O homem que os pegaria no aeroporto, a qual Oliver dizia ser o seu amigo, era muito mais velho do que ele e tinha algo de familiar em seus traços, que Ashley percebeu de imediato. O homem abraçava Oliver com ternura. — Que bom te ver novamente, meu filho! – De repente ele falou isso entre um sorriso, olhando bem nos olhos de Oliver, deixando Ashley confusa. — Filho? – Sussurrou o suficiente para que os olhos de ambos repousassem sobre ela. Oliver não falou nada, apenas permaneceu olhando para Ashley com os olhos sombrios e profundos, como se temesse por ter um dos seus segredos revelados. Era impossível ler suas emoções, e Ashley sabia disso. — Você deve ser a esposa do meu filho? – Ele voltou a repetir, trazendo sobre ela a certeza que não havia escutado errado. Estava aí os traços familiares que ela havia percebido. — Eu sou o Hendrix – estendeu a mão – e você deve ser a Ashley. Embora a surpresa daquele encontro a fizesse pensar que Oliver falava dela para a própria famíli
Ashley não tinha a ilusão de que o casamento significava felicidade e romance eterno. Pegue duas pessoas desconhecidas, force-as a se casarem, sem amor, respeito ou fidelidade e verá o inferno ser formado. Era assim que Ashley se sentia ao lado de Oliver. Ainda mais estando ali, em um ambiente que certamente ela não se encaixava, mas que era obrigada a fingir que gostava e pior de tudo, fingir que amava o Oliver. No final das contas aquele casamento se tornou uma troca de favores para ambos os lados. — Você pelo menos está em uma faculdade, Ashley? – Anny perguntou, parecendo bem interessada na rotina dela. A decepção ficou estampada no seu rosto. Pensou que por causa daquele maldito casamento ela não poderia realizar o sonho de se formar um dia. — Não me lembro de Ashley pensar em fazer faculdade – Oliver levantou a taça, enquanto o almoço era servido – mas se for da vontade dela, conversaremos sobre isso. O fato do Oliver não a conhecer não a deixou decepcionada, mas a me
O beijo não foi demorado. Um leve toque nos lábios de Ashley foi o suficiente para deixá-la confusa e completamente irritada. Assim que o Oliver se afastou, ela pensou em bofeteá-lo, até ensaiou levantar a mão para batê-lo, mas ele parecia tão feliz com aquele momento, que ela recuou. Não recuou só por ele, claro, mas também para não estragar todo o teatro que encenavam de um casamento perfeito a qual não existia. Mas como um passe de mágica, Oliver pareceu perceber o que havia feito e o sorriso desapareceu dos seus lábios. Agora, no entanto ele estava estranhamente perturbado e agitado. — Vocês são o casal mais lindo que eu já vi em toda a minha vida – disse Anny, rompendo, sem nem ao menos perceber, o clima horrível que pairava sobre Ashley e Oliver. — Me desculpe pela empolgação – ele engoliu a seco, como se sua garganta realmente estivesse implorando por um líquido. Ele travou o maxilar, pegou a taça que estava sobre a mesa e bebeu o resto do vinho. Ashley ficou ali, em
Primeiro Ashley não olhou para ele. Fechava os olhos com força porque achava que Oliver pularia em seu pescoço com a raiva que certamente sentiria depois de receber uma notícia como aquela. Mas não houve explosão. Quando abriu os olhos, viu um semblante assustado, mas segundos depois Oliver começou a rir. — Você disse a ela que está gravida de mim? – Ele ria, mas Ashley acreditava que era por puro desespero – Você não está realmente gravida, está Ashley? Ela engoliu a seco, na mesma proporção que o sorriso desapareceu do rosto de Oliver. — Impossível! – Disse, tentando transparecer a ele total segurança – estivemos juntos apenas uma vez e eu posso lhe garantir que eu não estou gravida. Essa era a resposta mais fraca que ela já havia dado durante todo o tempo em que estava casada com o Oliver. — O que eu estou querendo dizer é que eu tomo anticoncepcional desde os meus dezesseis anos – estava mentindo – por questões que eu prefiro não dizer. Oliver não disse nada, mas A
Ela ligou para o Ethan várias vezes, mas sempre caia na caixa postal. Estava fazendo frio e Ashley sentia-se cansada e com fome. Sem permitir que o desespero tomasse conta dela, lembrou-se de Marina, a amiga da faculdade. Ela era a sua última esperança. Procurou o número na agenda telefônica, quando encontrou fez a ligação com as mãos tremulas. Chamou apenas duas vezes e a voz do outro lado da linha encheu o coração dela de esperança. “Graças a Deus você me atendeu, Marina” “Ashley?”, parecia surpresa, “Está tudo bem com você?” “Estou com problemas”, inspirou o ar com pungência tentando controlar as batidas do coração antes de prosseguir, “você poderia vir me buscar no aeroporto?” “Claro!”, Marina não pensou muito, talvez tivesse percebido o desespero na voz da pobre Ashley, “Dentro de poucos minutos estarei aí, desde que você me prometa contar tudo o que está acontecendo.” “Mas é claro”, disse, “obrigada Marina”. E ela desligou. Depois de um tempo Marina chegou. Estacionou o
Oliver Oliver chegou na mansão com a noite encobrindo todo o céu. Após retirar a mala do banco do passageiro, observou uma sombra pairar bem atrás dele. Quando se virou, o primeiro rosto que viu foi o de Stefany, aparentemente furiosa. — O que você está fazendo aqui? – Segurou no braço da mulher, mostrando que ninguém o superava na arrogância e frieza. — Você viajou com aquela adolescente, – fez cara de nojo – e não me avisou? — Não me lembro de dever qualquer satisfação a você, Stefany. Pegou a mala em uma das mãos e desviou o corpo, caminhando para longe dela. — Não pense que vai me tratar como trata todas as outras – gritou logo atrás dele, fazendo Oliver parar e fechar o punho. O homem estava cansado, podia-se ver isso nas olheiras escuras e profundas que pairavam no seu rosto tão bem desenhando. Oliver estava sem nenhuma paciência para ter aquele tipo de conversa. — Não se sinta tão importante, Stefany – disse, com desprezo – fizemos um acordo que você não viria mais a
Stefany Pouco antes das dez da noite, Stefany chegou em casa e viu Filipe sentado na varanda, com um copo de Uísque em uma das mãos. Ela foi avançando pé ante pé, cautelosamente, enquanto observava a expressão do marido, erguendo os olhos para olhá-la. — Estava na casa do Oliver, de novo? – Ela podia observar o maxilar dele se contrariar. — Eu precisava falar com a Ashley, – sorriu, engolindo a seco. — Sobre meus negócios, eu suponho, – Foi irônico. Tomou o último gole de uísque e se levantou a encarando – suas desculpas não colam mais. Quando ela ergueu os olhos, viu uma expressão perturbada e distantes neles. — Aonde você quer chegar com isso, Filipe? – Indagou ela, chegando instintivamente mais perto dele – continua com essa ideia maluca de que estou o traindo? — Como você sabia que o Oliver tinha chegado de viagem? – Filipe se inclinou para frente, como se quisesse manipulá-la. — Ashley me falou – sussurrou ela, entendendo as intenções do marido. Filipe pigarreou, lim
Ashley Ethan havia chegado tarde da noite e Ashley teve a sensação de que desfaleceria na porta da casa dele, com a fome e o cansaço que sentia. — Porque não me avisou que viria, Ashley? – Aparentemente preocupado, ele a segurava levando-a para dentro da casa, como se levasse um vaso valioso. — Estou ligando para o senhor desde muito cedo – ela sentia-se fraca demais para brigar, mas havia uma coisa que Ashley não poderia deixar de fazer – o senhor estava no cassino? Ashley viu a expressão no rosto dele se fechar. — Você não entenderia – falou Ethan engolindo o nó em sua garganta - não, é algo que eu possa controlar Ashley. — Isso eu já entendi há muito tempo – ela inspirou tremula – nada do que o senhor tem parece o bastante. Nem mesmo me apostar e me perder deixando-me casar-se com um homem igual ao Oliver, faz o senhor parar com os jogos de azar. Ethan sentou-se ao lado dela no sofá. Estendeu a mão, pousando em seu joelho. — Eu sempre dei a você o melhor de mim, apesar da