Ela deveria estar desfrutando de uma vida de riqueza! Mas agora... ... De volta ao carro, Júlio percebeu que Ademir parecia ter perdido a alma. Seu corpo inteiro exalava uma aura de tristeza. Será que Karina tinha brigado com ele de novo? Ou será que ela o havia agredido? — Ademir... — Júlio. — Ademir olhava fixamente para frente. — Pense em uma maneira de melhorar a vida da Karina. Dar dinheiro diretamente? Karina não aceitaria. Mas ele não acreditava que não houvesse outra solução. Não poderia ser tão difícil ajudá-la a melhorar um pouco a sua vida, certo? Como ele já tinha pensado que Karina era uma mulher interesseira? Que ridículo! ... Karina voltou para a Rua Alameda e, à noite, recebeu uma ligação de Felipe. — Dr. Felipe. — Karina, venha ao hospital amanhã de manhã, tenho algo para te dizer. — Tudo bem, Dr. Felipe. Karina não ousava desobedecer as palavras de Felipe. No dia seguinte, logo de manhã cedo, antes mesmo do horário de trabalho, ela se
Na porta do escritório, Karina discou o número de Júlio. — Karina. — Júlio. — Ela mordeu o lábio inferior, envergonhada ao falar. — Posso falar com o Ademir por um instante? — Claro, o Ademir está aqui. Em poucos segundos, a voz do outro lado da linha mudou. Ademir atendeu, com um tom indiferente: — O que você quer? Karina perguntou diretamente: — Foi você quem sugeriu que eu entrasse na Equipe do Projeto Cardiopulmonar? A pergunta foi direta, mas se ele fosse o responsável, saberia do que ela estava falando. Houve uma breve pausa do outro lado. — Sim. Nenhuma surpresa. Karina fechou os olhos por um momento, sem saber o que dizer. Seu silêncio provocou uma reação sarcástica de Ademir: — Karina, você vai recusar só porque foi uma decisão minha? Ela permaneceu em silêncio, porque, de fato, isso passava por sua mente. — Que tolice! — Ademir rosnou. — Você sabe o que significa entrar na Equipe do Projeto Cardiopulmonar para a sua carreira, ou eu preciso te e
O olhar de Júlia ocasionalmente recaía sobre Tábata, enquanto dizia:— Eu acho que a Tábata seria uma boa escolha, mas, infelizmente, nosso Túlio não tem tanta sorte.Tábata rapidamente rebateu:— Tia Júlia, não fale assim.— Ah, Tábata... — Júlia não se deu por vencida, segurou a mão de Tábata e continuou. — Na última vez, você e Túlio assistiram ao drama moderno, mas não teve mais nada depois. Me conta, o que você achou dele? Há algo de que não gostou?— Isso... — Tábata hesitou, sem saber o que dizer.Naquela vez, ela e Túlio haviam combinado tudo. Depois de assistir ao drama moderno, voltaram e disseram a seus pais que foi ela quem não gostou de Túlio. Assim, mantinham as aparências para Tábata. Túlio, sendo homem, naturalmente não se importou muito com isso. Mas o que ela não esperava era que Júlia voltaria a tocar no assunto.Tábata lançou um olhar para Túlio, se sentindo hesitante ao falar:— Tia, não há nada de errado com o Túlio, é que... Nós mal nos conhecemos.Essas palavr
Ademir terminou a reunião e voltou para seu escritório.A secretária o informou:— Sr. Ademir, a Sra. Rocha já está aqui há algum tempo.Naquela noite, ele participaria de um evento, e Vitória seria sua acompanhante.— Ademir. — Vitória sorriu ao se levantar do sofá.— Pode continuar sentada. — Ademir fez um gesto com a mão, falando em um tom indiferente. — Ouvi a Nadia dizer que você não pretende parar de trabalhar?— Isso mesmo. — Vitória assentiu, explicando com um certo nervosismo. — Esse filme é bem desafiador para o diretor, e já filmei metade das cenas. Além disso, a carga de trabalho agora não é tão pesada, e eu não gosto de ficar parada.Ademir refletiu por um momento e, em seguida, assentiu. Seus olhos se voltaram para a barriga dela e ele perguntou:— Se você está bem de saúde, tudo bem seguir com o que acha melhor. Só que sua barriga...Ela iria crescer, inevitavelmente.— Por enquanto, está tudo sob controle. E, além do mais, no figurino das cenas que estou filmando, minha
— Certo, Ademir. Depois de desligar o telefone, Vitória se aproximou: — Ademir. Ademir apagou o cigarro distraidamente e acenou com a mão, dizendo: — Entre primeiro, aqui está com cheiro de fumaça. Grávidas não podem sentir cheiro de cigarro. — Tudo bem. Quando o cheiro se dissipou, Ademir abriu a porta e entrou, pegando a água que Vitória lhe entregou. — Ainda está se sentindo mal? — Perguntou Vitória, carinhosamente. — Um pouco. — Ademir tomou a água e se jogou no sofá. — Eu me descuidei e acabei bebendo demais. Ele apontou para a cabeça, continuando: — Estou com um pouco de dor, mas só preciso sentar um pouco e vai passar. — Deixa eu fazer uma massagem em você. — Vitória se levantou e sentou ao lado dele, arregaçando as mangas, sem lhe dar chance de recusar. — Feche os olhos, quando meu pai bebia demais, eu sempre massageava ele. Ao sentir os dedos de Vitória tocarem sua cabeça, Ademir não resistiu. — Obrigado. Vitória sorriu levemente e disse: — Por qu
De volta à festa, Ademir não sentia mais nenhum prazer em estar ali. Ele olhou para Vitória e disse: — Vamos embora, não tem mais graça. Vitória, claro, não tinha objeções, mas percebeu que ele parecia estar de mau humor. — Aconteceu alguma coisa? — Ela perguntou. — Nada. — Ademir fixou o olhar em sua barriga. — Ficar acordada até tarde não é bom para vocês dois. — Sim. — Vitória sorriu e concordou, mas por dentro estava aterrorizada. O que ela faria? Ademir parecia realmente estar dando muita importância ao bebê. Se não encontrasse uma solução logo, ela corria o risco de ser desmascarada! — O que houve? — Ademir estreitou os olhos, notando a expressão tensa dela. — Você está se sentindo mal? — Não. — Vitória disfarçou com um sorriso. — Eu só preciso ir ao banheiro. — Eu te acompanho. — Não precisa... — Precisa sim. Com a situação atual de Vitória, Ademir não se sentia confortável em deixá-la sozinha e insistiu em levá-la até a porta do banheiro. — Não ten
Ademir, de fato, parou imediatamente ao ouvir aquelas palavras, soltando ela enquanto perguntava:— Como assim dor na barriga? É grave...Antes de terminar a frase, Karina se virou e começou a andar rapidamente. — Karina! Ademir ficou desesperado e correu atrás dela, abrindo os braços e a puxando para junto de si, envolvendo ela em um abraço apertado. Karina arregalou os olhos de surpresa, sentindo seu corpo ficar rígido. Ela não teve tempo para reagir, fosse para lutar ou questionar. De repente, tudo ficou escuro. A grande mão de Ademir cobriu seus olhos, bloqueando sua visão. Ela ouviu vagamente a voz ansiosa dele: — Não olhe... — O quê? — Karina, confusa e surpresa, achou que fosse algum truque dele. Segurando a mão de Ademir, tentou afastá-la. — Me deixe ver... Como ele poderia deixá-la ver? Ademir olhava furiosamente para a frente, encarando Túlio e Tábata. Não conseguia ouvir o que eles estavam dizendo, mas viu Túlio tirando o paletó e colocando ele nos ombros d
Estava bem perto de Karina. Túlio e Tábata estavam juntos. Túlio e Tábata, sem querer, acabaram encontrando Karina de frente. — Karina. — Ao falar, Túlio demonstrava claramente seu nervosismo. Tábata olhou para ele, com um leve sorriso no rosto, e perguntou: — Essa é sua amiga? — Sim, não, quer dizer, essa é a pessoa de quem eu gosto. — Túlio assentiu e logo em seguida balançou a cabeça, se corrigindo. Sem se importar mais com o que Tábata sentiria, Túlio caminhou rapidamente até Karina, abaixando a cabeça enquanto dizia com doçura: — Está tarde... Você veio aqui por algum motivo específico? Encontrar os dois ali surpreendeu Karina, mas ela rapidamente recuperou a compostura. Karina fez um leve aceno com a cabeça: — Sim, o Dr. Felipe veio para uma reunião, e eu vim trazer alguns documentos para ele. Era exatamente o que ela havia dito ao Ademir. — Ah, entendi. — Túlio assentiu. Ao ver que ela carregava uma mochila, ele, por reflexo, estendeu a mão para pegá-