Francisca não disse nada, apenas ficou ao lado de Fábio, segurando firme sua pequena mão. Ela tinha medo de perder o filho para sempre.Antônio, vendo que ela continuava em silêncio, perdeu a paciência e ordenou:— Venha comigo.Francisca olhou para ele, sabendo que havia coisas que precisavam ser enfrentadas. Ela seguiu Antônio para fora do quarto.Lá fora, na escuridão da noite, eles ficaram sozinhos.— Você não tem nada para me dizer? — Perguntou Antônio.Francisca abaixou a cabeça:— Você já descobriu tudo, não tenho mais nada a dizer.Antônio soltou uma risada fria. Seu punho fechou-se com força, fazendo um estalo.— Você levou meus filhos por cinco anos? E quando voltou, mentiu dizendo que eles eram filhos de outro homem. E agora, só isso?Francisca não se arrependia da decisão que tomou na época. Seus olhos ficaram vermelhos.— Se eu não tivesse ido embora quando fiquei grávida, você teria aceitado que eu os criasse?— Está dizendo que a culpa foi minha? — Antônio riu de incredu
Chorar por quê? Quem deveria estar chorando era Antônio!Antônio segurou a sensação de agulhadas no coração e, segurando o rosto dela, disse cada palavra com clareza:— Francisca, só agora percebo que você é mais cruel do que eu. Levou nosso filho, fez ele chamar outro homem de pai. Você se sentiu bem com isso? Quem foi que te deu a ideia de sair grávida, carregando o filho do verdadeiro pai? Eu não tenho direito de saber?As palavras de Antônio deixaram Francisca sem resposta.— Desculpa. — Disse ela, olhando para Antônio. — Eu posso te compensar.— Como vai me compensar? — Perguntou Antônio.— Quanto você quer?— Isso é algo que o dinheiro pode resolver?Antônio ficou ainda mais irritado.Francisca não sabia o que fazer, então ficou parada no mesmo lugar. O vento frio batia nos dois, mas eles pareciam não sentir a friagem.Foi Fábio, que havia acordado, quem quebrou o impasse:— Mamãe, tio Antônio, o que vocês estão fazendo aqui fora?Ao fazer a pergunta, Fábio viu que Francisca esta
Guilherme imediatamente ficou em silêncio.À noite, o carro estava incrivelmente silencioso. Guilherme sentia que teria que passar a noite toda com Antônio no carro e mandou uma mensagem de desculpas para a namorada.Como esperado, Antônio não saiu do carro a noite toda.Na manhã seguinte, Antônio foi ver Fábio e, ao saber pelo médico que ele estava estável, saiu do hospital. Ao passar pelo corredor, ele encontrou Francisca. Guilherme imediatamente chamou:— Senhora.Francisca assentiu. Antônio, no entanto, não parou e continuou andando rapidamente. Guilherme achou estranho, mas não ousou perguntar, apenas seguiu o chefe.Francisca chegou ao quarto de Fábio e, como esperado, não conseguiu entrar. Ela apenas olhou de longe para se certificar de que ele estava bem antes de voltar para o quarto ao lado.Claudia ligou para ela:— Francisca, ouvi do Marcelo que o Flávio desapareceu ontem à noite.A notícia do desaparecimento de Flávio se espalhou rapidamente entre os Santos.— Já encontramo
Sílvia vestia um vestido branco, bem arrumada, parecendo bem mais jovem. Quando entrou e viu Fábio, lembrou-se de Antônio quando criança.— Fábio, eu sou sua avó. — Disse Sílvia.Sílvia se inclinou, tentando abraçar Fábio. Mas ele se afastou:— Senhora velha, a senhora está enganada, eu não sou seu neto.Sílvia ficou sem jeito. Era a primeira vez que ela se encontrava como avó e não sabia bem como agir. Imediatamente mandou seus assistentes colocarem os presentes na frente de Fábio:— Fábio, isso tudo é para você.Mais presentes. Fábio olhou e viu uma fileira de seguranças segurando os jogos mais recentes, bonecos e alguns modelos de alta qualidade... Tudo parecia caro. Essa avó má tinha bastante dinheiro e era generosa, bem mais que Gabriela, e parecia mais bondosa.— Desculpe, senhora, minha mãe me ensinou a não aceitar coisas de estranhos.Estranho... Sílvia sentiu um aperto no coração.— Fábio, eu não sou uma estranha, você vai entender isso em breve. Pode aceitar meus presentes se
Sílvia ficou chocada mais uma vez:— O quê?Fábio suspirou:— Eu sinto muita falta da minha mãe e do meu pai. Eles devem estar querendo me ver. Você também tem um filho. Se ele estivesse no hospital e não permitissem que você o visse, você não ficaria triste?Fábio não tinha visto a mãe o dia todo. Perguntou ao segurança e soube que seu pai tinha dito que ninguém poderia vê-lo sem sua permissão. Ele começou a odiar o pai novamente!Sílvia ouviu Fábio falar sem parar, cheia de razões, e sentiu-se ao mesmo tempo feliz e irritada. Pelo que ele dizia, ele ainda não sabia que seu verdadeiro pai era Antônio!Sílvia apertou os punhos em segredo, sentindo um desprezo crescente por Francisca.— Fábio, Antônio é seu verdadeiro pai. — Disse Sílvia.Fábio entendeu o motivo dela estar ali:— Bobagem.Ele não quis mais fingir com Sílvia. Pegou os brinquedos que ela trouxe e começou a jogá-los nela.Sílvia se esquivou apressada:— Fábio, como você pode me bater?— Eu vou bater em você, sua vilã! — Gr
O que quer dizer com e se alguém ver?Antônio deu uma risada fria. O motorista estava tão assustado que suava frio.— Vá para o hospital. — Ordenou Antônio.— Sim, senhor. — Respondeu motorista.No hospital, Fábio estava fazendo birra e se recusava a comer:— Eu quero ver minha mãe. Por que ela não vem? Mamãe...A babá não sabia mais o que fazer:— Fábio, você sempre foi tão obediente. Por favor, seja bonzinho, está bem?Fábio sempre foi gentil com a babá, mas agora, querendo ver Francisca, não queria dar o braço a torcer.— Eu não vou comer. Chame minha mãe agora.A babá ficou em apuros, pois não tinha o contato de Francisca. De repente, a porta do quarto se abriu. Antônio estava parado do lado de fora.— Sr. Antônio.A babá chamou.— Saia. — Ordenou Antônio.A babá saiu do quarto e o segurança fechou a porta.Agora, só restavam Fábio e Antônio na sala. Fábio olhou para a cara fechada do pai, sem entender o que estava acontecendo.— Tio Antônio, onde está minha mãe? — Perguntou Fábio.
Fábio sabia que seu pai estava com ciúmes. Ele começou a contar nos dedos, de propósito:— Um, dois, três... pelo menos uns dez.Dez...Isso definitivamente mudou a percepção de Antônio. Antes, quando ele e Francisca se casaram, não havia nenhum homem ao redor dela. Agora, tinha dez?— E então? Ela aceitou? — Perguntou Antônio.Fábio se recostou na cama e acariciou a barriga cheia, respondendo de propósito:— Eu não sei. Eu não sigo minha mãe o tempo todo.Antônio se levantou:— Descanse bem.Fábio, vendo isso, agarrou a mão dele. Quando sentiu a mão larga e firme do pai pela primeira vez, experimentou uma nova sensação de segurança.— Tio Antônio, para onde você vai?Antônio não respondeu e perguntou:— Mais alguma coisa?Fábio, achando que já tinha provocado o suficiente, decidiu esclarecer:— Você sabia que eu já te vi antes, na TV? Toda vez que você aparecia, minha mãe ficava paralisada, olhando.Antônio ouviu isso e seus sentimentos se misturaram:— Durma bem.— Tá bom.Fábio dorm
Antônio estava de pé sob uma grande árvore na entrada. Embora não pudesse ver, os seguranças já tinham informado que Francisca e Ahri tinham chegado juntos.Francisca olhou para Antônio e parou. Ela se colocou na frente de Ahri, evitando problemas desnecessários.— Eu cheguei. Pode ir agora. — Disse Francisca.Ahri assentiu:— Tudo bem, até a próxima.O carro de Ahri chegou silenciosamente. Francisca esperou ele entrar no carro e então se virou para entrar no hospital.Quando chegou perto de Antônio, ela perguntou:— Posso ver o Fábio agora?O rosto frio de Antônio não mostrava emoção alguma:— A essa hora, a criança já está dormindo.Francisca olhou para o celular e viu que já eram dez horas. Ela tinha se envolvido tanto na discussão sobre a música com Ahri que perdeu a noção do tempo.— Tudo bem, eu vejo ele amanhã.Antônio, ao ouvir isso, agarrou seu braço:— Você está realmente preocupada com a criança ou está fingindo?Francisca apertou os dedos.— O que você quer dizer?— Você sa