O médico foi bem sério, recomendando que ela fosse ao hospital o mais rápido possível para fazer um aborto. Seu corpo estava extremamente fraco, a doença havia sido controlada com dificuldade, e seu estado de saúde não permitia uma gravidez. Forçar uma gestação só aceleraria a morte, resultando em duas vidas perdidas. Lúcia desligou o telefone em silêncio. Ela estava muito triste, o bebê era realmente desafortunado, vindo parar em seu ventre apenas para ter um destino selado antes mesmo de nascer. Lágrimas começaram a cair. Nesse momento, Sílvio ligou para ela. Ela não quis atender; estava muito abalada, então desligou o telefone e o deixou fora de serviço....Naquele momento, Sílvio havia acabado de sair de uma reunião, e Íris já tinha deixado o Grupo Baptista. Ele não sabia se Lúcia já tinha saído do trabalho, não havia recebido notícias dela o dia todo, então decidiu ligar. Mas ela desligou o telefone. Sílvio era teimoso; ela não atendeu, e ele não ligou uma segunda v
Voltar para casa com ele?Lúcia ouviu essas palavras e ficou completamente atordoada.Será que elas ainda tinham um lar?Antes do acidente do pai, o relacionamento deles era tão estreito quanto a cola. Sempre que ele a fazia ficar brava, ele a abraçava como agora e dizia: “Lúcia, calma, não faz isso, vamos voltar para casa.”Pensar no passado e ver como estavam se afastando agora, fazia o coração de Lúcia doer.Ela estava exausta hoje, não queria mais brigar. Encostada no peito forte de Sílvio, ela se sentia segura.Ao descer as escadas, ele a colocou no chão com um ar de desprezo: — Como você está tão desleixada? Suja desse jeito, troca essa roupa já!O calor de antes desapareceu instantaneamente.Ela queria responder: "Não foi você que me fez vestir essa roupa suja?"Mas estava com tanta fome que não tinha forças para discutir. Foi para a despensa e trocou de roupa.Ela queria sentar no banco de trás do Bentley, mas ele, parecendo querer contrariá-la, insistiu que ela sentasse no ba
Lúcia sentiu uma pontada de decepção nos olhos, como se tivesse acordado de um sonho.Ela era apenas a empregada da casa dele. Como pôde sonhar em passear de mãos dadas com ele no shopping, como antes? Que ilusão boba.Lúcia mordeu os lábios, tentando conter as lágrimas, suas mãos longas e delicadas se apertando firmemente: — Foi um erro meu. Pode ir embora, eu compro o que preciso e volto sozinha para casa.Dizendo isso, Lúcia se virou e entrou no shopping.Ela sabia que ele a desprezava, que ele apenas queria torturá-la, mas ouvir aquelas palavras frias a deixava sem ar.Lágrimas cristalinas se acumularam nos seus olhos.Ao entrar no shopping, uma onda de calor a envolveu. Ela limpou as lágrimas com a ponta dos dedos.Perguntou a uma vendedora e encontrou a seção de produtos de higiene pessoal.Colocou o carrinho de lado e começou a escolher com cuidado os itens nas prateleiras: copos de higiene, pasta de dente, escova de dentes, esponja de banho, toalhas e pijamas.Logo, o carrinho
Sílvio jogou a bituca de cigarro pela janela. Pisou no acelerador com força, o rosto sombrio, as veias azuis saltadas nas costas das mãos que agarravam o volante, evidenciando sua raiva naquele momento. O Bentley preto arrancou como uma flecha, levantando uma nuvem de poeira.Ele estava esperando por ela, preocupado que ela tivesse comprado muitas coisas e tivesse dificuldade em pegar um táxi para voltar. E lá estava ela, novamente envolvida com aquele policial. Inicialmente, ele tinha planejado tomar uma atitude contra o policial, mas o sujeito se aposentou da noite para o dia. Agora, ele estava de volta, de repente.De volta ao apartamento, Sílvio abriu uma garrafa de vinho tinto, bebendo o líquido vermelho escuro sem expressão. O sabor era amargamente acre ao descer pela garganta. Ele ficou na varanda, esperando por meia hora inteira. Finalmente, um jipe parou na frente de seu prédio.A porta do jipe se abriu, e um homem vestindo um moletom verde escuro e boné de beisebol des
Ela virou levemente a cabeça e viu Sílvio, vestido com um terno de negócios, parado na porta, com uma expressão de leve raiva no rosto.Lúcia sorriu amargamente: — Sou apenas uma empregada doméstica, não ouso compartilhar a cama com você.— Você tem um minuto para vir aqui, ou nosso contrato será encerrado! — Disse Sílvio, batendo a porta ao sair.Lúcia piscou seus olhos secos. Mais uma ameaça! Ele pisava em sua dignidade, mas Lúcia não podia se rebelar, ela precisava daquele contrato, precisava que Sílvio garantisse o sustento da família Baptista, para que ela pudesse morrer em paz.Lúcia, resignada, foi até o quarto principal. Sílvio, como um senhor, estava em frente ao espelho, lançando-lhe um olhar frio: — Venha me ajudar a tirar a roupa.Ela se aproximou e começou a tirar o paletó escuro dele, seus olhos fixos naquele homem. Ele tinha uma postura imponente, com um corpo esguio e uma presença marcante. Ela se colocou na ponta dos pés para ajudá-lo a soltar a gravata. Antes, ela
Lúcia não entendeu o que estava acontecendo com ele, mas obedeceu e retirou os óculos do nariz dele. Com as mãos, segurou seu rosto atraente e o beijou com a língua.O homem imediatamente teve uma reação de excitação. A mão grande que estava em seu pescoço foi gradualmente liberada, e logo, ele agarrou a parte de trás da cabeça dela, aprofundando o beijo. Ela suspeitou que ele estava fazendo aquilo de propósito, beijando-a com tanta força como se quisesse engoli-la.Mas Lúcia não ousava se rebelar, não podia fazer nada além de suportar em silêncio. Ela não sabia quando suas roupas haviam sido removidas, e ele a carregou para a cama, beijando incessantemente seu pescoço, sobrancelhas, rosto, e orelhas, e então seguiu descendo.Lúcia ficou deitada com os olhos abertos, olhando fixamente para o teto. Sentia-se exausta, com a mente cheia dos eventos do dia. Ela havia sido maltratada pela assistente de Sílvio, que ainda contou com a ajuda dele. Passara o dia com fome e agora tinha qu
Lúcia não conseguia vomitar, já havia engolido o comprimido. Sílvio, furioso, agarrou seu queixo, fazendo-a gemer de dor. Seus dedos foram enfiados em sua garganta, e um nojo crescente subiu, fazendo com que, ao retirar os dedos, Sílvio visse Lúcia se inclinando sobre o vaso sanitário e vomitando sem parar. Ela expeliu toda a comida do jantar, incluindo o pequeno comprimido que ainda não havia sido digerido. Sílvio deu descarga no vaso, se abaixou e novamente agarrou seu queixo, forçando-a a olhar para ele: — Lúcia, pare de se fazer de esperta! Da próxima vez que tomar remédio, lembre-se do seu pai, que está na cama!Lúcia o encarou atordoada: — Você está me ameaçando?— É bom que você saiba que é uma ameaça, parece que você ainda tem alguma inteligência para entender o que as pessoas dizem. — Sílvio se abaixou e a levantou. Quando ela tentou se debater, ele disse de forma abrupta. — Não se faça de difícil, você não tem esse direito!Ao ouvir isso, ela desistiu de se debater e se
Na manhã seguinte, Lúcia foi acordada pelo despertador às seis horas. Como não tinha folga, decidiu levantar cedo e ir até a Mansão do Baptista para buscar os itens essenciais que precisava levar para a casa de Sílvio.Ao abrir os olhos, notou que ele já não estava na cama. Sentiu o edredom ao seu lado, que estava frio, o que indicava que ele provavelmente havia se levantado há um bom tempo. Na noite anterior, ela havia sonhado que estava nos braços de Sílvio, com as pernas envolvidas em sua cintura, e ele não a empurrava, mas a abraçava com força. Infelizmente, os sonhos mais belos tinham um fim, e o que restava era a cruel e fria realidade.Depois de se arrumar, ela pegou um táxi de volta para casa, já que não estava se sentindo bem e preferia não dirigir. A empresa de mudanças, com a qual havia feito contato na noite anterior, estava esperando na porta.Após levar os itens para a mansão de Sílvio, já era sete horas. Ela se apressou em organizar as coisas, pendurou suas roupas