Às onze da manhã.O salão de reuniões do Grupo Pareira estava lotado de todos os membros da Família Pareira, além dos executivos e acionistas e diversos jornalistas da mídia. Todos aguardavam ansiosamente a transição de poder do Grupo Pareira, querendo ver quem seria o próximo a comandá-lo.A assembleia geral dos acionistas estava em andamento, com a presença não apenas do Mestre Pareira, mas também do casal Roberto e dos demais parentes da Família Pareira. Cada um deles buscava obter o máximo de benefícios naquela reunião.A Família Pareira tinha muitos jovens talentosos, mas poucos conseguiam rivalizar com Antônio. Portanto, com a queda de Antônio, eles travavam uma disputa acirrada entre si. Assim, assim que a reunião começou, a competição ficou extremamente intensa. Porém, não se via a presença de Sílvia.Todos presumiam que Sílvia não havia comparecido devido à iminente destituição de Antônio, mas não imaginavam que, poucos minutos após o início da reunião, as portas seriam brusca
Claudia ainda estava com mais perguntas quando Breno apareceu, fazendo-a desligar o telefone imediatamente.- Breno, por que você voltou tão cedo? A aula acabou mais cedo hoje? - Perguntou Claudia.Claudia levou Breno de volta à creche. Ele já estava na porta, ouvindo secretamente toda a conversa. Então era por isso que sua mãe estava tão ansiosa para enviá-lo à casa da tia Claudia. Porque seu pai estava morando com ela, por causa da perda de memória e da cegueira.- Sim, a professora disse que, como está mais frio, devemos voltar mais cedo às sextas-feiras. Tia Claudia, a professora não enviou um e-mail sobre isso?Claudia bateu na testa:- Desculpe, eu esqueci de checar o e-mail.Agora sem motorista, Breno tinha vindo sozinho. Claudia se sentiu culpada e queria abraçá-lo.- Me deixe dar um beijo em você, como um pedido de desculpas.Breno fez uma careta e se esquivou:- Não quero.- Tudo bem. - Disse Claudia, decepcionada.Então Breno sugeriu:- Tia Claudia, se você se sente culpada,
Lá em Cidade Sambo, após desligar o telefone, Francisca fitou Antônio, que ainda estudava o braille, e não pôde deixar de perguntar:- Você ouviu as notícias?- Ouvi sim. - Antônio nem ergueu a cabeça. - Alguém está se passando por mim.- E você não se importa? - Indagou Francisca.- Francisca, agora só quero viver bem com você, aprender bem o braille, pra poder cuidar melhor de você e do bebê que você está esperando. - Respondeu Antônio.A mão de Francisca tocou de leve seu ventre:- Que bebê?- Minha mãe já me contou que você está grávida. - Antônio levantou o rosto em sua direção. - Pode ficar tranquila, mesmo sem enxergar, eu jamais vou deixar que você e a criança passem por dificuldades.Francisca não imaginava que Sílvia também tinha contado isso a ele. Afinal, Antônio não se lembrava de nada. Então ela respondeu friamente:- Esse bebê não é seu.O semblante de Antônio ficou tenso. Francisca achou que ele iria explodir de raiva, mas, surpreendentemente, a fúria não veio. Ele aper
- Não se preocupe, agora eles não vão mais me prejudicar.Depois de conversar com Melo, Francisca desligou o telefone e imediatamente entrou em contato com uma empresa no exterior para enviar um extrato bancário comprovando os movimentos, que ela entregou a Melo. Apesar de não ser tão habilidoso quanto o renomado advogado Ilídio, Melo era um ex-chefe do departamento jurídico do Grupo Oliveira e deveria saber como lidar com a situação.Depois de resolver o assunto, Francisca ficou com os sentimentos confusos e não conseguia se acalmar. Cinco anos atrás, ela havia rompido os laços com sua mãe Gabriela. E agora ela havia retornado...- Francisca.A porta não estava fechada. Helena, sem que Francisca percebesse, havia chegado à porta, olhando para ela com preocupação. Quando Francisca se virou, viu Helena com os cabelos brancos e o rosto cheio de rugas.- O que você está fazendo acordada? - Perguntou Francisca.- Dormi demais e não consigo mais dormir. - Sorriu Helena suavemente.Francisca
Francisca nem sequer sabia que Gabriela havia vindo especialmente para a Cidade Sambo hoje e que viu ela morando em uma casa de tijolos em ruínas.Gabriela também não havia contatado ela, e o motivo de sua vinda era apenas por causa dos 8 bilhões nas mãos de Melo.Nos últimos dias, Gabriela recebeu uma ligação de Catarina no exterior, dizendo que Francisca não havia morrido e havia voltado para a Cidade C, começando a trabalhar com o Grupo Pareira.Então Gabriela voltou para o país, pensando que Francisca teria mudado, mas não esperava que ela ainda estivesse lutando na justiça para se divorciar de Antônio, e agora estivesse tão desamparada.Ao ver Francisca morando em uma casa precária e tão próxima de uma empregada, Gabriela simplesmente pediu ao motorista para voltar para a Cidade C. No caminho, ela ligou para seu filho Lorenzo:- Eu vi Francisca hoje, aqueles 8 bilhões com certeza não são dela, você precisa dar um jeito de pegar esse dinheiro.Se Francisca tivesse 8 bilhões, como p
Após Francisca e Antônio se casarem, Antônio pediu que Guilherme desse a ela um cartão com uma quantia não muito alta, mas também não muito baixa, de um milhão e duzentos mil reais.Naquele tempo, Guilherme havia dito:- Aqui estão um milhão e duzentos mil reais. É a mesada mensal da Sra. Francisca dada pelo Sr. Antônio. O Sr. Antônio disse que esse dinheiro não é de ninguém mais, então, quando a senhora comprar algo, lembre-se de anotar quanto gastou.Quando concordou em morar junto com Sílvia, Francisca havia pensado em retribuir tudo o que havia sofrido na Família de Pareira.Ela queria que ele também experimentasse um pouco, e assim recuperasse a memória. Para um homem, ter uma mulher lhe dando dinheiro para gastar e ainda exigindo prestação de contas, certamente feriria sua dignidade. Ainda mais sendo essa pessoa o sempre vaidoso Antônio.Mas agora, Antônio pegou o cartão, sem ficar nem um pouco bravo, e, com um leve sorriso no canto da boca, disse:- Francisca, me diga o que você
Francisca não esperava que Antônio tivesse comprado as coisas tão rápido e preparado o café da manhã. Ela olhou para a mesa cheia de pão, leite, frutas e outros itens.Antônio ouviu os passos dela e a olhou:- Eu não sabia o que você gosta de comer, então preparei um pouco de tudo. Ah, e aqui está o recibo das compras.Francisca olhou para o recibo que ele entregou e ela realmente não esperava que Antônio fosse realmente ouvi-la.- Mas você não está cego? Como você comprou tudo isso?Antônio colocou um copo de leite na frente dela: - Posso usar o comando de voz no celular.Francisca não desconfiou, abaixando a cabeça para beber o leite. Ainda estava quente. Depois, ela comeu alguns pedaços de pão e provocou:- Eu não estou acostumada com café da manhã comprado fora.Antônio hesitou por um momento:- É que eu não sei cozinhar.Ele havia tentado preparar o café da manhã logo cedo, mas não tinha a menor ideia de como fazer. Depois que perdeu a memória, Guilherme havia mostrado a ele os a
Hoje, Breno acompanhou Flávio até a Família de Pareira, sob o pretexto de conhecer o pai que Sílvia havia encontrado para ele. Na verdade, ele queria ver quem era o homem que havia substituído seu pai na empresa. Então, ele pediu a Flávio para levá-lo até a residência de Antônio.- Breno, acho que ele não virá hoje, então não o veremos. - Suspirou Flávio.Flávio ainda queria aproveitar a oportunidade para dar uma lição naquele homem que havia abandonado sua esposa e filho. Breno não se importava muito, mas fingiu dizer:- Se você o ver algum dia, me avise, por favor.- Tudo bem. - Flávio bateu no peito e continuou. - Quando eu me tornar o presidente do Grupo Pareira, mando alguém dar um jeito nele.Esse menino, ainda nem cresceu e já parece um tirano. Não se sabe de quem ele aprendeu isso.Breno continuou a fingir interesse, quando seu olhar se fixou em um homem alto vestido de preto, parado na neve, olhando para os dois. Seu rosto e traços eram idênticos aos de Antônio, mas Breno perc