitória se arregalaram. Isso significava que eles estavam seguindo o Ademir e que a história de sua gravidez havia chegado a eles dessa maneira. Mas por que eles estariam monitorando Ademir? Seria seu sequestro também parte de algo relacionado a ele?Ela não tinha tempo para elaborar essas perguntas agora; o mais importante era se proteger.— Senhores, eu realmente não estou grávida. Sim, eu disse ao Ademir que estava esperando um filho dele. — Vitória confessou, sem mais coragem para inventar histórias. — Mas isso foi um blefe, porque eu não queria terminar com ele. Era apenas uma mentira para man
Para onde eles estavam levando ela?Os olhos de Vitória se encheram de lágrimas, e uma delas escapou, escorrendo pelo rosto. De repente, o homem corpulento abriu a porta do carro, olhou para o motorista magro e perguntou:— Vamos jogá-la?O homem magro assentiu.O gordo segurou a corda que amarrava Vitória, e ela ficou completamente paralisada de medo. Em plena estrada, o carro estava em alta velocidade, e eles planejavam jogá-la para fora! Se não morresse, ao menos ficaria gravemente ferida. Além disso, havia muitos carros passando. Era provável que ela fosse morrer ali mesmo!Vitória foi arremessada para fora do veículo, como se fosse um lixo. Num instante, seu corpo foi lançado para longe. O homem gordo dentro do carro riu, zombando:— Quem diria, hein? Ademir, um homem tão esperto, acabou sendo enganado por uma mulher!— Por mais esperto que seja, ele ainda é humano. E humanos sempre têm fraquezas....No momento em que tocou o chão, Vitória sentiu apenas dor! Sua pele ardia, e os
Era só uma ligação, nada demais. Como a família parecia relutante em explicar os motivos, Túlio não insistiu e simplesmente ligou para Ademir....Naquele momento, Ademir e Karina estavam no hospital, visitando Otávio. Rui também estava lá. Otávio folheava um calendário, examinando algumas datas, enquanto conversavam sobre algo.Quando eles chegaram, Otávio os chamou com um aceno, dizendo:— Vocês chegaram na hora certa. Estive vendo as datas para o casamento. O tio Denis também consultou alguém, e acho que poderíamos marcar para o dia 9 do mês que vem.Karina congelou de surpresa, os olhos arregalados. Ademir não disse nada, mas franziu ligeiramente a testa. Dia 9 do próximo mês? Isso era daqui a apenas duas semanas!— Tão rápido assim? — Karina questionou, franzindo o cenho, sem concordar muito com a ideia.— Rápido? — Otávio e Rui riram. — Não é rápido, não! Já estamos com tudo quase pronto há algum tempo, e ainda faltam duas semanas. Fique tranquila, tudo ficará perfeito.Ele passo
— Eu preciso ir! — Ele parou por um instante e completou. — Estou te contando isso porque quero pedir sua ajuda, que você me ajude a esconder isso do meu avô.Afinal, o avô acreditava que eles ainda estavam juntos.— O Bruno vai ficar com você.Karina se sentiu impotente, completamente desolada. Ela sabia bem que, se ele queria ir, não havia nada que ela pudesse fazer para impedi-lo.Dando dois passos para trás, Karina se calou, aceitando a situação em silêncio.Ademir, rangendo os dentes, agradeceu:— Obrigado.Em seguida, ele abriu a porta do carro, entrou e partiu rapidamente.Karina ficou ali parada, sem se mover por um longo tempo.— Karina. — Bruno se aproximou, parando atrás dela. — Entre no carro também.— Tudo bem. — Karina entrou no carro.Bruno perguntou:— Para onde?Para onde? Certamente, não podia voltar à Mansão da família Barbosa; voltar sozinha significaria contar ao Otávio que Ademir a havia deixado.Com uma voz suave, Karina respondeu:— Qualquer lugar, dê uma volta
Ademir franziu o cenho, precisando de uma resposta.Vitória hesitou ao responder:— Embora o que minha mãe disse seja verdade, apenas esses fatos não podem provar que foi o Sr. Otávio...— Isso ainda não é suficiente? — Rebateu Eunice. — Quem mais, além dele, teria motivo para querer matar seu filho?— Mãe...A discussão estava ficando acalorada.Ademir fechou os olhos por um instante e, se levantando, declarou:— Vitória, descanse bem.Sem poder esperar mais um segundo, ele precisava encontrar o avô para esclarecer tudo imediatamente!Assim que ele saiu, Eunice, nervosa, segurou o braço de Vitória e perguntou:— Tem certeza de que não vai dar problema?Vitória se manteve calma, sem outras opções, e respondeu:— Se alguém tiver problemas, será o Ademir. Ele jamais me esquecerá.Ao ouvir isso, Eunice também sentiu um calafrio percorrer seu coração!...Rui estava preparando um escalda-pés para Otávio quando Ademir voltou. E o semblante do neto era extremamente sombrio.Otávio percebeu a
Ao entrar no escritório, Ademir se sentou na cadeira e acendeu um cigarro.Em poucos segundos, a fumaça envolveu seu rosto, tornando ele indistinto na penumbra....Três da madrugada.Bruno olhou para Karina, que estava no banco de trás, e perguntou:— Karina, quer continuar andando por aí?Disse "andando", mas na verdade ele estava apenas dirigindo sem destino.Karina, encostada na janela, permanecia absorta, sem um pensamento claro na mente.— Ou então... — Bruno sugeriu. — Que tal ligar para o Ademir?Poderia ao menos verificar se ele já tinha voltado para casa. Não poderiam passar a noite toda rodando pela cidade. Ele, como homem, até aguentaria, mas Karina estava grávida.— Não, não precisa. — Karina balançou a cabeça sem a menor hesitação.Ela sabia bem como funcionava. Quando Ademir estava com Vitória, ele nunca atendia suas ligações. Não era a primeira vez, sempre foi assim.— Onde estamos agora?— Estamos quase saindo da Cidade J e entrando na cidade vizinha.Karina ficou em s
Então, não se ouviu mais nada. Ademir esperou por dois segundos, e até conseguiu ouvir o som da respiração dela, já dormindo. "Ela está brava?" Depois de uma noite sem dormir, o clima entre os dois estava tenso. Ademir se aproximou da cama, tentando controlar suas emoções, e disse: — Levanta, coma alguma coisa antes de dormir. — O quê? — Karina abriu os olhos, surpresa. — Você ainda não foi embora? Eu já disse que não quero comer nada, só quero dormir. Quem poderia entender a sensação de desconforto que ficava depois de uma noite inteira sentada no carro? E ela ainda estava grávida. Ela estava brava. Ademir tinha certeza de que ela estava brava. Karina era assim, mesmo quando estava brava, raramente demonstrava abertamente. "Por que ela está brava?" Devia ser porque, apesar de ela ter pedido para ele não ir embora, ele insistiu em sair na noite passada. Ademir sabia que havia uma razão para isso, e não achava que tivesse feito algo errado. Mas deixá-la soz
De repente, a expressão de Karina ficou rígida. Ela colocou as mãos na boca e correu para o banheiro. — Para onde você vai? — Ademir imediatamente a seguiu. — Você não está usando sapatos! Karina tinha sido levantada por ele há pouco, e agora estava descalça, sem nem sequer estar usando meias. Ele então a viu, com o rosto pálido, se apoiando na borda do vaso sanitário, vomitando. Ademir ficou com o rosto fechado, completamente sem entender. Como isso aconteceu? Nos últimos dias, ela estava tão bem! Ele não disse nada, apenas se abaixou ao lado dela, pegando um copo de água para ela enxaguar a boca, e entregando-lhe um lenço. Karina pegou o lenço, limpando a boca e dizendo: — Obrigada... Mas eu realmente não consigo comer. Por favor, não insista mais. Ele a estava forçando? Ele estava apenas tentando cuidar dela, não estava? Não era ela quem estava brava com ele? — Sr. Ademir... — Wanessa falou cuidadosamente, interrompendo o silêncio. — Quando se está grávida, é