Ele disse que sentia muita saudade dela. Disso, Kayra não tinha dúvidas, ela sabia que ele realmente sentia sua falta. Foi exatamente essa saudade que ela usou para manter aquele homem firmemente ao seu lado, fazendo com que ele estivesse disposto a ser a faca em sua mão, o transformando em um cão à espreita nas sombras. Com cachorros, sempre é preciso oferecer um agrado de vez em quando, para que continuem fiéis. Naquela noite, se não fosse por ter algo importante para que ele fizesse, ela não teria disposição para lidar com aquele cão, mas havia algo para ele fazer...Então, quando ele disse que sentia muita saudade dela, Kayra se aninhou delicadamente em seus braços, envolvendo os braços no pescoço dele e lhe oferecendo um beijo. Sua iniciativa foi como combustível em uma chama, Sadi não conseguiu mais se controlar, deixando marcas por toda a pele dela.Meia hora depois. No armazém, a respiração começou a acalmar. Sadi, atencioso, limpou as marcas no corpo de Kayra e a
A pessoa que falou foi o jardineiro da Mansão. "Prédio médico? O prédio médico fica um pouco distante daqui, o que Kayra foi fazer lá?"Vitor se despediu dos convidados com um sorriso e foi rapidamente até o local.Já estava escuro.Naquele momento, todos os convidados estavam reunidos no salão, então, apesar da iluminação das lâmpadas ao longo do caminho, não havia ninguém por ali.Quanto mais Vitor se aproximava do prédio médico, mais seu coração acelerava, como se seu instinto estivesse lhe avisando de que algo ruim tinha acontecido.Ao entrar no prédio, ele viu uma pessoa.— Sr. Vitor. — Sadi estava parado na entrada, vestido com um terno preto e óculos escuros. Seu corpo robusto e musculoso exalava eficiência e poder.O Grupo QY tinha muitos membros, mas como ex-líder da família Mello, Vitor já havia comandado todo o Grupo QY.Ele reconhecia Sadi.Sadi era eficiente, fisicamente imponente, perspicaz, leal e falava pouco, qualidades que Vitor valorizava.Porém...— Você não dever
Ciro era o mais renomado pintor a óleo da Cidade JC. Seu talento para a pintura a óleo era extremamente elevado. Ele deixou pouquíssimas obras antes de falecer, mas cada uma delas era uma verdadeira obra-prima, de valor inestimável. Inesperadamente, a senhora da família Mello era uma aluna de Ciro. Todos sabiam que Ciro nunca aceitava alunos com facilidade, a menos que fossem extremamente talentosos. Num instante, os olhares das pessoas presentes para Kayra mudaram, agora havia uma pitada de admiração. Afinal, ela era a esposa do Vitor da família Mello e também a aniversariante do dia. No entanto, na presença da família Castro do Grupo LT e da Srta. Valentina, que estava em evidência recentemente, ela não parecia tão importante. Mesmo assim, todos deviam respeitar o nome da família Mello. Os convidados presentes eram espertos, se Nina mencionou isso de propósito, deveria haver uma intenção por trás. Alguns demonstravam expectativa: — Quem diria que a Sra. Kayra seria um
Kayra olhou para Valentina de forma sutil, com um ar de triunfo. Em um piscar de olhos, desviou o olhar, e aquela expressão de satisfação não durou muito tempo, mas Valentina ainda a percebeu. Valentina ficou cheia de interrogações na cabeça. "A Sra. Kayra me lançou aquele olhar... Que coisa mais estranha." Justamente quando Valentina estava prestes a investigar o significado daquele olhar, a Sra. Kayra endireitou o corpo. Ela tinha terminado! Diante de uma obra completa e finalizada, os presentes não pouparam elogios. Todos comentavam um após o outro, e as palavras de admiração se acumulavam, como se aquela pintura a óleo tivesse sido uma criação coletiva. — Obrigada, obrigada a todos pela gentileza com minha nora. Ela fez o que pôde, fez o que pôde. — Nina sorria de orelha a orelha. Embora soubesse apreciar uma pintura a óleo, ela realmente não entendia os detalhes mais profundos. Ela tinha visto a obra original "Sossego do Algarve", e, comparando a pintura de Kay
O sorriso no rosto de Mateus deixou todos confusos sobre suas intenções ao dizer aquelas palavras. Porém, depois de refletirem um pouco, logo entenderam.Alguém da família Mello, naturalmente, ficaria ao lado da própria família.Num instante, todos os presentes prenderam a respiração, mas, por dentro, o sangue fervilhava de excitação."O que está acontecendo aqui? A família Mello e a família Castro, duas influentes famílias... Isso significa que estão prestes a se enfrentar?!"Eles pensaram que hoje estavam ali apenas para participar de uma festa de aniversário, mas não esperavam testemunhar a intensificação do conflito entre as duas famílias.O Sr. Mateus havia falado, e até mesmo a "concessão" que Nina fez à família Castro foi instantaneamente esquecida.O Sr. Mateus representava a posição da família Mello!Mas aquele sorriso, aos olhos de Vitor e Kayra, fez com que seus corações batessem mais forte.Mateus era da família Mello, mas ele nunca deu a mínima para Kayra. Nunca a consider
Mateus olhou para ela, absorto em seus pensamentos.Paulo observou a expressão apaixonada do Sr. Mateus e levantou as sobrancelhas, mas havia certas questões que ele precisava abordar, mesmo que isso interrompesse o devaneio de Mateus.— Será necessário reforçar a proteção da Sra. Valentina esta noite? — Paulo insinuou cautelosamente.Sadi já havia começado a agir. À primeira vista, parecia que seu alvo era Henrique Coelho."Mas o verdadeiro objetivo de Kayra sempre foi a Sra. Valentina! O que a Kayra pretende fazer com a Valentina?"Paulo ligou os pontos com Henrique Coelho, e uma suspeita surgiu em seu coração, o que fez seu rosto escurecer. Se sua suposição estivesse correta, Kayra seria realmente... Perversa!Paulo olhou para Mateus e ficou assustado com a frieza em seu rosto.Mateus não disse nada, mas o ar cortante que emanava falava por si.Ele pegou a caixa com o quadro "Sossego do Algarve" no escritório de Nina.Quando voltou ao salão, a atenção de todos se voltou para ele e p
Nada aparecia! Absolutamente nada!O rosto de Nina já não conseguia mais manter a compostura de antes. Mesmo assim, ela forçou um sorriso constrangido e se desculpou:— Sr. Afonso, me desculpe, veja só... Eu realmente não entendo dessas coisas, já estou velha, a visão também não ajuda...— Sra. Nina, não precisa se culpar. Com o poder financeiro e a influência da família Mello, além do seu prestígio, Sra. Nina, você não seria enganada, e muito menos daria algo assim como presente. Eu agradeço o seu cuidado, Sra. Nina, eu realmente gosto do "Sossego do Algarve".Afonso foi extremamente cortês.Com uma única frase "ser enganada" ele protegeu com firmeza tanto a família Mello quanto a dignidade de Nina.O coração de Nina ficou cheio de gratidão, mas a menção a "ser enganada" bateu em sua mente como se algo tivesse lhe atingido com força.Porém, sua expressão permaneceu inalterada.Ela se desculpou mais uma vez com Afonso, trocaram mais algumas palavras de cortesia e, em seguida, alegando
"Ela vai pagar por isso na hora certa!"— Por que ainda não saiu daqui com ela?Sob o olhar severo de Nina, Vítor puxou Kayra para fora do quarto.Assim que saíram, Kayra se agachou, sem forças, mordendo os lábios, sem ousar emitir nenhum som de choro.Vítor observou a cena, e seu coração se apertou ainda mais.— Já passou, Kayra. Minha mãe só disse aquilo porque estava muito irritada. — Vítor se agachou e a envolveu em seus braços, falando com ternura para confortá-la.Ele se sentia derrotado, ainda mais culpado.Com Nina, mesmo quando era o chefe da família Mello, ele nunca ousou enfrentá-la diretamente.Essas palavras de consolo, que eram inúteis, faziam Kayra se sentir ainda mais amargurada.O que mais ele poderia fazer?Esse homem... Kayra se sentia vazia por dentro, mas, mesmo assim, só podia se apoiar nele, exagerando em seu sofrimento e sua fragilidade para obter o máximo de compaixão.— Kayra, hoje é seu aniversário, se anime. Eu preparei um bolo enorme para você e tenho uma s