— Você errou de pessoa! — Disse Mateus, se virando e indo embora. Ele estava apenas sendo gentil, com medo de que os bandidos que encontraram antes o seguissem, por isso ajudou discretamente a levá-la até em casa. Agora que ela estava em casa, segura, sua missão estava cumprida. Mateus pegou um táxi. O táxi disparou pela rua, deixando o segurança parado no mesmo lugar, com uma expressão confusa. — Errou de pessoa? Não, não errei... Então... Não era o Sr. Mateus? — O segurança franziu a testa, confirmando várias vezes. Não poderia ter se confundido. Embora morassem muitas pessoas naquele condomínio, o Sr. Mateus e sua esposa eram inconfundíveis: ele, bonito, e ela, uma mulher de tirar o fôlego. Quem tivesse visto um deles jamais esqueceria. Como ele poderia se confundir? Aquela pessoa que viu era, sem dúvida, o Sr. Mateus! "Será que brigaram?" O segurança pensou por um tempo, e essa foi a única explicação que conseguiu encontrar. No entanto, mesmo que tivessem brigad
A pessoa à sua frente...Valentina acabou de chamar, mas logo percebeu que se confundiu.Não era Mateus, era Henrique Coelho.Uma onda de decepção invadiu o coração de Valentina ao ver o olhar melancólico nos olhos de Henrique Coelho. Ela se sentiu ainda mais culpada.— Henrique, desculpa, eu...— Não se preocupe...Antes que Valentina pudesse terminar suas desculpas, um sorriso se abriu nos olhos de Henrique Coelho.Como ele saberia o quanto Valentina sentia falta do irmão dele?Mas, depois de tanto tempo procurando, ainda não havia notícias. Henrique Coelho também se sentia culpado, então ele aproximou um pouco o buquê de flores que estava segurando.— Cunhada, eu e meu irmão somos muito parecidos. Essas flores são para você. Pode me considerar como ele. Estou enviando isso em nome do meu irmão.Enviando em nome do irmão dele...Valentina levantou a mão para pegar as flores.— Obrigada, Henrique.Ela olhou para as flores, olhou para ele, e, em sua mente, Mateus ainda estava presente.
Joias Freitas.Valentina tentou várias vezes ligar para o mesmo número, mas ninguém atendeu.Ela olhou para os documentos da lista dos finalistas na mesa.Caetano.Ela já tinha visto os trabalhos dele.Embora o traço fosse áspero, como se tivesse sido feito às pressas, o design dele era, de todos os trabalhos, um dos poucos realmente excepcionais.Ela queria que ele participasse da final.Mas ele só deixou um número de telefone.Se não conseguisse falar com ele, seria uma pena.Não queria perder esse talento. Valentina tentou mais uma vez, discando o número novamente.Desta vez, a ligação finalmente foi atendida.Foi atendida, mas ninguém falou nada. De longe, ela podia ouvir uma respiração suave. Aquela respiração fez o coração de Valentina bater mais rápido de forma inexplicável. Quando se deu conta, ela finalmente falou:— Por favor, é o Sr. Caetano?A voz fez Mateus parar por um momento."Essa voz... Por que parecia tão familiar? Era como se já tivesse ouvido antes, mas, ao mesmo t
Nos dias seguintes, Mateus não conseguia parar de pensar nas imagens que, de repente, inundaram sua mente naquele dia. Por mais que se esforçasse, os fragmentos dessas cenas continuavam desconexos e impossíveis de montar. E, quanto mais incompletas elas eram, mais ele queria descobrir o que significavam. Quanto mais ele pensava, mais sua cabeça doía, como se fosse explodir. O único resultado de seus esforços foi o desenho que ele acabou fazendo no papel: um projeto de design de alianças. Ele se lembrou da ligação que havia recebido naquele dia. Era como se uma força invisível o estivesse impulsionando, reforçando incessantemente uma ideia em sua mente: ele precisava usar aquele design para participar do concurso! Mateus foi até a Joias Freitas e entregou o projeto. Sem rumo, vagou pelas ruas até que a noite caiu. Quando percebeu, estava novamente em frente ao bar Noitada. Rafaella o seguia o tempo todo. O que ela não sabia era que, ao passar pela praça mais movimentad
O mendigo não se irritou com o desprezo dela. Sob os cabelos sujos e desgrenhados, que exalavam um cheiro nauseante, um sorriso satisfeito floresceu em seu rosto. Em seguida, ele se virou e foi embora. Naquele instante em que esbarrou nela, ele já havia colocado o que queria em seu bolso. Agora, só restava esperar que ela descobrisse. Nicole, com um brilho intenso no olhar, se apressou a refazer o caminho de volta. O impacto do esbarrão não tinha sido nada leve. Rafaella se levantou do chão, ainda tomada por uma raiva inexplicável. Ao olhar para a mendiga, que já se afastava, Rafaella nem sequer sentiu vontade de ir atrás dela para descontar sua frustração; só o fato de pensar nisso já a enojava. Mateus já havia ido embora. Rafaella rapidamente chamou um táxi e voltou para casa. As luzes do quarto de Mateus estavam acesas. Rafaella ficou parada na porta por um longo tempo, mas, no final, não entrou. Foi para o próprio quarto e começou a trocar de roupa, quando, de rep
Aquela sensação persistia em seu coração, envolvendo ela por muito tempo. Até que Henrique Coelho e Henrique Castro entraram no ambiente e perceberam que ela estava pálida. — Vali, o que aconteceu? Você não está se sentindo bem? — Perguntou Henrique Castro, se aproximando apressado, com o semblante repleto de preocupação. Desde que Valentina chegou à cidade HC, embora eles cuidassem dela com toda atenção e nada de anormal tivesse acontecido no dia a dia, ela estava grávida, e eles não podiam se descuidar de forma alguma. — Estou bem, talvez não tenha dormido bem ontem à noite. Valentina forçou um sorriso, mas a sensação de impotência e opressão, que o sonho da noite anterior havia deixado, tornava aquele sorriso ainda mais artificial. Henrique Coelho e Henrique Castro perceberam isso imediatamente. "Como ela poderia estar bem?" Quanto à razão por trás disso, Henrique Castro sabia muito bem. Mateus estava sem dar notícias há tanto tempo, e ele não tinha coragem de contin
— É mesmo o Sr. Mateus! Ele já sabia: casais normais costumavam brigar e logo faziam as pazes, ainda mais quando se tratava do Sr. Mateus e da Sra. Mello. Ele já tinha visto de tudo, e estava claro para ele que o Sr. Mateus amava de verdade a Sra. Mello. Como era esperado, não demorou muito para o Sr. Mateus descobrir o paradeiro da Sra. Mello e ir atrás dela para se reconciliar. O gerente correu apressado para recebê-lo. — Sr. Mateus, o que o senhor faz aqui? "Não deveria estar na suíte presidencial?" Pensou ele. O gerente notou a expressão severa do Sr. Mateus e, de repente, entendeu o motivo. — Ah, o senhor está sem o cartão, não é? Sr. Mateus, aqui está... Com um sorriso servil, o gerente entregou um cartão ao Sr. Mateus com respeito. Os olhos do Sr. Mateus pousaram no cartão, mas ele hesitou em pegá-lo. O gerente ficou parado por um instante, pensativo. De repente, teve uma ideia e se apressou em explicar: — Sr. Mateus, por favor, não me entenda mal. Esse
Através de duas camadas de tecido, os corpos estavam colados firmemente. Mateus deveria ter se afastado imediatamente, mas, naquele instante, seu corpo ficou tenso, e até mesmo sua respiração parou. Soava em seus ouvidos aquela frase dela: "Finalmente você voltou." Ele podia sentir claramente a expectativa e a saudade dela. Se lembrando das palavras dos funcionários do hotel, os olhos de Mateus brilharam por um instante. Ela havia discutido com o marido. A pessoa que ela esperava e sentia saudades só podia ser o marido dela. Mas por que, no fundo de seu coração, ele tinha a ilusão de que era ele quem ela esperava? Como se ele fosse o motivo de toda aquela expectativa... "Como isso seria possível?" Mateus deu um sorriso amargo, tentando reprimir a pontada de amargura que surgiu em seu peito. Tentou afastar as mãos dela, que o envolviam pela cintura, mas essas mãos só o seguraram ainda mais forte. Era como se ela temesse que ele desaparecesse. A voz dela soava como o