Valentina afastou os pensamentos da mente, foi ao banheiro aplicar o remédio e se sentiu aborrecida. Quando estava prestes a sair do quarto para tomar um ar, ao abrir a porta, uma figura alta apareceu à sua frente. Marido gigolô de primeira linha? Ele ainda estava com a roupa da noite anterior, o cabelo desarrumado, talvez não tivesse dormido a noite toda, a barba crescida. Por um momento, Valentina achou que estava vendo coisas. Até que a voz dele soou: - Valentina, você acordou? Eu vi que você aplicou o remédio na boca ontem à noite, mas acho melhor te levar ao hospital para tratar isso. - Mateus falou cautelosamente. Ele olhou com um olhar ansioso para Valentina, como um cachorro esperando a resposta do dono. Valentina puxou os lábios, não queria falar. Qualquer movimento nos lábios provocava dor na ferida. Valentina levantou a mão, sinalizando para o marido gigolô de primeira linha sair do caminho. Mateus rapidamente se moveu para o lado, abrindo caminho, Vale
Beatriz estava com uma expressão extremamente feia. Meia hora depois, Heitor foi lavado e vestido, mas ainda estava inconsciente. Na imensa sala da família Alves, todos estavam com semblantes particularmente sombrios. O mordomo desceu apressadamente do quarto de Heitor no segundo andar, caminhou diretamente até Beatriz, deu uma olhada nela e hesitou em falar. - Como está o Heitor? - Perguntou Beatriz. Em seguida, com um rápido olhar, Beatriz pensou que Heitor apenas tivesse tido suas roupas removidas. Mas o mordomo continuava com o olhar inquieto. - Fale logo! - Beatriz o instigou. O mordomo abaixou a cabeça e relatou honestamente o que havia visto. - O Sr. Heitor está com ferimentos no corpo, hematomas. Será que não deveríamos chamar um médico...? - São apenas ferimentos leves, não precisa se incomodar. - Beatriz não parecia muito preocupada. Mas as palavras seguintes do mordomo fizeram seu rosto empalidecer. - O Sr. Heitor tem uma laceração em uma parte do cor
Valentina não desviou o olhar, não queria perder nenhuma expressão do marido gigolô de primeira linha. O nome "Sr. Mateus" fez Mateus prender a respiração, claramente nervoso. Naquele momento, ele até pensou que, se Valentina realmente descobrisse sua identidade, ele iria revelar tudo diretamente. Mateus estava pensando em como explicar as más impressões que Valentina tinha do "Sr. Mateus". Mas então, as palavras de Valentina o fizeram parar de pensar.- Primo?Valentina franziu a testa, como se achasse que sua suposição fosse bastante improvável.- Impossível, impossível. - Um primo do Sr. Mateus também seria de família nobre, e embora o marido gigolô de primeira linha parecesse nobre, a família Mello... Era prestigiada demais!Valentina balançou a cabeça várias vezes. Mateus viu isso e riu silenciosamente. Vendo que Valentina não perguntou mais, ele também não disse nada, mas depois de um tempo, Valentina de repente falou:- Vou dar uma passada na Torre do Sol.Torre do Sol?-
- Pedido de misericórdia? - Valentina riu. - Desculpe, mas não sou tão bondosa assim. Quem é bondosa é a Nicole, não eu, Valentina!Mateus também soltou uma risada baixa, mas logo seu tom se tornou sério,- Se ele ousar te machucar, estará procurando a morte!Valentina ficou surpresa. Ela olhou para a sombra atrás do biombo e, de repente, teve a ilusão de que era muito importante para ele. Mas ele estava ajudando ela a lidar com a família Alves apenas como uma dívida de gratidão do marido gigolô de primeira linha...Enquanto ela pensava, a voz atrás do biombo continuava.- Heitor foi para o hospital psiquiátrico, as ações da empresa da família Alves estão caindo, não vão aguentar por muito tempo. Os bens da família Alves acabarão sendo leiloados para pagar os empréstimos bancários, e depois da ruína da família Alves, ninguém mais vai te incomodar.As palavras "Heitor foi para o hospital psiquiátrico" ecoavam na cabeça de Valentina.- Espere, o Heitor enlouqueceu?Mateus não responde
Paulo olhava para a pilha de documentos à sua frente, com vontade de bater a cabeça contra eles até morrer. A única coisa que ele podia fazer agora era secretamente pedir ao Sr. Mateus para deixá-lo em paz.- Srta. Valentina, na verdade, naquele dia, eu só consegui chegar lá porque o Sr. Mateus ordenou, e seu marido... Foi ele quem me pediu. Ele é o que mais se preocupa com a sua segurança, Srta. Valentina...Paulo sabia que o Sr. Mateus podia ouvir, então ele fez de tudo para agradar e implorar por perdão.Do outro lado do telefone, Valentina olhou para seu marido gigolô de primeira linha e não conseguiu esconder sua surpresa diante das palavras de Paulo. Mateus obviamente estava de bom humor. Parecendo não querer ser muito óbvio, ele deu uma leve tossida.- Se você está ocupado, não vou insistir. Volte para casa cedo.Com o "volte para casa cedo" de Mateus, Paulo se sentiu como se tivesse recebido um indulto. Ele quase se ajoelhou para agradecer a Mateus.Depois que a ligação foi
Essa poderia ter sido a vez em que Valentina chamou o "marido" de maneira mais afetuosa. Assim que saiu da sua boca, ao perceber a expressão ligeiramente rígida de seu marido gigolô de primeira linha e sentindo o olhar atônito de Osvaldo, Valentina se arrependeu. Mas o bife já estava próximo da boca dele e ela já tinha chamado ele de "marido"; não adiantava mais se arrepender.Ela então se forçou a continuar, levantou um sorriso afetuoso e esperançoso, como se, caso ele não colaborasse e a deixasse perder essa disputa, ela faria ele pagar caro. Mateus, após um momento de surpresa, entendeu a intenção de Valentina. Em seguida, ele se sentiu feliz; Valentina estava com ciúmes por causa dele. Isso... Era ótimo!Mateus abriu a boca e mordeu o bife que Valentina lhe ofereceu, aproveitando plenamente a oferta dela.- Está gostoso? - Valentina perguntou satisfeita.Dado que ele escolheu colaborar e não a deixou passar vergonha, Valentina não resistiu e cortou mais um pedaço, gentilmente
Valentina estava um pouco irritada. Ela olhou para o marido gigolô de primeira linha e ordenou:- Tem que ir!- Tudo bem, contanto que você concorde com o que eu acabei de dizer.Valentina ficou em silêncio."Concordar? Concordar com o quê?"Na mente de Valentina, a prioridade era não perder mais tempo. Se ele realmente tivesse uma febre tão alta que danificasse o cérebro, ela não se importaria com o que ele tinha acabado de dizer. Ela pensou que ele estava delirando e provavelmente nem se lembraria depois.- Ok, eu concordo, eu concordo. Agora podemos ir ao hospital?De repente, Mateus ficou obediente:- Está bem.Valentina puxou o marido gigolô de primeira linha escada abaixo, pegou o carro dele e dirigiu direto para o hospital Harmonia Saúde.Assim que entraram no hospital, alguém reconheceu o rosto dele. Antes mesmo de Valentina conseguir fazer o check-in, uma equipe de médicos e enfermeiros veio correndo, tirou Mateus das mãos de Valentina e o levou para a emergência.Foi só de
- Sra. Beatriz, não posso te ajudar.Assim que Valentina pronunciou essas palavras, o rosto de Beatriz se contraiu, como se ainda quisesse insistir, tentando fazer Valentina lembrar de como a família Alves havia sido boa para ela. Mas, por mais que pensasse, Beatriz não conseguiu lembrar de um único exemplo.Vendo que Valentina estava prestes a sair, Beatriz ficou ainda mais desesperada. De repente, ela gritou para Valentina:- Nós, da família Alves, te proporcionamos a chance de conhecer o Sr. Mateus. Se não fosse pelo meu aniversário, você nunca teria conhecido o Sr. Mateus, mesmo que fizesse de tudo. Valentina, você conseguiu se aproximar do Sr. Mateus, não pode ser tão ingrata.Se aproximar?Valentina entendia perfeitamente o que Beatriz queria dizer com "se aproximar". Usar o corpo para subir na vida, uma sedução vulgar. Valentina deixou escapar um sorriso frio. A família Alves nunca deixava de desapontá-la.- Sra. Beatriz, quanto à ingratidão, eu não me atrevo. Devo me sentir