Ashley não esperava ver Oliver até o fim do expediente e decerto, Oliver estava atarefado por conta dos dias em que ficou longe da empresa. Ele também preferiu que fosse assim, trabalhar até a noite chegar para esquecer por um momento que Ashley fugira da sua declaração de amor. Aquele sentimento que pulsava no peito dele diferia de tudo a qual ele já havia sentido em toda a sua vida. Um homem acostumado com as mulheres aos seus pés, agora se via rendido a uma mulher, que certamente era a única que ele amou em toda a sua vida. Foi assim durante todo aquele dia, como se eles fugissem um do outro. Quando Val entrava no escritório, o coração de Oliver pulsava descontroladamente do seu peito, acreditando ser Ashley. A sua mente criava cenas improváveis e às vezes Oliver tinha que parar tudo o que estava fazendo e beber alguma coisa bastante forte para que, assim, voltasse a realidade. Mas ele não saiu dali até que o dia terminasse. Quando saiu do escritório, Ashley já havia ido embora
Oliver não procurava Ashley nem ao menos para falar sobre o trabalho na empresa. Os recados eram sempre dados por Val. Ficou claro para ela que ele havia entendido o seu recado. A distância seria melhor para os dois, ainda que o seu coração se entristecesse com isso. Foi para casa com a sensação que faltava algo na sua vida. No caminho pensou em como contaria a Valentina que Oliver era o pai dela, de uma maneira que a menina entendesse toda a situação. Ela só tinha três anos, mas era curiosa e inteligente demais para uma menina da sua idade. Assim que cruzou a porta, toda a tristeza se dissipou ao olhar nos olhos de Anny novamente. Correu para abraçá-la calorosamente e parecia eufórica por vê-la após tanto tempo. Mas quando Ashley olhou nos olhos de Anny percebeu o quanto ela parecia preocupada. Havia um peso enorme sobre ela, Ashley conseguiu sentir isso. — Achei que não a veria tão cedo, Anny – disse, tentando decifrá-la. — E eu não pretendia voltar agora – um longo suspiro mo
Ashley reclamou quando os primeiros raios de sol bateram nos seus olhos. Quando se olhou no espelho, teve a sensação de se parecer com um morto-vivo, ou que havia sido atropelada por um trem. Olhou para Valentina antes de se levantar e ligar para o Oliver. Disse a ela que não iria trabalhar naquela manhã, mas também não justificou os seus motivos. Certamente Oliver estava sendo compreensível demais ou estava a evitando para que ela sentisse na pele a dor de ser despreza. Pois, era exatamente isso que Ashley vinha fazendo com ele. Será que Oliver estava se vingando. Foi frio e seco com ela ao telefone, mas ele logo se arrependeria disso. Quando Ashley saiu do quarto, se deparou com Marina pronta para ir ao trabalho. Ela arregalou os olhos quando viu Ashley, querendo saber por que ela ainda não estava pronta para ir trabalhar. — Prometi ao Oliver que conversaria com a Valentina sobre conhecer o pai. Respondeu extremamente desanimada. — Que noticia incrível – Marina abriu um largo so
O coração de Ashley disparava descontroladamente a cada minuto que se passava e os seus olhos não desgrudavam da porta principal do escritório de Oliver. Ela queria fugir daquela conversa como uma garotinha foge de fantasma, mas a hora da verdade havia finalmente chegado. Ela evitou encarar o Alfonso por mais de uma semana, entre ligações não atendidas e mensagens lidas e ignoradas. Parecia crueldade demais fazer aquilo com um homem loucamente apaixonado, mas Ashley realmente não sabia o que dizer a ele, ou sabia, mas não como usar as palavras corretas. Contudo, era impossível fugir. Pensava nas coisas que talvez Oliver e Alfonso estariam conversando dentro daquela sala. Imaginou Oliver contando a ele que havia a beijado e que estava loucamente apaixonado por ela, só para observar a expressão de decepção no rosto de Alfonso. Ashley sabia que Oliver já havia percebido que Alfonso gostava dela de um modo especial, e que parecia disposto a afastá-los. Não duvidava nem um pouco que el
Oliver saiu do escritório já se preparando para ir para casa, quando conduziu a sua atenção para Val e lhe fez um pedido inusitado. — Consiga para mim o telefone do Hendrix. A secretaria olhou para ele completamente confusa. Como Oliver não tinha o telefone do próprio pai? — Claro, senhor! – Era impossível para Val disfarçar a sua expressão de surpresa. — Por favor, Val, não olha para mim desse jeito – tentou disfarçar que ele também estava constrangido, enquanto a mulher anotava o telefone em um pequeno pedaço de papel. — Eu acho bastante estranho o senhor não ter o telefone do seu pai – comentou, sabendo que não deveria – o senhor se incomodaria de me contar para quê? Oliver olhou para Val e riu. Nunca se importou com o fato da sua secretaria ser tão próxima dele, daquela maneira. — Eu vou conhecer a Valentina hoje a noite – observou a secretaria ficar boquiaberta – e quero que o Hendrix participe desse momento comigo. Por muito pouco Val ficou sem palavras. Ela realmente c
Oliver envolveu a pequena Valentina nos seus braços, com os olhos fechados, enquanto sentia a sensação de ser chamado de pai pela primeira vez. Quando a soltou, apresentou a ela Hendrix, que tinha lágrimas nos olhos por ver a menina pela primeira vez. — Esse é o seu avô – disse, enquanto a menina abria um largo sorriso. — Outro avô igual ao vovô Ethan? – Valentina parecia encantada com aquela possibilidade. Abraçou Hendrix com a mesma felicidade. Quando Oliver desviou o olhar, viu Ashley chorando, sem vergonha de esconder o quanto estava emocionada com aquele momento. Ele quis se aproximar, mas Valentina o envolveu com a sua doçura e saiu arrastando Oliver para sala e mostrar os seus brinquedos a ele. Marina se retirou logo em segunda, deixando Hendrix sozinho com Ashley. — Juro que estou espantadíssima por vê-lo aqui – disse a ele e olhando para Oliver logo em seguida – espero que você possa me dizer o que está acontecendo com o Oliver. Os dois desviaram o olhar para o homem,
Ashley teve um pesadelo. Acordou com a roupa encharcada de suor. No sonho, Oliver corria na direção dela e depois desaparecia. Ela não entendia por que estava chorando como se tivesse realmente perdido ele. O seu coração doía. Levantou-se com dificuldade e foi ao banheiro tomar um demorado banho. Era um final de semana ensolarado e ela agradecia por não ter que ir trabalhar naquele dia e ter que ver Oliver. Ainda assim, ele estava a caminho da casa para pegar Valentina e Ashley sabia que se não se apressasse o encontraria. Deixou Valentina sob os cuidados de Marina e saiu de casa apressada. Assim que abriu a porta, se esbarrou com alguém, que a agarrou pela cintura, impedindo que um acidente grave acontecesse com ela. Quando Ashley levantou os olhos, encontrou Oliver, segurando-a. Ashley bufou friamente. Respirou fundo, depois exalou lentamente. O seu plano fracassou. — Está tão apressada porque, Ashley? – A casa ficou silenciosa. A respiração de Oliver tocava o seu rosto tão deli
Era um domingo à noite, quando Ashley arrumava a sua mala, do outro lado, na entrada do quarto, Marina chorava, antecipadamente, se questionando por que Ashley havia tomado essa decisão assim tão rapidamente. — Para mim não faz o menor sentido você querer ir embora devido ao Oliver, mas carregá-lo junto. Enxugou o nariz, que já estava vermelho do tanto que ela já havia chorado, quando Ashley largou o que estava fazendo e aproximou-se dela a abraçando. — Não se lamente, Marina – tentou confortá-la – poderá ir ao Texas quando quiser para visitar Valentina. Mas ela não conseguiu dizer nada, apenas deixou o choro fluir ainda mais intensamente. — Além disso, essa foi a única maneira que eu encontrei de o Oliver aceitar a minha demissão – voltou a se concentrar na mala que ainda estava quase vazia – ele vai ficar lá só alguns dias e certamente eu não mais o verei. Marina enxugou as lagrimas, engolindo o choro antes de dizer. — Está se iludindo Ashley, achando que pode fugir do