Francisca falava cada vez mais baixo, até que, em certo momento, adormeceu. Dessa vez, Antônio não conseguia dormir, sua cabeça cheia das palavras de Admir:- Ela sempre gostou de mim, e deveria ter se casado comigo!Antônio finalmente conseguiu pegar no sono, mas sonhava novamente que Francisca o deixava. Quando acordou, Francisca ainda dormia ao seu lado e ainda não havia amanhecido.Antônio desistiu completamente de dormir, levantou-se e ligou para Admir, mas ninguém atendeu. Então, ele ligou para Sílvia:- Mãe, onde está o Admir?- O Admir teve uma recaída e foi internado para tratamento. O que houve?Sílvia perguntou.Antônio respondeu:- Nada.Ele desligou o telefone.Sílvia ainda queria perguntar sobre Francisca, mas vendo que o filho havia desligado, suspirou. Ela então perguntou à secretária:- O Breno voltou ao jardim de infância?- A diretora disse que desde que o pai o buscou, ele não voltou mais às aulas. - Respondeu a secretária.Sílvia franziu as sobrancelhas, pensativa:
[Agradecido pela sua ajuda, devo dizer que realmente estou precisando muito dessa cooperação ultimamente. Além disso, não sei por que você perguntou sobre o meu divórcio antes, mas quero lhe dizer que, embora meu casamento não tenha sido bom, isso não significa que todos os casamentos sejam ruins. Se você também está tendo problemas no seu casamento, espero que você consiga resolvê-los e que você e sua esposa possam ser felizes.]Ao ler essas palavras, Antônio se sentiu estranhamente complexo por dentro. Ele não conseguiu evitar digitar:[Mas parece que ela não me ama mais, o que eu faço?]Francisca, meio sonolenta, ouviu o barulho do celular e o pegou. Era uma mensagem do responsável da empresa anterior. Ela não imaginava que a outra pessoa também tivesse problemas no casamento e ficou surpresa ao receber a resposta.Francisca digitou:[Vocês não estarão tendo algum mal-entendido?]Antônio pensou um pouco antes de responder:[Eu fui ruim com ela no passado...] Ele digitou, em seguida
Antônio não respondeu, para ele, conseguir o que quer era mamão com açúcar. Francisca também não perguntou mais nada, se sentou no sofá, olhando ao redor das coisas familiares, com apenas saudade nos olhos.- Se você gosta daqui, a gente pode morar aqui depois. - Disse Antônio.Francisca achou que ele havia se enganado. Para alguém que não era amada pela mãe desde pequena, ela na verdade não gostava nada desse lugar. Apesar de o pai ser bom com ela, ele passava a maior parte do tempo trabalhando. Quando o pai saía de casa, ela ficava ali, vendo a mãe e o irmão numa cena aconchegante, se sentindo como um estranho.- Eu não quero morar aqui.Antônio ficou em silêncio.Francisca olhou para ele:- Você devia devolver a casa para a Catarina. É melhor a gente acertar as coisas entre a gente.Claudia tinha entrado com o pedido de divórcio no tribunal anteontem, logo Antônio ficaria sabendo.Francisca se levantou:- Não tem mais nada, hoje eu vou na casa da Claudia.Sem esperar a resposta de A
Francisca desligou o telefone. Do outro lado, Antônio ficou furioso, quase quebrando o celular.Guilherme ficou parado ao lado, com cautela, sem ousar dizer uma palavra.Antônio sentia como se um enorme bloco de pedra estivesse pressionando seu peito, incapaz de respirar:- Quanto tempo falta?- Cerca de meio-mês.Depois que o caso de divórcio fosse aceito, eles dariam cerca de meio-mês para preparar a documentação. Guilherme também não esperava que Francisca fosse tão determinada; ele achava que, em pouco tempo, Francisca perdoaria Antônio e se tornaria a Senhora Pareira. Afinal, a família Pareira era poderosa, e uma mulher como Francisca casar-se com Antônio era realmente uma ascensão social.Antônio logo se acalmou:- Quem é o advogado de Francisca?- Claudia, a amiga dela.Antônio olhou para Guilherme:- Lembro que você pesquisou sobre Claudia antes, não é? Seu ex-namorado também é advogado, certo?Guilherme rapidamente entendeu a insinuação, sorrindo:- E um advogado de primeira l
Antônio soltava palavrões enquanto beijava Francisca.- O que você quer que eu faça pra você retirar essa ação? Fale o que você quer que eu te dê, só me diga e eu faço!Antônio não tinha medo de perder o processo, mas sim de não suportar a ideia de ser deixado por ela. Se o tribunal decretasse o divórcio, ele não saberia mais como mantê-la presa a ele.- Basta você dizer, e eu te dou o que você quiser!Francisca se debatia tentando se esquivar dele.Ao ver que ela não respondia, Antônio indagou com seriedade:- Foi o Henrique que entrou em contato com você, não foi?Francisca o repeliu:- Eu não quero nada...Antônio não acreditava. Ele a mantinha firmemente abraçada. O carro estava parado à beira da estrada, a nevasca caía sem cessar. O céu escurecia lá fora e Antônio não a soltava, apertando-a ainda mais quando ela tentava se mover. Francisca baixou os olhos:- Antônio, você se apaixonou por mim?Ela já havia perguntado isso antes, sem certeza, mas agora parecia ter alguma convicção.
Dessa vez, Breno pretendia invadir o computador pessoal de Antônio, mas não imaginava que ele ainda estivesse acordado naquele momento. Antônio não conseguia dormir, pois estava resolvendo algumas questões de trabalho, quando descobriu que seu computador havia sido invadido por um hacker. Ele observava o mouse se movendo sozinho na tela e, então, começou a digitar rapidamente no teclado.Do outro lado, Breno estava sentado em frente ao computador, com a testa suada. Fábio estava deitado ao seu lado:- Irmão, o que foi?- Droga, fui descoberto.No último instante, o computador de Breno ficou completamente preto, pois, ao invés de invadir o computador de Antônio, ele havia sido invadido pelo próprio. Afinal, Breno era muito jovem e não era páreo para Antônio, que rapidamente conseguiu rastrear o endereço dele.- Vai se ferrar. - Disse Breno.Antônio obteve o endereço, que ficava no exterior. Ele enviou a informação para Guilherme, pedindo que investigasse. Breno se sentia um pouco fraco:
Simão deu meia-volta e parou em frente a Francisca:- Entre no carro.Francisca não hesitou e entrou.- Daqui para frente, as coisas vão ficar complicadas. - Disse Francisca....Dias atrás, depois do primeiro encontro com Simão, Antônio mandou investigá-lo. Descobriram que Simão era anteriormente o guarda-costas pessoal de Henrique, e agora estava protegendo Francisca. Hoje, ao mencionar que Simão também havia vindo para a Cidade C, Antônio perguntou:- Eles estão morando juntos?Antônio se lembrava daquele guarda-costas, com feições delicadas e um olhar determinado, um pouco diferente do padrão.- A senhora está na casa de Claudia, e ele está morando no carro. - Respondeu O subordinado.Só então o semblante de Antônio se suavizou:- Entendi, continue vigiando- Sim, senhor.O processo de divórcio de Francisca era mantido em sigilo. O público não sabia, e ninguém ousava revelar, afinal, isso envolvia Antônio e todo o Grupo Pareira.Porém, no dia anterior à audiência, um artigo intitul
Francisca se sentiu repentinamente um pouco patética. Após tantos anos de casamento, ela nunca tinha pedido nada para o marido e para a sogra. Ao contrário, ela havia dado tudo de si para Antônio. Mas no final, Sílvia estava preocupada que ela estivesse cobiçando os bens da Famíilia de Pareira.Que ridículo, que patético!Francisca olhou para Sílvia:- Então, vai depender do que o tribunal decidir.Ela não queria dinheiro, mas agora não queria deixar Sílvia feliz. Sílvia, com certeza, ficou com medo e, vendo Francisca se afastar, ligou rapidamente para Antônio.O casamento de Francisca e Antônio já durava oito anos. E nestes oito anos, o Grupo Pareira se desenvolveu além das expectativas, de uma empresa nacional para uma listada com sucesso e depois para uma das cem maiores do mundo. Se tudo do Grupo Pareira tivesse que ser dividido com Francisca durante esses oito anos, o valor não seria menos do que centenas de bilhões.- Antônio, onde você está agora?Sílvia perguntou ansiosamente a