Vinicius voltou para o seu quarto, se sentindo continuamente incomodado.A maneira como Mariane falou sobre o divórcio, sua atitude ao planejar o futuro, tudo isso trazia um incômodo sem precedentes.Enquanto pensava nisso, a campainha tocou.Ele franziu a testa e, não querendo incomodar Raquel, se moveu rapidamente para atender.Ao abrir a porta, encontrou uma Mariane ofegante.A mulher carregava uma sacola, com uma leve camada de suor cobrindo suas bochechas pálidas.Quando seus olhares se encontraram, ele ergueu o queixo e falou friamente:- O que você quer?Mariane ignorou sua frieza e olhou para o braço dele:- Você se machucou?Vinicius hesitou.De fato, havia um pequeno corte de vidro de cerca de dois centímetros em seu antebraço.Ele não tinha dado muita importância, apenas tratou a ferida superficialmente durante o banho.Mariane deu um passo em direção à sala de estar, o forçando a recuar inconscientemente.Ela abriu a sacola da loja de conveniência na porta e tirou uma caixa
Numa noite profunda, num apartamento de luxo no centro da cidade.O celular foi arremessado contra a televisão, seguido pelo choro de uma criança.Várias babás ocupadas no andar de cima, uma delas desceu e bateu na porta do quarto de Luana.- Srta. Luana, o que aconteceu?Luana, no quarto, com o rosto distorcido. Ela fez tantas ligações, mas apenas uma mulher atendeu, a provocando e depois a bloqueando.Vinicius ainda não a deu atenção."O que ele está fazendo, afinal?"Ela caminhou de um lado para o outro, com medo e pânico se misturando, quase a enlouquecendo.Afinal, como sua primeira namorada, ele não deveria tratar ela assim!O choro do bebê era penetrante e a babá do lado de fora continuava perguntando sem parar.Luana explodiu, gritando:- Cale a boca!A babá se assustou, e as duas se olharam na porta, confusas."Será que a Srta. Luana tem depressão? Por que ela está tão instável?"Com a porta ainda fechada, a babá tentou dizer:- Srta. Luana, se você está se sentindo mal, que t
Ela foi ao hospital visitar Gustavo, que já estava quase recebendo alta.Bem cedo, o jovem estava sentado sob a janela, vestindo um casaco de lã sobre o uniforme hospitalar, com braços e pernas longos que, mesmo enfaixados em gesso, não impediam sua elegância.A única pena era a palidez do seu rosto.- São mais de oito horas, você não deveria estar no trabalho ao invés de vagar pelo hospital? - Ele indagou.Esse tom de voz fazia Mariane se lembrar de Vinicius.Ela se sentou e disse:- Hoje não vou trabalhar.- Sete dias na semana e você mal trabalha metade deles. Que carreira permite isso? - Gustavo franziu a testa, fechando o livro que tinha em mãos com desdém. - Quando você vai superar essa obsessão pelo Vinicius? Além de pensar nele, o que mais você faz? Viciada em ser uma dondoca inútil?Mariane, sem forças, respondeu:- Não é...- Os zumbis abriram seu cérebro e tudo foi jogado fora! Além de bonito e rico, ele tem mais alguma qualidade?- Eu...Gustavo não se importou em ouvir mai
Dario ajustou seus óculos e, percebendo a situação, colocou os documentos que segurava sobre a mesa e saiu do escritório. Ao abrir a porta, os olhares curiosos ao redor rapidamente se esconderam, mas o aroma de fofoca ainda pairava no ar. Sem dúvida, em cinco minutos, a notícia se espalharia por toda a empresa. Dario suspirou.No interior do escritório, Mariane ouviu a porta se fechar e imediatamente se endireitou. Enquanto se movia, seus cabelos novamente roçaram o ombro de Vinicius. O homem franziu a testa, prestes a falar, quando a ouviu dizer:- Como foi minha atuação?Ele fechou a tampa da caneta com uma força mediana, sem expressar satisfação. Mariane, indiferente, caminhou até a mesa de jantar e começou a abrir as comidas uma a uma.- Aqui estão os pratos que você pediu, todos eles.Vinicius olhou desconfiado:- Foi você que fez?Mariane, séria, afirmou com convicção:- Eu mesma fiz. Com as próprias mãos.Dezesseis pratos, quanto tempo isso levaria? Ela não fez mais nada naquela
- Se seu pai voltar, você consegue segurar ele? - Mariane disse, tentando quebrar o silêncio constrangedor.Vinicius olhou para ela e respondeu:- Tem medo que eu morra e te arraste comigo?Mariane deu de ombros e assentiu seriamente:- Sim, nós dois somos um casal de ressentidos, morrer juntos seria trágico.Vinicius soltou um resmungo frio.E o silêncio retornou.Mariane lançou um olhar e notou um canto do curativo no braço do homem levantando.- Você ainda não trocou por um novo?Vinicius seguiu seu olhar, pousando os olhos em seu próprio antebraço, e franziu a testa, abaixando a manga.- Não tive tempo.Mariane olhou ao redor e perguntou:- Tem no seu escritório?Vinicius olhou para ela, sombrio:- Não tem ninguém aqui, você não precisa fingir que se importa.Mariane sorriu levemente e disse:- Tenho medo que você morra e eu tenha que morrer também.Sempre que conversavam, nunca acabava bem.Mariane se levantou sem dizer nada, procurando pelo escritório.- Posso ir à sala de descan
Durante o longo intervalo do almoço, Mariane pediu um delivery e fez com que entregassem curativos adesivos, todos com estampas de desenhos animados.Vinicius não gostou, ela percebeu.Então, ela escolheu, propositalmente, um momento em que havia outras pessoas por perto, se aproximou dele e disse gentilmente:- Querido, vou trocar seu curativo.Vinicius ficou chocado.O executivo também respirou fundo.Mariane, maliciosa, sabendo que Vinicius não faria nada na frente dos outros, escolheu um curativo com a maior estampa de desenho animado e o colou no antebraço de Vinicius, como um adesivo.Vinicius grunhiu baixinho, baixou a cabeça e encontrou o olhar brilhante e sorridente dela. Ele arregalou os olhos.Mariane, com uma expressão inocente, piscou e perguntou:- Te machuquei?- Não.- Que bom!O executivo sentiu um arrepio, pensando nos rumores dentro da empresa, e refletiu: "Realmente, o Sr. Lopes está disposto a tudo para ter filhos. Um relacionamento rápido tem sempre um gosto de ad
Mariane, cujos pais morreram em um acidente de carro, era particularmente sensível a este assunto. No funeral de seus pais, ela se escondeu em um canto, ouvindo as pessoas comentarem sobre como o acidente era estranhamente suspeito. De repente, ele levou as vidas de seus pais e sua tia, que eram considerados os próximos sucessores na empresa. Seus avós maternos, de origem humilde, não tinham voz na questão, mas sua grande tia, nascida em uma família ilustre, teve sua família investigando o caso por quase meio ano sem encontrar falhas. O acidente foi finalmente considerado uma fatalidade.Existe mesmo tanto acaso assim no mundo? Mariane suspeitou de seu tio e até de seu tio mais velho, mas observações ao longo dos anos a fizeram perceber que nenhum deles tinha capacidade para tal. Enquanto pensava nisso, um toque de telefone soou. Mariane acordou de repente e viu que era uma chamada de Colles. Ela atendeu, não recusando como antes, e foi para o local das filmagens conforme o endereço fo
Flávia estava furiosa, mas ao levantar os olhos e ver Mariane, quase não a reconheceu. Ela se acalmou um pouco antes de arriscar:- Mari?Mariane sorriu em resposta e se aproximou:- Professora, faz tempo que não nos vemos.Flávia realmente não estava no clima para relembrar os velhos tempos, controlou sua irritação com esforço e estava prestes a falar, quando uma voz jovem de mulher soou atrás dela:- Sem ela, eu já teria feito sucesso há tempos, ainda tem a audácia de me desprezar! Com essa idade, se não tem capacidade, deveria aceitar!Assim que ouviu isso, Flávia ficou instantaneamente enfurecida e se preparou para voltar e discutir.Mariane a segurou rapidamente e fez um sinal para o assistente de Colles, que prontamente veio ajudar. Juntos, eles conseguiram afastar Flávia.No camarim do andar de cima, Colles apareceu na hora certa.O assistente explicou rapidamente a situação e Colles sentiu simpatia por Flávia. Naquele momento, muitos diretores que costumavam ficar em casa estav