O sorriso frio de Mateus se petrificou em seu rosto, incrédulo com o que acabava de ouvir.

Como se um século tivesse passado, Mateus finalmente conseguiu perguntar, lentamente.

- O quê... O que você disse? Pode repetir?

Valentina piscou, seu rosto era como um retrato de sinceridade absoluta:

- Vamos nos casar!

Ela tinha recursos financeiros!

Ela ponderou cuidadosamente, para evitar complicações desnecessárias, concluindo que a melhor solução seria um acordo, sem envolver emoções ou compromissos físicos.

Ela pagaria, e ele receberia o dinheiro.

E o homem à sua frente, com uma profissão tão peculiar, se revelava a escolha ideal!

Após refletir por um instante, os olhos frios e penetrantes de Mateus cintilaram com um traço de desprezo e sarcasmo.

Ele captou as intenções dela!

Que absurdo...

Mesmo desconhecendo sua identidade completa, ela reconheceu o seu valor.

Assim, após muito deliberar, ela o procurou novamente, na tentativa de se unir a um homem abastado? Ou, quem saberia, extorquir dinheiro dele?

Se recordando da mancha vermelha nos lençóis daquela manhã, qualquer resquício de culpa que Mateus pudesse ter sentido se evaporou.

Afinal, ele tinha possuído o corpo dela na noite anterior; ele pagaria um valor significativo para se desvencilhar dela!

A voz fria de Mateus adotou um tom zombeteiro:

- Mulheres como você, já encontrei aos montes. Me diga, quanto deseja?

Valentina hesitou por um instante.

Quanto?

Ele realmente estava negociando o preço?

Valentina não esperava tamanha direção na abordagem, evidenciando que ele estava habituado a essas circunstâncias!

Valentina recuou um passo, o avaliando de alto a baixo, refletindo seriamente: quanto!

De repente, Mateus sentiu um desagrado inesperado; o olhar dela sobre ele o fazia se sentir como se fosse um objeto.

E ele... Como se de fato fosse esse objeto!

Mateus, impaciente, insistiu:

- Quanto?

- Três milhões...?

Valentina o observava, um tanto incerta. Com sua aparência distinta, três milhões seriam uma quantia insuficiente?

Como previsto, as sobrancelhas perfeitas de Mateus se contraíram.

Três milhões?

Ele supôs que ela aproveitaria a ocasião para solicitar um montante exorbitante, mas não imaginava que seria meros três milhões!

Mateus soltou uma risada carregada de desprezo.

Valentina sentiu um aperto no coração e rapidamente aumentou a oferta:

- Cinco... Cinco milhões, no máximo cinco milhões!

Após sua formatura, seu pai a havia impedido de entrar na Estrela Luminosa Joalheria, e ela também não utilizou mais o dinheiro da família.

Cinco milhões era tudo o que ela havia conseguido acumular fazendo trabalhos de design para seus colegas de faculdade, aos poucos.

Era todo o seu patrimônio!

A expressão de desprezo nos cantos da boca de Mateus se intensificou.

Ele a enxergava claramente como uma mulher que desconhecia o mundo.

Mas, afinal, era a primeira vez dela, e ele não a tratava com aspereza.

Se recordando da humilhação que sentiu com aquela moeda, Mateus decidiu dar a ela dez milhões, para devolver a humilhação com essa quantia.

Um sorriso frio se esboçou em seus lábios, prestes a falar, mas foi interrompido pela voz da mulher:

- Pronto, preço final, dez milhões!

Valentina estava desesperada, olhando com um olhar suplicante para Mateus.

- Posso te dar cinco milhões agora, e os outros cinco milhões, um mês depois... Ou, talvez, em parcelas? - Valentina falou com cautela, temendo sua rejeição, e prosseguiu. - Pode confiar, eu tenho dinheiro. Me passe o número da sua conta bancária, vou transferir os cinco milhões agora mesmo, para demonstrar minha sinceridade.

Valentina pegou seu celular.

O sorriso frio de Mateus congelou em seu rosto.

Ele havia entendido errado?

Ela disse que daria dez milhões para ele?

- Vamos, a conta! - Valentina o apressou, olhando cheia de expectativa para ele, como se fosse um lobo tentando seduzir um pequeno coelho branco para a armadilha.

Mateus a observou atentamente, com um olhar sombrio e indecifrável.

Após um breve momento, ele forneceu um número de conta.

Em menos de um minuto, uma notificação de depósito de cinco milhões apareceu no celular.

Valentina soltou um longo suspiro; embora gastar tanto dinheiro lhe causasse dor, o "noivo" finalmente havia sido assegurado.

O próximo passo era oficializar o casamento.

Valentina não queria perder tempo.

- Vamos voltar para casa, pegar nossas certidões de nascimento e nos encontrar no cartório em uma hora.

Valentina deixou essas palavras para trás e partiu.

Mateus permaneceu olhando para a notificação de depósito de cinco milhões no telefone, pensativo.

Ela realmente lhe havia dado cinco milhões!

Dar dinheiro a ele e se casar com ele?

Era uma experiência inédita para ele!

Mateus, subitamente intrigado, queria ver que tipo de jogada ela estava planejando. Discou um número.

- George, você trouxe meu registro de nascimento? Preciso dele agora...