- Eu nunca dei uma ordem assim. - Disse Antônio friamente.Mas Emilia se recusou a sair e segurou firmemente na mesa ao lado quando os seguranças se aproximaram.- Sr. Antônio, a pessoa que me bateu disse que eu te ofendi. Eu imploro que você me deixe ir, eu não quero morrer aqui.Emilia chorava desesperadamente, seu rosto estava marcado com ferimentos que certamente deixariam cicatrizes depois de curados.Antônio inicialmente não queria se envolver nesse assunto, mas pela forma como Emilia falava, alguém estava usando seu nome para puni-la. Ele não podia ignorar isso. Ele instruiu os seguranças a prenderem a pessoa.- Me conte os detalhes dessa história. - Ordenou Antônio.Emilia foi solta pelos seguranças e se ajoelhou no chão, tremendo enquanto falava.- Foi depois do dia em que nos encontramos. Quando eu voltei para casa após o expediente, por volta das duas ou três da manhã, fui arrancada da cama por alguém. Eles me bateram e me xingaram, dizendo que eu, uma pessoa como eu, ousava
Francisca saiu de seu quarto usando chinelos e, ao sair, percebeu que Antônio ainda não havia voltado.- Que horas são?- Marcamos para as 10h da manhã. - Respondeu Claudia.- Legal, estou indo agora mesmo. - Disse Francisca.Após desligar o telefone, Francisca pensou um pouco e decidiu enviar uma mensagem para Antônio, dizendo que iria à casa da sua melhor amiga.Hoje, na casa de Claudia, ela também teria a chance de encontrar Breno à noite. Mesmo que tivessem se separado por apenas alguns dias, Francisca sentia como se tivesse passado muito tempo desde a última vez que o viu, e não tinha ideia de como ele estava indo.No Clube Sênior Zé, o lugar estava silencioso.Marcelo não tinha dormido bem e foi chamado para beber lá.- Antônio, por que beber tão cedo pela manhã? - Perguntou Marcelo, ainda usando seu jaleco de médico.- Você não sabe o quão ocupado estive ultimamente. - Respondeu Antônio enquanto observava o jeito despreocupado de Marcelo.- Você não tem esposa, então por que est
Francisca chegou cedo à casa de Claudia. Elas tomaram café da manhã juntas, esperando Catarina chegar para se desculpar.- Francisca, como a Catarina de repente decidiu se desculpar?Claudia estava confusa.Dias atrás, Catarina estava gastando dinheiro para encobrir notícias plagiadas e agora, de repente, ela diz que quer se desculpar. Era realmente incompreensível.Francisca também não sabia. Afinal, se Catarina estava em apuros, Antônio e Marcelo certamente não ficariam de braços cruzados. Se fosse uma notícia plagiada, eles certamente a abafariam. A única explicação possível agora era que, por algum motivo, eles não queriam ajudar Catarina.- Não pense muito nisso, apenas se lembre de recuperar a dignidade que você perdeu. - Disse Francisca.- Sim.- Vou me esconder por um tempo, você pode lidar com isso calmamente.- Certo.Às dez horas, Catarina chegou como esperado. Francisca foi para o quarto. Catarina estava acompanhada por um advogado.Catarina usava máscara e óculos escuros.
Catarina terminou de falar e pegou o celular novamente, enviando o endereço da casa de Claudia para Augusto.Na mansão.Claudia pegou uma câmera escondida de perto.- Francisca, você sempre tem soluções. Sabendo que ela não vai se desculpar publicamente, me faça gravar um vídeo dela se desculpando.Claudia terminou de falar e imediatamente abriu o vídeo que havia gravado no celular. Nele, estava registrada a admissão de culpa de Catarina pelo plágio, bem como sua tentativa de suborná-la.- Porque eu a conheço muito bem. Ela pode parecer flexível, mas tudo é por interesse. A menos que seja absolutamente necessário, ela não vai se desculpar publicamente.- Eu vou divulgar o vídeo na internet agora mesmo.Claudia estava muito animada. Francisca a deteve:- Não se apresse em publicar, acho que ainda não é o momento certo.No momento, Catarina estava desfrutando de grande popularidade. Mesmo que o vídeo fosse divulgado, o máximo que aconteceria é que sua reputação seria prejudicada. E, se a
Todos ficaram surpresos. Antônio nunca havia saído das reuniões antes. Guilherme, sob o olhar suplicante de todos, seguiu-o corajosamente.- Senhor.Antônio fez um sinal para que ele se calasse e, em seguida, pegou o celular, preparando-se para ligar para Francisca. Mas, ao pressionar o botão de discagem, ele hesitou. Se ele a ligasse assim, com certeza ela pensaria que ele se importava demais com ela.Deixava pra lá.Antônio desligou o telefone. Ele não conseguia se acalmar o dia todo. Vendo a noite cair, Antônio não jantou e pediu ao motorista para levá-lo para casa. Ao abrir a porta, a quietude da sala de estar era assustadora, a escuridão invadiu seu corpo instantaneamente.Antônio não acendeu a luz e se deitou no sofá, aborrecido. De tempos em tempos, ele abria o celular, sem saber exatamente o que esperava.O tempo passou segundo a segundo, ele ficou sentado na sala, sem saber quanto tempo se passou, quando seu celular acendeu.Antônio pegou o celular e viu a mensagem enviada pel
Passado mais de meia hora.Francisca e Henrique finalmente chegaram à mansão de Claudia. Antes mesmo de Francisca abrir a porta, eles ouviram vozes vindas de dentro.- Devagar, daqui a pouco vamos surpreender sua mãe, coloque o bolo aqui, aqui...Francisca não pôde deixar de sorrir. Esses dois ainda tentaram enganá-la dizendo que estavam muito cansados e não queriam ir juntos ao aeroporto. Na verdade, eles estavam secretamente preparando uma surpresa de aniversário para ela.- Parece que elas vão ficar desapontadas. - Disse Henrique rindo ao lado.- E se esperarmos um pouco antes de entrar?Francisca olhou para ele.Henrique olhou para os olhos claros dela, engoliu em seco:- Está bem.Então os dois ficaram do lado de fora, sentindo a brisa noturna.- Como a Helena tem passado ultimamente?- Bem, mas ela está ansiosa para que eu os traga de volta. Francisca respondeu com preocupação:- Eu também quero voltar cedo, mas o Fábio precisa de tratamento para sua doença.- Nós entendemos. -
- Dê-te um minuto, saia.A voz de Antônio do outro lado do telefone soou com um tom de comando.Sair? Francisca apertou o celular com força e olhou para fora da janela:- Você está aqui?- E você, o que me diz?Antônio simplesmente desligou o telefone.Francisca olhou para o celular que foi desligado e depois se virou para Henrique, um pouco envergonhada:- Desculpe, aconteceu algo e eu preciso voltar.Henrique estava prestes a perguntar o que estava acontecendo, mas ao ver a expressão nervosa e apressada dela, ele não perguntou mais nada, apenas assentiu:- Tudo bem, se cuide.Francisca pegou sua bolsa e saiu apressadamente.Henrique se levantou silenciosamente e foi até a varanda, observando sua figura desaparecer ao longe, com uma expressão complicada.Do lado de fora da mansão, um Cadillac preto, que se fundia com a escuridão da noite, estava estacionado em frente ao portão.Francisca se aproximou incerta.A janela do carro deslizou lentamente, e neste momento Antônio estava sentad
Francisca sabia que resistir era inútil e suportava em silêncio.Antônio se inclinou e sussurrou em seu ouvido:- Eu te aviso, se vocês se encontrarem novamente, farei com que nenhum de vocês fique bem!De repente, ele parou e sentiu um líquido quente e úmido em sua mão. Foi então que ele viu pequenas manchas de sangue em suas pontas dos dedos. Ele virou Francisca e percebeu que o sangue escorria do lado de sua orelha, descendo pela lateral do rosto.Antônio rapidamente retirou o aparelho auditivo dela:- Por que está sangrando novamente?Francisca não conseguia ouvir mais nada do que ele estava dizendo. Tudo o que ela queria era não ouvir mais palavras cruéis, então era melhor não conseguir ouvir mesmo.Antônio perguntou novamente:- Você trouxe seus remédios?A resposta foi o silêncio. Antônio sabia que ela não podia ouvir, então só restava dirigir o carro em direção ao hospital.No hospital.O médico tratou de Francisca, mas, por enquanto, ela ainda não conseguia ouvir.Depois que o