O corpo de Francisca tremia um pouco:- Antônio, se acabou entre nós, não faça isso!Antônio, enquanto arrancava suas roupas, disse:- Você acha que o divórcio é algo que só você decide?Francisca não conseguia escapar e não tinha forças para resistir. A única solução era morder. Ela cravou os dentes no ombro de Antônio. Ele gemeu de dor, mas não parou.A boca de Francisca estava cheia de sangue fresco e ela olhava atordoada para ele, xingando em seguida:- Antônio, seu desgraçado! Você disse que nunca iria me tocar quando nos casamos, e agora que eu não gosto mais de você, o que está fazendo?Ela continuou a dizer coisas ainda piores:- Eu me enganei, não é que eu não gosto mais de você, é que desde o início eu não gostava de você! Você nem ao menos é o meu tipo, você é um louco! Se eu soubesse desde o começo que você tinha um irmão gêmeo, eu nunca teria me casado com você!Ouvindo essas palavras, Antônio sentiu uma dor em seu peito. Fingindo não se importar, ele segurou o rosto de Fr
Neste momento, Francisca decidiu que precisava cortar definitivamente os laços com Antônio.Durante a noite, ventos fortes e nevascas. Francisca estava firmemente abraçada por Antônio, sua garganta estava seca e ela realmente queria beber água.- Eu preciso de água.Ela disse sem vida.Antônio foi pegar a garrafa d'água do criado-mudo, e Francisca pôde ver claramente as marcas de dentes em suas mãos. Havia também marcas em seus ombros, e seus lábios estavam rasgados.Ele abriu a água e entregou a ela. Francisca bebeu alguns goles, se sentindo um pouco melhor, mas então seu estômago começou a queimar e ela sentiu vontade de vomitar. Não aguentando mais, ela empurrou o braço de Antônio e se inclinou sobre a cama, vomitando.Antônio se levantou e estendeu a mão, dando tapinhas nas costas dela:- O que houve?Francisca bateu na mão dele:- Não me toque!A mão de Antônio ficou paralisada no ar. Francisca olhou para ele com frieza:- Você pode ir embora agora?O rosto de Antônio escureceu in
Depois que Francisca e Claudia discutiram sobre o processo de divórcio, Claudia começou a redigir a petição inicial.- Acho que continuar assim não é uma solução. - Francisca deu uma olhada na petição e disse a Claudia. - Me avise se precisar de algum documento. Quero resolver essa ação o mais rápido possível. Você acha que temos boas chances?Claudia hesitou por um momento, olhando para ela com cuidado:- Francisca, se você trouxer os registros médicos dos seus tratamentos, as chances de ganhar devem ser de cerca de 80%.Desde que se casaram, Francisca nunca ficou grávida. Ela também sofria de depressão grave e havia passado alguns anos separada de Antônio. Então, as chances de vencer o divórcio eram altas.Francisca também entendeu:- Tudo bem, vou preparar tudo para você.- Sim, e se houver provas de que Antônio estava com Catarina ou de que ele a tratava mal, isso também ajudaria. - Claudia acrescentou.Francisca compreendeu.- Então vou protocolar a petição hoje? - Perguntou Franc
Francisca falava cada vez mais baixo, até que, em certo momento, adormeceu. Dessa vez, Antônio não conseguia dormir, sua cabeça cheia das palavras de Admir:- Ela sempre gostou de mim, e deveria ter se casado comigo!Antônio finalmente conseguiu pegar no sono, mas sonhava novamente que Francisca o deixava. Quando acordou, Francisca ainda dormia ao seu lado e ainda não havia amanhecido.Antônio desistiu completamente de dormir, levantou-se e ligou para Admir, mas ninguém atendeu. Então, ele ligou para Sílvia:- Mãe, onde está o Admir?- O Admir teve uma recaída e foi internado para tratamento. O que houve?Sílvia perguntou.Antônio respondeu:- Nada.Ele desligou o telefone.Sílvia ainda queria perguntar sobre Francisca, mas vendo que o filho havia desligado, suspirou. Ela então perguntou à secretária:- O Breno voltou ao jardim de infância?- A diretora disse que desde que o pai o buscou, ele não voltou mais às aulas. - Respondeu a secretária.Sílvia franziu as sobrancelhas, pensativa:
[Agradecido pela sua ajuda, devo dizer que realmente estou precisando muito dessa cooperação ultimamente. Além disso, não sei por que você perguntou sobre o meu divórcio antes, mas quero lhe dizer que, embora meu casamento não tenha sido bom, isso não significa que todos os casamentos sejam ruins. Se você também está tendo problemas no seu casamento, espero que você consiga resolvê-los e que você e sua esposa possam ser felizes.]Ao ler essas palavras, Antônio se sentiu estranhamente complexo por dentro. Ele não conseguiu evitar digitar:[Mas parece que ela não me ama mais, o que eu faço?]Francisca, meio sonolenta, ouviu o barulho do celular e o pegou. Era uma mensagem do responsável da empresa anterior. Ela não imaginava que a outra pessoa também tivesse problemas no casamento e ficou surpresa ao receber a resposta.Francisca digitou:[Vocês não estarão tendo algum mal-entendido?]Antônio pensou um pouco antes de responder:[Eu fui ruim com ela no passado...] Ele digitou, em seguida
Antônio não respondeu, para ele, conseguir o que quer era mamão com açúcar. Francisca também não perguntou mais nada, se sentou no sofá, olhando ao redor das coisas familiares, com apenas saudade nos olhos.- Se você gosta daqui, a gente pode morar aqui depois. - Disse Antônio.Francisca achou que ele havia se enganado. Para alguém que não era amada pela mãe desde pequena, ela na verdade não gostava nada desse lugar. Apesar de o pai ser bom com ela, ele passava a maior parte do tempo trabalhando. Quando o pai saía de casa, ela ficava ali, vendo a mãe e o irmão numa cena aconchegante, se sentindo como um estranho.- Eu não quero morar aqui.Antônio ficou em silêncio.Francisca olhou para ele:- Você devia devolver a casa para a Catarina. É melhor a gente acertar as coisas entre a gente.Claudia tinha entrado com o pedido de divórcio no tribunal anteontem, logo Antônio ficaria sabendo.Francisca se levantou:- Não tem mais nada, hoje eu vou na casa da Claudia.Sem esperar a resposta de A
Francisca desligou o telefone. Do outro lado, Antônio ficou furioso, quase quebrando o celular.Guilherme ficou parado ao lado, com cautela, sem ousar dizer uma palavra.Antônio sentia como se um enorme bloco de pedra estivesse pressionando seu peito, incapaz de respirar:- Quanto tempo falta?- Cerca de meio-mês.Depois que o caso de divórcio fosse aceito, eles dariam cerca de meio-mês para preparar a documentação. Guilherme também não esperava que Francisca fosse tão determinada; ele achava que, em pouco tempo, Francisca perdoaria Antônio e se tornaria a Senhora Pareira. Afinal, a família Pareira era poderosa, e uma mulher como Francisca casar-se com Antônio era realmente uma ascensão social.Antônio logo se acalmou:- Quem é o advogado de Francisca?- Claudia, a amiga dela.Antônio olhou para Guilherme:- Lembro que você pesquisou sobre Claudia antes, não é? Seu ex-namorado também é advogado, certo?Guilherme rapidamente entendeu a insinuação, sorrindo:- E um advogado de primeira l
Antônio soltava palavrões enquanto beijava Francisca.- O que você quer que eu faça pra você retirar essa ação? Fale o que você quer que eu te dê, só me diga e eu faço!Antônio não tinha medo de perder o processo, mas sim de não suportar a ideia de ser deixado por ela. Se o tribunal decretasse o divórcio, ele não saberia mais como mantê-la presa a ele.- Basta você dizer, e eu te dou o que você quiser!Francisca se debatia tentando se esquivar dele.Ao ver que ela não respondia, Antônio indagou com seriedade:- Foi o Henrique que entrou em contato com você, não foi?Francisca o repeliu:- Eu não quero nada...Antônio não acreditava. Ele a mantinha firmemente abraçada. O carro estava parado à beira da estrada, a nevasca caía sem cessar. O céu escurecia lá fora e Antônio não a soltava, apertando-a ainda mais quando ela tentava se mover. Francisca baixou os olhos:- Antônio, você se apaixonou por mim?Ela já havia perguntado isso antes, sem certeza, mas agora parecia ter alguma convicção.