Aquela sensação persistia em seu coração, envolvendo ela por muito tempo. Até que Henrique Coelho e Henrique Castro entraram no ambiente e perceberam que ela estava pálida. — Vali, o que aconteceu? Você não está se sentindo bem? — Perguntou Henrique Castro, se aproximando apressado, com o semblante repleto de preocupação. Desde que Valentina chegou à cidade HC, embora eles cuidassem dela com toda atenção e nada de anormal tivesse acontecido no dia a dia, ela estava grávida, e eles não podiam se descuidar de forma alguma. — Estou bem, talvez não tenha dormido bem ontem à noite. Valentina forçou um sorriso, mas a sensação de impotência e opressão, que o sonho da noite anterior havia deixado, tornava aquele sorriso ainda mais artificial. Henrique Coelho e Henrique Castro perceberam isso imediatamente. "Como ela poderia estar bem?" Quanto à razão por trás disso, Henrique Castro sabia muito bem. Mateus estava sem dar notícias há tanto tempo, e ele não tinha coragem de contin
— É mesmo o Sr. Mateus! Ele já sabia: casais normais costumavam brigar e logo faziam as pazes, ainda mais quando se tratava do Sr. Mateus e da Sra. Mello. Ele já tinha visto de tudo, e estava claro para ele que o Sr. Mateus amava de verdade a Sra. Mello. Como era esperado, não demorou muito para o Sr. Mateus descobrir o paradeiro da Sra. Mello e ir atrás dela para se reconciliar. O gerente correu apressado para recebê-lo. — Sr. Mateus, o que o senhor faz aqui? "Não deveria estar na suíte presidencial?" Pensou ele. O gerente notou a expressão severa do Sr. Mateus e, de repente, entendeu o motivo. — Ah, o senhor está sem o cartão, não é? Sr. Mateus, aqui está... Com um sorriso servil, o gerente entregou um cartão ao Sr. Mateus com respeito. Os olhos do Sr. Mateus pousaram no cartão, mas ele hesitou em pegá-lo. O gerente ficou parado por um instante, pensativo. De repente, teve uma ideia e se apressou em explicar: — Sr. Mateus, por favor, não me entenda mal. Esse
Através de duas camadas de tecido, os corpos estavam colados firmemente. Mateus deveria ter se afastado imediatamente, mas, naquele instante, seu corpo ficou tenso, e até mesmo sua respiração parou. Soava em seus ouvidos aquela frase dela: "Finalmente você voltou." Ele podia sentir claramente a expectativa e a saudade dela. Se lembrando das palavras dos funcionários do hotel, os olhos de Mateus brilharam por um instante. Ela havia discutido com o marido. A pessoa que ela esperava e sentia saudades só podia ser o marido dela. Mas por que, no fundo de seu coração, ele tinha a ilusão de que era ele quem ela esperava? Como se ele fosse o motivo de toda aquela expectativa... "Como isso seria possível?" Mateus deu um sorriso amargo, tentando reprimir a pontada de amargura que surgiu em seu peito. Tentou afastar as mãos dela, que o envolviam pela cintura, mas essas mãos só o seguraram ainda mais forte. Era como se ela temesse que ele desaparecesse. A voz dela soava como o
De repente, uma sensação refrescante percorreu o corpo de Valentina, e ela só então percebeu que estava deitada em uma banheira. Mateus estava parado diante da banheira, os olhos cobertos por uma faixa de seda. Valentina, surpresa, perguntou: — Por que você está com os olhos vendados? Sua voz era suave e melódica, mas ainda carregava um tom de sonolência. Mateus não respondeu. Embora estivesse vendado e incapaz de enxergar, o som suave da água se movendo na banheira chegou aos seus ouvidos, o provocando de forma quase involuntária. Talvez o frescor da água estivesse aliviando o calor que consumia o corpo de Valentina. Ela se recostou na banheira, mas a distância que a separava do homem do lado de fora a deixou um pouco insatisfeita. — Amor, venha aqui. — Pediu ela. Mateus hesitou por um momento. Ele sabia que o "amor" que ela mencionava não se referia a ele, mas, mesmo assim, não conseguiu evitar dar um passo à frente. Depois desse passo, recuperou um pouco da rac
— A Sra. Mello está lá dentro? — Abra a porta rápido. Duas vozes carregadas de urgência ecoaram. No andar de cima, o gerente do hotel ficou atônito por um instante ao olhar para os dois homens à sua frente. Ele, naturalmente, os reconhecia. Henrique Castro, presidente do Grupo LT, e Henrique Coelho, o "supremo da beleza" do mundo do entretenimento. Qualquer um deles era alguém que ele jamais ousaria ofender. Mas, ao se lembrar das ordens dadas anteriormente pelo "Sr. Mateus", hesitou: "Ninguém de fora pode entrar!" — Senhores, a hóspede está descansando, e pessoas não autorizadas... O gerente mal começou a falar quando Henrique Castro perdeu a paciência: — Quem você está chamando de pessoa não autorizada? Ela é minha prima! Está me dizendo que sou um estranho? O olhar de Henrique Castro ficou perigosamente frio. — Abra a porta imediatamente. Minha cunhada está grávida, está sozinha. Se algo acontecer com ela, nem você nem o hotel poderão arcar com as consequências
A marca estava levemente vermelha, se destacando na pele lisa.Parecia uma marca de algo que foi agarrado, como uma impressão digital.Ela se lembrava de que ontem não tinha essa marca.Ao lembrar do sonho, a mão grande de Mateus, Valentina não pôde deixar de sorrir. Mas era só um sonho, como poderia deixar um vestígio na realidade?Talvez a marca tenha sido causada por ela mesma ontem, sem perceber.Valentina caminhou em direção ao banheiro.Durante todo o percurso, não houve nada de anormal, mas ao ver a enorme banheira do banheiro, uma imagem passou pela sua mente.Instantaneamente, seu rosto ficou ainda mais vermelho.Quando Henrique Castro e Henrique Coelho tocaram a campainha, o rubor no rosto de Valentina ainda não havia desaparecido.Ela abriu a porta, e os dois logo perceberam a expressão em seu rosto.— O que aconteceu? Por que seu rosto está tão vermelho? Está com febre? — Henrique Castro, visivelmente preocupado, colocou a mão na testa dela. — Está um pouco quente. Vamos ao
Rafaella deu um pequeno sobressalto, e o medo que surgiu repentinamente em seu coração a deixou inquieta, como se toda a força tivesse sido drenada de seu corpo. "O que fazer? O que devo fazer?" Ela não podia deixar Mateus se afastar dela, não podia deixá-lo para Valentina. "Mas e se, ontem à noite, a Valentina e o Mateus realmente se encontraram? Isso não significaria que ele não voltaria mais?!" Rafaella se arrependeu. Ela se arrependeu de ter vindo para a cidade HC, e mais ainda, de não ter insistido para que o Sr. Baltazar agisse imediatamente naquela noite em que decidiu apagar as memórias de Mateus. "E se ele se tornar um louco, o que importa?" Ela o amava, e mesmo que ele se tornasse um louco, ela ainda o amaria, ainda ficaria ao seu lado. Mas agora... Ela ainda teria uma chance? Quando ela achava que não teria mais oportunidade, a voz do Sr. Baltazar veio de baixo: — Caetano, você voltou. Voltou... Rafaella sentiu como se tivesse sido injetada com uma
Mateus passou a manhã inteira sem sair do quarto. Ao meio-dia, Rafaella trouxe o almoço para ele, e Mateus estava preparando seu projeto para o concurso de design de joias. Se fosse antes, Rafaella ficaria nervosa. Mas, naquele momento, ela sabia que, mesmo que ele terminasse o design, depois de hoje à noite, ele não participaria da final do concurso. Pensando sobre a noite de hoje, Rafaella sorriu levemente, com um interesse travesso, e se aproximou para dar uma olhada no design. Quando viu uma corrente desenhada no papel, Rafaella parou por um momento, surpresa. — Isso... Foi você quem desenhou? — Rafaella perguntou, e percebeu que sua voz estava um pouco trêmula. Ela se deu conta de algo e, tentando disfarçar, se sentiu desconfortável, mas Mateus logo percebeu sua reação. — Sim, tem algum problema? — Mateus parou de desenhar e olhou para Rafaella. — Não, nenhum problema. — Rafaella forçou um sorriso, tentando parecer natural. — Eu só acho que você desenhou muito be