Os olhos de Rafaella estavam cheios de uma gentileza suave. Mas para Daniel, aquelas palavras soavam extremamente sarcásticas. “Ajudá-la?” Como ela poderia ajudar? Se não fosse pelo plano de Mateus, ele jamais permitiria que essa falsa Rafaella se aproximasse de Valentina. Contudo, para impulsionar o plano, havia coisas que ele precisava fazer. Não querendo que Rafaella mostrasse muita falsidade a Valentina, Daniel mudou de assunto: — Vali, agora que você assumiu oficialmente o Grupo Freitas, minha tarefa está concluída. Valentina olhou para Daniel. Ela notou que ele parecia um pouco aliviado, como se tivesse se livrado de um grande peso. “Se livrou de um peso?” — Irmão, eu não sou boa em administrar empresas, ainda mais uma tão grande quanto o Grupo Freitas. Eu aceito o testamento do vovô, mas espero que tudo continue como antes. Eu fico apenas no nome, mas todas as decisões do Grupo Freitas devem continuar dependendo de você. Essa era a opinião mais sincera de Val
— Eu realmente não sei o que fazer com você.Daniel balançou a cabeça com um sorriso indulgente.Como ela desejava, ele correu para abrir a porta do carro para ela.— Assim está melhor.Rafaella finalmente ficou satisfeita. Ela se esforçava para parecer alegre e encantadora, mas em seu coração, pensava: "Quero ver o que há de tão especial na entrada principal da Mansão da Família Freitas para Daniel decidir entrar pela porta dos fundos."Assim que os dois entraram no saguão, Rafaella fingiu que precisava trocar de roupa e foi para o quarto. Imediatamente, fez uma ligação.Do outro lado da linha, estava uma das empregadas da Mansão da Família Freitas que ela havia subornado em segredo.Ela pediu que ele descobrisse se havia algo fora do normal na entrada da Mansão da Família Freitas.Logo, obteve uma resposta.— Ouvi dizer que é a Sra. Nina, da família Mello. Eu mesma saí para dar uma olhada e, de fato, é um carro de luxo. Parece que a Sra. Nina veio procurar pela Srta. Valentina. Chego
Valentina ficou perplexa. Não apenas ela, Rafaella também foi pega de surpresa. "Não é possível! A Sra. Nina não deveria estar causando problemas para Valentina? Por que esse pedido de 'ajuda' tão sincero, quase desesperado? Além disso, ela é a Sra. Nina da poderosa família Mello. O que Valentina poderia fazer para ajudá-la? Como ela pôde pedir ajuda a Valentina?!" — Sra. Nina, como posso ajudar a senhora? — Valentina perguntou. Alguns pensamentos passaram rapidamente por sua mente, mas logo ela os descartou. — Só você pode me ajudar. — Nina murmurou mais uma vez. Logo em seguida chamou o motorista que a acompanhava. Foi então que todos notaram que o motorista segurava uma caixa. A caixa era requintada, de estilo clássico, parecendo uma antiguidade. Com apenas um olhar, era possível perceber que era algo de grande valor. No entanto, o que estava dentro da caixa era o verdadeiro protagonista do dia. Toda a atenção estava voltada para a caixa. Nina, sem sequer esperar
Valentina não era o ponto principal, o mais importante era que Daniel, ao se virar para atender o telefone, subiu as escadas enquanto ouvia a ligação, sem nem ao menos olhar para ela. Era como se, desde o começo, houvesse apenas Valentina e Daniel, e Rafaella nem sequer existisse. "Não era só isso, a Sra. Nina, ela não veio justamente para causar problemas a Valentina?" Mesmo que não fosse para causar problemas a Valentina, ela esperou do lado de fora da Mansão da Família Freitas o dia inteiro, acumulando raiva. Como é que ela não aproveitaria para extravasar um pouco? Rafaella riu de raiva. Ela sorria por fora, mas por dentro seu sangue fervia de fúria, xingando Nina silenciosamente. Ela pensou no convite para que Valentina fosse, dali a dez dias, à antiga mansão da família Mello para ver um vestido de gala. Ela tinha certeza de que ver o vestido era apenas uma desculpa, o verdadeiro objetivo era bajular e agradar. Rafaella havia percebido claramente. Valentina, agora
Afonso nem sequer olhou para ele. Caminhou diretamente em direção a Valentina, mantendo seus olhos fixos nela o tempo todo. Aquele olhar... Parecia que nunca seria suficiente para contemplar sua filha, como se, através dela, ele estivesse vendo outra pessoa que amava profundamente.— Vim buscar a Vali para levá-la à empresa. — Afonso falou.O jeito dele era típico de um chefe. Mesmo em um tom comum, havia uma autoridade incontestável em suas palavras, quem quisesse dizer algo não conseguia sequer interromper.Henrique pensou: "Com o senhor vindo buscar a Vali, quem ousaria competir?"Daniel pensou: "Já que é para levá-la à empresa, então não tenho mais o que dizer."De longe, Mateus observava a situação. Ele era o mais sábio, pois sabia que bastava cuidar da própria esposa.Valentina, sem perceber, estava totalmente imersa no olhar de Afonso. Será que era assim que um pai olhava para sua filha? Apenas sendo contemplada por ele, ela sentiu uma sensação que poderia chamar de "felicidade
Nina recebeu notícias de Afonso e ficou tão animada que não conseguia ficar parada, andando de um lado para o outro na sala de estar.— Afonso vem, Afonso vem... — Ela mal conseguia conter a animação, murmurando repetidamente, até que de repente pensou em algo. — Ele vem! Desta vez, a festa de aniversário não pode ser feita de qualquer jeito, de jeito nenhum!Precisava ser grandiosa, luxuosa, imponente, tinha que mostrar toda a riqueza da família Mello. Só assim, Afonso, o parceiro de negócios, perceberia o poder da família Mello.Tudo isso precisava de alguém para organizar. Nina queria cuidar de tudo pessoalmente, mas afinal, já não era tão jovem.Seu primeiro escolhido foi Mateus.Mas ao lembrar que a festa de aniversário seria em nome de Kayra, e que seu neto sempre teve problemas em aceitar Kayra como madrasta, Nina reconsiderou.Depois de pensar muito, ela decidiu.Vitor!Ele seria a pessoa certa para organizar tudo.Decidida, Nina não perdeu tempo e imediatamente ligou pessoalme
— Está bom! Realmente ficou muito bom. As sobrancelhas e os olhos de Valentina, sob seus traços, pareciam vivos e realistas, como se tivessem ganhado vida. Mas desenhar assim descaradamente a mulher dele, será que... Era realmente certo? A ameaça escondida nas palavras de Mateus não parecia incomodar Henrique nem um pouco. O som da caneta de Henrique contra o papel ecoava suavemente, enquanto ele permanecia imerso em sua obra com total concentração. Os olhos de Mateus se estreitaram. Ele sempre soube que Henrique gostava de desenhar. Ele herdou o talento de sua mãe, possuindo uma forte percepção de cores e linhas. Quando era criança, sempre desenhava ao lado da mãe enquanto ela pintava. Cada vez que Mateus via aquela cena, seus sentimentos se tornavam mistos. Ele gostava da tranquilidade daquele momento, mas também se sentia ciumento, desejando ser ele o filho que estava ao lado da mãe! Mas, depois da morte dela, Henrique nunca mais pegou em um lápis ou pincel. Ma
Era o aniversário de Kayra, ela estava especialmente bem arrumada.Vitor foi pessoalmente buscar Henrique. Depois de se despedir de Vitor, Kayra foi para o lado das convidadas, para recebê-las.Mas, para sua surpresa, antes mesmo de chegar, ela ouviu algumas palavras desagradáveis.Dulce chegou ao muro de flores antes de Kayra.Desde que Valentina, de uma hora para outra, se tornou filha da família Castro, do Grupo LT, e simultaneamente herdou o Grupo Freitas, Dulce sentia um amargor profundo no coração.Sempre que se reunia com as amigas, todas só falavam de Valentina e não havia uma palavra que não fosse de admiração ou desejo de aproximação.Com tantas mulheres presentes, Valentina certamente seria o assunto principal.Ela não queria participar da conversa, então se sentou no balanço atrás do muro de flores.Ainda assim, ouvir aquelas palavras não era agradável. Mas, por sorte, havia alguém que estava se sentindo ainda pior do que ela.Dulce olhou para o sorriso deformado no rosto d