Francisca desligou o telefone. Do outro lado, Antônio ficou furioso, quase quebrando o celular.Guilherme ficou parado ao lado, com cautela, sem ousar dizer uma palavra.Antônio sentia como se um enorme bloco de pedra estivesse pressionando seu peito, incapaz de respirar:- Quanto tempo falta?- Cerca de meio-mês.Depois que o caso de divórcio fosse aceito, eles dariam cerca de meio-mês para preparar a documentação. Guilherme também não esperava que Francisca fosse tão determinada; ele achava que, em pouco tempo, Francisca perdoaria Antônio e se tornaria a Senhora Pareira. Afinal, a família Pareira era poderosa, e uma mulher como Francisca casar-se com Antônio era realmente uma ascensão social.Antônio logo se acalmou:- Quem é o advogado de Francisca?- Claudia, a amiga dela.Antônio olhou para Guilherme:- Lembro que você pesquisou sobre Claudia antes, não é? Seu ex-namorado também é advogado, certo?Guilherme rapidamente entendeu a insinuação, sorrindo:- E um advogado de primeira l
Antônio soltava palavrões enquanto beijava Francisca.- O que você quer que eu faça pra você retirar essa ação? Fale o que você quer que eu te dê, só me diga e eu faço!Antônio não tinha medo de perder o processo, mas sim de não suportar a ideia de ser deixado por ela. Se o tribunal decretasse o divórcio, ele não saberia mais como mantê-la presa a ele.- Basta você dizer, e eu te dou o que você quiser!Francisca se debatia tentando se esquivar dele.Ao ver que ela não respondia, Antônio indagou com seriedade:- Foi o Henrique que entrou em contato com você, não foi?Francisca o repeliu:- Eu não quero nada...Antônio não acreditava. Ele a mantinha firmemente abraçada. O carro estava parado à beira da estrada, a nevasca caía sem cessar. O céu escurecia lá fora e Antônio não a soltava, apertando-a ainda mais quando ela tentava se mover. Francisca baixou os olhos:- Antônio, você se apaixonou por mim?Ela já havia perguntado isso antes, sem certeza, mas agora parecia ter alguma convicção.
Dessa vez, Breno pretendia invadir o computador pessoal de Antônio, mas não imaginava que ele ainda estivesse acordado naquele momento. Antônio não conseguia dormir, pois estava resolvendo algumas questões de trabalho, quando descobriu que seu computador havia sido invadido por um hacker. Ele observava o mouse se movendo sozinho na tela e, então, começou a digitar rapidamente no teclado.Do outro lado, Breno estava sentado em frente ao computador, com a testa suada. Fábio estava deitado ao seu lado:- Irmão, o que foi?- Droga, fui descoberto.No último instante, o computador de Breno ficou completamente preto, pois, ao invés de invadir o computador de Antônio, ele havia sido invadido pelo próprio. Afinal, Breno era muito jovem e não era páreo para Antônio, que rapidamente conseguiu rastrear o endereço dele.- Vai se ferrar. - Disse Breno.Antônio obteve o endereço, que ficava no exterior. Ele enviou a informação para Guilherme, pedindo que investigasse. Breno se sentia um pouco fraco:
Simão deu meia-volta e parou em frente a Francisca:- Entre no carro.Francisca não hesitou e entrou.- Daqui para frente, as coisas vão ficar complicadas. - Disse Francisca....Dias atrás, depois do primeiro encontro com Simão, Antônio mandou investigá-lo. Descobriram que Simão era anteriormente o guarda-costas pessoal de Henrique, e agora estava protegendo Francisca. Hoje, ao mencionar que Simão também havia vindo para a Cidade C, Antônio perguntou:- Eles estão morando juntos?Antônio se lembrava daquele guarda-costas, com feições delicadas e um olhar determinado, um pouco diferente do padrão.- A senhora está na casa de Claudia, e ele está morando no carro. - Respondeu O subordinado.Só então o semblante de Antônio se suavizou:- Entendi, continue vigiando- Sim, senhor.O processo de divórcio de Francisca era mantido em sigilo. O público não sabia, e ninguém ousava revelar, afinal, isso envolvia Antônio e todo o Grupo Pareira.Porém, no dia anterior à audiência, um artigo intitul
Francisca se sentiu repentinamente um pouco patética. Após tantos anos de casamento, ela nunca tinha pedido nada para o marido e para a sogra. Ao contrário, ela havia dado tudo de si para Antônio. Mas no final, Sílvia estava preocupada que ela estivesse cobiçando os bens da Famíilia de Pareira.Que ridículo, que patético!Francisca olhou para Sílvia:- Então, vai depender do que o tribunal decidir.Ela não queria dinheiro, mas agora não queria deixar Sílvia feliz. Sílvia, com certeza, ficou com medo e, vendo Francisca se afastar, ligou rapidamente para Antônio.O casamento de Francisca e Antônio já durava oito anos. E nestes oito anos, o Grupo Pareira se desenvolveu além das expectativas, de uma empresa nacional para uma listada com sucesso e depois para uma das cem maiores do mundo. Se tudo do Grupo Pareira tivesse que ser dividido com Francisca durante esses oito anos, o valor não seria menos do que centenas de bilhões.- Antônio, onde você está agora?Sílvia perguntou ansiosamente a
Antes da audiência.Todo mundo em Cidade C já sabia que Antônio e Francisca estavam em um processo de divórcio. Marcelo, Mário e todo o grupo apostavam sobre quem ganharia essa disputa judicial.- Nem precisa dizer, é claro que Antônio vai vencer. - Disse um playboy qualquer.Eles eram todos fãs de Antônio, querendo até mesmo ser seus capachos. Mário sorriu:- Eu estou apostando em Francisca.- Mário sempre aposta no cavalo mais arriscado. - Comentaram os outros.Eles olharam para Marcelo, que parecia distraído:- E você, Marcelo, em quem você está apostando?- Ora, é óbvio que em Antônio. O Mestre Marcelo nunca gostou daquela surda. - Respondeu alguém.Marcelo olhou para ele com frieza:- Da próxima vez, não a chame mais de surda.Antônio não estava presente, e Marcelo não queria mais esconder nada. O Marcelo sério fez todos ficarem em silêncio.Mário, com um ar de entendido, tomou um gole da bebida e interveio:- Tem razão, afinal de contas, ela é a esposa legítima de Antônio.Os out
As notícias sobre o lendário divórcio entre Antônio e Francisca têm sido um verdadeiro furacão nas redes sociais. Repórteres de todos os principais veículos de imprensa aguardam ansiosamente do lado de fora do tribunal, ansiosos por capturar a primeira página da história.Já na sala de audiências, após se recompor, Claudia começou a apresentar as provas sobre o colapso do casamento de seu cliente. Então, ela perguntou a Antônio:- Sr. Antônio, minha cliente esteve casada com o senhor por três anos, mas é verdade que nunca houve intimidade conjugal entre vocês?Antônio franziu o cenho:- Sim, é verdade.- Sr. Antônio, depois do casamento, o senhor não maltratou minha cliente com violência psicológica, ignorando-a deliberadamente? - Questionou Claudia.Antônio desviou o olhar em direção a Francisca ao lado dele, sem mentir:- Sim, é verdade.- Sr. Antônio, aqui estão algumas fotos. Após o retorno de sua ex-namorada Catarina, o senhor passou a passar as noites fora, não foi?Claudia exibi
Francisca se forçou a se acalmar. Olhando de longe, ela viu que aqueles documentos eram uma série de fotografias, mas não conseguia distinguir o que havia nelas.Ilídio lhe estendeu uma parte das fotografias, nelas havia cenas do passado, quando ela havia seduzido Antônio para engravidar.Um estrondo soou na mente de Francisca, e sua mão caída se apertava com força. Ela nunca imaginou que esse assunto a envolveria, nem que Antônio ainda tivesse essas fotos.Claudia lhe lançou um olhar tranquilizador, dizendo que no máximo essas fotos poderiam levar o tribunal a reconhecer que os dois tinham um vínculo afetivo. Mas para satisfazer os requisitos do divórcio, ainda havia a questão da violência doméstica, e a violência psicológica de Antônio se enquadrava nessa condição. Só que, no segundo seguinte, Ilídio negou essa suposta violência psicológica:- Excelência, a advogada da parte contrária afirma que meu cliente praticou violência psicológica, eu pergunto aos presentes, como se define a v