Francisca saiu de seu quarto usando chinelos e, ao sair, percebeu que Antônio ainda não havia voltado.- Que horas são?- Marcamos para as 10h da manhã. - Respondeu Claudia.- Legal, estou indo agora mesmo. - Disse Francisca.Após desligar o telefone, Francisca pensou um pouco e decidiu enviar uma mensagem para Antônio, dizendo que iria à casa da sua melhor amiga.Hoje, na casa de Claudia, ela também teria a chance de encontrar Breno à noite. Mesmo que tivessem se separado por apenas alguns dias, Francisca sentia como se tivesse passado muito tempo desde a última vez que o viu, e não tinha ideia de como ele estava indo.No Clube Sênior Zé, o lugar estava silencioso.Marcelo não tinha dormido bem e foi chamado para beber lá.- Antônio, por que beber tão cedo pela manhã? - Perguntou Marcelo, ainda usando seu jaleco de médico.- Você não sabe o quão ocupado estive ultimamente. - Respondeu Antônio enquanto observava o jeito despreocupado de Marcelo.- Você não tem esposa, então por que est
Francisca chegou cedo à casa de Claudia. Elas tomaram café da manhã juntas, esperando Catarina chegar para se desculpar.- Francisca, como a Catarina de repente decidiu se desculpar?Claudia estava confusa.Dias atrás, Catarina estava gastando dinheiro para encobrir notícias plagiadas e agora, de repente, ela diz que quer se desculpar. Era realmente incompreensível.Francisca também não sabia. Afinal, se Catarina estava em apuros, Antônio e Marcelo certamente não ficariam de braços cruzados. Se fosse uma notícia plagiada, eles certamente a abafariam. A única explicação possível agora era que, por algum motivo, eles não queriam ajudar Catarina.- Não pense muito nisso, apenas se lembre de recuperar a dignidade que você perdeu. - Disse Francisca.- Sim.- Vou me esconder por um tempo, você pode lidar com isso calmamente.- Certo.Às dez horas, Catarina chegou como esperado. Francisca foi para o quarto. Catarina estava acompanhada por um advogado.Catarina usava máscara e óculos escuros.
Catarina terminou de falar e pegou o celular novamente, enviando o endereço da casa de Claudia para Augusto.Na mansão.Claudia pegou uma câmera escondida de perto.- Francisca, você sempre tem soluções. Sabendo que ela não vai se desculpar publicamente, me faça gravar um vídeo dela se desculpando.Claudia terminou de falar e imediatamente abriu o vídeo que havia gravado no celular. Nele, estava registrada a admissão de culpa de Catarina pelo plágio, bem como sua tentativa de suborná-la.- Porque eu a conheço muito bem. Ela pode parecer flexível, mas tudo é por interesse. A menos que seja absolutamente necessário, ela não vai se desculpar publicamente.- Eu vou divulgar o vídeo na internet agora mesmo.Claudia estava muito animada. Francisca a deteve:- Não se apresse em publicar, acho que ainda não é o momento certo.No momento, Catarina estava desfrutando de grande popularidade. Mesmo que o vídeo fosse divulgado, o máximo que aconteceria é que sua reputação seria prejudicada. E, se a
Todos ficaram surpresos. Antônio nunca havia saído das reuniões antes. Guilherme, sob o olhar suplicante de todos, seguiu-o corajosamente.- Senhor.Antônio fez um sinal para que ele se calasse e, em seguida, pegou o celular, preparando-se para ligar para Francisca. Mas, ao pressionar o botão de discagem, ele hesitou. Se ele a ligasse assim, com certeza ela pensaria que ele se importava demais com ela.Deixava pra lá.Antônio desligou o telefone. Ele não conseguia se acalmar o dia todo. Vendo a noite cair, Antônio não jantou e pediu ao motorista para levá-lo para casa. Ao abrir a porta, a quietude da sala de estar era assustadora, a escuridão invadiu seu corpo instantaneamente.Antônio não acendeu a luz e se deitou no sofá, aborrecido. De tempos em tempos, ele abria o celular, sem saber exatamente o que esperava.O tempo passou segundo a segundo, ele ficou sentado na sala, sem saber quanto tempo se passou, quando seu celular acendeu.Antônio pegou o celular e viu a mensagem enviada pel
Passado mais de meia hora.Francisca e Henrique finalmente chegaram à mansão de Claudia. Antes mesmo de Francisca abrir a porta, eles ouviram vozes vindas de dentro.- Devagar, daqui a pouco vamos surpreender sua mãe, coloque o bolo aqui, aqui...Francisca não pôde deixar de sorrir. Esses dois ainda tentaram enganá-la dizendo que estavam muito cansados e não queriam ir juntos ao aeroporto. Na verdade, eles estavam secretamente preparando uma surpresa de aniversário para ela.- Parece que elas vão ficar desapontadas. - Disse Henrique rindo ao lado.- E se esperarmos um pouco antes de entrar?Francisca olhou para ele.Henrique olhou para os olhos claros dela, engoliu em seco:- Está bem.Então os dois ficaram do lado de fora, sentindo a brisa noturna.- Como a Helena tem passado ultimamente?- Bem, mas ela está ansiosa para que eu os traga de volta. Francisca respondeu com preocupação:- Eu também quero voltar cedo, mas o Fábio precisa de tratamento para sua doença.- Nós entendemos. -
- Dê-te um minuto, saia.A voz de Antônio do outro lado do telefone soou com um tom de comando.Sair? Francisca apertou o celular com força e olhou para fora da janela:- Você está aqui?- E você, o que me diz?Antônio simplesmente desligou o telefone.Francisca olhou para o celular que foi desligado e depois se virou para Henrique, um pouco envergonhada:- Desculpe, aconteceu algo e eu preciso voltar.Henrique estava prestes a perguntar o que estava acontecendo, mas ao ver a expressão nervosa e apressada dela, ele não perguntou mais nada, apenas assentiu:- Tudo bem, se cuide.Francisca pegou sua bolsa e saiu apressadamente.Henrique se levantou silenciosamente e foi até a varanda, observando sua figura desaparecer ao longe, com uma expressão complicada.Do lado de fora da mansão, um Cadillac preto, que se fundia com a escuridão da noite, estava estacionado em frente ao portão.Francisca se aproximou incerta.A janela do carro deslizou lentamente, e neste momento Antônio estava sentad
Francisca sabia que resistir era inútil e suportava em silêncio.Antônio se inclinou e sussurrou em seu ouvido:- Eu te aviso, se vocês se encontrarem novamente, farei com que nenhum de vocês fique bem!De repente, ele parou e sentiu um líquido quente e úmido em sua mão. Foi então que ele viu pequenas manchas de sangue em suas pontas dos dedos. Ele virou Francisca e percebeu que o sangue escorria do lado de sua orelha, descendo pela lateral do rosto.Antônio rapidamente retirou o aparelho auditivo dela:- Por que está sangrando novamente?Francisca não conseguia ouvir mais nada do que ele estava dizendo. Tudo o que ela queria era não ouvir mais palavras cruéis, então era melhor não conseguir ouvir mesmo.Antônio perguntou novamente:- Você trouxe seus remédios?A resposta foi o silêncio. Antônio sabia que ela não podia ouvir, então só restava dirigir o carro em direção ao hospital.No hospital.O médico tratou de Francisca, mas, por enquanto, ela ainda não conseguia ouvir.Depois que o
À luz do luar, Francisca ergueu os olhos para o rosto que amou por metade da vida, sua garganta ligeiramente apertada:- Sr. Antônio, não tínhamos um acordo?A mão de Antônio que estava em seu rosto ficou imóvel, encontrando seus olhos claros. Parecia que a qualquer momento ela poderia chorar.Antônio não sabia por quê, mas sentiu um amargor no coração. Ele retirou a mão, afastou o cobertor e se levantou, saindo diretamente do quarto. Do lado de fora, ele ainda não conseguia esquecer o olhar estranho que Francisca lançava sobre ele.Sr. Antônio?Ele se sentou no carro, fumando, e ligou para Guilherme:- Que dia é hoje?Agora era duas da manhã e Guilherme foi acordado por uma pergunta sem sentido. Ele pensou por um momento, mas não conseguiu pensar em nada importante para o dia de hoje, então teve que se levantar e verificar.Não havia projetos de colaboração hoje, nem nenhum feriado especial. Por acaso, ele notou uma tendência de aniversário em seu computador e só então percebeu que er