Era o aniversário de Kayra, ela estava especialmente bem arrumada.Vitor foi pessoalmente buscar Henrique. Depois de se despedir de Vitor, Kayra foi para o lado das convidadas, para recebê-las.Mas, para sua surpresa, antes mesmo de chegar, ela ouviu algumas palavras desagradáveis.Dulce chegou ao muro de flores antes de Kayra.Desde que Valentina, de uma hora para outra, se tornou filha da família Castro, do Grupo LT, e simultaneamente herdou o Grupo Freitas, Dulce sentia um amargor profundo no coração.Sempre que se reunia com as amigas, todas só falavam de Valentina e não havia uma palavra que não fosse de admiração ou desejo de aproximação.Com tantas mulheres presentes, Valentina certamente seria o assunto principal.Ela não queria participar da conversa, então se sentou no balanço atrás do muro de flores.Ainda assim, ouvir aquelas palavras não era agradável. Mas, por sorte, havia alguém que estava se sentindo ainda pior do que ela.Dulce olhou para o sorriso deformado no rosto d
"Como poderiam não ficar impressionados? Afinal, estamos falando do Sr. Mateus!" Cada um ali, mesmo aqueles que tinham filhos em idade de casar, juntando todos esses filhos não chegavam nem a um décimo do Sr. Mateus. Como poderiam se comparar? Não havia comparação! Todos se entreolharam sem jeito, começando a suspeitar em silêncio: "A Sra. Nina está tratando a Srta. Valentina com tanto respeito... Será que está preparando terreno para o Sr. Mateus?" De fato, Nina estava preparando o terreno, mas não era para o Sr. Mateus. Valentina seguiu Nina até o salão, sendo levada diretamente para a vitrine de vestidos de festa em uma das paredes. Diferente da última vez em que tinha visto, agora o vestido danificado, que antes estava num canto, estava pendurado bem no centro. A parte danificada estava à mostra, sem nenhum disfarce, exposta de maneira bem evidente. — Este vestido de festa é o meu preferido, mas... Nina olhou para a parte danificada com um olhar de pesar. Então, p
— Você tem que aceitar... O olhar e o tom de Nina eram extremamente firmes. Mas algo tão valioso, como Valentina poderia aceitar? — Não, não, Sra. Nina, eu não posso aceitar algo sem merecer... — Sem merecer? Você não vai me ajudar a consertar o vestido de noite? — Nina não lhe deu chance de recusar. Nesse momento, ela viu uma figura na porta e a chamou: — Kayra, venha aqui, veja se este colar combina com Vali. A maioria dos convidados já havia chegado no andar de baixo. Kayra subiu apenas para chamar Nina para descer, mas, para sua surpresa, viu Nina pessoalmente colocando o colar em Valentina. "Ela vai dar esse colar para Valentina?" Aquele colar... — Kayra, entre logo. — Nina a instigou. Kayra voltou a si e entrou no escritório, mantendo sua habitual gentileza e elegância, sem demonstrar qualquer emoção que pudesse causar desconforto. — Os convidadosjá chegaram, estão todos lá embaixo. — E ele, já chegou? O olhar de Nina estava cheio de expectativa. N
Afonso, no entanto, com um tom enigmático, disse: — Se gosta, então use. Quanto ao resto... Afonso encarou o sorriso radiante de Nina e falou: — Sra. Nina, sou Afonso, o pai de Vali. Agradeço o carinho que tem por Valentina. Ouvi dizer que a família Mello está expandindo bastante o mercado internacional... Finalmente, chegaram ao ponto importante. Nina estava ansiosa por dentro, mas se manteve controlada por fora. — A família Mello de fato está expandindo no mercado internacional. Espero contar com a ajuda do Sr. Afonso. O poder da família Castro no exterior não se limitava apenas aos negócios. Muitas coisas poderiam ser resolvidas com apenas uma palavra de Afonso. O ponto chave era fazer Afonso dizer essa palavra. Nina queria uma promessa de Afonso, mas sabia que não seria algo fácil de conseguir. Porém, era bom preparar o terreno. Justo quando ela ia abrir a boca para trocar gentilezas e ganhar mais simpatia, Afonso falou: — Se a família Mello precisar de algo,
Ele disse que sentia muita saudade dela. Disso, Kayra não tinha dúvidas, ela sabia que ele realmente sentia sua falta. Foi exatamente essa saudade que ela usou para manter aquele homem firmemente ao seu lado, fazendo com que ele estivesse disposto a ser a faca em sua mão, o transformando em um cão à espreita nas sombras. Com cachorros, sempre é preciso oferecer um agrado de vez em quando, para que continuem fiéis. Naquela noite, se não fosse por ter algo importante para que ele fizesse, ela não teria disposição para lidar com aquele cão, mas havia algo para ele fazer...Então, quando ele disse que sentia muita saudade dela, Kayra se aninhou delicadamente em seus braços, envolvendo os braços no pescoço dele e lhe oferecendo um beijo. Sua iniciativa foi como combustível em uma chama, Sadi não conseguiu mais se controlar, deixando marcas por toda a pele dela.Meia hora depois. No armazém, a respiração começou a acalmar. Sadi, atencioso, limpou as marcas no corpo de Kayra e a
A pessoa que falou foi o jardineiro da Mansão. "Prédio médico? O prédio médico fica um pouco distante daqui, o que Kayra foi fazer lá?"Vitor se despediu dos convidados com um sorriso e foi rapidamente até o local.Já estava escuro.Naquele momento, todos os convidados estavam reunidos no salão, então, apesar da iluminação das lâmpadas ao longo do caminho, não havia ninguém por ali.Quanto mais Vitor se aproximava do prédio médico, mais seu coração acelerava, como se seu instinto estivesse lhe avisando de que algo ruim tinha acontecido.Ao entrar no prédio, ele viu uma pessoa.— Sr. Vitor. — Sadi estava parado na entrada, vestido com um terno preto e óculos escuros. Seu corpo robusto e musculoso exalava eficiência e poder.O Grupo QY tinha muitos membros, mas como ex-líder da família Mello, Vitor já havia comandado todo o Grupo QY.Ele reconhecia Sadi.Sadi era eficiente, fisicamente imponente, perspicaz, leal e falava pouco, qualidades que Vitor valorizava.Porém...— Você não dever
Ciro era o mais renomado pintor a óleo da Cidade JC. Seu talento para a pintura a óleo era extremamente elevado. Ele deixou pouquíssimas obras antes de falecer, mas cada uma delas era uma verdadeira obra-prima, de valor inestimável. Inesperadamente, a senhora da família Mello era uma aluna de Ciro. Todos sabiam que Ciro nunca aceitava alunos com facilidade, a menos que fossem extremamente talentosos. Num instante, os olhares das pessoas presentes para Kayra mudaram, agora havia uma pitada de admiração. Afinal, ela era a esposa do Vitor da família Mello e também a aniversariante do dia. No entanto, na presença da família Castro do Grupo LT e da Srta. Valentina, que estava em evidência recentemente, ela não parecia tão importante. Mesmo assim, todos deviam respeitar o nome da família Mello. Os convidados presentes eram espertos, se Nina mencionou isso de propósito, deveria haver uma intenção por trás. Alguns demonstravam expectativa: — Quem diria que a Sra. Kayra seria um
Kayra olhou para Valentina de forma sutil, com um ar de triunfo. Em um piscar de olhos, desviou o olhar, e aquela expressão de satisfação não durou muito tempo, mas Valentina ainda a percebeu. Valentina ficou cheia de interrogações na cabeça. "A Sra. Kayra me lançou aquele olhar... Que coisa mais estranha." Justamente quando Valentina estava prestes a investigar o significado daquele olhar, a Sra. Kayra endireitou o corpo. Ela tinha terminado! Diante de uma obra completa e finalizada, os presentes não pouparam elogios. Todos comentavam um após o outro, e as palavras de admiração se acumulavam, como se aquela pintura a óleo tivesse sido uma criação coletiva. — Obrigada, obrigada a todos pela gentileza com minha nora. Ela fez o que pôde, fez o que pôde. — Nina sorria de orelha a orelha. Embora soubesse apreciar uma pintura a óleo, ela realmente não entendia os detalhes mais profundos. Ela tinha visto a obra original "Sossego do Algarve", e, comparando a pintura de Kay