Ashley reclamou quando os primeiros raios de sol bateram nos seus olhos. Quando se olhou no espelho, teve a sensação de se parecer com um morto-vivo, ou que havia sido atropelada por um trem. Olhou para Valentina antes de se levantar e ligar para o Oliver. Disse a ela que não iria trabalhar naquela manhã, mas também não justificou os seus motivos. Certamente Oliver estava sendo compreensível demais ou estava a evitando para que ela sentisse na pele a dor de ser despreza. Pois, era exatamente isso que Ashley vinha fazendo com ele. Será que Oliver estava se vingando. Foi frio e seco com ela ao telefone, mas ele logo se arrependeria disso. Quando Ashley saiu do quarto, se deparou com Marina pronta para ir ao trabalho. Ela arregalou os olhos quando viu Ashley, querendo saber por que ela ainda não estava pronta para ir trabalhar. — Prometi ao Oliver que conversaria com a Valentina sobre conhecer o pai. Respondeu extremamente desanimada. — Que noticia incrível – Marina abriu um largo so
O coração de Ashley disparava descontroladamente a cada minuto que se passava e os seus olhos não desgrudavam da porta principal do escritório de Oliver. Ela queria fugir daquela conversa como uma garotinha foge de fantasma, mas a hora da verdade havia finalmente chegado. Ela evitou encarar o Alfonso por mais de uma semana, entre ligações não atendidas e mensagens lidas e ignoradas. Parecia crueldade demais fazer aquilo com um homem loucamente apaixonado, mas Ashley realmente não sabia o que dizer a ele, ou sabia, mas não como usar as palavras corretas. Contudo, era impossível fugir. Pensava nas coisas que talvez Oliver e Alfonso estariam conversando dentro daquela sala. Imaginou Oliver contando a ele que havia a beijado e que estava loucamente apaixonado por ela, só para observar a expressão de decepção no rosto de Alfonso. Ashley sabia que Oliver já havia percebido que Alfonso gostava dela de um modo especial, e que parecia disposto a afastá-los. Não duvidava nem um pouco que el
Oliver saiu do escritório já se preparando para ir para casa, quando conduziu a sua atenção para Val e lhe fez um pedido inusitado. — Consiga para mim o telefone do Hendrix. A secretaria olhou para ele completamente confusa. Como Oliver não tinha o telefone do próprio pai? — Claro, senhor! – Era impossível para Val disfarçar a sua expressão de surpresa. — Por favor, Val, não olha para mim desse jeito – tentou disfarçar que ele também estava constrangido, enquanto a mulher anotava o telefone em um pequeno pedaço de papel. — Eu acho bastante estranho o senhor não ter o telefone do seu pai – comentou, sabendo que não deveria – o senhor se incomodaria de me contar para quê? Oliver olhou para Val e riu. Nunca se importou com o fato da sua secretaria ser tão próxima dele, daquela maneira. — Eu vou conhecer a Valentina hoje a noite – observou a secretaria ficar boquiaberta – e quero que o Hendrix participe desse momento comigo. Por muito pouco Val ficou sem palavras. Ela realmente c
Oliver envolveu a pequena Valentina nos seus braços, com os olhos fechados, enquanto sentia a sensação de ser chamado de pai pela primeira vez. Quando a soltou, apresentou a ela Hendrix, que tinha lágrimas nos olhos por ver a menina pela primeira vez. — Esse é o seu avô – disse, enquanto a menina abria um largo sorriso. — Outro avô igual ao vovô Ethan? – Valentina parecia encantada com aquela possibilidade. Abraçou Hendrix com a mesma felicidade. Quando Oliver desviou o olhar, viu Ashley chorando, sem vergonha de esconder o quanto estava emocionada com aquele momento. Ele quis se aproximar, mas Valentina o envolveu com a sua doçura e saiu arrastando Oliver para sala e mostrar os seus brinquedos a ele. Marina se retirou logo em segunda, deixando Hendrix sozinho com Ashley. — Juro que estou espantadíssima por vê-lo aqui – disse a ele e olhando para Oliver logo em seguida – espero que você possa me dizer o que está acontecendo com o Oliver. Os dois desviaram o olhar para o homem,
Ashley teve um pesadelo. Acordou com a roupa encharcada de suor. No sonho, Oliver corria na direção dela e depois desaparecia. Ela não entendia por que estava chorando como se tivesse realmente perdido ele. O seu coração doía. Levantou-se com dificuldade e foi ao banheiro tomar um demorado banho. Era um final de semana ensolarado e ela agradecia por não ter que ir trabalhar naquele dia e ter que ver Oliver. Ainda assim, ele estava a caminho da casa para pegar Valentina e Ashley sabia que se não se apressasse o encontraria. Deixou Valentina sob os cuidados de Marina e saiu de casa apressada. Assim que abriu a porta, se esbarrou com alguém, que a agarrou pela cintura, impedindo que um acidente grave acontecesse com ela. Quando Ashley levantou os olhos, encontrou Oliver, segurando-a. Ashley bufou friamente. Respirou fundo, depois exalou lentamente. O seu plano fracassou. — Está tão apressada porque, Ashley? – A casa ficou silenciosa. A respiração de Oliver tocava o seu rosto tão deli
Era um domingo à noite, quando Ashley arrumava a sua mala, do outro lado, na entrada do quarto, Marina chorava, antecipadamente, se questionando por que Ashley havia tomado essa decisão assim tão rapidamente. — Para mim não faz o menor sentido você querer ir embora devido ao Oliver, mas carregá-lo junto. Enxugou o nariz, que já estava vermelho do tanto que ela já havia chorado, quando Ashley largou o que estava fazendo e aproximou-se dela a abraçando. — Não se lamente, Marina – tentou confortá-la – poderá ir ao Texas quando quiser para visitar Valentina. Mas ela não conseguiu dizer nada, apenas deixou o choro fluir ainda mais intensamente. — Além disso, essa foi a única maneira que eu encontrei de o Oliver aceitar a minha demissão – voltou a se concentrar na mala que ainda estava quase vazia – ele vai ficar lá só alguns dias e certamente eu não mais o verei. Marina enxugou as lagrimas, engolindo o choro antes de dizer. — Está se iludindo Ashley, achando que pode fugir do
Uma tempestade atingia o Texas quando Oliver e Ashley desembarcaram no aeroporto. Era assustador o vento forte que atingia as ruas da grande cidade, mas ainda assim Valentina dormia no colo de Oliver como se nada estivesse acontecendo. Aquela cena trazia paz ao coração de Ashley. Conforto esse que ela esquecera completamente que não havia avisado Ethan que estaria indo para lá. Quando se deu conta disso, quase colapsou. Oliver percebeu a sua agitação incomum e indagou; — O que aconteceu? – Sussurrou para não arriscar despertar Valentina. Ashley olhou para ele, fazendo uma careta. — Eu não avisei ao Ethan que viríamos para cá – colocou a mão sobre o rosto, lamentando-se baixinho. — Claro! Estava com tanta pressa de fugir de mim que esqueceu dos detalhes. Ashley olhou para ele com reprovação, soltando o ar com pungência. — Deveria me ajudar a pensar em uma solução – apontou o dedo para ele – Ethan deve estar em grandes apuros na fazenda, sozinho, enquanto acontece essa grande tem
Caminharam juntos até a sala onde Ethan estava, como se a companhia um do outro desse coragem de fazer o que era preciso. Quando Ethan os avistou juntos, levantou-se, com as mãos soando, observando Oliver se aproximar, apreensível. — Então a missão impossível foi dada ao Oliver – brincou para talvez, assim, jogar fora a tensão sobre os ombros. — Sente-se, Ethan, por favor – Oliver pediu, enquanto Ashley sentia o corpo totalmente energizado. — O que está acontecendo? – Ele se agitou ainda mais – é algum problema com a Valentina? — A Valentina está ótima! – Oliver puxou uma cadeira que havia no canto da sala e sentou-se em frente a Ethan. Virou o rosto para trás, olhando para Ashley, ela se aproximou e começou a dizer. — A Anny foi me fazer uma visita há alguns dias – precisou limpara a garganta, fechando os olhos com força, como se procurasse em algum lugar a coragem para prosseguir. Quando Oliver percebeu a tensão de Ashley, segurou na sua mão. O toque dele fez ela encará-lo e