— Helen, você já amou alguém?Helen ficou imóvel por alguns segundos sentindo seu coração parar por um segundo. Não esperava aquela pergunta, não esperava que Ethan perguntasse algo tão… profundo. Fechou os olhos e sorriu levemente, sentindo um aperto no peito, e então, depois de alguns segundos, respondeu:— Sim.Ethan franziu a testa, virando-se levemente para encará-la e perguntou:— E ele sabe?Ethan virou o rosto para encará-la. Ela não abriu os olhos, mas seu sorriso se manteve ali, suave, nostálgico. Ele percebeu que era um sorriso de quem realmente amava alguém.Helen então respirou fundo e respondeu:— Não. — Porque? Helen hesitou por um instante, o olhar perdido em algum ponto do quarto, como se estivesse ponderando se deveria ou não continuar.Ethan, curioso e estranhamente ansioso, a incentivou:— Me fala sobre ele.Ela mordeu o lábio, como se guardasse um segredo, mas então sorriu. Um sorriso pequeno, discreto, mas carregado de algo profundo.— Ele é intenso. Sério na m
Miranda FletcherO salto alto ecoava pelo corredor de mármore da empresa enquanto eu caminhava, com a postura impecável e a confiança de quem sempre soube o que queria. Já faz oito semanas que não via Ethan, não porque resolvi acatar o que ele havia pedido sobre me afastar, mas porque estava atolada de compromissos, desfiles, entrevistas, fotos. Cheguei de Paris hoje e resolvi fazer uma visitinha ao meu namorado, quem sabe terminar a noite nos seus braços quentes com um sexo intenso e gostoso. Andava pelos corredores da empresa e todos os olhares se dirigiam a minha pessoa. Sei que sou maravilhosa e desejada, e muitos tem inveja de mim, tudo estava perfeito até o momento em que eu os vi.Ethan e Helen caminhavam pela empresa de mãos dadas e sorrindo. Uma raiva cega me subiu pela garganta, queimando minha pele como um veneno. Apertei os dedos ao redor do celular que segurava, tentando não esmagá-lo ali mesmo. Eles passaram pela recepção como um casal perfeitamente harmonioso, Ethan f
Miranda cruzou os braços, satisfeita e perguntou:— Então é assim?Ethan girou nos calcanhares e parou na frente de Miranda furioso perguntando:— Por que diabos você fez isso, Miranda?!Ela sorriu diabolicamente e respondeu:— O que foi? Não sou sua namorada?— Você sabe que não! — Ethan bateu a mão na mesa irritado. — Ah, por favor! Você age como se seu casamento fosse real!Ethan cerrou os punhos e respondeu:— É real o suficiente para eu não querer te beijar.O rosto de Miranda se transformou. Ela não esperava isso.— Então é assim? Agora você vai me descartar?— Eu já descartei.Os olhos dela brilharam em ódio.— Você realmente acha que pode amar Helen?Ethan ficou em silêncio e foi esse silêncio que selou tudo. Porque, pela primeira vez, ele não soube responder, nem negar. Miranda viu isso e soube que havia novamente perdido. Virou-se furiosa, caminhando até a porta, mas antes de sair, olhou por cima do ombro e murmurou:— Ela pode até pensar que venceu agora, Ethan… mas eu
Ethan CarterSaí da empresa sem saber exatamente para onde estava indo.O céu já começava a escurecer, a cidade se iluminava ao meu redor, mas tudo parecia vazio. Dentro de mim, um eco estranho ressoava, uma mistura de raiva, confusão e um aperto no peito que não fazia sentido algum. Peguei o carro na garagem sem pensar muito, apenas dirigi.A estrada passou como um borrão diante dos meus olhos, até que, de alguma forma, meus instintos me levaram para um lugar conhecido: O bar.O bar onde os funcionários da empresa costumavam ir depois do expediente, onde sempre havia conversas, risadas e uma boa dose de álcool para esquecer os problemas. E eu precisava esquecer.Parei o carro, desci e entrei. O lugar estava moderadamente cheio, mas eu não prestei atenção em ninguém. Caminhei até uma mesa no canto, sentei e fiz o único pedido que realmente importava no momento.— Whisky.O garçom assentiu e logo voltou com um copo cheio. Agarrei o vidro gelado com os dedos e bebi sem hesitar. O álcool
— Você só pode estar brincando comigo! — Zoe exclamou, furiosa, quando viu Liam carregando seu irmão completamente bêbado.— Ele não podia ir pra casa assim. — Liam explicou, suspirando. — Não queria que Helen o visse desse jeito.Zoe bufou, mas ao olhar o irmão tão destruído, seu rosto suavizou um pouco.— Ele é um idiota. — resmungou.— E um bêbado. — Liam completou.Ela revirou os olhos e disse:— Leva ele pro quarto.Liam arrastou Ethan até o quarto de hóspedes e, com a ajuda de Zoe, o deitou na cama.— Ajuda aqui. — Zoe disse, começando a tirar os sapatos do irmão.Liam riu.— Vai me fazer despir ele também?— Se eu tiver que fazer sozinha, juro que deixo ele dormir de calça jeans.Os dois trabalharam juntos, se livrando do paletó, da gravata e desabotoando a camisa de Ethan. Ele resmungou algo incompreensível, mas apagou completamente.Liam e Zoe saíram do quarto em silêncio, fechando a porta.Na sala, Zoe cruzou os braços e encarou Liam, ainda irritada e disse:— Ele bebeu assi
Helen sentiu o peito se contrair no instante em que seus olhos pousaram sobre a fotografia. O mundo ao seu redor silenciou, como se o próprio tempo a suspendesse naquele exato momento de agonia. O sorriso de Ethan na imagem, sua expressão relaxada ao lado de Miranda, a maneira como seus corpos pareciam confortáveis um com o outro… cada detalhe perfurava sua alma como estilhaços de vidro.Seu coração martelava dentro do peito, não de surpresa, mas de uma dor sufocante, excruciante. Porque, no fundo, ela sempre soube. Sempre soube que Ethan nunca a quis. Sempre soube que, se pudesse escolher, ele estaria ao lado de Miranda, vivendo o sonho dourado que nunca pôde ter. E agora, ele estava ali, mostrando ao mundo, sem qualquer pudor, que ainda a desejava.O contrato entre eles nunca envolveu amor, mas Helen o amava. Amava Ethan de uma forma que a destruía pouco a pouco, que sugava sua alma a cada dia. Nunca quis esse casamento, mas quando foi obrigada a aceitar, agarrou-se à esperança de q
O telefone de Helen tocou logo pela manhã, interrompendo o silêncio tranquilo de seu apartamento. Sua voz suave atendeu o chamado, mas o tom firme e urgente de seu pai do outro lado da linha a deixou em alerta.— Helen, preciso que venha à empresa agora. É urgente.Ela conhecia bem aquela voz fria e autoritária, mas o que a diferenciava de todos os outros era sua capacidade de enfrentar o pai sem abaixar a cabeça. Sempre o fez com elegância e gentileza, porque essa era a sua essência: uma mulher doce, generosa, mas forte.Vestiu-se com um conjunto elegante, mas simples, composto por uma blusa creme delicada e uma saia lápis que moldava seu corpo de maneira sutil. Os cabelos dourados e ondulados caíam livremente sobre os ombros, e os olhos azuis brilhavam com uma mistura de apreensão e determinação. Helen era a mulher que sempre sorria para os outros, sempre buscava o melhor nas pessoas, mesmo quando o mundo parecia desmoronar ao seu redor.Enquanto caminhava para o prédio de vidro imp
O elevador desceu lentamente, cada segundo fazendo o peito de Helen apertar mais. Mas ela se recusava a demonstrar fragilidade. Sempre foi uma mulher determinada, forte, disposta a enfrentar qualquer coisa para alcançar seus objetivos. E agora, não seria diferente.Helen repetia para si mesma: É só um contrato, só negócios. Mas, no fundo, aquilo era muito mais. Era sua chance de provar que Ethan estava errado. Que ela não era apenas uma mulher frágil apaixonada por ele. Que ela era muito mais do que a garota previsível que ele sempre viu.O amor que sentia por Ethan era algo que ela havia aceitado muito tempo atrás. Uma chama persistente que não se apagava, mesmo diante da frieza dele. Mas Helen jamais imploraria por afeto. Ela não se humilharia por um homem, por mais que o amasse.Quando as portas do elevador se abriram, ela inspirou fundo e caminhou com passos firmes até a sala de reuniões. Ethan já estava lá, sentado, com a expressão carrancuda, o olhar glacial e os ombros rígidos