Valentina ficou perplexa. Não apenas ela, Rafaella também foi pega de surpresa. "Não é possível! A Sra. Nina não deveria estar causando problemas para Valentina? Por que esse pedido de 'ajuda' tão sincero, quase desesperado? Além disso, ela é a Sra. Nina da poderosa família Mello. O que Valentina poderia fazer para ajudá-la? Como ela pôde pedir ajuda a Valentina?!" — Sra. Nina, como posso ajudar a senhora? — Valentina perguntou. Alguns pensamentos passaram rapidamente por sua mente, mas logo ela os descartou. — Só você pode me ajudar. — Nina murmurou mais uma vez. Logo em seguida chamou o motorista que a acompanhava. Foi então que todos notaram que o motorista segurava uma caixa. A caixa era requintada, de estilo clássico, parecendo uma antiguidade. Com apenas um olhar, era possível perceber que era algo de grande valor. No entanto, o que estava dentro da caixa era o verdadeiro protagonista do dia. Toda a atenção estava voltada para a caixa. Nina, sem sequer esperar
Valentina não era o ponto principal, o mais importante era que Daniel, ao se virar para atender o telefone, subiu as escadas enquanto ouvia a ligação, sem nem ao menos olhar para ela. Era como se, desde o começo, houvesse apenas Valentina e Daniel, e Rafaella nem sequer existisse. "Não era só isso, a Sra. Nina, ela não veio justamente para causar problemas a Valentina?" Mesmo que não fosse para causar problemas a Valentina, ela esperou do lado de fora da Mansão da Família Freitas o dia inteiro, acumulando raiva. Como é que ela não aproveitaria para extravasar um pouco? Rafaella riu de raiva. Ela sorria por fora, mas por dentro seu sangue fervia de fúria, xingando Nina silenciosamente. Ela pensou no convite para que Valentina fosse, dali a dez dias, à antiga mansão da família Mello para ver um vestido de gala. Ela tinha certeza de que ver o vestido era apenas uma desculpa, o verdadeiro objetivo era bajular e agradar. Rafaella havia percebido claramente. Valentina, agora
Afonso nem sequer olhou para ele. Caminhou diretamente em direção a Valentina, mantendo seus olhos fixos nela o tempo todo. Aquele olhar... Parecia que nunca seria suficiente para contemplar sua filha, como se, através dela, ele estivesse vendo outra pessoa que amava profundamente.— Vim buscar a Vali para levá-la à empresa. — Afonso falou.O jeito dele era típico de um chefe. Mesmo em um tom comum, havia uma autoridade incontestável em suas palavras, quem quisesse dizer algo não conseguia sequer interromper.Henrique pensou: "Com o senhor vindo buscar a Vali, quem ousaria competir?"Daniel pensou: "Já que é para levá-la à empresa, então não tenho mais o que dizer."De longe, Mateus observava a situação. Ele era o mais sábio, pois sabia que bastava cuidar da própria esposa.Valentina, sem perceber, estava totalmente imersa no olhar de Afonso. Será que era assim que um pai olhava para sua filha? Apenas sendo contemplada por ele, ela sentiu uma sensação que poderia chamar de "felicidade
Nina recebeu notícias de Afonso e ficou tão animada que não conseguia ficar parada, andando de um lado para o outro na sala de estar.— Afonso vem, Afonso vem... — Ela mal conseguia conter a animação, murmurando repetidamente, até que de repente pensou em algo. — Ele vem! Desta vez, a festa de aniversário não pode ser feita de qualquer jeito, de jeito nenhum!Precisava ser grandiosa, luxuosa, imponente, tinha que mostrar toda a riqueza da família Mello. Só assim, Afonso, o parceiro de negócios, perceberia o poder da família Mello.Tudo isso precisava de alguém para organizar. Nina queria cuidar de tudo pessoalmente, mas afinal, já não era tão jovem.Seu primeiro escolhido foi Mateus.Mas ao lembrar que a festa de aniversário seria em nome de Kayra, e que seu neto sempre teve problemas em aceitar Kayra como madrasta, Nina reconsiderou.Depois de pensar muito, ela decidiu.Vitor!Ele seria a pessoa certa para organizar tudo.Decidida, Nina não perdeu tempo e imediatamente ligou pessoalme
— Está bom! Realmente ficou muito bom. As sobrancelhas e os olhos de Valentina, sob seus traços, pareciam vivos e realistas, como se tivessem ganhado vida. Mas desenhar assim descaradamente a mulher dele, será que... Era realmente certo? A ameaça escondida nas palavras de Mateus não parecia incomodar Henrique nem um pouco. O som da caneta de Henrique contra o papel ecoava suavemente, enquanto ele permanecia imerso em sua obra com total concentração. Os olhos de Mateus se estreitaram. Ele sempre soube que Henrique gostava de desenhar. Ele herdou o talento de sua mãe, possuindo uma forte percepção de cores e linhas. Quando era criança, sempre desenhava ao lado da mãe enquanto ela pintava. Cada vez que Mateus via aquela cena, seus sentimentos se tornavam mistos. Ele gostava da tranquilidade daquele momento, mas também se sentia ciumento, desejando ser ele o filho que estava ao lado da mãe! Mas, depois da morte dela, Henrique nunca mais pegou em um lápis ou pincel. Ma
Era o aniversário de Kayra, ela estava especialmente bem arrumada.Vitor foi pessoalmente buscar Henrique. Depois de se despedir de Vitor, Kayra foi para o lado das convidadas, para recebê-las.Mas, para sua surpresa, antes mesmo de chegar, ela ouviu algumas palavras desagradáveis.Dulce chegou ao muro de flores antes de Kayra.Desde que Valentina, de uma hora para outra, se tornou filha da família Castro, do Grupo LT, e simultaneamente herdou o Grupo Freitas, Dulce sentia um amargor profundo no coração.Sempre que se reunia com as amigas, todas só falavam de Valentina e não havia uma palavra que não fosse de admiração ou desejo de aproximação.Com tantas mulheres presentes, Valentina certamente seria o assunto principal.Ela não queria participar da conversa, então se sentou no balanço atrás do muro de flores.Ainda assim, ouvir aquelas palavras não era agradável. Mas, por sorte, havia alguém que estava se sentindo ainda pior do que ela.Dulce olhou para o sorriso deformado no rosto d
"Como poderiam não ficar impressionados? Afinal, estamos falando do Sr. Mateus!" Cada um ali, mesmo aqueles que tinham filhos em idade de casar, juntando todos esses filhos não chegavam nem a um décimo do Sr. Mateus. Como poderiam se comparar? Não havia comparação! Todos se entreolharam sem jeito, começando a suspeitar em silêncio: "A Sra. Nina está tratando a Srta. Valentina com tanto respeito... Será que está preparando terreno para o Sr. Mateus?" De fato, Nina estava preparando o terreno, mas não era para o Sr. Mateus. Valentina seguiu Nina até o salão, sendo levada diretamente para a vitrine de vestidos de festa em uma das paredes. Diferente da última vez em que tinha visto, agora o vestido danificado, que antes estava num canto, estava pendurado bem no centro. A parte danificada estava à mostra, sem nenhum disfarce, exposta de maneira bem evidente. — Este vestido de festa é o meu preferido, mas... Nina olhou para a parte danificada com um olhar de pesar. Então, p
— Você tem que aceitar... O olhar e o tom de Nina eram extremamente firmes. Mas algo tão valioso, como Valentina poderia aceitar? — Não, não, Sra. Nina, eu não posso aceitar algo sem merecer... — Sem merecer? Você não vai me ajudar a consertar o vestido de noite? — Nina não lhe deu chance de recusar. Nesse momento, ela viu uma figura na porta e a chamou: — Kayra, venha aqui, veja se este colar combina com Vali. A maioria dos convidados já havia chegado no andar de baixo. Kayra subiu apenas para chamar Nina para descer, mas, para sua surpresa, viu Nina pessoalmente colocando o colar em Valentina. "Ela vai dar esse colar para Valentina?" Aquele colar... — Kayra, entre logo. — Nina a instigou. Kayra voltou a si e entrou no escritório, mantendo sua habitual gentileza e elegância, sem demonstrar qualquer emoção que pudesse causar desconforto. — Os convidadosjá chegaram, estão todos lá embaixo. — E ele, já chegou? O olhar de Nina estava cheio de expectativa. N