Nos dias seguintes, Mateus não conseguia parar de pensar nas imagens que, de repente, inundaram sua mente naquele dia. Por mais que se esforçasse, os fragmentos dessas cenas continuavam desconexos e impossíveis de montar. E, quanto mais incompletas elas eram, mais ele queria descobrir o que significavam. Quanto mais ele pensava, mais sua cabeça doía, como se fosse explodir. O único resultado de seus esforços foi o desenho que ele acabou fazendo no papel: um projeto de design de alianças. Ele se lembrou da ligação que havia recebido naquele dia. Era como se uma força invisível o estivesse impulsionando, reforçando incessantemente uma ideia em sua mente: ele precisava usar aquele design para participar do concurso! Mateus foi até a Joias Freitas e entregou o projeto. Sem rumo, vagou pelas ruas até que a noite caiu. Quando percebeu, estava novamente em frente ao bar Noitada. Rafaella o seguia o tempo todo. O que ela não sabia era que, ao passar pela praça mais movimentad
O mendigo não se irritou com o desprezo dela. Sob os cabelos sujos e desgrenhados, que exalavam um cheiro nauseante, um sorriso satisfeito floresceu em seu rosto. Em seguida, ele se virou e foi embora. Naquele instante em que esbarrou nela, ele já havia colocado o que queria em seu bolso. Agora, só restava esperar que ela descobrisse. Nicole, com um brilho intenso no olhar, se apressou a refazer o caminho de volta. O impacto do esbarrão não tinha sido nada leve. Rafaella se levantou do chão, ainda tomada por uma raiva inexplicável. Ao olhar para a mendiga, que já se afastava, Rafaella nem sequer sentiu vontade de ir atrás dela para descontar sua frustração; só o fato de pensar nisso já a enojava. Mateus já havia ido embora. Rafaella rapidamente chamou um táxi e voltou para casa. As luzes do quarto de Mateus estavam acesas. Rafaella ficou parada na porta por um longo tempo, mas, no final, não entrou. Foi para o próprio quarto e começou a trocar de roupa, quando, de rep
Aquela sensação persistia em seu coração, envolvendo ela por muito tempo. Até que Henrique Coelho e Henrique Castro entraram no ambiente e perceberam que ela estava pálida. — Vali, o que aconteceu? Você não está se sentindo bem? — Perguntou Henrique Castro, se aproximando apressado, com o semblante repleto de preocupação. Desde que Valentina chegou à cidade HC, embora eles cuidassem dela com toda atenção e nada de anormal tivesse acontecido no dia a dia, ela estava grávida, e eles não podiam se descuidar de forma alguma. — Estou bem, talvez não tenha dormido bem ontem à noite. Valentina forçou um sorriso, mas a sensação de impotência e opressão, que o sonho da noite anterior havia deixado, tornava aquele sorriso ainda mais artificial. Henrique Coelho e Henrique Castro perceberam isso imediatamente. "Como ela poderia estar bem?" Quanto à razão por trás disso, Henrique Castro sabia muito bem. Mateus estava sem dar notícias há tanto tempo, e ele não tinha coragem de contin
— É mesmo o Sr. Mateus! Ele já sabia: casais normais costumavam brigar e logo faziam as pazes, ainda mais quando se tratava do Sr. Mateus e da Sra. Mello. Ele já tinha visto de tudo, e estava claro para ele que o Sr. Mateus amava de verdade a Sra. Mello. Como era esperado, não demorou muito para o Sr. Mateus descobrir o paradeiro da Sra. Mello e ir atrás dela para se reconciliar. O gerente correu apressado para recebê-lo. — Sr. Mateus, o que o senhor faz aqui? "Não deveria estar na suíte presidencial?" Pensou ele. O gerente notou a expressão severa do Sr. Mateus e, de repente, entendeu o motivo. — Ah, o senhor está sem o cartão, não é? Sr. Mateus, aqui está... Com um sorriso servil, o gerente entregou um cartão ao Sr. Mateus com respeito. Os olhos do Sr. Mateus pousaram no cartão, mas ele hesitou em pegá-lo. O gerente ficou parado por um instante, pensativo. De repente, teve uma ideia e se apressou em explicar: — Sr. Mateus, por favor, não me entenda mal. Esse
Através de duas camadas de tecido, os corpos estavam colados firmemente. Mateus deveria ter se afastado imediatamente, mas, naquele instante, seu corpo ficou tenso, e até mesmo sua respiração parou. Soava em seus ouvidos aquela frase dela: "Finalmente você voltou." Ele podia sentir claramente a expectativa e a saudade dela. Se lembrando das palavras dos funcionários do hotel, os olhos de Mateus brilharam por um instante. Ela havia discutido com o marido. A pessoa que ela esperava e sentia saudades só podia ser o marido dela. Mas por que, no fundo de seu coração, ele tinha a ilusão de que era ele quem ela esperava? Como se ele fosse o motivo de toda aquela expectativa... "Como isso seria possível?" Mateus deu um sorriso amargo, tentando reprimir a pontada de amargura que surgiu em seu peito. Tentou afastar as mãos dela, que o envolviam pela cintura, mas essas mãos só o seguraram ainda mais forte. Era como se ela temesse que ele desaparecesse. A voz dela soava como o
De repente, uma sensação refrescante percorreu o corpo de Valentina, e ela só então percebeu que estava deitada em uma banheira. Mateus estava parado diante da banheira, os olhos cobertos por uma faixa de seda. Valentina, surpresa, perguntou: — Por que você está com os olhos vendados? Sua voz era suave e melódica, mas ainda carregava um tom de sonolência. Mateus não respondeu. Embora estivesse vendado e incapaz de enxergar, o som suave da água se movendo na banheira chegou aos seus ouvidos, o provocando de forma quase involuntária. Talvez o frescor da água estivesse aliviando o calor que consumia o corpo de Valentina. Ela se recostou na banheira, mas a distância que a separava do homem do lado de fora a deixou um pouco insatisfeita. — Amor, venha aqui. — Pediu ela. Mateus hesitou por um momento. Ele sabia que o "amor" que ela mencionava não se referia a ele, mas, mesmo assim, não conseguiu evitar dar um passo à frente. Depois desse passo, recuperou um pouco da rac
— A Sra. Mello está lá dentro? — Abra a porta rápido. Duas vozes carregadas de urgência ecoaram. No andar de cima, o gerente do hotel ficou atônito por um instante ao olhar para os dois homens à sua frente. Ele, naturalmente, os reconhecia. Henrique Castro, presidente do Grupo LT, e Henrique Coelho, o "supremo da beleza" do mundo do entretenimento. Qualquer um deles era alguém que ele jamais ousaria ofender. Mas, ao se lembrar das ordens dadas anteriormente pelo "Sr. Mateus", hesitou: "Ninguém de fora pode entrar!" — Senhores, a hóspede está descansando, e pessoas não autorizadas... O gerente mal começou a falar quando Henrique Castro perdeu a paciência: — Quem você está chamando de pessoa não autorizada? Ela é minha prima! Está me dizendo que sou um estranho? O olhar de Henrique Castro ficou perigosamente frio. — Abra a porta imediatamente. Minha cunhada está grávida, está sozinha. Se algo acontecer com ela, nem você nem o hotel poderão arcar com as consequências
A marca estava levemente vermelha, se destacando na pele lisa.Parecia uma marca de algo que foi agarrado, como uma impressão digital.Ela se lembrava de que ontem não tinha essa marca.Ao lembrar do sonho, a mão grande de Mateus, Valentina não pôde deixar de sorrir. Mas era só um sonho, como poderia deixar um vestígio na realidade?Talvez a marca tenha sido causada por ela mesma ontem, sem perceber.Valentina caminhou em direção ao banheiro.Durante todo o percurso, não houve nada de anormal, mas ao ver a enorme banheira do banheiro, uma imagem passou pela sua mente.Instantaneamente, seu rosto ficou ainda mais vermelho.Quando Henrique Castro e Henrique Coelho tocaram a campainha, o rubor no rosto de Valentina ainda não havia desaparecido.Ela abriu a porta, e os dois logo perceberam a expressão em seu rosto.— O que aconteceu? Por que seu rosto está tão vermelho? Está com febre? — Henrique Castro, visivelmente preocupado, colocou a mão na testa dela. — Está um pouco quente. Vamos ao