Otávio riu, lançou um olhar para Rui e comentou:— Quantos anos se passaram, e você continua tão impulsivo.Rui, sem modéstia alguma, respondeu:— Faz tempo que não faço algo assim; estou até sendo bem mais gentil.— Tio Denis, as pessoas já chegaram! — Um homem vestido de preto trouxe três pessoas, colocando-as diante de Otávio.Rui fez um sinal com a mão e disse:— Tirem as vendas dos olhos deles.— Sim, senhor.O homem de preto se aproximou e retirou as faixas que cobriam os olhos da família Costa.Os três estavam em casa, jantando tranquilamente, quando de repente uma horda de homens invadiu o local, calando-os à força, vendando-os e amarrando-os sem dar qualquer explicação. A viagem até ali já tinha sido um pesadelo.No instante em que as vendas foram retiradas, os três caíram de joelhos no chão, as pernas trêmulas e sem forças para sustentá-los.Rui abaixou a cabeça e riu:— Sr. Otávio, essa família é realmente educada; até se ajoelharam de forma sincronizada.Otávio esboçou um
— Rui.— Sim!Com um único olhar de Rui, Eunice nem sequer teve tempo de reagir. O homem de preto mais próximo deu-lhe um tapa tão forte que ela levou as mãos à boca, sentindo os dentes vacilarem, e a dor a silenciou por completo.Otávio suspirou, limpando as mãos com um lenço, e comentou:— Ora, ora... Já tem essa idade, mas ainda não aprendeu a falar direito. Realmente, é lamentável.Então, ele se voltou para Lucas.— Você é homem, é quem toma as decisões. Escute bem, pois só vou dizer uma vez. — Otávio apontou para Vitória. — Faça sua filha se afastar do Ademir. Se fizer isso, ainda poderá manter o padrão de vida que têm agora. Mas, se não conseguir, posso muito bem fazer com que acabem falidos, mendigando nas ruas; isso seria algo bem fácil de se realizar.Lucas, com o rosto pálido de medo, assentiu rapidamente.Vitória, por outro lado, balançava a cabeça, e lágrimas escorriam sem parar por seu rosto. Ela queria implorar ao Otávio, mas ele a encarou e não deu qualquer chance:— Est
Karina mal conseguiu dormir a noite toda. Pela manhã, tentou se concentrar no trabalho, mas sentia a mente dispersa. Durante o almoço, decidiu dar uma passada em Colinas Verdes.Na última viagem ao País de Gales, comprou algumas coisas para Catarino e queria levar para ele. Aproveitaria também para mostrar-lhe os folhetos do Instituto do País de Gales.Ao chegar em Colinas Verdes, uma enfermeira informou ela:— O Catarino trocou de quarto hoje de manhã. Como você não estava aqui, quer que eu te acompanhe até lá?Karina ficou surpresa e perguntou:— Por que ele trocou de quarto?— O que houve? — A enfermeira parecia igualmente surpresa. — Você não sabia?— Não, não sabia. — Karina balançou a cabeça, intrigada.— Que estranho. Foi um senhor chamado Rui quem organizou tudo. Ele disse que você mesma o tinha enviado.Rui?Karina compreendeu instantaneamente. Aquilo foi obra de Otávio.— Vou levá-la até o novo quarto.— Certo.Catarino estava em um quarto coletivo para quatro pessoas, mas a
Mas rapidamente Ademir percebeu que seu avô estava falando sério! Uma dor de cabeça intensa o atingiu de súbito. Franziu o cenho e perguntou:— O que o senhor fez com a Vitória?A voz saiu alta, carregada de raiva e até de reprovação.Otávio soltou uma risada fria:— Ademir, você realmente cresceu... Desde que conheceu essa pequena celebridade, só tem me trazido aborrecimentos. Já me deixou doente a ponto de me hospitalizar várias vezes! Está tentando me matar de desgosto?Com um olhar gélido, continuou:— Criei um neto tão desobediente... E um erro que eu mesmo cometi.Ademir ficou em silêncio. As palavras do avô eram duras, difíceis de aceitar, mas era verdade que tudo mudou desde que ele conheceu Vitória...— Avô. — Ademir massageou a testa, buscando as palavras. — A Vitória está esperando um filho, e o senhor sabe disso. Eu cresci sem pai e sem mãe, não quero que meu filho passe pela mesma experiência!Otávio parou, surpreso. Então era por isso. Deveria ter imaginado! A infância in
Às dez da noite, no Hotel Dynasty.Karina Costa olhou para o número na porta: Suíte Presidencial 7203.“É aqui.”Seu celular vibrou com uma mensagem de Lucas Costa: [Karina, sua tia concordou. Contanto que você acompanhe bem o Sr. Francisco, eu pago imediatamente as despesas médicas do seu irmão.]Karina leu a mensagem, com uma expressão neutra em seu rosto pálido.Ela já estava entorpecida, incapaz de sentir dor.Depois que seu pai se casou novamente, ele deixou de se importar com ela e seu irmão. Durante mais de dez anos, eles foram deixados à mercê dos maus-tratos e até abusos da madrasta.Faltar roupas e comida era normal; insultos e espancamentos eram frequentes.Desta vez, devido a dívidas de negócios, eles a forçaram a dormir com um homem!Quando Karina se recusou, eles ameaçaram cortar o tratamento do irmão dela.Seu irmão tinha autismo, e o tratamento não podia ser interrompido.Mesmo os tigres, por mais ferozes que sejam, não comem seus filhotes. Lucas era pior que um animal!
Karina se apressou para voltar para casa.Um homem de meia-idade, gordo e com a cabeça semi-careca, estava sentado no sofá da sala, olhando furioso para Vitória.— Uma estrela em ascensão, eu prometi que me casaria com você! Como ousa me enganar e me deixar esperando a noite toda?Vitória aguentava a humilhação. Nem se falava que Francisco usava essa desculpa todas as vezes para se aproveitar das mulheres. Mesmo que ele estivesse realmente disposto a se casar com Vitória, isso seria uma armadilha! Quem se atreveria a se casar com ele?Vitória teve o azar de ser notada por ele.Mas seus pais, preocupados com ela, fizeram Karina substituir Vitória.Só que não esperavam que Karina fugisse na última hora!Eunice falou cuidadosamente:— Sr. Francisco, sinto muito, a menina não entende as coisas, por favor, perdoe ela.Lucas falou timidamente:— Por favor, não fique zangado.— Não ficar zangado? — Francisco disse muito irritado. — Impossível! Já que Srta. Vitória não está disposta, eu não a
— Sr. Ademir. — Francisco de repente parou de andar. No círculo comercial, todos que tinham algum status conheciam Ademir. — O que o senhor está fazendo aqui?Ademir nem olhou para ele, com os olhos fixos em Vitória, que não parava de chorar.Essa mulher era a garota que na noite passada chorava delicadamente em seus braços...De repente, ele levantou a mão e deu um tapa forte em Francisco, jogando-o no chão!Francisco imediatamente cuspiu um dente, ainda coberto de sangue.A família de Vitória estava tão assustada que nem ousava respirar.Os lábios finos de Ademir se curvaram em um sorriso sarcástico. Sua voz, indiferente, era como uma lâmina fina e afiada:— Você ousa tocar na minha pessoa?!Francisco, caído no chão, cobria a boca, falando tremulamente:— Sr. Ademir, eu não sabia que ela era sua pessoa, eu não a toquei, juro! Por favor, me perdoe!Ademir não acreditou em suas palavras e olhou para Vitória.— É verdade?Vitória balançou a cabeça, atordoada:— Não, não é...— Saia daqu
Karina entendeu, mas casamento não era algo trivial, e ela hesitou, balançando a cabeça.— Não é necessário, né? Tente convencer o Sr. Otávio...Antes de terminar a frase, foi interrompida.Ademir, com a expressão inalterada e o tom de voz tranquilo, disse:— Como condição, vou te compensar financeiramente.Compensação financeira? Karina ficou surpresa e não conseguiu recusar. Seu irmão ainda estava esperando pelo dinheiro do tratamento. Ela tinha procurado a família Barbosa exatamente por causa do dinheiro.Percebendo sua hesitação, Ademir acrescentou:— Basta você concordar, e quanto você precisar, eu darei.Karina ficou em silêncio por alguns segundos, depois assentiu:— Está bem, eu concordo.Ademir baixou os olhos, escondendo a frieza e o desprezo.“Uma mulher que vende seu casamento por dinheiro é realmente barata. Tudo bem, assim será fácil se divorciar depois.”— Vou preparar o contrato. Amanhã de manhã, leve seus documentos e nos encontraremos no cartório!— Certo.Na manhã se