Duas horas depois, o jato particular pousou diante de Sílvio. Leopoldo desceu do avião e, ao notar o ferimento na palma da mão de Sílvio, franziu a testa. Felizmente, havia um kit de primeiros socorros a bordo, e Leopoldo, que havia estudado medicina, sabia como fazer um curativo.— Presidente Sílvio, vocês brigaram de novo? — Perguntou Leopoldo, observando a expressão de Sílvio com cautela.Sílvio lançou um olhar carregado de frieza para ele e, em vez de responder, perguntou:— Lúcia voltou?— Não a vi na Mansão do Baptista. Mas ainda não recebemos notícias do seu apartamento. Pedi para a Marina verificar, mas ela ainda não me deu um retorno. — Explicou Leopoldo.A expressão de Sílvio se tornou ainda mais severa.Enquanto o helicóptero se preparava para decolar, o celular de Sílvio, que estava no bolso da calça social, começou a tocar repentinamente.— Presidente Sílvio, a Sra. Lúcia está ligando! — Anunciou Leopoldo com entusiasmo.O coração de Sílvio afundou. Seria realmente ela?
— Giovana! Giovana! — Sílvio sacudia o corpo ensanguentado dela.Giovana já havia perdido a consciência. Seu rosto, antes tão delicado, estava coberto de cortes e a sangue havia borrado toda a sua face.Sílvio tocou seu nariz e sentiu que a respiração estava fraca, quase inexistente. Ele se agachou, com o rosto rígido, e pegou Giovana nos braços, levando-a para o jato particular.Não fazia ideia do que tinha acontecido ou quem poderia ter causado tal dano a ela.Quando Giovana começou a acordar, ao ver Sílvio, a dor fez com que suas lágrimas rolassem. As lágrimas caíam sobre os ferimentos, intensificando a dor.— Sílvio, obrigado por vir me salvar. Estou morrendo? — Perguntou ela, com uma voz fraca e dolorida.— Não vai morrer. — Sílvio a olhou com uma expressão de preocupação genuína enquanto enxugava suas lágrimas. — Não diga besteiras. O que importa é que você está viva.Ela sorriu com tristeza, um sorriso que provocava compaixão:— Não tenho medo da morte, Sílvio. Desde que você es
No final, até mesmo seu marido, Abelardo, se posicionou ao lado de Lúcia, ajudando a convencê-la.Sem alternativas, ela cedeu. Às vezes, ela pensava que talvez fosse apenas sensibilidade demais da sua parte, um mal-entendido em relação a Sílvio.Mas parecia que estava certa o tempo todo.O espanto nos olhos de Sandra durou apenas um breve instante antes de ela desviar o olhar, segurando a toalha quente nas mãos, e continuar a limpar seu marido, que estava em coma. Ela riu com desdém:— O Presidente Sílvio tão ocupado, e hoje veio ao hospital? Que surpresa!Sílvio percebeu o tom sarcástico nas palavras dela. Normalmente, ele teria respondido de imediato, mas hoje ele estava ali para encontrar Lúcia. Portanto, ele se aproximou de Sandra e perguntou, com uma voz fria:— Onde está Lúcia?— É ridículo. Minha filha não é sua esposa? Você pergunta a mim onde ela está? Não sabe mesmo? — Sandra pensou que Lúcia poderia estar de birra, então continuou provocando-o.Sílvio ficou com uma expressão
Sílvio saiu do hospital com uma expressão sombria.Pegou as chaves do carro e decidiu que dirigiria de volta sozinho.Leopoldo, percebendo o mau humor de Sílvio, não disse nada e apenas entregou as chaves, indo investigar o caso de Giovana.Sílvio se acomodou no banco do motorista, abriu a janela e acendeu um cigarro. Sem expressão no rosto, ele fumava enquanto o vento frio entrava pela janela, fazendo a ponta do cigarro brilhar e apagar.Onde estaria Lúcia?Afinal, ela havia se enfurecido e ido embora apenas porque ele apareceu em uma foto carregando as malas de Giovana?Sílvio estava irritado e ao mesmo tempo queria rir. Será que Lúcia sabia mesmo qual era o seu lugar?Ela era apenas a filha do inimigo dele, que insistia em negociar com ele! Queria redimir a família Baptista!Mas depois que ela conseguiu 50% das ações do Grupo Baptista, trezentos milhões em dinheiro, cem milhões para as despesas médicas de Abelardo e uma promessa de que ele garantiria a família Baptista, assinou o co
— Sr. Sílvio, eu não posso ir embora. A senhora comprou um papagaio e uma planta. Ela gostou bastante, então eu preciso alimentar o papagaio e regar a planta. Se a senhora voltar e perceber que eu não cuidei deles, ela vai ficar brava. Eu não quero ver a senhora brava. — Marina disse, rindo.Sílvio olhou para ela com uma expressão de confusão:— Planta?— Sim, exatamente esta daqui. Antes da Sra. Lúcia sair, ela estava bem viçosa. Vou mostrar para o senhor. — Marina respondeu, segurando o alimento e o regador e levando Sílvio até um canto.Sílvio viu a planta, que estava murcha e sem o brilho de antes. Ele franziu a testa ao ver o estado da planta.— Ah, mas ontem ela estava bem. Como é que de repente ficou assim? Isso não é bom. A Sra. Lúcia vai ficar chateada se ver isso. — Marina exclamou, surpresa.Sílvio pegou o regador da mão de Marina e se abaixou para regar a planta com cuidado. Parecia que ele estava realizando uma tarefa de extrema importância, sem deixar margem para erros.—
O rosto de Sílvio se tornou imediatamente assustador, enquanto ele despejava toda a ração de sua mão no comedouro dentro da gaiola. Então, Lúcia o odiava tanto assim? Detestava-o a ponto de falar mal dele para o papagaio?De repente, o celular tocou. Ele pensou que fosse Lúcia. Imaginou que a sogra havia contado a ela que ele estava à sua procura, e que finalmente Lúcia tinha decidido aparecer! Mas ao tirar o celular do bolso e ver o nome no visor, seus olhos refletiram uma pontada de desânimo e decepção. Não era ela! Desta vez, Lúcia realmente estava levando o jogo a sério.Era Leopoldo quem estava ligando. Com uma expressão neutra, Sílvio atendeu o telefone e ouviu a voz respeitosa de Leopoldo do outro lado da linha:— Presidente Sílvio, a cirurgia da Srta. Giovana já terminou, mas ela está muito agitada e expulsou o médico e as enfermeiras que tentavam aplicar o remédio. Seria bom se o senhor pudesse vir vê-la.Sílvio não respondeu. Simplesmente desligou o telefone e saiu sem diz
Leopoldo seguia logo atrás dele e disse em voz baixa:— Presidente Sílvio, tem algo estranho acontecendo com o caso da Srta. Giovana.— Como assim? — Sílvio lançou-lhe um olhar.Leopoldo apertou os lábios antes de continuar:— O lugar onde a Giovana foi atacada é uma área montanhosa e remota, onde raramente alguém vai, e não há câmeras de segurança. Quem poderia ter tanto ódio dela para fazer uma coisa dessas? Se fosse para roubar, as joias e a carteira da Srta. Giovana teriam sumido, mas nada foi levado. Apenas a desfiguraram? Um rosto é tudo para uma mulher!— O que você está insinuando? — Sílvio franziu as sobrancelhas, encarando Leopoldo com desagrado.Leopoldo hesitou, mas acabou expressando seu pressentimento:— Considerando o motivo do crime, a principal suspeita seria a Sra. Lúcia. A Sra. Lúcia e a Srta. Giovana sempre foram rivais por causa do senhor. Se a briga delas chegou a esse ponto, até faz sentido.As palavras de Leopoldo fizeram o coração de Sílvio perder um compasso.
Sílvio sentiu o peso aumentar em seu peito, mas não disse nada, apenas entrou no quarto de hospital com passos largos e decididos.Giovana estava de costas para ele, vestindo o uniforme do hospital, a figura frágil e lamentável. Ele se aproximou sem expressão, contornando-a até ficar de frente para ela. Seus olhos imediatamente captaram as lágrimas secas no curativo, e então ele baixou o olhar para o pulso dela, envolto em bandagens apertadas, com manchas de sangue que salpicavam o tecido de forma alarmante.— Você prometeu que cooperaria com os médicos e tomaria os remédios, então por que está fazendo isso de novo? — Disse Sílvio, franzindo o cenho enquanto puxava uma cadeira para se sentar em frente a ela.Giovana olhou para ele com uma tristeza profunda nos olhos. — Eu sou um fardo, não sou?— Não é. — Respondeu ele com firmeza. — Eu vou restaurar seu rosto. E vou encontrar quem fez isso com você.Giovana soltou um riso cínico:— E depois? O que vai fazer?— Vou fazer essa pessoa