Giovana originalmente queria recusar. Dr. Arthur era mais de dez anos mais velho que ela, além de ser feio e repulsivo. Só de olhar para ele, sentia náuseas! Sempre que ia até sua casa, ela suportava o nojo para dormir com ele, um verdadeiro pesadelo.Ela se envolveu com Dr. Arthur porque Olga, após falhar na tentativa de assassinar Lúcia, foi internada no hospital. Com medo de que a verdade viesse à tona, Giovana pediu a ajuda de Dr. Arthur para garantir que Olga não saísse viva da sala de cirurgia.Inicialmente, ela acreditava que um bom dinheiro para mantê-lo em silêncio seria suficiente para se livrar dele, mas Dr. Arthur usou isso como uma arma para chantageá-la, exigindo que ela estivesse disponível sempre que ele quisesse.As palavras de recusa estavam presas na garganta de Giovana.— Sílvio vai agir contra Lúcia. Se quiser saber mais, vista-se bem e venha me ver esta noite. — Disse Dr. Arthur com uma voz insinuante, e antes que Giovana pudesse recusar, ele desligou o telefone.
Ela tentou se esquivar, mas Dr. Arthur a segurou firmemente e a beijou à força:— Não adianta tentar fugir. Agora que me provocou, não tem como escapar. Mesmo que se torne a esposa de Sílvio, não pense que vai se livrar de mim. Você sempre será minha.Giovana sentiu um enjoo ao ouvir essas palavras melosas.Arthur era simplesmente um lunático! Por causa de uma única transação, ele estava a atormentando desse jeito. Como ela poderia aceitar ser controlada por ele para sempre? Como poderia se resignar a ser maltratada por esse velho insuportável para o resto da vida?Ela precisava encontrar uma forma de fazer Lúcia desaparecer. Só assim poderia ficar com Sílvio.Quando se tornasse a Sra. Sílvio, deixaria todas essas sujeiras para trás e se dedicaria a ser uma boa esposa para ele, cuidando e protegendo-o. Essas coisas sujas seriam enterradas, e ninguém jamais as descobriria.Ao sair da mansão de Dr. Arthur, Giovana dirigiu-se a um bar para beber. Lá, avistou uma figura familiar: Sílvio.V
Se ele realmente estivesse disposto a esperar, como poderia ter tirado fotos de casamento com Giovana no mesmo dia em que ela foi diagnosticada com câncer terminal? Como poderia ter permitido que Giovana a matasse repetidamente? Como poderia ter pisoteado o gravador que Olga havia enviado sem sequer ouvir a explicação?Portanto, tudo já indicava que Sílvio mal podia esperar para que ela morresse.Agora, Lúcia estava plenamente ciente dessa dura realidade, mas ainda assim, ver ele e Giovana tão íntimos fazia seu coração doer.Alguns dias atrás, ele a forçou a se desculpar com Giovana, e ela viu, do lado de fora do quarto de hospital, que eles se abraçavam com tanta intensidade que era difícil separá-los.Lúcia mordeu os lábios, enquanto seus dedos longos tocavam a vitrine de vidro. Um frio gélido percorreu seu corpo através da ponta dos dedos. Suas extremidades ficaram instantaneamente geladas, sem um pingo de calor.Basílio, inquieto, perguntou:— Srta. Lúcia, você...Claro, Basílio ta
Sílvio sentiu uma onda de irritação crescendo dentro de si.Não era de se admirar que aquela mulher não se importava com a criança. Ela ainda não terminou com Basílio.Ele fechou a janela do carro, seu rosto se tornando ainda mais sombrio.Ao chegar ao apartamento, Leopoldo o ajudou a subir as escadas, e então Sílvio o dispensou.Em seguida, ele trocou a senha da porta e apagou todas as impressões digitais de Lúcia do sistema.— Uma mulher como ela não merece mais pisar nesta casa! — Ele disse para si mesmo, com raiva.Depois de alterar a senha, Sílvio, com o rosto vermelho e exalando cheiro de álcool, subiu as escadas cambaleando.O papagaio, ao vê-lo voltar, ficou animado, pulando dentro da gaiola e gritando:— Lúcia gostava de Sílvio! Agora não gosta mais de Sílvio! Lúcia não vai dar um bebê para Sílvio!A voz e o tom do papagaio eram incrivelmente parecidos com os de Lúcia.Sílvio sentiu a raiva crescer ainda mais. Agarrando um copo d'água, o arremessou com força no chão:— Cale a
— Faltam apenas dez dias para o Natal e, logo depois, a primavera chegará. — Disse Basílio, franzindo a testa. Ele não era muito bom em consolar as pessoas. Sabia que Lúcia precisava de conforto, mas, por algum tempo, não conseguiu encontrar as palavras certas.Lúcia deu um sorriso sarcástico. O tempo realmente passava rápido, em dez dias, o ano chegaria ao fim.Depois do Natal, a primavera quente estava quase chegando. Mas mesmo que ela encontrasse um fígado compatível e a cirurgia de transplante fosse bem-sucedida, será que isso significaria que a primavera finalmente chegaria para ela?Provavelmente não. Ela havia abortado o filho de Sílvio, e ele só encontraria novas formas de torturá-la. Viver seria apenas um fardo para sua mente e corpo.Lúcia percebeu, com tristeza, que estava cada vez menos assustada com a morte, até mesmo ansiosa para que esse dia chegasse logo. Ela não queria mais ouvir as maldições de Sílvio, nem suas palavras frias e cortantes, que atingiam seu coração sem
Sandra, desesperada, gritou ao telefone:— Antes, ele parou com os remédios do seu pai porque você tinha sumido. Agora que você voltou e ainda está grávida dele, ele, pelo menos por causa do bebê, não deveria estar agindo assim. Estou furiosa, ele é mesmo um ingrato! Um verdadeiro monstro! Por que ele não pode conversar civilizadamente? Sempre que vocês brigam, ele desconta no seu pai? Isso é simplesmente absurdo! Sandra continuou, agora direcionando a culpa para Lúcia:— Lúcia, você também não está ajudando! Você sabe bem como ele é, por que continua provocando? Eu já te avisei, não avisei? Tente aguentar, apenas por um tempo. Quando seu pai acordar, a gente pensa em como resolver. Por que brigar com ele agora? Vocês discutindo assim, quem sofre é seu pai! Filha, desde que você começou a namorar com ele, eu te disse que ele só estava interessado em você porque você é a única herdeira da família Baptista! Mas você insistiu em não me ouvir, disse que eu tinha preconceito! E agora? Agor
Na verdade, Lúcia ainda não havia se recuperado completamente do aborto espontâneo. Durante sua estadia em Viana, os médicos haviam alertado que, com sua saúde já debilitada e agora com a perda, ela precisava cuidar de si mesma, manter uma boa nutrição e evitar qualquer tristeza ou angústia.Mas agora, com seu pai sem medicação, parecia que sua tristeza e angústia perderam importância. Afinal, ela não podia escapar, estava fadada a morrer cedo ou tarde.O corpo de Lúcia estava tão fraco, e com a possibilidade de células cancerígenas atacarem a qualquer momento, dirigir se tornava uma tarefa extremamente perigosa. Por isso, ela optou por pegar um táxi até o apartamento de Sílvio.Durante o trajeto, ela insistiu para o motorista acelerar ainda mais. O motorista quase fez o carro pegar fogo de tanto acelerar, o percurso que normalmente levaria dez minutos foi feito em apenas dois.Lúcia pagou o dobro do valor da corrida, saiu do táxi e se deparou com um ar gelado que a atingiu instantanea
Ao recusar a oferta do atendente, o rosto deste mudou instantaneamente, exibindo um olhar de desprezo. Lúcia percebeu que provavelmente estava sendo vista como alguém tão pobre que nem mesmo podia trocar de celular. Ela não se importou com isso.Ao retornar à entrada do apartamento, a neve intensa obscureceu sua visão. Seus passos na neve faziam um som característico de "crunch" a cada movimento. O vento frio uivava, fazendo um barulho ensurdecedor.Lúcia usou o novo chip e ligou novamente para Sílvio. Ele não parecia reconhecer o número, então atendeu sem pressa.Quando a ligação foi atendida, antes mesmo de Sílvio falar algo, Lúcia segurou o celular com firmeza, mordeu o lábio e começou a falar:— Sílvio, eu sei que você está no apartamento. Quero vê-lo, desejo conversar com você pessoalmente.— Que direito você acha que tem para conversar comigo? — Sílvio zombou, sua voz desdenhosa penetrando os ouvidos de Lúcia como uma lâmina afiada. — Lúcia, não quero te ver. Vá o mais longe poss