— Isso não tem nada a ver com o assunto. Apenas não acho que valha a pena criar problemas por insignificâncias.— Você não pensaria assim se as portas tivessem se fechado em sua cara como aconteceu comigo. O que você sabe sobre ser rejeitada? Com esse rosto, essa aparência e sua voz suave e sexy, sempre deve ter tido um homem para cuidar de você. Eu não tive. Fiz tudo sozinha. Cheguei ao topo da montanha e ninguém vai me derrubar daqui. Não estou interessada em fazer amigos, apenas notícias.— Todo mundo precisa de amigos — Ashilley argumentou com gentileza, sentindo uma inesperada pena daquela mulher que era prisioneira da própria insegurança. Por baixo da couraça de intransigência havia uma pessoa desesperadamente solitária. Isso a tornava ainda mais perigosa, porque ela queria arrastar a todos até seu nível de insatisfação.— Você faz do seu jeito e eu faço do meu.— Você está errada a meu respeito. Nada foi entregue a mim em uma bandeja de prata. Fiquei órfã quando estava no c
— Eu também vou me trocar — disse Taylor. — O sol está baixando. Nós nos encontramos para um drinque antes do jantar, está bem, Walt?Ashilley esperou até estarem dentro do quarto para comentar o passeio com Kelly.— Viu como eu sou eficiente? Mantive-a fora até Walter voltar, conforme prometi.— Merece um anel de esmeraldas por isso.Ela colocou os braços em torno do pescoço dele.— Ficaria contente com muito menos.— O que você tem em mente?Ashilley enfiou os dedos dentro da sunga dele, baixando-o até os quadris.— Por que não ficamos mais à vontade para discutir isso?Seus olhos se encontraram enquanto ela empurrava o calção em direção às coxas de Taylor. Escorregaram para o chão e ele acabou de tirar o traje de banho, enquanto Ashilley acariciava seu membro ereto que ficou frio por causa do tecido molhado. Taylor soltou um gemido de prazer e abraçou-a com força.— Se está querendo me deixar louco, já conseguiu! Sabe quanto eu senti sua falta hoje?— Mostre — ela sussu
Quando o fim de semana se aproximava, Taylor estava quase tratando Kelly com cordialidade. Foi de uma gentileza especial na véspera do dia de partida dos Bradens. Os dois casais estavam juntos na varanda no fim da tarde quando o telefone tocou e Taylor estendeu o braço para atender na extensão.Os outros continuaram a conversa até que Taylor pediu a atenção.— É Mônica. Jefferson e Margô estão lá e mais algumas pessoas. Vão preparar um churrasco e querem que nós nos juntemos a eles, se não tivermos outros planos.— Por mim, está bem — disse Ashilley. Kelly sacudiu a cabeça em negativa.— Nós dois não vamos. Nosso avião sai amanhã cedo e ainda não arrumei as malas.Walter pareceu pouco à vontade.— Tenho que falar com você sobre isso, Kelly. Não posso partir ainda.— Como não? Você sabe que eu preciso estar em Paris para a festa.— Sinto muito. Pensei que poderia terminar o trabalho em uma semana, mas me deparei com uma quantidade inacreditável de problemas.— E você acha que
— Está bem, eu vou ficar, mas não se sintam na obrigação de me fazer companhia. Ficarei fora do caminho de vocês o quanto eu puder.Depois que Walter saiu, Taylor virou-se para Ashilley com um sorriso conformado.— Você não sabe o quanto me custou bancar o bom anfitrião. Eu ficaria feliz em pagar pelo apartamento dele em um hotel.Ashilley fez um ar de surpresa.— Então por que insistiu para que ele ficasse?— Porque, se ele saísse daqui, Kelly iria tomar essa atitude como uma prova de que ele estava tendo um romance e não queria fazer a coisa sob nossos narizes.— Mas você me disse que esperava que eles se separassem.— Sim, eu acho que seria o melhor caminho, mas também não vou torcer para que isso aconteça. Talvez aconteça um milagre e ela se transforme em um ser humano.Ashilley aproximou-se dele e o abraçou.— Por baixo dessa aparência cínica, você é um romântico, sabia disso?As duas semanas que se seguiram foram o que se poderia chamar de uma prévia do paraíso. Desfrut
— Eu acho que esta é a melhor parte do casamento — disse Taylor, após alguns minutos de silêncio.— Qual parte?— O fato de você compartilhar a vida com outra pessoa, de ser você mesmo sem ter que se preocupar em representar. É bom poder se comunicar sem palavras, segurá-la nos braços e...Ashilley sabia o que ele queria dizer, porque sentia o mesmo. Apenas uma coisa estava faltando: ele nunca mencionou a palavra amor.— Mesmo que pareça estranho, acho que é disto que Walter sente falta — Taylor continuou. — Ele e Kelly devem ter tido momentos como este, embora seja difícil de imaginar.— Ela já deu alguma notícia?— Que eu saiba, não. Não quero ficar perguntando, mas acho que ele teria me contado. Coitado do meu amigo. Está mesmo abatido.— Ele poderia telefonar para Kelly.— Não, eu acho que desta vez ele tem que se manter firme, se não quiser aguentar a vida toda o autoritarismo dela. Se Kelly não admitir que ele também tem direitos, não vejo como o casamento pode continuar.
— Você não pode saber. Talvez eu deva chamar um médico. — Não! — Ao ver a expressão de surpresa no rosto de Taylor, Ashilley baixou a voz. — Não há necessidade. Nem tenho febre. Não acha que está exagerando?— Quero ter certeza de que você está bem. Já me acostumei com você por perto.— Sentiria falta de mim se eu não estivesse? — ela murmurou.Taylor acariciou-lhe o rosto.— Nem diga isso!Ashilley baixou os olhos. Aquela seria uma boa hora para lembrá-lo de que pretendia voltar para Ravier, mas era tão difícil quando ele a tocava! Tudo que desejava era atirar-se nos braços dele e viver apenas o momento presente. Restava tão pouco...Mesmo assim, ela se forçou a ser realista.— Nada é para sempre, Taylor.— O que você está tentando dizer, Ashilley?— Tantas coisas podem acontecer — ela respondeu de modo vago, incapaz de continuar.— Não para você, meu anjo. Eu já lhe disse que cuidarei de você.Enquanto Taylor a abraçava com força, acariciando-lhe os cabelos, o coração de
Foi no fim da tarde que ela descobriu em que paraíso de ilusões viveu todos aqueles dias. Walter e Kelly iam embora na manhã seguinte, e haviam combinado um jantar de despedida. Ashilley foi tomar banho, deixando os três na varanda. Quando retornou, apenas Taylor e Kelly permaneciam ali. Já ia juntar-se a eles quando algo que Kellu dizia a fez parar.— Devo dizer que você está fazendo uma representação muito convincente, Taylor.— O que quer dizer com isso?— Todos esses beijos e mãos dadas.— Eu sou muito afetuoso. —Ela o olhou com ar cínico.— É, eu já o vi em ação antes. — Mas não voltará a ver.— Espera que eu acredite nisso?— Não me importo com o que você pensa. Kelly o observava com ar aborrecido.— Você não merece essa menina.— Poderia dizer o mesmo para você em relação a seu marido. — Taylor mantinha a voz calma, recusando-se a ficar nervoso.— Quando Walter me contou que você tinha casado, fiquei pasma — ela continuou, após um momento de silêncio. — Mal podia
Ashilley percebia vagamente os olhares disfarçados que lhe dirigiam quando ela entrou na região mais pobre da cidade. Sabia que sua pele bronzeada ainda era pálida em comparação com a dos nativos e seu vestido fino de linho a marcava como estrangeira. Era inevitável e Will também devia enfrentar o mesmo problema. Foi contando com isso que se embrenhou pelas ruas estreitas.Caminhou vários quilômetros pelas vielas abarrotadas de gente e sujeira. O sol batia com força em sua cabeça, mas ela nem notava. Só lhe importava encontrar Will.Ignorou a passagem do tempo até que as sombras que se alargavam sobre as calçadas lhe avisaram que a noite se aproximava. Com relutância, achou melhor voltar para casa antes que Taylor telefonasse para Mônica para saber o que havia acontecido.Teve que andar de volta até o centro para encontrar um táxi. Ao sentar-se no carro, percebeu como estava cansada. As pernas doíam, a cabeça pesava e a caminhada não adiantara nada. Porém, Ashilley recusava-se a de