Ciro era o mais renomado pintor a óleo da Cidade JC. Seu talento para a pintura a óleo era extremamente elevado. Ele deixou pouquíssimas obras antes de falecer, mas cada uma delas era uma verdadeira obra-prima, de valor inestimável. Inesperadamente, a senhora da família Mello era uma aluna de Ciro. Todos sabiam que Ciro nunca aceitava alunos com facilidade, a menos que fossem extremamente talentosos. Num instante, os olhares das pessoas presentes para Kayra mudaram, agora havia uma pitada de admiração. Afinal, ela era a esposa do Vitor da família Mello e também a aniversariante do dia. No entanto, na presença da família Castro do Grupo LT e da Srta. Valentina, que estava em evidência recentemente, ela não parecia tão importante. Mesmo assim, todos deviam respeitar o nome da família Mello. Os convidados presentes eram espertos, se Nina mencionou isso de propósito, deveria haver uma intenção por trás. Alguns demonstravam expectativa: — Quem diria que a Sra. Kayra seria um
Kayra olhou para Valentina de forma sutil, com um ar de triunfo. Em um piscar de olhos, desviou o olhar, e aquela expressão de satisfação não durou muito tempo, mas Valentina ainda a percebeu. Valentina ficou cheia de interrogações na cabeça. "A Sra. Kayra me lançou aquele olhar... Que coisa mais estranha." Justamente quando Valentina estava prestes a investigar o significado daquele olhar, a Sra. Kayra endireitou o corpo. Ela tinha terminado! Diante de uma obra completa e finalizada, os presentes não pouparam elogios. Todos comentavam um após o outro, e as palavras de admiração se acumulavam, como se aquela pintura a óleo tivesse sido uma criação coletiva. — Obrigada, obrigada a todos pela gentileza com minha nora. Ela fez o que pôde, fez o que pôde. — Nina sorria de orelha a orelha. Embora soubesse apreciar uma pintura a óleo, ela realmente não entendia os detalhes mais profundos. Ela tinha visto a obra original "Sossego do Algarve", e, comparando a pintura de Kay
O sorriso no rosto de Mateus deixou todos confusos sobre suas intenções ao dizer aquelas palavras. Porém, depois de refletirem um pouco, logo entenderam.Alguém da família Mello, naturalmente, ficaria ao lado da própria família.Num instante, todos os presentes prenderam a respiração, mas, por dentro, o sangue fervilhava de excitação."O que está acontecendo aqui? A família Mello e a família Castro, duas influentes famílias... Isso significa que estão prestes a se enfrentar?!"Eles pensaram que hoje estavam ali apenas para participar de uma festa de aniversário, mas não esperavam testemunhar a intensificação do conflito entre as duas famílias.O Sr. Mateus havia falado, e até mesmo a "concessão" que Nina fez à família Castro foi instantaneamente esquecida.O Sr. Mateus representava a posição da família Mello!Mas aquele sorriso, aos olhos de Vitor e Kayra, fez com que seus corações batessem mais forte.Mateus era da família Mello, mas ele nunca deu a mínima para Kayra. Nunca a consider
Mateus olhou para ela, absorto em seus pensamentos.Paulo observou a expressão apaixonada do Sr. Mateus e levantou as sobrancelhas, mas havia certas questões que ele precisava abordar, mesmo que isso interrompesse o devaneio de Mateus.— Será necessário reforçar a proteção da Sra. Valentina esta noite? — Paulo insinuou cautelosamente.Sadi já havia começado a agir. À primeira vista, parecia que seu alvo era Henrique Coelho."Mas o verdadeiro objetivo de Kayra sempre foi a Sra. Valentina! O que a Kayra pretende fazer com a Valentina?"Paulo ligou os pontos com Henrique Coelho, e uma suspeita surgiu em seu coração, o que fez seu rosto escurecer. Se sua suposição estivesse correta, Kayra seria realmente... Perversa!Paulo olhou para Mateus e ficou assustado com a frieza em seu rosto.Mateus não disse nada, mas o ar cortante que emanava falava por si.Ele pegou a caixa com o quadro "Sossego do Algarve" no escritório de Nina.Quando voltou ao salão, a atenção de todos se voltou para ele e p
Nada aparecia! Absolutamente nada!O rosto de Nina já não conseguia mais manter a compostura de antes. Mesmo assim, ela forçou um sorriso constrangido e se desculpou:— Sr. Afonso, me desculpe, veja só... Eu realmente não entendo dessas coisas, já estou velha, a visão também não ajuda...— Sra. Nina, não precisa se culpar. Com o poder financeiro e a influência da família Mello, além do seu prestígio, Sra. Nina, você não seria enganada, e muito menos daria algo assim como presente. Eu agradeço o seu cuidado, Sra. Nina, eu realmente gosto do "Sossego do Algarve".Afonso foi extremamente cortês.Com uma única frase "ser enganada" ele protegeu com firmeza tanto a família Mello quanto a dignidade de Nina.O coração de Nina ficou cheio de gratidão, mas a menção a "ser enganada" bateu em sua mente como se algo tivesse lhe atingido com força.Porém, sua expressão permaneceu inalterada.Ela se desculpou mais uma vez com Afonso, trocaram mais algumas palavras de cortesia e, em seguida, alegando
"Ela vai pagar por isso na hora certa!"— Por que ainda não saiu daqui com ela?Sob o olhar severo de Nina, Vítor puxou Kayra para fora do quarto.Assim que saíram, Kayra se agachou, sem forças, mordendo os lábios, sem ousar emitir nenhum som de choro.Vítor observou a cena, e seu coração se apertou ainda mais.— Já passou, Kayra. Minha mãe só disse aquilo porque estava muito irritada. — Vítor se agachou e a envolveu em seus braços, falando com ternura para confortá-la.Ele se sentia derrotado, ainda mais culpado.Com Nina, mesmo quando era o chefe da família Mello, ele nunca ousou enfrentá-la diretamente.Essas palavras de consolo, que eram inúteis, faziam Kayra se sentir ainda mais amargurada.O que mais ele poderia fazer?Esse homem... Kayra se sentia vazia por dentro, mas, mesmo assim, só podia se apoiar nele, exagerando em seu sofrimento e sua fragilidade para obter o máximo de compaixão.— Kayra, hoje é seu aniversário, se anime. Eu preparei um bolo enorme para você e tenho uma s
Mateus estava esperando por ela na estufa, no jardim dos fundos!Valentina olhou para trás no salão. Não viu nenhum sinal de Mateus e, hesitante por um instante, acabou seguindo o segurança.Jardim dos fundos.Era a terceira vez que Valentina visitava a Mansão da Família Mello, mas nunca havia ido até a estufa antes.— Srta. Valentina, o Sr. Mateus está lá dentro. Pode entrar. — O segurança, usando óculos escuros, falou com respeito.Ele a chamou de "Srta. Valentina" e não de "senhora"...Paulo e Délcio sempre a chamavam de "senhora", o que poderia significar que esse segurança não era alguém próximo de Mateus?Mas, pensando melhor, nem todos ao redor de Mateus sabiam sobre o relacionamento dos dois.Ficar preocupada com o título de "senhora" pareceria que ela queria demais ser a esposa de Mateus.O rosto de Valentina ficou levemente corado.— Certo.Ela respondeu, e antes que o segurança se afastasse, Valentina olhou para ele mais uma vez.Quando ele se afastou, Valentina continuou ca
— Sim.Paulo recebeu a ordem e foi até o final do jardim de inverno. Em um canto, encontrou Henrique Coelho. Henrique estava sob o efeito da droga, a consciência já turva, mas ele ainda conseguiu ouvir vagamente a voz de Mateus.— Meu irmão... Ele veio?— Sim, Sr. Henrique, o Sr. Mateus está aqui.— Diga ao meu irmão, a Valentina... Nós fomos enganados. Eu e a Valentina... Não aconteceu nada. Que ele... — Henrique Coelho falou com urgência.Paulo lembrava claramente que, antes, na cidade HC, o Sr. Henrique havia se esforçado de todas as formas para "se aproximar" da Sra. Valentina, tudo para que o Sr. Mateus o interpretasse mal.Mas agora, suas palavras...— Não se preocupe, Sr. Henrique. O Sr. Mateus cuidará bem da Sra. Valentina, mas agora preciso tirá-lo daqui.Na velha mansão, havia uma ala médica e, no jardim de inverno, uma pequena porta lateral. Paulo ajudou Henrique Coelho a se levantar e, passando pela pequena porta lateral, desapareceram silenciosamente na escuridão, sem