Francisca contou brevemente sobre seu retorno ao Brasil e não entrou em muitos detalhes. Quando terminaram de comer, Ahri sugeriu levá-la para casa.— Eu posso voltar sozinha. E se algum fã te reconhecer? — Francisca recusou imediatamente.Ela queria apenas ser amiga de Ahri, sem toda a atenção da mídia e dos fãs.— Fique tranquila, estou tão bem disfarçado que ninguém vai me reconhecer. — Insistiu Ahri, curioso para ver onde ela estava morando agora.Depois de várias recusas, Francisca acabou cedendo:— Tá bom.Ao saírem, o vento gelado e a neve os envolveram. Ahri imediatamente se colocou na frente dela, protegendo-a da maior parte do frio. Ele sorriu:— Quem diria que Cidade C teria tanta neve assim? Você sabia que antes de voltar, eu estava na praia? Lá estava bem quentinho.Ahri era uma pessoa extremamente positiva. Francisca ouvia suas histórias e respondia de vez em quando. Eles entraram no carro um atrás do outro, sem perceberem o discreto Maybach preto estacionado ao longe. Si
— As coisas entre nós são complicadas, não dá pra explicar de uma vez só. — Disse Francisca, um pouco desconfortável.Ahri percebeu que não era o momento de insistir.— Tudo bem, se não quiser falar, não tem problema.— Sim.— Vou indo então. Da próxima vez, lembre-se de trazer o Breno e o Fábio.Breno e Fábio gostavam muito de Ahri, e ele também tinha um carinho especial pelos dois meninos.Francisca assentiu:— Pode deixar.Ela ficou olhando Ahri se afastar, quando Simão desceu do carro e se aproximou, trazendo novidades:— Se as informações que obtive estiverem corretas, quem sequestrou Breno tem ligação com Cristina.— Cristina?Os olhos de Francisca se estreitaram. Embora já tivesse considerado essa possibilidade, ainda era chocante, dada a relação de sangue entre elas. Afinal, o ódio de Cristina parecia surgir apenas porque Francisca e Admir tinham se encontrado algumas vezes.— Você tem certeza? — Descobri que o homem que Breno desenhou se chama Terudo, um dos capangas da Lara.
Fábio pensou um pouco e se aproximou de Antônio:— Muito simples, você me leva para conhecer sua nova empresa.Antônio ficou surpreso:— O que você quer fazer na minha empresa?— Eu só quero ver o quanto a empresa é grande.Fábio pensava que, do jeito que as coisas estavam indo, a mãe provavelmente aceitaria o pai de volta. Para voltar a viver com o pai, ele precisava conhecer melhor a capacidade dele. Se o pai não fosse competente, ele não aceitaria que a mãe voltasse para ele.— Tudo bem, amanhã te levo lá. Agora, fala. — Antônio estava curioso para saber o que Fábio queria.Então, Fábio contou:— Hoje, a pessoa que estava com a mamãe se chama Ahri. Ele é um cantor que minha mãe ajudou quando estava no exterior. Agora ele é uma superestrela internacional.Superestrela internacional? Ahri?Antônio achou o nome familiar, como se já tivesse ouvido antes. Guilherme mencionou algo durante o dia, mas Antônio geralmente não prestava atenção em nomes de celebridades.— Tio Antônio, você não
Francisca não sabia que Antônio já estava ciente de sua identidade como compositora. Antônio, tendo sido recusado por ela duas vezes, ficava cada vez mais preocupado que Ahri a persuadisse a ir embora.No dia seguinte, antes do amanhecer, Antônio foi para a empresa e pediu a Guilherme que investigasse o famoso Ahri. Naturalmente, ele esqueceu a promessa feita a Fábio de levá-lo à empresa.Guilherme ficou um pouco confuso:— Senhor, Ahri é o cantor que recentemente voltou ao país. Estamos até planejando convidá-lo para a nossa empresa.Antônio então se lembrou de onde conhecia o nome.— E como estão as negociações?Guilherme respondeu honestamente:— Ahri é diferente de outros cantores. Ainda não conseguimos descobrir do que ele gosta. Ele mencionou que gosta de liberdade e detesta restrições, então recusou nosso convite. Mas já mandei investigar seus gostos, logo teremos informações mais detalhadas.Antônio não estava tão preocupado se conseguiriam contratá-lo ou não.— Ele é realmente
Antônio, embora fosse exigente com seus subordinados, nunca era mesquinho. Ele promoveu Ilídio e dobrou seu salário.Ilídio, com sua expressão sempre séria, não demonstrou nenhuma emoção. No entanto, antes de sair, ele não pôde deixar de perguntar a Antônio:— Sr. Antônio, a Claudia vai se casar com o Marcelo?Ilídio tinha ouvido alguns rumores. Ele sabia que Antônio e Marcelo eram grandes amigos.Antônio não escondeu nada:— Sim, eles já estão noivos.Ao ouvir isso, os olhos de Ilídio brilharam com uma emoção indefinida:— Sr. Antônio, a Claudia é amiga da sua esposa. Você poderia fazer o favor de pedir ao Marcelo para não casar com ela?Antônio não entendeu o significado da pergunta. Ele não indagou o motivo, apenas respondeu friamente:— Ilídio, aqui é a empresa, e eu não me meto nos assuntos pessoais dos outros. Se você não quer que a Claudia se case com o Marcelo, deve falar diretamente com eles.Antônio detestava se envolver nos relacionamentos alheios. Após ouvir isso, Ilídio sa
Fábio olhou para o presente que Gabriela trouxe, fingindo curiosidade:— É um drone?— Sim. Vou ajudar você a abrir. — Disse Gabriela.— Tá bom.Gabriela achava que era fácil agradar crianças, mas não sabia que Fábio tinha outras intenções. Quando ela tirou o drone de avião da caixa e o entregou a Fábio:— Quer que eu te ensine a brincar?Fábio pegou o drone, levantou-o, e com um movimento rápido, a asa do avião acertou o olho de Gabriela.— Ai! Gabriela gritou de dor, sem conseguir evitar.— Vovó, você está bem? — Perguntou Fábio, fingindo preocupação.Gabriela pensou que ele tinha sido desajeitado, acenou com a mão:— Estou bem.Fábio não iria deixá-la escapar tão facilmente. Pegou o controle remoto e ligou o avião, fazendo-o voar ao redor da cabeça de Gabriela. O zumbido começou a incomodá-la:— Fábio, você pode fazer o avião voar lá fora.— Tá bom.Fábio manipulou o controle remoto, fingindo um erro, direcionando o avião para o rosto de Gabriela. Ela tentou se desviar rapidamente,
O grito de dor chegou aos ouvidos de Francisca, que estava compondo uma música. Curiosa, ela saiu em direção ao salão. De longe, viu Gabriela na sala de estar, com uma mão no rosto e a outra apontando para Fábio:— Você fez isso de propósito, não fez?Uma vez poderia ser acidente, mas duas? Fábio mantinha uma expressão inocente e confusa:— Vovó, o que aconteceu? Por que está gritando comigo?A babá se colocou à frente dele:— Senhora, o Fábio não fez de propósito, ele é um menino tão bom.Gabriela não acreditava:— Isso é álcool, não iodo. Meu rosto está ardendo de dor!— Fábio nem começou a ir à escola ainda, como ele poderia distinguir entre iodo e álcool? — Explicou a babá e pensava que a jovem senhora estava sendo muito difícil. Como alguém que se dizia avó do menino podia ser tão pouco compreensiva? Gabriela considerou a explicação da babá, lembrando que o garoto parecia ter apenas quatro ou cinco anos. Mas ao pensar no seu rosto, danificado por causa da criança, não conseguia s
Francisca instruiu a babá a nunca mais deixar Gabriela entrar.Uma pessoa que nem reconhecia a própria filha, como iria reconhecer o neto?Enquanto isso, do outro lado, Gabriela voltou para casa ainda sentindo dores no abdômen. Francisca apenas a empurrou, então por que seu estômago doía tanto?Gabriela pensou em consultar um médico, mas a dor diminuiu logo depois. Ela não deu muita importância e ligou a televisão no hospital, onde viu um vídeo de Cristina dançando. Olhando para a filha glamorosa na tela, seus olhos se encheram de alegria.Lorenzo entrou na sala com uma pilha de documentos jurídicos:— Mãe, aqui estão as intimações da Francisca. Ela quer que devolvamos os bens da família Oliveira.Gabriela ficou surpresa. Pegou os documentos e viu que era verdade:— Francisca realmente quer brigar comigo.— Mãe, você não disse que o dinheiro foi emprestado temporariamente à família Costa? Que eles devolveriam o dobro? Agora que a família Costa está bem de vida, devolvam o dinheiro para