Valentina Carvalho Aksoy Eu senti um arrepio percorrer minha espinha quando a porta daquela sala se abriu lentamente. Eu não podia acreditar no que meus olhos estavam vendo. Era como se eu tivesse entrado em um mundo de riqueza e luxo além de minha imaginação.“Caralho, eu nunca vi isso antes em minha vida.”A sala estava repleta de jóias deslumbrantes e obras de arte magníficas. Eu nunca tinha visto tantas preciosidades em um só lugar. Meus olhos percorriam cada detalhe, admirando a beleza das pedras preciosas, dos colares reluzentes e dos anéis cintilantes. Era como se eu estivesse em um verdadeiro tesouro.Entre as jóias, havia um colar de diamantes que brilhava intensamente, refletindo a luz em um espetáculo de cores. Uma pulseira cravejada de esmeraldas exibia um verde intenso que hipnotizava quem a olhasse. E um par de brincos com rubis vermelhos como o fogo pareciam pulsar com uma energia misteriosa.As obras de arte também eram impressionantes. Uma pintura a óleo retratava um
Valentina Carvalho Aksoy “Por que Adriana estava falando sobre o líquido verde?” Joon-Ho queria saber. “Ela estava se referindo a que?”“Eu não tenho ideia. Vou dormir, estou cansada.”“Claro, descanse. Tenha uma boa noite,” Joon-Ho saiu e eu fechei a porta do quarto rapidamente.Entrei no quarto, as primeiras luzes do dia já despontavam no horizonte. Da janela, eu avistei Joon-Ho rumando ao jardim. Teria ele descoberto que eu e Adriana tínhamos ido até a sala secreta? Ele olhou para a janela do quarto e eu fechei a cortina rapidamente para que ele não visse que eu estava espionando.O sono demorou a chegar, e ao acordar, sem saber que horas eram, as vozes no andar debaixo da casa me deixaram curiosa. Emir teria retornado? Sai em disparada.Desci alguns degraus da escada, ainda envolta em minha camisola, o coração pulsando descompassado. Será que meu marido havia retornado? Na base da escadaria, olhei para baixo, deparando-me com a presença incômoda."Lá está ela", ressoou o tom de d
Valentina Carvalho Aksoy Eu segurava o teste em minhas mãos, sentindo-o queimar como se fosse o próprio fogo. Nunca imaginei que passaria por essa situação. A ansiedade tomava conta de mim, enquanto eu me via diante do desafio de fazer xixi no potinho. Era uma sensação estranha, uma mistura de nervosismo e constrangimento.Enquanto eu estava sentada no vaso sanitário, tentando reunir coragem para enfrentar o teste, pois para mim ele parecia um monstro de sete cabeças, a porta do banheiro se abriu e Adriana entrou. Meu coração disparou. “Já fez?”“Não, eu estou com medo.”Com um gesto rápido, Adriana pegou a fitinha do teste e a colocou dentro do potinho onde eu havia feito xixi. Minha mente estava a mil por hora. Eu não tinha nenhum sintoma, então por que estava passando por isso? Tudo isso não se passava de uma bobagem, que a mãe e a irmã de Emir estão inventando para salvar a família Aksoy.“Quanto temos que esperar?”“Eu não sei, olhe na caixinha do teste,” respondi a Adriana.Co
Valentina Carvalho Aksoy A adrenalina bombeava forte em minhas veias quando vi Joon-Ho se afastando com uma mala. Eu me perguntava para onde ele estava indo. Seria possível que ele estivesse seguindo Emir? Será que ele tinha alguma pista sobre seu paradeiro?“Você sabe para onde ele está indo?” Adriana perguntou novamente.“Eu não tenho ideia.”“O que você acha da gente segui-lo?”A ideia de segui-lo surgiu quase que instintivamente. Era uma loucura, eu sabia, mas e se ele soubesse onde Emir estava. Eu estava proibida de sair daquela casa imponente com seguranças por todos os lados. E ainda tinha a mãe de Emir no meu encalço.“Será que a gente consegue?”“ Você não pode sair, mas eu posso e ninguém precisa saber que você vai comigo, só não podemos demorar ou vamos perdê-lo de vista.”“A minha vida está parecendo um filme de ação de Hollywood, primeiro descubro que estou grávida e agora vou perseguir alguém e sair fugida da casa.”O coração pulsava freneticamente dentro do meu peito,
Valentina Carvalho Aksoy “Onde esse japonês tá indo?” Adriana perguntou curiosa.“Ele é coreano, e não japonês.” corrigi Adriana, minha amiga, com um sorriso divertido.“Tem olhos puxados e são parecidos,” Adriana deu de ombros, como se a semelhança entre as duas nacionalidades não fosse importante. Eu não pude deixar de rir com a observação dela.Enquanto caminhamos para fora do aeroporto, uma sensação de inquietação tomava conta de mim. Era como se nós duas estivéssemos sendo observadas. “O que vamos fazer agora?” perguntei, tentando esconder a tristeza que me consumia.Eu não podia negar que eu tinha vontade de sumir de tudo aquilo, desaparecer. Mas tinha meu pai, ele precisava do tratamento, e outra questão me passou pela cabeça: se Emir não estava mais no comando da organização, quem pagaria o tratamento de meu pai? Aquilo começou a me deixar nervosa.Adriana percebeu minha tristeza e me abraçou, oferecendo seu apoio. - “O que foi? Você está triste.”Suspirei profundamente ante
Valentina Carvalho Aksoy Sinto minhas pernas tremerem descontroladamente, a sensação de ter saído da casa de Emir e seguido Joon-Ho sem nenhum segurança ainda ecoa em minha mente. Que bobagem eu havia feito. Agora, estou sendo levada por pessoas desconhecidas, sem a menor ideia de quem sejam."Entra no carro," a voz rude de um homem ressoa em meus ouvidos, impondo autoridade e medo."Para onde estão me levando?" questiono, minha voz trêmula denunciando o pavor que me consome. “Quem são vocês?”"Entra na merda do carro e cala a boca," a resposta é áspera, sem espaço para argumentos.Do outro lado, consigo ouvir os resmungos de Adriana, o coração apertado de preocupação com o destino incerto que nos aguarda. Cada uma de nós é levada por um carro diferente, seguindo caminhos desconhecidos que nos separam sem piedade.Os raptores se comunicam em uma língua estranha, incompreensível para mim. Russo, polonês, ou qualquer que seja o idioma, soa como um enigma aterrador. Sinto o tecido do sa
Valentina Carvalho Aksoy Eu estava atordoada. Olhava ao redor, tentando entender onde estava e como ele estava ali. “Valentina,” ouvi quando ele disse meu nome."Você?" Eu não podia acreditar quem estava ali em sua frente. "Que lugar é esse e por que eu estou aqui?""Calma, eu vou explicar tudo..." A voz dele vacilou, enquanto eu tentava processar a situação."O que você está fazendo aqui?" As minhas palavras eram carregadas de confusão e preocupação.“É uma longa história, preciso de tempo para poder te explicar e agora eu preciso ir." Ele tentou encontrar as palavras certas."Ir para onde? Eu pensei que você estivesse... Não quero nem pensar nisso." Eu tremia, minha voz embargada pela emoção."Calma, coelhinha, quando eu voltar eu te explico tudo." Era tudo que ele podia oferecer naquele momento, um beijo apaixonado que me deixou atordoada, e logo as mãos dele se afastaram de mim. “Eu volto para você, coelhinha.”E assim Emir saiu da sala e sumiu ao passar por uma porta enorme qu
Emir Aksoy Três dias antesO ar parecia rarefeito enquanto eu encarava a caixa preta, seu peso mínimo amplificado pela carga emocional que ela carregava. Cada batida do meu coração ecoava no silêncio opressivo da sala. O medo, como uma serpente venenosa, se enroscava em volta do meu peito, apertando com uma força implacável. Com as mãos trêmulas, rompi o selo da caixa, e o que vi me atingiu como um soco no estômago. Uma roupa de Valentina, imaculadamente dobrada, ainda com o perfume dela, jazia ali dentro, uma lembrança vívida da presença dela, agora distorcida pela sombra do perigo. Uma onda de pânico varreu meu corpo, paralisando-me por um instante.Meu telefone, como se tivesse vida própria, zumbiu, quebrando o silêncio sepulcral da sala. Com o coração na garganta, deslizei a tela para ver a mensagem. Uma foto de Valentina, tão bonita e serena como sempre, mas o contexto a transformava em um aviso sinistro. Ela estava em casa, na nossa casa, na piscina, com um livro nas mãos e um