Francisca não esperava que Antônio tivesse comprado as coisas tão rápido e preparado o café da manhã. Ela olhou para a mesa cheia de pão, leite, frutas e outros itens.Antônio ouviu os passos dela e a olhou:- Eu não sabia o que você gosta de comer, então preparei um pouco de tudo. Ah, e aqui está o recibo das compras.Francisca olhou para o recibo que ele entregou e ela realmente não esperava que Antônio fosse realmente ouvi-la.- Mas você não está cego? Como você comprou tudo isso?Antônio colocou um copo de leite na frente dela: - Posso usar o comando de voz no celular.Francisca não desconfiou, abaixando a cabeça para beber o leite. Ainda estava quente. Depois, ela comeu alguns pedaços de pão e provocou:- Eu não estou acostumada com café da manhã comprado fora.Antônio hesitou por um momento:- É que eu não sei cozinhar.Ele havia tentado preparar o café da manhã logo cedo, mas não tinha a menor ideia de como fazer. Depois que perdeu a memória, Guilherme havia mostrado a ele os a
Hoje, Breno acompanhou Flávio até a Família de Pareira, sob o pretexto de conhecer o pai que Sílvia havia encontrado para ele. Na verdade, ele queria ver quem era o homem que havia substituído seu pai na empresa. Então, ele pediu a Flávio para levá-lo até a residência de Antônio.- Breno, acho que ele não virá hoje, então não o veremos. - Suspirou Flávio.Flávio ainda queria aproveitar a oportunidade para dar uma lição naquele homem que havia abandonado sua esposa e filho. Breno não se importava muito, mas fingiu dizer:- Se você o ver algum dia, me avise, por favor.- Tudo bem. - Flávio bateu no peito e continuou. - Quando eu me tornar o presidente do Grupo Pareira, mando alguém dar um jeito nele.Esse menino, ainda nem cresceu e já parece um tirano. Não se sabe de quem ele aprendeu isso.Breno continuou a fingir interesse, quando seu olhar se fixou em um homem alto vestido de preto, parado na neve, olhando para os dois. Seu rosto e traços eram idênticos aos de Antônio, mas Breno perc
Mal Flávio havia falado, ele se arrependeu, mas já que havia feito aquela grande promessa, não poderia voltar atrás. Então, Flávio levou Breno por um caminho escondido até a entrada lateral da casa de Antônio.Ao chegarem lá, Flávio ficou tenso, mas manteve um ar de orgulho no rosto.- Viu só? Essa é a casa do meu tio.Breno olhou ao redor e notou que o cômodo do lado leste tinha decoração luxuosa, com colunas de mármore nobre. De repente, ele colocou a mão sobre a barriga:- Ai, estou com dor de barriga, não dá mais, preciso ir ao banheiro.Sem esperar por Flávio, Breno correu em direção ao cômodo leste. Flávio ficou aflito:- Você não pode ir lá, é o quarto do meu tio.Mal ele terminou de falar, uma empregada apareceu. Ao ver que era Flávio, ela o repreendeu: - Jovem Mestre, o que faz aqui? O Sr. Antônio não gosta de crianças, é melhor ir embora antes que eu ligue pra ele.Flávio já não conseguia mais ver Breno e, com medo de que a empregada realmente chamasse Antônio, fugiu dali en
- Tia Claudia, por que você entrou sem bater? - Disse Breno irritado.- Ah, me desculpe, eu esqueci. - Claudia se aproximou. - Pequeno Breno, você ainda se lembra da sua promessa para mim?Breno suspirou:- Claro que me lembro, não é apenas fingir ser seu filho e me vingar do seu ex-namorado? Eu sou especialista em me vingar dos outros, se você precisar, posso até arranjar um marido pra você, assim eu mesmo arranjaria um pai.Claudia o encarou com olhos arregalados:- Mesmo?Breno não esperava que tia Claudia acreditasse, mas pela felicidade dela, ele apenas bateu no peito: - Claro, essa pessoa com certeza será melhor que o seu ex-namorado.- Quanto custa?Claudia perguntou seriamente. Ela estava pensando que um gigolô mais bonito que Ilídio, provavelmente não sairia barato. Ela não imaginava que Breno, ainda tão jovem, tivesse esse tipo de contato.- Isso você não precisa se preocupar, agora vá dormir, boa noite.Breno se deitou na cama, cobrindo a cabeça com o cobertor.Claudia susp
Ao ouvir as palavras de Helena, Antônio saiu imediatamente da cozinha.Ao sair, seu braço esbarrou acidentalmente no armário, fazendo com que os frascos e garrafas espalhados por cima se quebrassem no chão. Uma das garrafas caiu diretamente em sua mão, deixando-a arroxeada e com marcas.Antônio não se importou. Nesses últimos dias, ele havia memorizado a localização de tudo naquele lugar, mas os objetos pareciam estar se movendo.Ao sair, ele esbarrou em algumas mesas e cadeiras antes de chegar do lado de fora. Ele logo ligou para Guilherme, pedindo que ele viesse de carro.Enquanto esperava por Guilherme, Antônio percebeu claramente a diferença entre uma pessoa normal e um cego. Se ele pudesse enxergar, teria ido de carro até Francisca, mas agora precisava esperar por Guilherme. Felizmente, a casa de Guilherme ficava bem perto, apenas a cinco ou seis minutos de distância.Ao ver Antônio parado na neve, Guilherme pensou que ele havia sido expulso por Francisca e nem mesmo teve tempo de
Na entrada da loja, Francisca apressadamente retirou sua mão:- Aquilo era quando eu era criança e não entendia.Quando era pequena, ela nem sequer sabia sobre a diferença entre homens e mulheres. Além disso, naquela época o Henrique era um menino gordinho e menor que ela. Ela o tratava como um irmão, e sempre que Helena fazia algo gostoso, ela levava para ele. Mas agora, quem diria que aquele garotinho se tornaria um homem alto e atraente. O pior era que ele exalava uma aura de orgulho e arrogância, nenhuma garota ousaria encostar a mão gelada em seu rosto.O olhar de Henrique refletia o distanciamento de Francisca, um toque de melancolia em seus olhos:- Na verdade, você não precisa ficar contida na minha frente.Henrique sempre se lembrava dos invernos da infância, quando ele estava com frio, era Francisca quem trazia secretamente roupas, cobertores e comida para ele, ainda o animando. Se não fosse por Francisca, ele provavelmente teria morrido de fome ou congelado, e não assassinad
Francisca apertou ainda mais a mão que apertava Antônio e falou em um tom mais grave:- Se você não falar nada, ninguém vai achar que você é mudo.Antônio parecia não sentir dor alguma e disse a Henrique:- Sr. Henrique, desculpe, mas eu e minha esposa temos planos para nossa vida conjugal esta noite, então não será possível convidá-lo para jantar em casa.Vida conjugal.O rosto bonito de Henrique ficou um pouco rígido. Ele sabia que Antônio estava apenas tentando irritá-lo, mas não conseguiu controlar sua raiva.Guilherme, que antes estava preocupado que Antônio fosse ser agredido, agora respirava aliviado ao ver a situação.As pessoas ao redor de vez em quando olhavam para eles, inicialmente achando que Francisca e Henrique formavam um casal, mas agora percebendo que na verdade Antônio era o marido de Francisca.Sob os olhares curiosos das pessoas ao redor, Francisca comprou umas coxinhas para Henrique e disse:- Eu vou indo primeiro.- Tudo bem, até a próxima.Henrique observou Fran
Naquela noite, depois de cuidar do descanso de Helena, Francisca também voltou para seu quarto e se deitou. Não demorou muito e ela adormeceu. De repente, uma mão a envolveu pelas costas: - Francisca.Antônio, de alguma forma, havia entrado e a segurava firmemente, com uma das mãos pousada em seu ventre.- Antônio, o que você está fazendo?Mesmo após perder a memória, ele não havia perdido o hábito de invadir o quarto dos outros sorrateiramente. Antônio não pretendia tocá-la, pois sabia que no início da gravidez, isso não era recomendado. Mas ao lembrar que Francisca havia se encontrado com Henrique e do que Guilherme lhe dissera, seus lábios tocaram a orelha dela. O hálito quente fez Francisca estremecer:- Antônio, você ousa!Antônio hesitou por um momento e, em um tom sério, começou a explicar junto à sua orelha.Francisca ficou paralisada. De repente, compreendeu tudo e seu rosto ficou vermelho como uma maçã madura.- Não quero saber! - Exclamou Francisca, logo cobrindo a boca, co