Vitória percebeu e ficou secretamente feliz. A vela aromática estava funcionando! Ela se esforçou ao máximo para manter a calma e perguntou:— Ademir, você está com calor?Ademir assentiu com a cabeça.— Então tire o casaco. — Vitória se levantou, caminhou até ele e colocou as mãos na gola de seu casaco.Mas, de repente, o homem segurou seu pulso. Seus olhos profundos estavam cheios de chamas intensas, e até o ar que escapava de seus lábios era quente.— O que você está fazendo?Sentindo o comportamento estranho de Ademir, o coração de Vitória acelerou. Ela deliberadamente se inclinou mais para ele, provocando.Com um tom sedutor, Vitória disse:— Estou te ajudando a tirar o casaco.Seu pulso apertou, e Vitória sentiu uma dor. Num movimento rápido, ela caiu nos braços de Ademir, terminando sentada em seu colo! Vitória envolveu os braços ao redor do pescoço dele. O leve contato da pele trouxe uma sensação refrescante a Ademir, que de repente se sentiu sedento, como se sua garganta es
Por mais que Ademir tentasse falar com calma, Vitória não escutava. Ele não teve outra escolha a não ser agir. De repente, se levantou, sacudindo o braço, se desvencilhando e deixando Vitória cair sentada na cadeira.Vitória apoiou as mãos na mesa, incrédula. Ademir realmente a havia empurrado!Com o pomo-de-Adão subindo e descendo, ele lutava para conter a irritação:— Eu não quero te machucar, mas eu odeio quando alguém tenta usar truques comigo!Dizendo isso, Ademir se virou e saiu com passos largos.— Ademir! — Vitória se levantou para correr atrás dele, mas, com a pressa, tropeçou na cadeira e caiu no chão. — Ademir, Ademir!Enquanto via o homem desaparecer, o coração de Vitória se encheu de rancor. Como ele pôde resistir até o fim? Ela tinha certeza de que sentiu o desejo de Ademir há pouco, mas, mesmo assim, ele conseguiu se controlar e a empurrar?Nesse momento.Karina estava parada na entrada do Clube de Lazer Yayoi, segurando o telefone e perguntando:— Por que marcar um enco
Quanto mais Ademir se irritava, mais sua expressão permanecia serena. Soltou uma risada fria e disse calmamente: — Júlio, acelere. — Sim, Ademir. Júlio pressionou o acelerador, e o carro ganhou velocidade. Pelo canto dos olhos, Ademir viu Karina sendo colocada no carro pelo Sr. Francisco. O que Karina estava tentando fazer? Ele não a tinha alimentado o suficiente? Por que Karina estava saindo novamente para seduzir outro homem? Karina precisava de dinheiro? Se ela precisasse, por que não pedia ao Ademir? E mais, ela não se importava nem um pouco com o filho que carregava no ventre? Ah, sim... Ele se lembrou. Se não fosse por ele, ela já teria abandonado aquele filho! O que aconteceria a seguir? Só de imaginar o que aquele velho Sr. Francisco estava prestes a fazer com Karina, Ademir quase enlouquecia! Ao volante, Júlio observava as mudanças de expressão de Ademir, hesitante, até que decidiu falar: — Ademir, acho que isso não está certo. Ademir entreabriu os lábios fin
Enquanto falava, o Sr. Francisco inclinou a cabeça e encostou o nariz no pescoço de Karina, inalando profundamente. — Esse aroma da vela aromática é realmente delicioso...O velho homem estava muito satisfeito, olhando para Karina como se fosse um tesouro raro. Ele, no entanto, não estava com pressa de consumar seu desejo.Com a ponta dos dedos, o Sr. Francisco acariciou levemente a bochecha dela: — Tenho todo o tempo do mundo, vou te fazer sentir muito bem...As palavras nojentas do Sr. Francisco fizeram Karina estremecer de nojo. O desespero tomava conta dela, e a sensação de náusea era insuportável. "E agora? Será que não há como escapar dessa situação hoje à noite?"— Karina, me deixa te dar um beijo...O rosto gordo e enrugado de Sr. Francisco se aproximava cada vez mais, aumentando o pânico de Karina. Ela gritou de medo: — Socorro! Socorro, por favor! Alguém me ajude! Não chega perto...!Sem pensar em mais nada, Karina começou a gritar desesperadamente. — Cala a boca!
Júlio, Bruno e Enzo trocaram olhares, assentiram com a cabeça e avançaram juntos para impedir Ademir.— Ademir! Você vai matá-lo! Aquele homem imponente, naquele momento, transmitia um medo profundo.— É isso mesmo, Ademir! Não vale a pena por causa desse canalha!Mesmo com as palavras deles, o rosto de Ademir continuava impassível, frio como sempre. Bruno, subitamente lembrando de algo, disse: — Ademir, parece que a Karina não está bem... Ela está fazendo algum tipo de som...Ao ouvir o nome de Karina, Ademir finalmente reagiu. Soltou o pé, mas logo deu mais um chute para afastar o homem. Os três suspiraram aliviados ao ver que Karina, de fato, era a única capaz de deter Ademir. — Karina. — Ademir se virou e a pegou nos braços, afastando um lado do paletó para ajudá-la a soltar as amarras em seus pulsos e tornozelos. — O que houve?Bruno não estava mentindo. Karina realmente parecia estranha. Seu rosto estava ruborizado, e ela respirava pesadamente, com a boca entreaberta.Kari
Ademir se sentou à beira da cama, observando as longas e delicadas pestanas de Karina que tremiam levemente, como se fossem pequenos leques. Ele se conteve para não sorrir.— Karina, acorde.Karina fingiu que estava acordando apenas com a voz dele. Abriu os olhos devagar, evitando olhar diretamente para ele, o olhar hesitante. Seus lábios se apertaram, mas ela não disse nada.— Se já acordou, vá se arrumar. O avô está esperando a gente em casa para o almoço.Karina assentiu com a cabeça, lançando-lhe um olhar esperançoso. Quando viu que ele não se mexia, murmurou, com o rosto corado: — Preciso me vestir, você pode sair?Apenas com essas palavras, seu rosto já estava completamente vermelho. Ademir achou engraçado. Será que Karina ainda estava envergonhada de ser vista por ele? Depois da noite passada, não havia mais uma parte do corpo dela que ele não tivesse visto. E não só visto... Ele a beijou, e... Muito mais.Mas, mesmo assim, Ademir respeitou o pedido dela e se levantou. — T
O carro estava em completo silêncio. Ademir olhava fixamente para Karina, sem expressão. Essa mulher era a fonte de seu descontentamento! Antes, ele não queria se casar com Karina, e ela o irritava; agora que ele estava disposto, ela continuava a deixá-lo bravo! Karina não sabia o que havia feito de errado. Ela já não se importava mais; será que ele ainda não estava satisfeito? — Karina. — Ademir, reprimindo a raiva, ia falar quando seu celular tocou. Era Otávio, cobrando o retorno: — Onde vocês estão? Não disseram que voltariam para o jantar? — Vovô, estamos a caminho. Após encerrar a chamada, o carro já havia chegado à Mansão da família Barbosa, e o portão estava à vista. Ademir, sem expressão, disse de forma fria: — Vamos primeiro jantar com o vovô. — Tudo bem. Hoje, Otávio parecia estar bem, com mais apetite do que nas semanas anteriores. Ademir e Karina o acompanhavam durante a refeição; após o jantar, Karina observou enquanto ele tomava os remédios.
Mas Karina ainda não conseguia aceitar essa situação. Ela mordeu os lábios e disse:— Você não sabe das minhas coisas?O que Karina se referia, claro, era ao fato de ter estado com outros homens. O quanto Ademir a odiava na época, Karina ainda se lembrava com clareza!Ademir olhou para ela com um olhar gélido, afirmando que não se importava com essa situação, mas, na verdade, ele gostava dela.— Cada um tem seu passado. Você tem suas experiências, eu tenho as minhas, então está tudo bem.Nenhum deles tinha o que reclamar do outro.— Não, é diferente. — Karina sacudiu a cabeça.Finalmente, Ademir não aguentou mais a raiva e gritou, mordendo os dentes:— O que é diferente?— Eu... — Karina colocou a mão sobre a barriga. — Meu filho...Era isso que ela queria dizer.— Karina, escute bem, vou repetir isso apenas uma vez. O olhar de Ademir se fixou em sua barriga, com uma expressão séria.— A partir de hoje, eu serei o pai da criança. Não quero saber quem é o pai biológico, e você nunca m