Estava bem perto de Karina. Túlio e Tábata estavam juntos. Túlio e Tábata, sem querer, acabaram encontrando Karina de frente. — Karina. — Ao falar, Túlio demonstrava claramente seu nervosismo. Tábata olhou para ele, com um leve sorriso no rosto, e perguntou: — Essa é sua amiga? — Sim, não, quer dizer, essa é a pessoa de quem eu gosto. — Túlio assentiu e logo em seguida balançou a cabeça, se corrigindo. Sem se importar mais com o que Tábata sentiria, Túlio caminhou rapidamente até Karina, abaixando a cabeça enquanto dizia com doçura: — Está tarde... Você veio aqui por algum motivo específico? Encontrar os dois ali surpreendeu Karina, mas ela rapidamente recuperou a compostura. Karina fez um leve aceno com a cabeça: — Sim, o Dr. Felipe veio para uma reunião, e eu vim trazer alguns documentos para ele. Era exatamente o que ela havia dito ao Ademir. — Ah, entendi. — Túlio assentiu. Ao ver que ela carregava uma mochila, ele, por reflexo, estendeu a mão para pegá-
Do lado de fora, Ademir, Túlio e Tábata permaneciam em silêncio. O celular de Tábata foi o primeiro a tocar. — Mãe... Sim, já acabou, logo estarei em casa. — Ao desligar, ela olhou para Túlio. — Túlio, minha mãe está me chamando para voltar. Túlio permaneceu imóvel e em silêncio. Ele estava decidido a esperar Karina sair. Tábata, sem outra opção, disse: — Então, eu vou voltar sozinha. — Certo... Túlio assentiu levemente. De jeito nenhum ele abandonaria Karina naquele momento. Mas logo seu celular também começou a tocar. Era Júlia, sua mãe. — Mãe. — Túlio, filho, como ainda não levou a Tábata para casa? Sei que se divertiram, mas já está tarde, não voltem tão tarde assim, os pais da Tábata podem ficar preocupados. Túlio lançou um olhar para Tábata, com as sobrancelhas franzidas. Júlia continuava falando: — Já está muito tarde. Leve a Tábata para casa em segurança, está bem? Você me ouviu? Com os dentes cerrados, Túlio assentiu, relutante: — Eu entendi.
Karina não precisou dizer nada, apenas lançou um olhar de soslaio para Ademir, e ele imediatamente ficou em silêncio. Obedientemente, fechou a boca e se virou. Se ele não enxergasse, o incômodo no coração também sumiria! — Vá logo. — Karina sorriu suavemente, acenando para Túlio. — Karina. Obrigado. — Túlio assentiu. — Vou levar a Tábata de volta, e já venho te encontrar! Me promete que não vai ficar brava, nem pensar besteira! Tá bom? Karina não respondeu às palavras de Túlio e apenas disse: — Vá logo! — Certo, me espere. Antes de sair, Túlio olhou novamente para Karina, apressando o passo. Ele precisava ser rápido. Só depois de levar Tábata era que poderia voltar depressa para ver Karina. Assim que eles partiram, o silêncio tomou conta do lugar. Karina ficou olhando na direção em que Túlio havia se distanciado, como se estivesse refletindo sobre algo. — Agora já está com saudades dele? Uma voz grave soou atrás dela. Enquanto Karina olhava para Túlio, Ademi
— Vitória... Karina deixou que ela desabafasse. Porque ela entendia a raiva de ver o próprio homem com outra mulher. Mas era só isso, ela apenas compreendia. — Eu não estou perseguindo o seu namorado, realmente nos encontramos por acaso. Vitória rangeu os dentes e soltou uma risada fria, balançando a cabeça repetidamente. — É mesmo? Então me responde, por que você se recusa a ir ao tribunal de justiça assinar os papéis? — O quê? — Karina achou estranho e lançou um olhar para Ademir. — Vitória. — Ademir, se sentindo muito culpado, tentou segurá-la. — Isso não tem nada a ver com a Karina, eu que não tive tempo... — Karina. — Vitória não quis ouvir nada, seus olhos fixos em Karina, sua voz carregada de acusações. — Estou te perguntando! Você se recusa a assinar por que não quer se separar dele? Você nunca quis o divórcio, não é? Cada palavra de Vitória pressionava Karina mais e mais. — Vitória... — Vitória. — De repente, Karina apagou todo traço de sorriso em seu r
A expressão de Ademir ficou extremamente séria, e seu olhar começou a desviar. Ele não tinha como mentir para si mesmo, dizendo que não tinha mais nenhum sentimento por Karina. — Vitória, ela já foi minha esposa. Se algo acontece com ela ou se ela não está bem, eu não consigo fingir que não vejo. Você entende isso, não entende? Vitória sentiu como se o ar tivesse sido arrancado de seus pulmões. Ele era tão sincero que seria incapaz de gastar energia inventando mentiras. Ela murmurou baixinho: — E eu? — Vitória. — Ademir suspirou, visivelmente frustrado. — Eu te escolhi, e te prometi que cuidaria de você e da criança. Essa promessa não vai mudar. Essas palavras eram dirigidas a Vitória, mas ao mesmo tempo, ele também estava se lembrando de sua própria responsabilidade. — Ademir! — Vitória chorou, se lançando nos braços de Ademir. — Não me culpe! Eu estou com tanto medo! Estou realmente apavorada! Tenho medo de que um dia você de repente me diga que não me quer mais!
— Você pode ficar bravo, pode se irritar, mas eu te imploro, por favor, não diga esse tipo de coisa! Eu não consigo aceitar! Não faça isso! — Nuvem. — Karina olhou para Túlio com os olhos brilhando. — Fique calmo e me escute, por favor, pode ser? Na esquina, dentro de um carro luxuoso. Através da janela, Ademir observava os dois abraçados. Seu rosto permanecia sem expressão, mas seus lábios começaram a se curvar lentamente. Tão rápido eles se resolveram. Túlio realmente sabia como acalmar Karina, ele pensou. Bom para eles. Era exatamente o que Ademir desejava. Desviando o olhar, Ademir se sentiu aliviado. Instruindo o motorista, disse: — Vamos. — Sim, senhor. Enquanto o carro partia, Ademir não pôde evitar dar mais uma olhada. Eles ainda estavam abraçados. Túlio fechou os olhos de repente, como se estivesse tomando uma decisão. Era hora de deixar Karina ir. Karina tinha sua própria vida, e ele também tinha as suas responsabilidades. De agora em diante,
Logo pela manhã, Karina havia acabado de chegar ao hospital e trocado de roupa para o trabalho quando recebeu uma ligação de Estêvão:— Dra. Costa, você tem tempo hoje à tarde? Se não houver problema, vá ao tribunal de justiça para cuidar da papelada.Tão rápido assim? Vitória, sem dúvida, tinha uma posição de maior influência. Depois da explosão de raiva na noite anterior, Ademir prontamente tomou providências.Karina respondeu suavemente:— Não tenho problema algum.Ela ainda estava em fase de familiarização com o grupo de projetos, sendo responsável principalmente pela parte de pesquisa documental. Não precisava ficar o tempo todo no escritório, o que lhe dava certa liberdade.— Então, nos vemos à tarde.— Até à tarde.Após desligar o telefone, Karina começou a se concentrar no trabalho. Havia muitos documentos para organizar, e, ao meio-dia, ela mal teve tempo de almoçar. Sem apetite, bebeu um pouco de água, comeu um pão e algumas ameixas que haviam sobrado do dia anterior, improv
Júlio estava muito intrigado. O que estava acontecendo com a Karina? Será que ela estava fazendo isso de propósito para provocar o Ademir? Ademir já havia tomado duas xícaras de café. Seu semblante estava cada vez pior. Ademir estava claramente irritado! O tempo passava lentamente, e o sol já começava a se pôr. ... Quando a cirurgia terminou, já passava das cinco da tarde. Karina estava extremamente preocupada. Tomou um banho rápido e saiu correndo da sala de cirurgia. Ao chegar no escritório, pegou o celular rapidamente e ligou para Júlio. — Júlio, sou eu. — Karina. O que aconteceu? — Júlio abaixou a voz. — Por que você não apareceu? — Desculpa. — Karina massageava as têmporas. — Surgiu um imprevisto, não consegui avisar... — Karina. — De repente, outra voz surgiu na linha. Ademir pegou o telefone diretamente, seu tom era uma mistura de irritação e impaciência: — Onde você está? Venha aqui agora! — O quê? — Karina ficou surpresa e logo perguntou: — Você ain