Era fim de semana.Karina, como sempre, foi visitar Catarino nas Colinas Verdes.— Irmã do Catarino. — A enfermeira sorriu ao vê-la. — Você veio bem cedo hoje.— Terminei meu estágio.— Aquele lá veio ainda mais cedo que você.Karina ficou surpresa e perguntou:— Quem você está falando?— O que veio da última vez, dizendo ser o seu pai e do Catarino.No mesmo instante, Karina franziu as sobrancelhas. Lucas de novo. O que ele estava tramando ultimamente?— E tem mais. — A enfermeira a puxou para mais perto e sussurrou. — Ele perguntou sobre o Catarino fazer os testes do Instituto do País de Gales.Ao ouvir isso, Karina franziu ainda mais o cenho e respondeu:— Entendi, obrigada.— Não foi nada.Depois de se despedir da enfermeira, Karina entrou no quarto do Catarino.No tapete, Catarino estava sentado brincando. Do outro lado, Lucas estava abrindo uma caixa de papel, sorrindo enquanto perguntava:— Catarino, você gostou?De longe, Karina olhou rapidamente. Era um modelo de avião. O olha
Ela não podia acreditar. Aquele homem, que desde a morte da mãe não tinha cuidado deles, como poderia dizer algo assim? Lucas olhou para a filha e suspirou. Repetiu: — O papai disse que vai dar o dinheiro para mandar o Catarino ao Instituto do País de Gales. Karina ficou chocada, não tinha ouvido errado! Mas ainda estava muito confusa, então perguntou: — Por quê? Ela não entendia. Lucas, impaciente e frustrado, respondeu: — Eu sou o pai, preciso de motivo para dar dinheiro ao filho? Não precisava? Então por que, no passado, ele interrompeu o tratamento médico de Catarino e a empurrou para o abismo? Será que isso não teve a ver com o pai? Karina não acreditava. Logo depois, ouviu Lucas dizer: — Meu aniversário está chegando, espero que você possa vir. Karina ficou mais uma vez atônita. Os choques de hoje eram muitos. Ela perguntou novamente: — O que quer dizer? O que você realmente está planejando? Lucas tossiu levemente e disse: — O papai está
O carro parou diante de Karina. A janela foi abaixada, e Júlio inclinou a cabeça para fora com um leve sorriso: — Karina, para onde você vai? Entra aí, eu te levo. Karina lançou um olhar para Ademir, sentindo algo estranho. Por que ele estava sentado no banco do passageiro da frente? Ela rapidamente balançou a cabeça, recusando: — Obrigada, mas não precisa. Se ela aceitasse entrar no carro de novo, as coisas ficariam ainda mais confusas. — Vamos, entra logo. — Júlio insistiu, sem intenção de sair dali, sorrindo. — Quer que eu desça para abrir a porta para você? — Não... Karina estava prestes a recusar novamente, mas as pessoas que aguardavam no ponto de ônibus ao lado começaram a reclamar: — O que está acontecendo? Não sabe que não pode parar no meio da via pública? — Isso mesmo, o ônibus nem consegue passar por aqui! — Sai logo daí! — Em um carrão desses, por que não entra logo? Os comentários se tornavam cada vez mais desagradáveis. Sem saída, Karina aca
Ela deveria estar desfrutando de uma vida de riqueza! Mas agora... ... De volta ao carro, Júlio percebeu que Ademir parecia ter perdido a alma. Seu corpo inteiro exalava uma aura de tristeza. Será que Karina tinha brigado com ele de novo? Ou será que ela o havia agredido? — Ademir... — Júlio. — Ademir olhava fixamente para frente. — Pense em uma maneira de melhorar a vida da Karina. Dar dinheiro diretamente? Karina não aceitaria. Mas ele não acreditava que não houvesse outra solução. Não poderia ser tão difícil ajudá-la a melhorar um pouco a sua vida, certo? Como ele já tinha pensado que Karina era uma mulher interesseira? Que ridículo! ... Karina voltou para a Rua Alameda e, à noite, recebeu uma ligação de Felipe. — Dr. Felipe. — Karina, venha ao hospital amanhã de manhã, tenho algo para te dizer. — Tudo bem, Dr. Felipe. Karina não ousava desobedecer as palavras de Felipe. No dia seguinte, logo de manhã cedo, antes mesmo do horário de trabalho, ela se
Na porta do escritório, Karina discou o número de Júlio. — Karina. — Júlio. — Ela mordeu o lábio inferior, envergonhada ao falar. — Posso falar com o Ademir por um instante? — Claro, o Ademir está aqui. Em poucos segundos, a voz do outro lado da linha mudou. Ademir atendeu, com um tom indiferente: — O que você quer? Karina perguntou diretamente: — Foi você quem sugeriu que eu entrasse na Equipe do Projeto Cardiopulmonar? A pergunta foi direta, mas se ele fosse o responsável, saberia do que ela estava falando. Houve uma breve pausa do outro lado. — Sim. Nenhuma surpresa. Karina fechou os olhos por um momento, sem saber o que dizer. Seu silêncio provocou uma reação sarcástica de Ademir: — Karina, você vai recusar só porque foi uma decisão minha? Ela permaneceu em silêncio, porque, de fato, isso passava por sua mente. — Que tolice! — Ademir rosnou. — Você sabe o que significa entrar na Equipe do Projeto Cardiopulmonar para a sua carreira, ou eu preciso te e
O olhar de Júlia ocasionalmente recaía sobre Tábata, enquanto dizia:— Eu acho que a Tábata seria uma boa escolha, mas, infelizmente, nosso Túlio não tem tanta sorte.Tábata rapidamente rebateu:— Tia Júlia, não fale assim.— Ah, Tábata... — Júlia não se deu por vencida, segurou a mão de Tábata e continuou. — Na última vez, você e Túlio assistiram ao drama moderno, mas não teve mais nada depois. Me conta, o que você achou dele? Há algo de que não gostou?— Isso... — Tábata hesitou, sem saber o que dizer.Naquela vez, ela e Túlio haviam combinado tudo. Depois de assistir ao drama moderno, voltaram e disseram a seus pais que foi ela quem não gostou de Túlio. Assim, mantinham as aparências para Tábata. Túlio, sendo homem, naturalmente não se importou muito com isso. Mas o que ela não esperava era que Júlia voltaria a tocar no assunto.Tábata lançou um olhar para Túlio, se sentindo hesitante ao falar:— Tia, não há nada de errado com o Túlio, é que... Nós mal nos conhecemos.Essas palavr
Ademir terminou a reunião e voltou para seu escritório.A secretária o informou:— Sr. Ademir, a Sra. Rocha já está aqui há algum tempo.Naquela noite, ele participaria de um evento, e Vitória seria sua acompanhante.— Ademir. — Vitória sorriu ao se levantar do sofá.— Pode continuar sentada. — Ademir fez um gesto com a mão, falando em um tom indiferente. — Ouvi a Nadia dizer que você não pretende parar de trabalhar?— Isso mesmo. — Vitória assentiu, explicando com um certo nervosismo. — Esse filme é bem desafiador para o diretor, e já filmei metade das cenas. Além disso, a carga de trabalho agora não é tão pesada, e eu não gosto de ficar parada.Ademir refletiu por um momento e, em seguida, assentiu. Seus olhos se voltaram para a barriga dela e ele perguntou:— Se você está bem de saúde, tudo bem seguir com o que acha melhor. Só que sua barriga...Ela iria crescer, inevitavelmente.— Por enquanto, está tudo sob controle. E, além do mais, no figurino das cenas que estou filmando, minha
— Certo, Ademir. Depois de desligar o telefone, Vitória se aproximou: — Ademir. Ademir apagou o cigarro distraidamente e acenou com a mão, dizendo: — Entre primeiro, aqui está com cheiro de fumaça. Grávidas não podem sentir cheiro de cigarro. — Tudo bem. Quando o cheiro se dissipou, Ademir abriu a porta e entrou, pegando a água que Vitória lhe entregou. — Ainda está se sentindo mal? — Perguntou Vitória, carinhosamente. — Um pouco. — Ademir tomou a água e se jogou no sofá. — Eu me descuidei e acabei bebendo demais. Ele apontou para a cabeça, continuando: — Estou com um pouco de dor, mas só preciso sentar um pouco e vai passar. — Deixa eu fazer uma massagem em você. — Vitória se levantou e sentou ao lado dele, arregaçando as mangas, sem lhe dar chance de recusar. — Feche os olhos, quando meu pai bebia demais, eu sempre massageava ele. Ao sentir os dedos de Vitória tocarem sua cabeça, Ademir não resistiu. — Obrigado. Vitória sorriu levemente e disse: — Por qu