O suco colorido entrou no copo, com a embalagem marcada como suco puro, mas ainda exalava uma sensação barata.Mariane bebeu sem se importar, mas quando entregou para Vinicius, ela perguntou:- Você consegue beber isso?Vinicius ficou sem palavras, retrucando:- A embalagem diz que é proibido para Vinicius?Mariane riu e disse:- São apenas vinte reais uma garrafa, tenho medo de estragar seu precioso estômago.- Então por que você comprou?- Eu não tenho dinheiro, só posso comprar isso.Vinicius bufou.Ele sabia muito bem que ela tinha dinheiro.Da última vez, depois de dar uma casa para Silvio, ainda sobrou muito dos mais de quarenta milhões.Ela estava se fazendo de pobre, na verdade, apenas não queria gastar com ele.- Tudo bem, considere isso como um favor para mim, prove um pouco. - Mariane colocou o suco na frente do homem, seu sorriso brilhando sob a luz. - O sabor é bom.Vinicius não olhou para ela, pegou o copo e bebeu um gole com relutância, dizendo:- Ruim.A resposta era es
- Faça como quiser. - Ele respondeu levemente, como se não se importasse muito com o presente que ela iria dar.Mariane, no entanto, entendeu que o presente precisava ser dado, e não podia ser dado de qualquer jeito, senão haveria problemas.Ela pega a colher e colocou dois pedaços de carne para Vinicius, mas ele não se moveu, em vez disso, ele olhou para a mesa cheia de comida.- O que foi? - Ela perguntou.Ele franziu a testa e abriu a boca:- E os bolinhos de carne?Mariane ficou paralisada por um momento.Em seguida, não conseguiu conter o riso.Vinicius instantaneamente ficou se cara feia.Ele fez menção de se levantar.Mariane o interrompeu rapidamente:- Está aqui, na cozinha, esperando por você, para ser frita na hora.Vinicius olhou para ela, com uma expressão um tanto constrangida, provavelmente achando que sua pergunta foi um pouco infantil.- Só queria ver se você estava mentindo. - Ele acrescentou.Mariane segurou o riso e assentiu com a cabeça:- Entendo, você não quer co
- É só matar uma cobra, por que ficar tão surpresa? - Ele diz casualmente.Mariane ficou chocada.Dr. Santini soltou a cobra, lavou as mãos e esperou Mariane tirar alguns bolinhos da panela. Ele disse para Vinicius:- Você veio na hora certa, essas cobras pretas chegaram ontem.Vinicius olhou para a pele de burro em cima da pedra do lado de fora e perguntou:- Essa pele de burro também chegou ontem?Os olhos do Dr. Santini brilham, dizendo:- Sim, sim, sim!Vinicius assentiu:- E então, eu cheguei a tempo...- Isso, isso, isso!- Então, depois de matar as cobras, eu vou ajudar você a lidar com a pele de burro, certo?Dr. Santini sorriu com os olhos semicerrados, dizendo:- Isso seria ótimo.Vinicius balançou a cabeça.Mariane percebeu tudo e apontou para a pele de burro do lado de fora, comentando:- Não chegou hoje, né? Eu vi o mordomo pegando isso no depósito, já estava empoeirado.Dr. Santini não mostrou nenhum reconhecimento de ter sido descoberto, ele esticou o pescoço, retrucando
Aos olhos de Mariane, Vinicius deveria ser alguém que trabalhava em um escritório o ano todo. Aqueles músculos dele eram provavelmente resultado de frequentar uma academia, mas ela achava que não deviam ser muito úteis. A última vez que ela percebeu que estava errada em seu pensamento foi na casa de Paloma, quando ele lutou contra vários caras, soco após soco, deixando ela boquiaberta.Desta vez, sob a luz da lua, a cena estava poeticamente bela. Ele estava parado não muito longe dela, cercado por flores e plantas. No entanto, ele arregaçou as mangas e, com um som de rasgo, descascou uma cobra preta que tinha quase dois metros de comprimento, jogando a pele no degrau.A cabeça da cobra estava arrancada, mas o corpo ainda se contorcia.Ele tinha muito sangue nas mãos, e o cheiro forte de sangue o incomodava, então ele olhou ao redor.Mariane foi mais rápida que o Dr. Santini e perguntou:- O que você está procurando?- Pegue um isqueiro.- Oh, certo. - Ela assentiu e correu para a cozin
Sete cobras, nenhuma escapou.Todas foram mortas nas mãos de Vinicius.Dr. Santini deu a recompensa, três cobras intactas.Mariane ficou chocada novamente, questionando:- O que você vai fazer com isso?- Vamos fritar e comer! - Disse o Dr. Santini.Coincidentemente, Vinicius lavou as mãos e ficou do lado de fora, acendendo alguns cigarros para disfarçar o cheiro de sangue.Ao ouvir isso, ele foi até o bolso com uma mão e voltou para a cozinha, dizendo a Mariane:- Vamos fritar tudo junto com os bolinhos de carne.- Ah? - Mariane recusou. - Eu não sei fazer isso!- Frite as cobras da mesma forma que frita os bolinhos.- Então eu também não sei mais como fritar bolinhos.Vinicius ficou com cara de tacho.Ele ficou na entrada, o vento balançava seus cabelos. Ao ver a expressão assustada dela, ele riu de repente, embora de forma sarcástica.O vento entrou na cozinha e Mariane ouviu ele dizer uma frase:- Medrona.Dr. Santini achou uma pena, senão poderiam comer as cobras fritas naquela no
Havia sete cobras, todas enroladas ordenadamente dentro de um balde de ferro, ainda se contorcendo. Mariane sentiu um arrepio só de olhar para elas.No quintal, Vinicius já havia trocado de roupa e estava usando um traje de proteção semelhante ao que usou quando foi pegar as raízes de lótus na água.Mariane enrolava para não entrar na cozinha, espiando o homem no quintal.Antes de começar a trabalhar, Vinicius acendeu um cigarro e, ao se virar, percebeu que ela ainda estava enrolando.Ele jogou a bituca do cigarro e disse:- Você precisa se preparar tanto antes de começar?Mariane saiu com as mãos atrás das costas, pensou um pouco e disse:- Acho que é um desperdício fritar hoje à noite, seria melhor comer amanhã.O Dr. Santini saiu com uma xícara de chá, dizendo:- Não é desperdício, não é desperdício. Se não conseguirmos comer tudo, refritamos o restante amanhã e continuamos comendo.Mariane olhou para Vinicius, que levantou o canto da boca, provocando:- Ouviu isso?- Eu...- Anda l
Mariane cortava as cobras rapidamente, enquanto Vinicius demorava para lidar com a pele de burro. Ela já estava se preparando para fritar quando ele finalmente raspou apenas metade.Dr. Santini disse que raspar a pele de burro machucaria as costas e pediu para ele descansar um pouco.Vinicius concordou, largou o couro e foi se lavar.Mariane estava temperando na cozinha, preparando para marinar os pedaços de carne de cobra.Embora ela não estivesse tão assustada como antes, ainda não conseguia pegar as cobras de forma eficiente. Ela estava misturando aqueles pedaços rosados aos poucos com um garfo.Afinal, eram sete cobras, todas com cerca de um ou dois metros, preenchendo um balde inteiro.- Quando você terminar essa tarefa de baixa eficiência, já será de manhã. - Disse Vinicius sarcasticamente, parado perto da porta.Mariane não se importava e respondeu:- Trabalho lento resulta em trabalho bem feito.Vinicius ficou em silêncio, mas discretamente se aproximou dela.Mariane olhou para
Mariane não foi imediatamente procurar Vinicius. Ela entrou na casa, pegou um livro de medicina e então sentou ao lado dele, colocando também a carne de cobra ali.- Não vai comer? - Ela perguntou.Vinicius a ignorou.Ela riu, dizendo:- Não precisa ficar tão irritado, né?Prevendo que ela iria chamá-lo de infantil de novo, ele abriu os olhos, virou o rosto e olhou para ela sombriamente.Mariane sorriu.Ele bufou e desviou o olhar.Mariane disse:- Você realmente não tem lógica em suas ações. Você pode me provocar, mas eu não posso revidar?A expressão de Vinicius não estava fria, apenas desconfortável, era uma insatisfação intencional.Mariane podia sentir isso, por isso se atreveu a brincar com ele:- Se você não vai comer, tudo bem. Eu peguei um livro de medicina oriental com o Dr. Santini para tratar da sua doença.Ele franziu a testa e virou o rosto para ela, questionando:- Quem está doente?Mariane não se importou e começou a folhear o livro de medicina, de repente perguntando: