Quando Guilherme saiu do banheiro, a primeira coisa que viu foi a garota encolhida no sofá, com um travesseiro sobre a cabeça.Provavelmente tinha realmente adormecido, pois não se mexeu ao ouvir seus passos.- Tati? – Chamou Guilherme. Guilherme chamou por ela, mas ela continuou imóvel, sem reação.Ela estava largada em um canto do sofá, com a cabeça coberta por um travesseiro, virada para o encosto, sem qualquer movimento.O rosto de Guilherme exibiu uma expressão de resignação.Essa mulher, que havia dito para ele descansar se estivesse cansado, já estava dormindo profundamente.Tudo bem, afinal, ela estava doente e ele não deveria se incomodar com isso.Ele se aproximou, se inclinou ligeiramente e, ao estender o braço, se lembrou de algo e se endireitou.Ao contrário das meninas, sua higiene pessoal era rápida, um simples enxague com água fria, o que fez com que seu corpo estivesse frio.Se a tocasse, poderia agravar sua doença e ela poderia ter febre à noite.Para garantir, Guilh
Quando seus olhares se encontraram, não foi apenas Tatiana que se sentiu constrangida, até Eduardo, que a observava, se sentiu embaraçado. Felizmente, ele não a deixou desconfortável, deu uma leve tossida e desviou o olhar, fingindo que nada havia acontecido.Ao saírem pela porta, ele naturalmente se agachou na frente de Tatiana.- Se você estiver cansada, posso te carregar nas costas. – Disse Eduardo. Ela não sabia ao certo o que estava sentindo, mas, no fim, não resistiu.Tatiana olhou para as costas largas à sua frente, sorriu repentinamente e, seguindo seu coração, subiu nos ombros de Eduardo.Uma sensação familiar e ao mesmo tempo estranha envolveu seu peito, aquecendo seu coração por completo.Embora estivesse um pouco constrangida, ao sentir que Eduardo a segurava firmemente para evitar que caísse, ela apertou um pouco mais os braços ao redor dele e sussurrou um agradecimento em seu ouvido.Eduardo riu suavemente.- Agradecendo ao seu irmão? – Perguntou Eduardo. - E o que poss
Eduardo ficou com o rosto imediatamente sombrio.Antes mesmo que ele pudesse responder à mensagem, outra mensagem de voz chegou.A voz preguiçosa parecia carregada com o frio da brisa noturna, selvagem e insolente.- Eu sei que Tati ainda está dormindo, e sei da importância dela para todos vocês. Vamos fazer assim, não vou guardar rancor pelo que aconteceu esta noite, desde que você a leve de volta ao hospital em segurança. Seus dois irmãos, eu os devolverei a você intactos. – Disse o homem. Desde que Tatiana aparecesse normalmente no quarto do hospital, Alex e Daniel seriam deixados em paz.Ao ouvir isso, Eduardo se sentiu extremamente furioso.- Por que eu deveria acreditar em você? – Rebateu Eduardo. - Edu, você pode escolher não acreditar, mas não posso garantir em que estado seus dois irmãos serão devolvidos. – Respondeu Guilherme com um tom sorridente.Ele fez uma pausa, e a terceira mensagem de voz chegou em seguida.- Ah, e irmão, você tem tanta certeza de que conseguirá tira
Emanuel olhou para o próprio relógio de pulso.- Cerca de três minutos. – Disse Emanuel. Embora tenha dito que levaria cerca de três minutos, o tempo parecia cronometrado exatamente.Quando Eduardo recebeu outra mensagem enviada por Guilherme usando o celular de Alex, a garota recostada em seu ombro finalmente começou a mover lentamente as pálpebras.A ansiedade que dominava seu coração se acalmou instantaneamente, e um sorriso surgiu em seu rosto elegante.Quando Tatiana abriu completamente os olhos, Eduardo não se importou mais com a mensagem no celular.Ele fixou os olhos em Tatiana.- Mana, você está bem? – Perguntou Eduardo. Tatiana havia acabado de acordar, sua mente ainda estava vazia, e em seus olhos negros havia uma expressão de confusão.Foi apenas quando uma leve fragrância de ervas flutuou de fora do carro que ela começou a recuperar a consciência do estado de torpor.- Edu... – Murmurou Tatiana. Pelo canto do olho, viu o prédio atrás de Eduardo, e uma expressão de perpl
- Irmã! – Gritou Eduardo. Antes que Tatiana se afastasse, a voz de Eduardo soou atrás dela.Ele pegou o bilhete, guardando ele sem abrir, e saltou do carro para ir de encontro a ela. Tatiana olhou para trás e viu Eduardo parado ao lado de Emanuel, com um semblante ligeiramente resignado.- De qualquer forma, você deveria deixar o irmão te acompanhar. Por que está indo sozinha? Desta vez é diferente da última. – Disse Eduardo. Ambos se lembraram da cena em frente ao hotel da última vez, e não puderam evitar sorrir.Especialmente Tatiana, cujo sorriso ainda carregava um toque de alívio.Isso tinha acontecido apenas dois dias atrás, então ela não tinha esquecido. Também se lembrava de como, na época, estava com medo de se arrepender, e nem ousou olhar para eles ao se despedir.Ela temia que, se olhasse para trás, desejaria voltar para casa, colocando em risco a segurança de Alex e Eduardo.Não olhar para trás também foi uma maneira de dizer a si mesma que estava sozinha desde o início,
Eduardo nunca imaginaria que um dia estaria na mesma sala que Guilherme, e ainda por cima, sem nenhum conflito.No quarto do hospital, Tati estava quieta, ninguém dizia uma palavra.O homem de rosto sombrio estava sentado no sofá, seus olhos frios e sombrios voltados para a direção do quarto, observando Emanuel examinar o corpo adormecido de Tatiana.Foi só quando Emanuel terminou e colocou a garota de volta na cama que o homem no sofá falou.- Como ela está? – Perguntou Guilherme. Emanuel levantou os olhos para olhar para Guilherme e esboçou um sorriso frio.- Sr. Borges, considerando o que você fez, o que acha que minha irmã poderia estar passando? – Indagou Emanuel. Os medicamentos tinham um componente sedativo, então não causariam nenhum mal ao corpo dela.Só que Tatiana foi acordada à força no meio do sono e teve que confrontar alguém enquanto estava doente, era natural que não aguentasse.Depois de dormir um pouco, ela acordaria e continuaria com os medicamentos para tratar a g
Tatiana acordou no meio do dia seguinte, sob o sol escaldante.Mais uma vez, foi a fome que a despertou, seu estômago roncando de vazio. Mas, ao contrário da última vez, desta vez ela não sentiu tontura ou fraqueza, pelo contrário, estava bem-disposta e revigorada.A fragrância suave das ervas no ar trazia a ela uma sensação de conforto e tranquilidade. Se não fosse pelo homem de expressão austera sentado no sofá, Tatiana quase teria esquecido os eventos da noite anterior. Com um único olhar para ele, seus movimentos se tornaram mais contidos, e ela decidiu se recostar no travesseiro e não dizer nada, reprimindo a fome que sentia.O homem no sofá também percebeu que Tatiana havia acordado. Vendo seu movimento pelo canto do olho e não ouvindo nenhuma palavra dela, ele decidiu ignorar ela e continuar com seu trabalho.A atmosfera no quarto permaneceu tensa. O único som era o leve teclar, até os pássaros lá fora eram mantidos à distância pelo vidro da janela.O silêncio foi quebrado p
- Vamos nos divorciar.Após três anos de casamento, essa foi a segunda frase que Lorenzo Borges disse a ela.A primeira foi na noite do casamento deles. Ela girou em frente a ele com seu vestido de noiva branco, segurando a ampla cauda do vestido, e perguntou sorrindo se estava bonita. A resposta que recebeu foi:- O casamento já acabou, vou mandar alguém te levar para o exterior.E assim, ela foi enviada para o exterior sozinha por três anos.Mas o que ela não esperava era receber essa frase logo após retornar ao país.Um pedido de divórcio.No aniversário de casamento deles.- É realmente necessário nos divorciarmos? - Tatiana questionou, sem olhar para cima. Seu cabelo comprido estava cobrindo seu rosto, escondendo todas as emoções em seus olhos e rosto. Só se ouviu a voz trêmula dela, com um leve tremor de choro. - Não podemos conversar sobre isso e reconsiderar?Lorenzo a encarou com seus olhos negros por um longo tempo, e ao responder, sua voz fria não tinha qualquer emoção extra