- Filha boba, não existe médico tão incrível assim.Helena, era claro, sabia que Francisca estava brincando.Ela deu um tapinha na mão de Francisca:- Eu não quero viver por muito tempo, os velhos são desprezados, já vivi o suficiente.Francisca segurou as lágrimas, lutando para não deixá-las cair.- Bobagem, você ainda tem que ver Breno e Fábio crescerem, vê-los se casarem e terem filhos.Helena pensou nas palavras de Francisca, com esperança em seus olhos. É claro que ela queria, mas também sabia que seu corpo não aguentaria por muito tempo. Depois de viver tanto tempo e ter um filho que era como uma filha de verdade, ela estava satisfeita.A única coisa que a preocupava agora era Francisca, sozinha.Dias atrás, Helena já havia percebido que Antônio havia recuperado parte de sua memória, que ele não tinha nenhuma dívida e que ele queria ficar ao lado de Francisca. Embora passasse a maior parte do tempo em seu próprio quarto, ela sabia que o motivo pelo qual Francisca conseguiu trazer
Algumas pessoas notaram o rosto bonito de Antônio e ficaram impressionadas:- Ser bonito é bom, mesmo cego tem mulher sustentando.- Como você sabe que ele é sustentado por mulheres? Eu acho aquela mulher bonita também.- Verdade, será que ela é sustentada por homens? Até cego teria interesse?Algumas senhoras que estavam comprando falavam cautelosamente entre si.Antônio ouviu claramente o que elas estavam dizendo, chamando-o de cego, e sentiu sua pressão arterial diminuir.- Francisca, vou sair um pouco. - Disse Antônio.- Quer que eu te acompanhe? - Perguntou Francisca.- Não precisa.Antônio saiu cautelosamente, ele se lembrava do caminho, apenas tinha medo de esbarrar em alguém. A recepcionista feminina se aproximou imediatamente para ajudá-lo, com uma expressão de admiração no rosto:- Senhor, para onde o senhor deseja ir? Deixe-me te ajudar a sair.No entanto, seu sorriso desapareceu em menos de três segundos, quando Antônio a afastou bruscamente e disse com voz séria:- Saia da
Cristina! Francisca ficou tensa. Antônio a abraçou e pôde sentir claramente a mudança nela.- O que houve?Francisca balançou a cabeça:- Nada.Antônio franziu a testa, seu bom humor do dia havia desaparecido completamente.- Se você não quiser ir, eu posso ir sozinho.- A Helena disse que, afinal de contas, eu sou cunhada dele, ele está noivo, eu devo ir.Quando ouviu Francisca admitir que era cunhada do Admir, o humor de Antônio se acalmou. Chegando em casa, eles conferiram os presentes e Francisca, exausta, se jogou no sofá para descansar. Não demorou muito e um telefonema chegou.Francisca atendeu e estava prestes a perguntar quem era, quando reconheceu a voz do outro lado.- Francisca, sou o Admir.O coração de Francisca se apertou instantaneamente. Embora eles tivessem se encontrado antes, eles nunca tinham conversado em particular.- Algum problema?Francisca tinha muitas perguntas para fazer, mas quando abriu a boca, não conseguiu dizer nada.- Podemos conversar pessoalmente? -
Admir finalmente conseguiu a oportunidade de perguntar, diretamente:- Francisca, você já esteve na Família de Pareira quando era criança. Você já ouviu falar de gêmeos lá?Francisca balançou a cabeça. Se ela soubesse que Antônio tinha um irmão gêmeo, certamente ficaria confusa sobre seu amado. No entanto, desde que seus pais a levaram para Cidade C, ela raramente visitou a Família de Pareira. E nem mesmo ouviu de outras pessoas que Antônio tinha um irmão gêmeo.- Porque eu nasci com uma doença grave, não posso ficar exposto ao frio, tenho medo do sol. Quando era pequeno, eu praticamente vivia na sala de cuidados intensivos, a família achava que eu não sobreviveria. Por isso, não contaram ao mundo sobre a minha existência. Mais tarde, quando minha saúde melhorou um pouco, voltei para a Família de Pareira, mas meu corpo ainda era frágil. Eu praticamente não tive contato com o mundo exterior, exceto você.Admir continuou:- A razão pela qual eu disse que era Antônio é porque eu tinha med
Francisca ficou paralisada por um momento e rapidamente se soltou dos braços de Admir:- Eu já estou casada.Seus olhos estavam cheios de confusão, e a expressão de resistência era clara aos olhos de Admir. Admir sentiu um aperto na garganta e demorou um pouco para recolher a mão, seus olhos cheios de tristeza.- Então, ainda podemos ser amigos no futuro?Francisca se acalmou e olhou para ele, dizendo suavemente:- Nós não somos apenas amigos agora, somos família. Se você noivar, eu irei comparecer.- Está bem, vou esperar por você.Admir forçou um sorriso.- Não temos mais nada para discutir, então, vou indo.Francisca começou a caminhar de volta pela neve. Admir ficou em pé ao lado do carro, observando sua figura desaparecer aos poucos diante de seus olhos. Parecia que, naquele momento, Francisca havia se perdido na imensidão da neve.Na Cidade C.Sónia esperou por Admir voltar para a empresa, mas ficou intrigada quando ele não apareceu. Era a primeira vez que ela não sabia o paradei
Francisca ficou completamente perplexa, ouvindo vagamente Affael rugindo do outro lado:- Quem é o pai dessa criança? Eu vou matá-lo!Acompanhando o rugido, podia-se ouvir o som de vasos e móveis sendo arremessados.Breno também ouviu e rapidamente disse:- Mamãe, não vou mais falar com você, vou ver como a tia Claudia está e pedir para o vovô não bater nela.Francisca: - Tá bom.Breno desligou o telefone e saiu do quarto. Ele encontrou Claudia deitada no sofá, com uma expressão descarada, enquanto Affael estava furioso, jogando coisas. Apesar de ter quebrado um vaso, ele teve cuidado para não machucar a filha.- Pai, por favor, pare de perguntar. Eu também não sei quem é o pai da criança, foi apenas uma noite de paixão. - Disse Claudia, bocejando. - Então, por favor, não tente me juntar com o Marcelo novamente, e não me arranje encontros às cegas. Esses filhos de famílias ricas nunca aceitariam uma mulher com filho.Affael não esperava que ela realmente não soubesse quem era o pai da
Francisca ouviu a voz de Fábio, que não estava mais tão infantil e mimado como antes, mas sim cautelosa. Imediatamente, ela explicou:- Estava ocupada demais hoje e esqueceu de te ligar, desculpe. Amanhã eu vou te ver, tudo bem?Ao ouvir isso, Fábio não pôde deixar de suspirar de alívio e respondeu de forma obediente:- Não tem problema, mamãe, você está ocupada. Estou bem no hospital, não precisa se preocupar em vir até aqui.Normalmente, nessa situação, Fábio certamente iria fazer birra e pedir para Francisca ir vê-lo imediatamente, mas agora ele era tão responsável quanto Breno.Francisca sentiu um aperto no coração ao ouvir isso. Ela decidiu que definitivamente iria visitar Fábio no dia seguinte.Depois de conversar por um bom tempo, Francisca finalmente desligou o telefone e se deitou no sofá para descansar.Uma figura alta bloqueou sua visão, obstruindo a luz à sua frente. Francisca abriu os olhos e viu Antônio parado ali, sem saber quando ele havia chegado.- Algum problema? - P
Francisca não estava com disposição para dar atenção a ele, então puxou o cobertor para se cobrir e deixou Antônio deitar ao seu lado.- Se você quer dormir aqui, então durma assim. - Disse Francisca.Apagaram a luz e, em pouco tempo, Francisca já estava dormindo. Antônio ouvia sua respiração e a puxou para seus braços.No dia seguinte, quando Francisca acordou, sentiu o peito firme de Antônio. Ela abriu os olhos lentamente e se deparou com o rosto bonito de Antônio olhando para ela.Francisca rapidamente se levantou de seu abraço, certificando-se de que ele ainda estava dormindo, e colocou um casaco enquanto se levantava da cama. Assim que abriu a porta do quarto, viu Helena também acordada. Helena olhou para ela com ternura nos olhos:- Francisca, venha aqui, preciso falar com você.Francisca ficou um pouco envergonhada, achando que Helena tinha entendido tudo errado. Ela seguiu Helena de volta para o quarto dela e explicou:- Ontem à noite, ele insistiu em ficar, mas não aconteceu n