Cinco horas da tarde, João e Bryan chegaram primeiro. Ao entrar, descobriram que só havia empregados ocupados por ali.- A senhora saiu para comprar frutos do mar e ainda não voltou. - Disse o empregado.- Sem problemas, vamos dar uma olhada por aí.Enquanto falava, João, com sua habitual desinibição, abriu uma lata de refrigerante e passou um copo para Bryan.Aproveitando a ausência de outros, ele se aproximou e disse:- O que você acha, eles estão morando juntos?Bryan, com sua habitual expressão indiferente, parecia desinteressado, mas respondeu:- Um homem e uma mulher, contanto que ainda durmam na mesma cama e se encontrem, podem agir como inimigos?João arqueou as sobrancelhas. "Faz sentido."Ele deu uma volta pela sala de estar e olhou em direção ao segundo andar.O som de um carro chegando do lado de fora indicou a chegada de Kevin e Lucas.Dona Josiane, vendo tantos estranhos no Jardim Rosário pela primeira vez e sem os donos da casa, se apressou em ligar para Mariane e Vinici
O salão estava iluminado, com uma decoração completamente do século passado. Havia duas cadeiras na frente e quatro de cada lado. Nas laterais, mais quatro cadeiras de cada lado. As paredes estavam adornadas com entalhes e pinturas, e havia um retrato pendurado bem à frente.Mariane estava no centro, havia esperado uma hora até que todos chegassem. A avó de Vinicius não apareceu. Apenas metade dos idosos da família Lopes estava presente, todos sentados eretos, com uma expressão de quem estava prestes a interrogar um criminoso. Na liderança, estava o tio de Vinicius.Um homem de cerca de cinquenta anos, vestindo um terno antigo, parecia bastante autoritário e sério, entregando a Mariane algumas fotos e um vídeo no celular.- Veja só o que você fez! - Disse ele friamente.Mariane não precisava olhar para saber que se tratavam do vídeo da churrascaria e das fotos dela trabalhando. Ela pegou as fotos e o celular, deu uma rápida olhada, e com um sorriso, perguntou:- O que o senhor quer diz
- Você se compara ao meu irmão?Mariane responde com confiança:- Como não? Sou esposa dele, onde ele senta, eu sento! - Daiane tentou interromper, mas Mariane falou novamente. - Os mais velhos querem falar sobre regras comigo? Tudo bem, vamos falar sobre isso. Se não me engano, há uma regra na família Lopes que diz que o chefe da família deve morar na Mansão Rosebud. Vinicius já está no conselho de administração há um bom tempo, é o legítimo chefe da família. Por que, então, ninguém me convidou para morar na Mansão Rosebud nos últimos seis meses?Os outros ficam surpresos.Mansão Rosebud, onde Luciana ainda morava.Mariane perguntou diretamente:- Tio, você é mais velho, pode me explicar isso?- Sua tia ainda mora lá, você quer que ela se mude?Mariane aplaudiu e disse:- Exatamente, ela deveria se mudar!Todos ficaram sem palavras.Luciana, sentada calmamente, disse:- Quando chegar a hora, eu me mudarei!- E quando seria essa hora?- Quando você tiver qualificação para isso.O tio s
A questão do chá derramado em Daiane se tornou o estopim, e a avó, que até então se mantivera em silêncio, se levantou.- Você é tão jovem e já se atreve a maltratar sua irmã na frente de tantos mais velhos. Se não te educarmos bem hoje, que piadas ouviremos no futuro!Mariane ganhou coragem e disse:- Quando me casei com a família Lopes, ouvi que a renovação da Mansão dos Lopes foi para o casamento dos pais de Vini naquela época. Cada flor e cada planta nesta mansão carrega o esforço da mãe de Vini enquanto ela estava viva. - Ela apontou para si mesma e disse. - Se uma nora legítima como eu for esbofeteada por uma filha bastarda de uma amante nesta mansão, isso sim seria uma verdadeira piada!A avó ficou chocada. A velha senhora abriu a boca em espanto, com uma expressão cômica, se virou e olhou para a multidão em descrença."Vocês ouviram o que ela disse?"Todos ficaram estupefatos.A conclusão unânime foi: "Vinicius se casou com uma esposa louca."Toda a família Lopes sabia que Luci
A avó apareceu, e Mariane, sem uma palavra, se apressou em levantar para ceder o lugar.- Fique sentada! - A avó ergueu a mão, pressionando para baixo, e disse. - Esse é o seu lugar.Todos ficaram em silêncio.Mariane não sabia se sentava ou ficava de pé.Levantou os olhos, encontrando o olhar gélido de Vinicius.Ela pigarreou, se sentindo desconfortável como se tivesse espinhos sob si e se sentou com dificuldade.Alguém levou uma cadeira para a avó, que se sentou apoiada em sua bengala, convidando Vinicius a fazer o mesmo.Vinicius se sentou ao lado esquerdo de Mariane, com um movimento mais natural, despreocupado com a presença dos mais velhos sentados ali.- Cunhada, por que demorou tanto para aparecer? Se tivesse chegado mais cedo, poderia ter ensinado as crianças e não precisaríamos gastar tanta saliva. - Disse a bisavó para a avó.A avó não respondeu, mas, ao ver o vídeo, comentou:- A qualidade da imagem não está boa, não tem assinatura premium?Todos ficaram chocados.Mariane q
Houve um alvoroço, as pessoas se olharam surpresas. O tio foi o primeiro a falar:- Você quer dizer que, se no futuro alguém da família se tornar ator, você não vai se importar?Vinicius olhou ao redor, os lábios se curvando levemente:- Tio, os tempos são outros.- Que tempos? - O tio riu friamente, mas depois, pensando melhor, olhou para Mariane. - Fique atenta, Mariane. Atores, ouvi dizer, estão por aí. Talvez essa regra de hoje não seja para você.Assim que ele terminou de falar, todos pensaram em Luana, olhando para Mariane com um toque de desprezo.Daiane se sentiu aliviada, voltando para o lado de Luciana, sorrindo:- Então, meu irmão tinha segundas intenções. Deveria ter dito mais cedo. Não por outra razão, mas pelo menos para que meu pequeno sobrinho pudesse voltar para casa legítimo, eu não diria nada.Mariane ouvia em silêncio, o alívio em seu coração desaparecendo completamente.Falar sobre a criança a causava nojo, como se engolisse uma mosca morta.O mais importante, todo
- Dentro de um ano, se engravidar, vai transferir a participação na empresa. E se não conseguir engravidar? - O tio perguntou com um estalo de inspiração.Todos olharam para a matriarca da família.Ela tomou um gole de chá, dizendo relaxadamente:- Então esperamos mais um ano.Todos ficaram chocados, era um claro favoritismo!Mariane torceu os lábios.- Vovó, isso é injusto. No final, tudo ainda vai para o meu irmão mais velho, certo?- Se não for para o seu irmão, seria para você? - A matriarca a olhou de relance.Luciana, tentando se conter até ficar pálida, finalmente falou.Mas a matriarca se adiantou:- Às vezes, é melhor ser grato pelo que se tem. Já recebeu mais do que merecia.Luciana engoliu as palavras que ia dizer.A sala estava barulhenta, ninguém estava feliz, exceto Nicole.A avó materna estava prestes a falar, quando um dos seguidores da matriarca entrou, a entregando um celular.- Quem está ligando?- Hellen.A matriarca parecia impaciente, murmurando:- Ligando a esta
Nove horas, brisas da noite em sucessão. Passando pelo pequeno jardim, trazendo consigo fragrâncias agradáveis.Mariane sentada no pavilhão, com um ar de incredulidade.Ela não conseguia entender, por que o foco da discussão havia se tornado se ela poderia engravidar ou não.A velha senhora falou de um ano, Vinicius imediatamente sugeriu meio ano.Ele realmente tinha coragem de falar isso.Que capacidade ele tinha, ele mesmo não tinha noção?Três anos já, sem nenhum sinal.Meio ano...Eles até se divorciaram, ele faria reprodução assexuada?Era simplesmente ridículo!Ela bufou friamente, pensando na reunião de família que ainda não havia terminado, se lembrando das caras daquelas pessoas.Sem precisar pensar, ela sabia que, se não estivesse grávida em meio ano, aquelas pessoas ririam de Vinicius.Ela se sentia bem com isso.De repente, seu humor melhorou. Vendo que tinha tempo, ela decidiu fazer uma ligação para o Jardim Rosário. Haviam convidado um monte de gente, mas eles, os anfitri