Kayra respirou fundo várias vezes e, com um tom de voz calmo, deu algumas instruções à assistente, depois soltou a mão que estava na maçaneta da porta.- Sim, já vou.Depois que a assistente saiu apressada, Kayra sorriu friamente, ajeitou o vestido e, sem pressa, subiu ao terceiro andar, entrando no quarto no fim do corredor.Henrique subiu até o segundo andar, não encontrou Kayra, mas viu sua assistente perto da escada.- Sr. Henrique, você não pode subir...A assistente, com o rosto cheio de nervosismo, bloqueou o caminho de Henrique, mas foi recuando constantemente devido ao olhar furioso de Henrique.A senhora disse para ela fingir estar com medo e impedir o Sr. Henrique, o levando discretamente até o quarto no fim do corredor do terceiro andar.Mas, ao enfrentar o Sr. Henrique, ela estava realmente assustada.- Saia da frente! - Henrique rosnou entre os dentes.A assistente ficou pálida de medo.Se dizia que o Sr. Henrique tinha uma personalidade indomável, mas ela nunca o tinha v
Henrique olhou para a porta e entrou. Kayra observou a porta se fechar, seus olhos brilhando com uma satisfação crescente. Ela ficou contente por ter decidido realizar a exposição de arte naquele salão hoje. Aquele lugar era propriedade particular de Vitor, e por causa "dela", Vitor raramente aparecia ali, mas os itens no quarto ainda estavam lá. Perfeito... Kayra se deleitou com seu plano bem-sucedido. Depois de dar uma última olhada na porta, ela saiu do quarto. Do lado de fora, a assistente estava esperando ansiosamente. Quando viu Kayra sair, imediatamente correu até ela.- Senhora, o Sr. Henrique ele...- Ele está bem, e eu também. - Kayra interrompeu calmamente. Em seguida, deu instruções à assistente. - Chame o Mateus.A simples menção desse nome fez a assistente tremer de respeito. Hoje era o aniversário do Sr. Vitor. Em todos esses anos, ela nunca tinha visto o Sr. Mateus comparecer à festa de aniversário. Como ela poderia fazer o Sr. Mateus vir?- Senhora...A
A palavra "também", Ademir percebeu mas não mencionou.A conversa dos dois vazava pela fresta da porta entreaberta.Valentina estava encostada na parede fora da porta, com uma palavra ecoando em sua mente repetidamente: "dormiram".Mateus e Dulce...De repente, se lembrou de que Daniel mencionou ontem que Mateus e Dulce saíram de um hotel separadamente.Algo parecia se encaixar.Seu coração apertou como se uma mão invisível o tivesse apertado, deixando ela sem fôlego. Antes que pudesse se acalmar, ouviu claramente a voz do quarto:- Quem disse que eu estava interessado na Valentina?Ademir acendeu um cigarro, soltando a fumaça em formas dispersas.Dulce estava surpresa.- Naquela noite, na sala de monitoramento do clube, você estava olhando claramente... - Naquela noite, os olhos de Ademir seguiam Valentina, mas antes que Dulce pudesse terminar, parecia se lembrar de algo. - Naquela noite, a pessoa que você estava olhando, não era Valentina!Imagens da tela de monitoramento daquela noi
A força em seu pescoço estava ficando cada vez mais forte. Os olhos da pessoa à sua frente estavam cheios de ódio, mas entre ela e Henrique nunca houve qualquer desavença; como poderia haver ódio? A única possibilidade era que Henrique a estava confundindo com outra pessoa! - Henrique, olhe bem, sou eu, a Valentina... - Valentina estava sendo estrangulada, até falar era extremamente difícil. Valentina... O movimento de Henrique estacou por um momento. A pessoa à sua frente tinha o rosto de Valentina, mas a dor intensa em sua cabeça o fez cambalear. Quando a viu novamente, aquele rosto se transformou na aparência que ele odiava. - Devolva ela para mim! - Henrique gritou. Suas mãos recuperaram instantaneamente a força anterior, e seus olhos exibiram uma intenção de matar que beirava a loucura, enquanto murmurava incessantemente: - Você é uma mulher má, devolva ela para mim, devolva ela para mim! "Mulher má? Devolver o que para ele?" Valentina tinha muitas pergunta
- Terceiro andar!O corredor do terceiro andar da galeria estava trancado. Ele procurou os funcionários, mas foi informado de que o terceiro andar era onde Vitor guardava itens importantes, não sendo aberto ao público por anos.Eles garantiram várias vezes que não havia ninguém no terceiro andar.Mateus não perdeu tempo e imediatamente correu para o terceiro andar.Cada corredor do terceiro andar estava equipado com trancas tecnológicas.Esta galeria era propriedade privada de Vitor.Mateus olhou para Délcio, que o seguia de perto, e com um único olhar, Délcio entendeu o que ele precisava fazer.Délcio rapidamente pegou o telefone e discou um número.Lá embaixo, todos estavam parados, perplexos.De repente, o som de um telefone tocando chamou a atenção de todos. O rosto de Vitor, já sombrio, franziu ainda mais quando ele olhou para o telefone.O som do telefone ecoou na galeria, tornando a atmosfera ainda mais estranha.Depois de um tempo, Vitor finalmente atendeu a ligação.Do outro l
"Salvar ele? Alguém mais além da Valentina está nessa sala?"Os dois não tinham tempo para prestar atenção em qualquer coisa na sala escura.Mateus e Daniel seguraram Valentina e imediatamente verificaram sua condição. Viram que suas roupas estavam um pouco desarrumadas e havia uma mancha de sangue em sua testa. O coração de Mateus falhou uma batida.- O que ele fez com você? - Daniel rangeu os dentes, perguntando com a respiração suspensa, mas com medo da resposta.O que ele fez com ela?Valentina se lembrou do momento anterior.Ela achou que ia morrer ali, mas de repente Henrique soltou ela.E depois disso...Valentina não ousava perder um segundo.- Rápido, salvem ele, Henrique, Henrique, ele...A imagem em sua mente fez Valentina não suportar relembrar. Ela rapidamente se virou para olhar a pessoa deitada no canto...Seguindo o olhar dela, Mateus e Daniel olharam juntos.Sob a luz vermelha, o homem tinha os olhos fechados, e aquele rosto...Henrique...Algo pareceu colidir dentro d
O diretor olhou para Henrique e suspirou.- Naquela época, todos os indicadores estavam bons, e todos esses anos, ele não teve nenhuma anomalia. Em teoria, não deveria recair facilmente, a menos que...- A menos que o quê?Mateus já tinha uma ideia na cabeça.- A menos que tenha sido submetido a algum tipo de choque.A resposta do diretor coincidia com o que Mateus pensava. Submetido a algum tipo de choque...Mateus fixou o olhar na mão não machucada de Henrique, que segurava algo firmemente. Ele e o médico tentaram abrir a mão dele, mas não conseguiram."Isso... Terá a ver com o choque?"- Entendi, tio Lucas. Desta vez... Vou precisar incomodá-lo novamente. - Mateus sabia como Henrique ficava após uma crise.Eles passaram por isso juntos antes e poderiam superar novamente.O diretor deu algumas instruções e saiu do quarto.Com a situação de Henrique sob controle, Mateus foi rapidamente procurar Valentina. Seguindo as informações de Délcio, Mateus chegou ao quarto de Valentina no mome
Ele estava ofegante, segurando a mão do irmão com força.Desta vez, ele definitivamente ia segurar o irmão e não deixá-lo escapar.Os dois caminharam pela noite. Ele percebeu que o irmão parecia estar cansado também; seus passos estavam visivelmente mais lentos, e ele não precisava fazer muito esforço para acompanhá-lo facilmente.Não sabia quanto tempo havia passado quando viu os irmãos da família Freitas.Depois disso, ele sempre seguia ao lado do irmão.Embora o irmão ainda fosse frio com ele, raramente falasse com ele, e quase nunca sorrisse, ele podia sentir que o irmão o protegia, que o irmão o amava.Ele ouviu o que o irmão disse e evitava intencionalmente as pessoas da família Mello.Mas naquele dia, quando a Srta. Kayra disse que ia levá-lo para ver a mãe, ele a seguiu.Ele sentia muita falta da mãe.Ele também podia sentir que o irmão estava preocupado com a mãe, porque várias vezes o irmão chamava pela "mamãe" enquanto dormia. Ele imaginava que o irmão devia estar sonhando c