Como pássaros assustados, o grupo fugiu para fora do prédio. Afinal, eles não possuíam as armas que Guilherme tinha em mãos.O som de seus semelhantes caindo espalhou pânico, fazendo com que todos corressem para todos os lados.Guilherme, por outro lado, avançava na direção oposta, caminhando em direção a Tatiana, que estava no chão.Talvez pelo barulho ao redor ou talvez pelo desconforto do objeto sob seu corpo, ela mal conseguia abrir os olhos, mas tentava se mover para o lado.Guilherme se agachou diante dela com os olhos semicerrados e um leve sorriso se desenhou em seus lábios finos.- Você ainda consegue se mover, parece que é mais resistente do que eu imaginava, Srta. Taís...Ele não terminou de falar, pois seu discurso foi interrompido pelas ações da mulher.Tatiana, ainda confusa, percebeu a presença de alguém ao seu lado. Com os olhos turvos, ela estendeu os braços e agarrou firmemente o pescoço dele.Guilherme ficou paralisado momentaneamente.Ele estreitou os olhos e sentiu
O estacionamento subterrâneo estava um caos completo.As duas figuras caídas numa poça de sangue apertavam o coração de quem via.Os dois estavam caídos no chão, mas claramente haviam lutado.Os passos de todos pararam devido à cena diante deles, todos os sons pareceram cessar.Após um breve silêncio, alguém finalmente reagiu e correu para lá.- Tati... - Sussurrou Lorenzo.Sua mente estava em branco. Enquanto ouvia o capturado tagarelar, ele imaginava como ela estava ferida. Em sua mente, ele só conseguia imaginar ela sendo feita de refém por Guilherme, mesmo que houvesse marcas de dedos em seu pescoço, ela ainda seria capaz de resistir tenazmente.No entanto, ele não esperava encontrar uma cena tão horrível como aquela.Lorenzo, temendo que algo sério tivesse acontecido com Tatiana, se apressou para verificar sua condição.Ao perceber que a garota ainda respirava, seu coração apertado se aliviou um pouco.Mas quando suas palmas e braços sentiram os rastros úmidos de sangue em seu cor
- Como está a minha irmã? - Perguntou Leopoldo.Assim que souberam que Tatiana havia sido resgatada, Leopoldo e Eduardo ligaram imediatamente.Naquele momento, Emanuel tinha acabado de descer da ambulância, com uma expressão séria.- Ela tem ferimentos por todo o corpo, acredito que duas costelas estejam quebradas. A situação precisa ser avaliada em um hospital, eu já fiz um curativo provisório nos ferimentos que estavam sangrando. Embora não haja risco de vida iminente, os ferimentos dela não são leves. - Explicou Emanuel. Eles não sabiam se deveriam ficar aliviados por terem chegado a tempo, evitando um perigo de vida, ou se deveriam se arrepender por não terem protegido ela adequadamente, permitindo que tal infortúnio ocorresse.Eles ainda se lembravam da primeira vez que viram Tatiana.Naquela época, no exterior, quando os irmãos receberam uma ligação de Eduardo e correram para lá, encontraram uma garota em uma cadeira de rodas, coberta de feridas.Emanuel se lembra de que, naquel
As palavras dele se silenciaram abruptamente ao ver Elionay.Pedro sabia que os irmãos da família Orsi não tinham uma boa impressão deles, e ao encontrar Elionay, sentiu uma reverência como se estivesse diante de um ancião, fazendo com que perdesse a voz.Elionay, por sua vez, não tinha nenhuma aversão a Pedro.Na verdade, ele lembrava que sua irmã tratava Pedro muito bem e o considerava como um amigo.Portanto, com Pedro, ele não tinha preconceitos.Então Lorenzo o lançou um olhar.- Fale abertamente, ele também é irmão da Tati, não há necessidade de se esquivar. Além disso, aquelas pessoas que você estava interrogando, mais tarde as entregue à família Orsi. - Disse Lorenzo, calmamente. Para Lorenzo, os danos causados por aqueles jovens desordeiros não eram nada comparados aos de Guilherme.Em seu coração, Guilherme era o verdadeiro culpado pelo sofrimento de Tatiana até aquele ponto.Se não fosse por Guilherme, ela nunca teria sido sequestrada, nem caído nas mãos daquela escória.Co
Hospital.Fazia três dias que Tatiana estava em coma.Desde que ela foi trazida do Lago Montanhas para o hospital, não havia sinais de que ela acordaria.Mas os resultados dos exames médicos não mostravam problemas, suas lesões eram apenas externas, exceto por duas costelas quebradas.Teoricamente, ela não deveria estar em coma por tanto tempo.Mesmo considerando que ela estava exausta, o que poderia justificar uma longa recuperação, não era normal que ela continuasse inconsciente. Embora os médicos afirmassem que sua vida não corria perigo, a demora em acordar era naturalmente preocupante.A família Orsi até chamou Hélio Menezes para examinar ela, e ele chegou à mesma conclusão, ela precisava de repouso e deveria acordar por conta própria. Além da angústia e da preocupação, não havia muito que pudessem fazer.Enquanto isso, Eduardo e Lorenzo também aproveitaram para investigar as pessoas que Guilherme tinha colocado na Cidade R.A Cidade R não era um território de Guilherme, e sua ida
Benjamim tinha um sorriso mais intenso no rosto.Pelo senso comum, ele deveria estar furioso.Seu próprio filho, que ele criou, estava sendo chamado de louco, e como um ancião, como ele poderia tolerar tal julgamento?No entanto, não havia sinal de raiva no rosto do velho e ele até acenou com a cabeça em concordância com a avaliação.- Gille, esse rapaz, realmente é um tanto caprichoso, nenhuma regra pode conter ele. Se ele vivesse no exterior, até que seria bom, mas se ficasse perto de nós, ele realmente pareceria um louco. Ele é demasiado impulsivo, o que realmente não é bom. - Refletiu Benjamim. Ele falou calmamente, o que irritou Lorenzo um pouco.O que esse velho queria dizer, afinal?Justamente quando Lorenzo estava prestes a perguntar diretamente, as palavras seguintes do ancião o silenciaram.Benjamim levantou os olhos, olhando seriamente para Lorenzo.- Vim a Cidade R para pedir que você vá para Cidade A assumir a família Borges. Você aceita? - Perguntou Benjamim. Lorenzo nã
No cais de travessia do rio da Cidade R.Ao lado do armazém, se ergue uma casa térrea que parece um pouco desgastada pelo tempo.Era hora do almoço e o aroma da comida escapava pelos corredores, se misturando com a névoa sobre o rio.Um leve cheiro de medicamento se fundia ao odor dos alimentos, mas era difícil de perceber.No final do corredor da casa, Zeca estava na porta de um quarto, segurando uma caixa estreita e hesitando em entrar.- Senhor Guilherme, trouxe as coisas de volta. - Disse Zeca. Contrariando a aparência deteriorada da casa, o interior do quarto, embora pequeno, era completamente equipado, comparável a um hotel cinco estrelas.Guilherme estava sentado no sofá junto à parede.Neste profundo outono, ele estava sem camisa, as cicatrizes marcadas em seu torso e abdômen, especialmente a ferida no abdômen, que mostrava um tom marrom-escuro após ser medicada, junto com a cicatriz feroz, se tornava ainda mais assustadora.Ele estava ocupado aplicando medicamento em si mesmo
Às seis da tarde, no momento do jantar, a cozinha da Mansão Borges também começou a fumegar. Todos sabiam que Benjamim queria provar o sabor do arroz de marisco e, por isso, pediu ao cozinheiro que limpasse o fogão para começar a preparar o jantar. Quando Lorenzo e seu grupo chegaram, o aroma fresco do arroz já estava se espalhando pela cozinha.O velho, que vivia há muito tempo na Cidade A, sentia saudades de alguns aspectos de sua vida anterior e até mexeu nos ingredientes para evitar que grudassem na panela. Ao sentir o cheiro delicioso da comida pronta, um sorriso se espalhou pelo seu rosto envelhecido.Naquele momento, ele estava misturando alho picado, azeite e outros temperos antes de os despejar sobre um prato de sardinhas assadas. Foi então que ouviu Vasco dizer:- Sr. Benjamim, o Mestre Lorenzo voltou.Benjamim não respondeu e continuou a levar a comida fumegante para a sala de jantar. Assim que terminou, disse:- Se afastem, se afastem! Este peixe acabou de ser assado, c