- Não se preocupe, agora eles não vão mais me prejudicar.Depois de conversar com Melo, Francisca desligou o telefone e imediatamente entrou em contato com uma empresa no exterior para enviar um extrato bancário comprovando os movimentos, que ela entregou a Melo. Apesar de não ser tão habilidoso quanto o renomado advogado Ilídio, Melo era um ex-chefe do departamento jurídico do Grupo Oliveira e deveria saber como lidar com a situação.Depois de resolver o assunto, Francisca ficou com os sentimentos confusos e não conseguia se acalmar. Cinco anos atrás, ela havia rompido os laços com sua mãe Gabriela. E agora ela havia retornado...- Francisca.A porta não estava fechada. Helena, sem que Francisca percebesse, havia chegado à porta, olhando para ela com preocupação. Quando Francisca se virou, viu Helena com os cabelos brancos e o rosto cheio de rugas.- O que você está fazendo acordada? - Perguntou Francisca.- Dormi demais e não consigo mais dormir. - Sorriu Helena suavemente.Francisca
Francisca nem sequer sabia que Gabriela havia vindo especialmente para a Cidade Sambo hoje e que viu ela morando em uma casa de tijolos em ruínas.Gabriela também não havia contatado ela, e o motivo de sua vinda era apenas por causa dos 8 bilhões nas mãos de Melo.Nos últimos dias, Gabriela recebeu uma ligação de Catarina no exterior, dizendo que Francisca não havia morrido e havia voltado para a Cidade C, começando a trabalhar com o Grupo Pareira.Então Gabriela voltou para o país, pensando que Francisca teria mudado, mas não esperava que ela ainda estivesse lutando na justiça para se divorciar de Antônio, e agora estivesse tão desamparada.Ao ver Francisca morando em uma casa precária e tão próxima de uma empregada, Gabriela simplesmente pediu ao motorista para voltar para a Cidade C. No caminho, ela ligou para seu filho Lorenzo:- Eu vi Francisca hoje, aqueles 8 bilhões com certeza não são dela, você precisa dar um jeito de pegar esse dinheiro.Se Francisca tivesse 8 bilhões, como p
Após Francisca e Antônio se casarem, Antônio pediu que Guilherme desse a ela um cartão com uma quantia não muito alta, mas também não muito baixa, de um milhão e duzentos mil reais.Naquele tempo, Guilherme havia dito:- Aqui estão um milhão e duzentos mil reais. É a mesada mensal da Sra. Francisca dada pelo Sr. Antônio. O Sr. Antônio disse que esse dinheiro não é de ninguém mais, então, quando a senhora comprar algo, lembre-se de anotar quanto gastou.Quando concordou em morar junto com Sílvia, Francisca havia pensado em retribuir tudo o que havia sofrido na Família de Pareira.Ela queria que ele também experimentasse um pouco, e assim recuperasse a memória. Para um homem, ter uma mulher lhe dando dinheiro para gastar e ainda exigindo prestação de contas, certamente feriria sua dignidade. Ainda mais sendo essa pessoa o sempre vaidoso Antônio.Mas agora, Antônio pegou o cartão, sem ficar nem um pouco bravo, e, com um leve sorriso no canto da boca, disse:- Francisca, me diga o que você
Francisca não esperava que Antônio tivesse comprado as coisas tão rápido e preparado o café da manhã. Ela olhou para a mesa cheia de pão, leite, frutas e outros itens.Antônio ouviu os passos dela e a olhou:- Eu não sabia o que você gosta de comer, então preparei um pouco de tudo. Ah, e aqui está o recibo das compras.Francisca olhou para o recibo que ele entregou e ela realmente não esperava que Antônio fosse realmente ouvi-la.- Mas você não está cego? Como você comprou tudo isso?Antônio colocou um copo de leite na frente dela: - Posso usar o comando de voz no celular.Francisca não desconfiou, abaixando a cabeça para beber o leite. Ainda estava quente. Depois, ela comeu alguns pedaços de pão e provocou:- Eu não estou acostumada com café da manhã comprado fora.Antônio hesitou por um momento:- É que eu não sei cozinhar.Ele havia tentado preparar o café da manhã logo cedo, mas não tinha a menor ideia de como fazer. Depois que perdeu a memória, Guilherme havia mostrado a ele os a
Hoje, Breno acompanhou Flávio até a Família de Pareira, sob o pretexto de conhecer o pai que Sílvia havia encontrado para ele. Na verdade, ele queria ver quem era o homem que havia substituído seu pai na empresa. Então, ele pediu a Flávio para levá-lo até a residência de Antônio.- Breno, acho que ele não virá hoje, então não o veremos. - Suspirou Flávio.Flávio ainda queria aproveitar a oportunidade para dar uma lição naquele homem que havia abandonado sua esposa e filho. Breno não se importava muito, mas fingiu dizer:- Se você o ver algum dia, me avise, por favor.- Tudo bem. - Flávio bateu no peito e continuou. - Quando eu me tornar o presidente do Grupo Pareira, mando alguém dar um jeito nele.Esse menino, ainda nem cresceu e já parece um tirano. Não se sabe de quem ele aprendeu isso.Breno continuou a fingir interesse, quando seu olhar se fixou em um homem alto vestido de preto, parado na neve, olhando para os dois. Seu rosto e traços eram idênticos aos de Antônio, mas Breno perc
Mal Flávio havia falado, ele se arrependeu, mas já que havia feito aquela grande promessa, não poderia voltar atrás. Então, Flávio levou Breno por um caminho escondido até a entrada lateral da casa de Antônio.Ao chegarem lá, Flávio ficou tenso, mas manteve um ar de orgulho no rosto.- Viu só? Essa é a casa do meu tio.Breno olhou ao redor e notou que o cômodo do lado leste tinha decoração luxuosa, com colunas de mármore nobre. De repente, ele colocou a mão sobre a barriga:- Ai, estou com dor de barriga, não dá mais, preciso ir ao banheiro.Sem esperar por Flávio, Breno correu em direção ao cômodo leste. Flávio ficou aflito:- Você não pode ir lá, é o quarto do meu tio.Mal ele terminou de falar, uma empregada apareceu. Ao ver que era Flávio, ela o repreendeu: - Jovem Mestre, o que faz aqui? O Sr. Antônio não gosta de crianças, é melhor ir embora antes que eu ligue pra ele.Flávio já não conseguia mais ver Breno e, com medo de que a empregada realmente chamasse Antônio, fugiu dali en
- Tia Claudia, por que você entrou sem bater? - Disse Breno irritado.- Ah, me desculpe, eu esqueci. - Claudia se aproximou. - Pequeno Breno, você ainda se lembra da sua promessa para mim?Breno suspirou:- Claro que me lembro, não é apenas fingir ser seu filho e me vingar do seu ex-namorado? Eu sou especialista em me vingar dos outros, se você precisar, posso até arranjar um marido pra você, assim eu mesmo arranjaria um pai.Claudia o encarou com olhos arregalados:- Mesmo?Breno não esperava que tia Claudia acreditasse, mas pela felicidade dela, ele apenas bateu no peito: - Claro, essa pessoa com certeza será melhor que o seu ex-namorado.- Quanto custa?Claudia perguntou seriamente. Ela estava pensando que um gigolô mais bonito que Ilídio, provavelmente não sairia barato. Ela não imaginava que Breno, ainda tão jovem, tivesse esse tipo de contato.- Isso você não precisa se preocupar, agora vá dormir, boa noite.Breno se deitou na cama, cobrindo a cabeça com o cobertor.Claudia susp
Ao ouvir as palavras de Helena, Antônio saiu imediatamente da cozinha.Ao sair, seu braço esbarrou acidentalmente no armário, fazendo com que os frascos e garrafas espalhados por cima se quebrassem no chão. Uma das garrafas caiu diretamente em sua mão, deixando-a arroxeada e com marcas.Antônio não se importou. Nesses últimos dias, ele havia memorizado a localização de tudo naquele lugar, mas os objetos pareciam estar se movendo.Ao sair, ele esbarrou em algumas mesas e cadeiras antes de chegar do lado de fora. Ele logo ligou para Guilherme, pedindo que ele viesse de carro.Enquanto esperava por Guilherme, Antônio percebeu claramente a diferença entre uma pessoa normal e um cego. Se ele pudesse enxergar, teria ido de carro até Francisca, mas agora precisava esperar por Guilherme. Felizmente, a casa de Guilherme ficava bem perto, apenas a cinco ou seis minutos de distância.Ao ver Antônio parado na neve, Guilherme pensou que ele havia sido expulso por Francisca e nem mesmo teve tempo de