Ilídio olhou para trás em direção ao carro luxuoso e viu Guilherme descer do veículo, seguido de seguranças e empregados. Ilídio não disse mais nada e entrou no carro para partir.Helena também saiu devido ao barulho lá fora e, ao ver o grupo de Guilherme, perguntou apressadamente:- Quem são eles?Francisca temia que ela pegasse frio:- Helena, entre e descanse, conversaremos depois.- Tudo bem.Helena acenou com a cabeça, se curvando enquanto voltava lentamente para o quarto.Depois de fechar a porta, Francisca caminhou em direção a Guilherme e seu grupo. Guilherme também se aproximou e, ao ver a casa desgastada do lado de fora, ficou preocupado com Antônio, que sempre viveu com luxo e conforto. Como ele se acostumaria a morar aqui?Francisca parou diante deles, não vendo Antônio, e perguntou a Guilherme:- Guilherme, o que é isso?- A Sra. Sílvia me mandou trazer todas as roupas e pertences do Sr. Antônio. - Respondeu Guilherme.Parecia que Ilídio estava certo, Sílvia realmente pret
Depois que Guilherme e seus seguranças se retiraram, Francisca voltou para o quarto. Hoje, Fábio já tinha sido levado para o hospital por Francisca, e Breno ainda estava no quarto lendo um livro. O problema urgente agora era como explicar a Breno que Antônio viria morar com eles.Francisca primeiro foi ao quarto de Helena e contou a ela tudo o que havia acontecido. Depois de ouvir, Helena apertou suavemente a mão de Francisca:- Você vai ter que cuidar sozinha de mim e das duas crianças. Como você vai cuidar dele também? Os membros da família de Pareira são tão difíceis de lidar.Helena antes achava que os ricos, de alguma forma, seriam mais generosos do que as pessoas comuns. Mas agora ela descobriu que quanto mais dinheiro as pessoas têm, menos elas se importam em perder.- Eu não vou cuidar de Antônio. Quando ele chegar, que cuide de si mesmo. - Depois de dizer isso, Francisca contou a Helena sua preocupação. - Breno e Fábio ainda não sabem de sua verdadeira origem. Se Antônio vier
Francisca voltou para casa já era noite, por volta das 9 horas. Ela arrumou o quarto de serviço para que Antônio ficasse lá, embora fosse um lugar muito simples, tinha pelo menos um banheiro privativo, evitando que ele perturbasse a ela e Helena.Eram 10 horas da noite. Um carro Mercedes pontualmente parou em frente à casa. Antônio estava sentado no banco de trás, com a postura ereta, seus olhos de safira não demonstravam qualquer emoção.O motorista desceu do carro, ficando do lado de fora da janela, e respeitosamente disse:- Sr. Antônio, chegamos. Vou chamar a senhora para vir buscá-lo.Por ordens de Antônio, ninguém além do motorista veio recebê-lo. Antônio pensou nas palavras que disse a Francisca depois de saírem do cartório, de que nunca mais a incomodaria.- Você me leva até lá.Antônio disse isso e então saiu do carro. À primeira vista, ele parecia não se diferenciar das outras pessoas.- Sim, senhor.O motorista estendeu cuidadosamente a mão para ajudá-lo, mas Antônio rejeito
- Vou dar uma olhada.Francisca desceu as escadas rapidamente, mas descobriu que a porta do quarto de Antônio estava fechada e não encontrou nada de errado, então não se importou. Ela pensou que assim que Antônio não aguentasse mais ficar ali, ele partiria.No dia seguinte.Francisca levantou cedo para preparar o café da manhã. Ela fez alguns camarões cozidos para si mesma, mas cuidadosamente preparou omelete com cenoura para Antônio, pois lembrava que ele era seletivo com comida e não gostava muito de cenoura. Breno também tinha herdado essa característica, evitando qualquer comida com um pouco de cenoura.Nessa hora, Helena ainda não havia acordado, então Francisca deixou uma porção separada para ela e levou o restante das comidas.Antônio saiu do banheiro já arrumado. Ele estava vestindo roupas de casa e, quando Francisca olhou, viu que ele tinha um grande ferimento na testa. Ela rapidamente entendeu o que havia acontecido. O barulho da noite anterior provavelmente foi porque ele ba
Helena ficou surpresa, vendo a imagem de Antônio refletida em seus olhos. Ele estava enrolando as mangas e lavando a louça, e a pia estava cheia de espuma de detergente.O único contato que Helena teve com Antônio havia sido uma ligação telefônica cinco anos atrás. Nessa ligação, Helena implorou a Antônio para cuidar bem de Francisca. Mas Antônio estava particularmente frio, e Helena ainda se lembrava das palavras que ele disse:- O que Francisca se tornou não é problema meu. Ela colheu o que plantou!Pensando no passado, Helena nem um pouco sentia pena de Antônio. Nas palavras dele, tudo era culpa dele mesmo.Helena, que vinha enfrentando altos e baixos de saúde por causa de uma sombra no pulmão e sabia que não lhe restava muito tempo, só queria aproveitar os últimos momentos ao lado de Francisca. Cambaleando, ela foi até a cozinha e disse com frieza:- Seu Antônio, se você se sente incomodado, pode ir embora. Gente simples como nós, você deve ter dificuldade de se acostumar.Ao ouvir
Às onze da manhã.O salão de reuniões do Grupo Pareira estava lotado de todos os membros da Família Pareira, além dos executivos e acionistas e diversos jornalistas da mídia. Todos aguardavam ansiosamente a transição de poder do Grupo Pareira, querendo ver quem seria o próximo a comandá-lo.A assembleia geral dos acionistas estava em andamento, com a presença não apenas do Mestre Pareira, mas também do casal Roberto e dos demais parentes da Família Pareira. Cada um deles buscava obter o máximo de benefícios naquela reunião.A Família Pareira tinha muitos jovens talentosos, mas poucos conseguiam rivalizar com Antônio. Portanto, com a queda de Antônio, eles travavam uma disputa acirrada entre si. Assim, assim que a reunião começou, a competição ficou extremamente intensa. Porém, não se via a presença de Sílvia.Todos presumiam que Sílvia não havia comparecido devido à iminente destituição de Antônio, mas não imaginavam que, poucos minutos após o início da reunião, as portas seriam brusca
Claudia ainda estava com mais perguntas quando Breno apareceu, fazendo-a desligar o telefone imediatamente.- Breno, por que você voltou tão cedo? A aula acabou mais cedo hoje? - Perguntou Claudia.Claudia levou Breno de volta à creche. Ele já estava na porta, ouvindo secretamente toda a conversa. Então era por isso que sua mãe estava tão ansiosa para enviá-lo à casa da tia Claudia. Porque seu pai estava morando com ela, por causa da perda de memória e da cegueira.- Sim, a professora disse que, como está mais frio, devemos voltar mais cedo às sextas-feiras. Tia Claudia, a professora não enviou um e-mail sobre isso?Claudia bateu na testa:- Desculpe, eu esqueci de checar o e-mail.Agora sem motorista, Breno tinha vindo sozinho. Claudia se sentiu culpada e queria abraçá-lo.- Me deixe dar um beijo em você, como um pedido de desculpas.Breno fez uma careta e se esquivou:- Não quero.- Tudo bem. - Disse Claudia, decepcionada.Então Breno sugeriu:- Tia Claudia, se você se sente culpada,
Lá em Cidade Sambo, após desligar o telefone, Francisca fitou Antônio, que ainda estudava o braille, e não pôde deixar de perguntar:- Você ouviu as notícias?- Ouvi sim. - Antônio nem ergueu a cabeça. - Alguém está se passando por mim.- E você não se importa? - Indagou Francisca.- Francisca, agora só quero viver bem com você, aprender bem o braille, pra poder cuidar melhor de você e do bebê que você está esperando. - Respondeu Antônio.A mão de Francisca tocou de leve seu ventre:- Que bebê?- Minha mãe já me contou que você está grávida. - Antônio levantou o rosto em sua direção. - Pode ficar tranquila, mesmo sem enxergar, eu jamais vou deixar que você e a criança passem por dificuldades.Francisca não imaginava que Sílvia também tinha contado isso a ele. Afinal, Antônio não se lembrava de nada. Então ela respondeu friamente:- Esse bebê não é seu.O semblante de Antônio ficou tenso. Francisca achou que ele iria explodir de raiva, mas, surpreendentemente, a fúria não veio. Ele aper