Lorenzo ficou perplexo, sem entender por que Marcelo, que costumava odiar tanto Francisca, de repente estava defendendo-a. Mas ele reagiu rapidamente e disse:- Entendi, entendi, ela é minha irmã, eu vou respeitá-la a partir de agora.Marcelo então se levantou e perguntou novamente:- Você disse para Francisca que se ela falasse com Admir, Admir iria te ajudar?Com medo de Marcelo, Lorenzo repetiu exatamente o que Admir havia dito depois de sua visita a ele. Marcelo ouviu em silêncio, com algumas dúvidas.- Admir conhece Francisca?- Deve conhecer, caso contrário, como ele diria algo assim?Lorenzo também não tinha certeza.Houve algum tipo de conexão entre a Família Oliveira e a Família de Pareira. Lorenzo ainda se lembrava de quando Francisca escreveu uma carta de amor para Antônio em segredo no quarto e ele a descobriu e rasgou.Marcelo sentiu que havia descoberto algo importante sem querer. Ele queria fazer mais perguntas, mas alguém se aproximou.- Marcelo, o que você está fazendo
- Vou pedir ao Guilherme para investigar. - Respondeu Antônio imediatamente.Francisca balançou a cabeça:- Não, você não é mais o chefe do Guilherme, não fique incomodando ele o tempo todo. Já pedi ajuda ao Simão, o Henrique disse que o Simão já trabalhou como agente secreto, ele é bom nessas coisas.Simão novamente... Antônio quase havia esquecido desse segurança tão bonito e competente.- Se o Simão também não descobrir nada, então vou pedir ajuda ao Henrique. - Continuou Francisca.Ela não percebeu que Antônio estava com ciúmes. Ao mencionar Henrique, Francisca ficou um pouco surpresa, estranhando como não havia tido notícias dele ultimamente. Antônio apertou sua mão com força:- Por que não pode me pedir ajuda?Francisca ficou confusa, olhando para Antônio:- Você não está cego agora? Não tem memória?Antônio se arrependeu de ter se colocado nessa situação. Ele parou e se inclinou em direção a Francisca.- Mas assim, eu vou ficar com ciúmes.O hálito quente caiu no rosto de Franci
Francisca sentia dificuldade para respirar, mas felizmente esse beijo não durou muito. A mão de Antônio tocou seu rosto quente e parou, ele abaixou a voz:- Você se assustou, não é?Francisca virou o rosto, prestes a sair de seus braços, mas ele a segurou de volta.- Você está grávida, não se mexa.- Sabendo que estou grávida, você ainda age assim?Francisca disse com raiva.- Nós somos casados, beijar é normal. - Disse Antônio palavra por palavra.Francisca puxou o cobertor para se cobrir e parou de falar. Antônio não estava acostumado com ela tão quieta.- Vamos conversar, tudo bem?Ele nem percebeu o quão insignificante ele era agora.- Não há nada para conversar, eu vou voltar para o quarto, me solte. - Disse Francisca friamente.Antônio não concordou e a abraçou mais forte. A partir de agora, ele estaria ao lado de Francisca, evitando que certas pessoas a procurassem.- Tenho lembrado vagamente da minha infância ultimamente.Francisca olhou para ele com surpresa, e ele continuou:
Simão contou a Francisca tudo o que havia investigado. O que mais o intrigava agora era quem era a pessoa que o ajudou na investigação.- Se houver novas descobertas, eu te avisarei. - Disse Simão.- Obrigada. - Respondeu Francisca, segurando o celular com um peso extra em seu coração. Ela havia apenas especulado anteriormente, mas não imaginava que tudo fosse verdade. Seu irmão era realmente tolo, ajudando um estranho.Antônio, ao ver Francisca terminar a ligação, perguntou:- O que aconteceu?Francisca contou a ele sobre as informações de Simão. Ela decidiu que, por enquanto, consideraria Antônio apenas como um ouvinte.- E o que você pretende fazer? Antônio havia percebido há muito tempo, mas não se importou na época. - Vou recuperar o que pertence à Família Oliveira.Se fosse apenas Lorenzo que tivesse perdido toda a fortuna, estaria tudo bem. Mas agora estava claro que eles foram enganados.Não era de se surpreender que o pai tinha deixado um testamento como precaução, ele prova
O semblante de Antônio não se amenizou nem um pouco. Para aliviar o constrangimento, Francisca perguntou a ele:- Você não foi trabalhar?Antônio, com seu rosto bonito, ficou ainda mais descontente. Ele não saiu hoje, então o que ele estava fazendo?- Hoje não preciso trabalhar.- Ah, então descanse bem. - Disse Francisca ao se levantar.Mas Antônio bloqueou seu caminho:- Não tem mais nada para dizer?Francisca lembrou do ocorrido na noite passada:- Não, tenho que trabalhar, não vou falar com você.Ela estava prestes a sair do quarto, mas Antônio a abraçou firmemente. Sua garganta se movia enquanto ele dizia:- Francisca, lembre-se, eu não sou o Admir e nunca serei como ele.Francisca ficou surpresa e olhou para ele.- Você se lembrou?- Não. - A mão de Antônio tocou seu rosto, acariciando-o repetidamente. - Eu não gosto de ser confundido com outra pessoa.O olhar de Francisca desviou um pouco:- Eu não confundi, foi apenas um lapso de língua.- É mesmo? É melhor que seja assim.As p
No Grupo Pareira.Admir mandou Cristina embora. Sónia veio com uma expressão descontente:- Mestre Admir, você realmente vai ficar noivo dela?Sónia achava que Cristina, apesar de ter um currículo impressionante, era muito arrogante e não era dignada demais para Admir. Admir deu um gole de água, seus olhos suaves não revelavam nenhuma emoção:- Eu estou na idade certa, já é hora de me casar.Na idade dele, algumas pessoas já têm filhos.- Mas se casar apenas por casar, isso é muito...Sónia não conseguiu terminar de falar, pois foi interrompida por Admir:- Vá trabalhar.Vendo isso, ela teve que sair com os olhos vermelhos. Os convites de noivado foram rapidamente enviados, e era claro que Antônio também recebeu um deles.Antônio estava trabalhando quando ouviu Guilherme mencionar o noivado de Admir e Cristina. Ele se apoiou na cadeira, em silêncio.- Talvez devesse adiar? - Sugeriu Guilherme.Ele podia ver que Antônio não gostava muito desse irmão.- É claro que vou participar.Antôni
- Filha boba, não existe médico tão incrível assim.Helena, era claro, sabia que Francisca estava brincando.Ela deu um tapinha na mão de Francisca:- Eu não quero viver por muito tempo, os velhos são desprezados, já vivi o suficiente.Francisca segurou as lágrimas, lutando para não deixá-las cair.- Bobagem, você ainda tem que ver Breno e Fábio crescerem, vê-los se casarem e terem filhos.Helena pensou nas palavras de Francisca, com esperança em seus olhos. É claro que ela queria, mas também sabia que seu corpo não aguentaria por muito tempo. Depois de viver tanto tempo e ter um filho que era como uma filha de verdade, ela estava satisfeita.A única coisa que a preocupava agora era Francisca, sozinha.Dias atrás, Helena já havia percebido que Antônio havia recuperado parte de sua memória, que ele não tinha nenhuma dívida e que ele queria ficar ao lado de Francisca. Embora passasse a maior parte do tempo em seu próprio quarto, ela sabia que o motivo pelo qual Francisca conseguiu trazer
Algumas pessoas notaram o rosto bonito de Antônio e ficaram impressionadas:- Ser bonito é bom, mesmo cego tem mulher sustentando.- Como você sabe que ele é sustentado por mulheres? Eu acho aquela mulher bonita também.- Verdade, será que ela é sustentada por homens? Até cego teria interesse?Algumas senhoras que estavam comprando falavam cautelosamente entre si.Antônio ouviu claramente o que elas estavam dizendo, chamando-o de cego, e sentiu sua pressão arterial diminuir.- Francisca, vou sair um pouco. - Disse Antônio.- Quer que eu te acompanhe? - Perguntou Francisca.- Não precisa.Antônio saiu cautelosamente, ele se lembrava do caminho, apenas tinha medo de esbarrar em alguém. A recepcionista feminina se aproximou imediatamente para ajudá-lo, com uma expressão de admiração no rosto:- Senhor, para onde o senhor deseja ir? Deixe-me te ajudar a sair.No entanto, seu sorriso desapareceu em menos de três segundos, quando Antônio a afastou bruscamente e disse com voz séria:- Saia da