A avó apareceu, e Mariane, sem uma palavra, se apressou em levantar para ceder o lugar.- Fique sentada! - A avó ergueu a mão, pressionando para baixo, e disse. - Esse é o seu lugar.Todos ficaram em silêncio.Mariane não sabia se sentava ou ficava de pé.Levantou os olhos, encontrando o olhar gélido de Vinicius.Ela pigarreou, se sentindo desconfortável como se tivesse espinhos sob si e se sentou com dificuldade.Alguém levou uma cadeira para a avó, que se sentou apoiada em sua bengala, convidando Vinicius a fazer o mesmo.Vinicius se sentou ao lado esquerdo de Mariane, com um movimento mais natural, despreocupado com a presença dos mais velhos sentados ali.- Cunhada, por que demorou tanto para aparecer? Se tivesse chegado mais cedo, poderia ter ensinado as crianças e não precisaríamos gastar tanta saliva. - Disse a bisavó para a avó.A avó não respondeu, mas, ao ver o vídeo, comentou:- A qualidade da imagem não está boa, não tem assinatura premium?Todos ficaram chocados.Mariane q
Houve um alvoroço, as pessoas se olharam surpresas. O tio foi o primeiro a falar:- Você quer dizer que, se no futuro alguém da família se tornar ator, você não vai se importar?Vinicius olhou ao redor, os lábios se curvando levemente:- Tio, os tempos são outros.- Que tempos? - O tio riu friamente, mas depois, pensando melhor, olhou para Mariane. - Fique atenta, Mariane. Atores, ouvi dizer, estão por aí. Talvez essa regra de hoje não seja para você.Assim que ele terminou de falar, todos pensaram em Luana, olhando para Mariane com um toque de desprezo.Daiane se sentiu aliviada, voltando para o lado de Luciana, sorrindo:- Então, meu irmão tinha segundas intenções. Deveria ter dito mais cedo. Não por outra razão, mas pelo menos para que meu pequeno sobrinho pudesse voltar para casa legítimo, eu não diria nada.Mariane ouvia em silêncio, o alívio em seu coração desaparecendo completamente.Falar sobre a criança a causava nojo, como se engolisse uma mosca morta.O mais importante, todo
- Dentro de um ano, se engravidar, vai transferir a participação na empresa. E se não conseguir engravidar? - O tio perguntou com um estalo de inspiração.Todos olharam para a matriarca da família.Ela tomou um gole de chá, dizendo relaxadamente:- Então esperamos mais um ano.Todos ficaram chocados, era um claro favoritismo!Mariane torceu os lábios.- Vovó, isso é injusto. No final, tudo ainda vai para o meu irmão mais velho, certo?- Se não for para o seu irmão, seria para você? - A matriarca a olhou de relance.Luciana, tentando se conter até ficar pálida, finalmente falou.Mas a matriarca se adiantou:- Às vezes, é melhor ser grato pelo que se tem. Já recebeu mais do que merecia.Luciana engoliu as palavras que ia dizer.A sala estava barulhenta, ninguém estava feliz, exceto Nicole.A avó materna estava prestes a falar, quando um dos seguidores da matriarca entrou, a entregando um celular.- Quem está ligando?- Hellen.A matriarca parecia impaciente, murmurando:- Ligando a esta
Nove horas, brisas da noite em sucessão. Passando pelo pequeno jardim, trazendo consigo fragrâncias agradáveis.Mariane sentada no pavilhão, com um ar de incredulidade.Ela não conseguia entender, por que o foco da discussão havia se tornado se ela poderia engravidar ou não.A velha senhora falou de um ano, Vinicius imediatamente sugeriu meio ano.Ele realmente tinha coragem de falar isso.Que capacidade ele tinha, ele mesmo não tinha noção?Três anos já, sem nenhum sinal.Meio ano...Eles até se divorciaram, ele faria reprodução assexuada?Era simplesmente ridículo!Ela bufou friamente, pensando na reunião de família que ainda não havia terminado, se lembrando das caras daquelas pessoas.Sem precisar pensar, ela sabia que, se não estivesse grávida em meio ano, aquelas pessoas ririam de Vinicius.Ela se sentia bem com isso.De repente, seu humor melhorou. Vendo que tinha tempo, ela decidiu fazer uma ligação para o Jardim Rosário. Haviam convidado um monte de gente, mas eles, os anfitri
Mariane olhou para a sua localização atual e percebeu que estava perto da casa de Paloma. Ela deu uma olhada rápida em Vinicius pelo espelho retrovisor, e, vendo que ele não estava prestando atenção, mudou de rota. O carro seguia em frente e estava quase chegando à casa de Paloma quando uma voz masculina fria veio de trás:- Mariane, para onde você está indo?Mariane piscou e respondeu casualmente:- Ah, eu comprei umas coisas, só estou dando uma volta para pegar.- Você sabe que horas são?- Vai ser rápido.- Não pegue as coisas, volte para o Jardim Rosário.- Tá bom.Mariane concordou verbalmente, mas acelerou o carro na direção da casa de Paloma. Vinicius não era bobo e logo percebeu que ela estava desobedecendo a ordem.- Mariane!- Se sente, vai ser rápido.- Vire o carro!Mariane o ignorou desta vez. Vinicius riu ironicamente, cada vez mais convencido de que ela estava se rebelando. Ele se sentou ereto. Mariane, rápida, virou bruscamente o volante. Vinicius foi jogado contra a po
Mariane se sentiu impotente frente à situação, preocupada que Vinicius estivesse em desvantagem, ela se levantou, querendo ajudar.Logo após dar alguns passos, um som de estilhaços ecoou, e fragmentos de um vaso de cerâmica voaram por toda parte.Gritos agudos preencheram seus ouvidos, e ao olhar, viu Vinicius chutando o abdômen de um homem.Aquele chute com certeza causou danos internos, o homem vomitou desordenadamente.Quanto mais pessoas apareciam, mais violentos ficavam os golpes de Vinicius.Em um instante, a casa estava cheia de pessoas caídas, e a mais próxima de Mariane convulsionava, sangrando pela boca.Mariane, assustada, se virou e viu Paloma segurando um celular.- Irmã! Devemos chamar a polícia?Mariane, voltando a si, a interrompeu rapidamente:- Não!Naquela cena, a chegada da polícia, mesmo que conseguissem explicar, se fossem fotografados pela mídia, seria problemático.Depois de bater nos homens, Vinicius, ligeiramente ofegante, desabotoou os punhos da camisa e se s
Mariane nunca tinha visto Vinicius ser tão paciente com alguém, o que a deixou espantada.Seu celular, que provavelmente poucos haviam tocado, foi casualmente entregue à menina para jogar.O caos na casa estava sendo resolvido até a metade, quando Vinicius decidiu descer com a menina.Mariane ficou para trás para acalmar Paloma e sua mãe, persuadindo Paloma a reconsiderar a venda da casa para estudar no exterior.Pelo que aconteceu esta noite, era claro que mãe e filha não teriam paz no país, mesmo que a fábrica começasse a operar, sempre haveria problemas.A mãe de Paloma chorava incessantemente, enquanto Paloma, com os olhos vermelhos, disse que pensaria com cuidado.Aliviada, Mariane deixou o quarto e viu que Túlio, com alguns homens, estava arrumando a sala da família Duarte, limpando até os menores cacos de lixo.- Srta. Mariane, desça primeiro, por favor.- Vou ajudar vocês, para ser mais rápido.Túlio, aparentemente pouco comunicativo, apenas concordou silenciosamente, se apress
A casa de Túlio era uma grande residência térrea, com cerca de duzentos metros quadrados, mantida muito limpa.Ao entrarem, Vinicius, familiarizado, foi direto tomar um banho, enquanto a garota ficava na sala brincando com o cachorro e Túlio se dirigia para a cozinha.Mariane, se sentindo um pouco deslocada, foi ajudar na cozinha.Túlio, percebendo seu desconforto, a deixou encarregada de cozinhar o macarrão.- Raquel é sua irmã? - Perguntou Mariane.Túlio hesitou por um momento e depois assentiu:- Sim, ela se chama Raquel Matos.Mariane olhou para fora da cozinha e viu Raquel se levantando e entrando. A garota abriu a geladeira, pegou um pedaço de bolo e se aproximou de Mariane.- Quer que eu abra para você?A garota negou com a cabeça:- Coma você. - Mariane ficou surpresa. - Seu estômago já está roncando há um tempo.Mariane se sentiu um pouco envergonhada.Suas orelhas coraram e ela lambeu os lábios:- Obrigada.- Me chamo Raquel.Enquanto Mariane abria o bolo, ela pensou por um m