Ashley Ethan havia chegado tarde da noite e Ashley teve a sensação de que desfaleceria na porta da casa dele, com a fome e o cansaço que sentia. — Porque não me avisou que viria, Ashley? – Aparentemente preocupado, ele a segurava levando-a para dentro da casa, como se levasse um vaso valioso. — Estou ligando para o senhor desde muito cedo – ela sentia-se fraca demais para brigar, mas havia uma coisa que Ashley não poderia deixar de fazer – o senhor estava no cassino? Ashley viu a expressão no rosto dele se fechar. — Você não entenderia – falou Ethan engolindo o nó em sua garganta - não, é algo que eu possa controlar Ashley. — Isso eu já entendi há muito tempo – ela inspirou tremula – nada do que o senhor tem parece o bastante. Nem mesmo me apostar e me perder deixando-me casar-se com um homem igual ao Oliver, faz o senhor parar com os jogos de azar. Ethan sentou-se ao lado dela no sofá. Estendeu a mão, pousando em seu joelho. — Eu sempre dei a você o melhor de mim, apesar da
Oliver Antes Oliver mal havia conseguido dormir direito na noite anterior. Estava ansioso pelo primeiro encontro oficial que teria com a sociedade. Lembrava que, desde quando descobriu o mundo dos negócios e as possibilidades que ela poderia lhe proporcionar, criou dentro dele uma obsessão quase sem fim pela sociedade. Era um grupo de milionários dos Estados Unidos que se uniram para consolidar uma grande empresa farmacêutica. A sociedade havia sido fundada há dez anos e faturava bilhões de dólares todos os anos. A cada quinze meses eles abriam vagas para pequenos sócios poderem ter a chance de aprender e crescer na empresa deles. O problema era, eles não aceitavam nenhuma pessoa, de qualquer jeito. A sociedade tinha regras, muitas delas idiotas ao constatar do próprio Oliver, mas eles a seguia a firme como uma religião e só era possível ingressar nesse grupo se fizesse tudo o que eles pediam. Primeira regra idiota: ser casado. A sociedade não aceitava homens solteiros. Os motivos
Durante um longo intervalo, Ashley só conseguiu encará-lo. Nesse momento ela nem sequer sabia por onde começar. Os dois passaram um longo tempo a se encarar, antes de Oliver por fim balançar a cabeça e dizer: — Por que pediu para o Ethan me ligar? – A voz saiu fria e impaciente. — Eu não pedi – Ashley sentiu o calor da irritação irradiar todo o seu corpo – por que eu iria querer você aqui? Para jogar a culpa em mim? — Realmente, eu não deveria ter vindo – ficaram parados se encarando e nenhum dos dois desviou o olhar – Anny fez questão que eu viesse. Eu não podia estragar o seu brilhante plano de fingir uma gravidez, dizendo não a ela. Ashley engoliu a seco. — Tem ideia de quem tentou atropelá-la? – Foi nessa hora que ele desviou o olhar, porque sabia que se continuasse encarando-a denunciaria que sabia de toda a verdade. — Como posso saber? – Retrucou Ashley, conseguindo não se sabe como manter a calma – eu só não acho que foi um acidente. Oliver assentiu com a cabeça. Caminh
Oliver chegou na mansão sentindo que o seu corpo iria colapsar. Pela primeira vez, desde que havia se casado com Ashley, sentiu que a mansão era grande demais sem ela. Encheu um copo de uísque, deixando o líquido esquentar o seu corpo, para que talvez assim o efeito do álcool pudesse o acalmar. Enquanto repassava toda a conversa que tivera com Ashley naquela manhã, alguém entrou no escritório sem bater na porta. Oliver odiava que as pessoas invadissem sua privacidade, mesmo que essa pessoa fosse sua mãe. Madalyn tinha um sorriso no rosto. No momento seguinte, estava ao lado de Oliver o abraçando, deixando-o extremamente confuso. — Como você consegue entrar para a sociedade e não me conta? – A mulher estava radiante. — Não tive tempo – Oliver se levantou, se afastando dela enquanto ajeitava o paletó – poderia me avisar que viria até aqui. Odeio visitas surpresas.— Sou sua mãe, Oliver – o sorriso desapareceu – posso vir até aqui quando eu bem entender. — Não pode! – Usou um tom sec
No dia seguinte, quando o sol ainda não havia nascido, Ashley acordou sentindo fortes dores no corpo. Certamente eram consequências do dia anterior. O dia do atropelamento. Ashley não conseguia parar de pensar naquilo, era como uma sombra na sua mente, tomando todo o espaço e a amedrontando. Se havia realmente sido Stefany a culpada, Ashley precisava começar a tomar cuidados extremos. Stefany não desistiria tão fácil de tentar eliminá-la, e Ashley sabia disso. Quando foi para a sala, Ethan já estava lá, lendo o jornal, com o óculo caído sobre o rosto. Ashley passou por ele em silêncio, não estava disposta a conversar sobre nada. Ethan parecia se esforçar sempre, para tornar a vida de Ashley sempre mais difícil. Assim que chegou na cozinha, ouviu passos apressados vindo em sua direção. Ethan parou bem em frente a ela, com um olhar curioso. — Não me olhe assim – Ashley disse, olhando rapidamente para ele e desviando o olhar logo em seguida – não temos nada para conversar. — Eu entend
Oliver dirigia em uma velocidade que não estava acostumado. Sentia que precisa passar uma boa impressão a Anny, que estava sentada ao seu lado no banco do passageiro. Os dois conversavam sobre os novos membros da sociedade, mas sempre a conversa voltava para Ashley e o bebê que supostamente ela havia perdido. O rosto de Oliver se transfigurava em uma tristeza tão profunda, que quem não soubesse da verdade até acreditaria que ele realmente estava triste. Do outro lado estava Anny, e os seus sentimentos eram verdadeiros. Havia algo em Ashley que fazia Anny gostar dela. Certamente Anny conseguia enxergar a pureza de Ashley. Vinte minutos depois, ele estacionou em frente à casa. Deu um longo suspiro, desejando que Ashley fosse uma ótima atriz como era uma excelente mentirosa. Quando Ashley abriu a porta, Oliver se impressionou com a capacidade que aquela garota tinha de convencer qualquer um. Seu rosto estava vermelho e Ashley chorava como se sentisse uma dor muito grande. Mas realment
A mansão era vazia e grande demais para ele. Pela primeira vez, depois de muitos anos, Oliver olhava para aquele lugar e se sentia assim, como se faltasse algo. A única companhia que ele tinha era dos empregados, que àquela altura já haviam sido dispensados. O lugar estava silencioso e solitário. Oliver bloqueou todo o sentimentalismo e se deitou para dormir. Acordou com o suor pingando sobre a cama depois que tivera um horrível pesadelo. Ashley estava nele, caída no chão cheia de sangue e a risada maquiavélica de Stefany fez ele despertar com o coração descontrolado sobre o peito. Mas afinal, o que estava acontecendo com ele? Porque coisas que antes não conduziam a menor importância, o incomodava ao extremo? Oliver observou o amanhecer da varanda do seu quarto, tomando uma bebida qualquer. Se preparou para o grande dia sem muita empolgação. Desejou que dessa vez, nada atrapalhasse e que finalmente ele fosse integrado aos negócios da sociedade. Saiu da mansão apressado, como se
Ashley não entendeu por que fizera aquilo. Beijar o Oliver não estava nos conselhos de Ethan, quando ele disse para ela ir até lá apoiar o marido em troca de proteção. Ainda com os olhos fechados, ela se afastou dele lentamente, enquanto ouvia palmas de um público que acreditava que aquele amor era real. Quando abriu os olhos, viu algo diferente em Oliver. Ao se afastar sentiu a presença de Anny a envolver, como se a salvasse daquela enrascada. “O que eu estou fazendo, meu Deus?” Indagou a si mesma, enquanto forçava um sorriso no rosto. — Estou muito feliz que esteja aqui — Anny sorriu enquanto dizia – eu sei que é um grande exagero eu ficar repetindo, mas tudo isso só está acontecendo devido a você. — Concordo – Ashley não viu o momento que o Oliver se aproximou. Olhou para ele, e sabia que Oliver estava pronto para dizer muitas outras coisas, mas Oliver sabia que aquele não era o momento. Logo Anny iniciou a nomeação oficial de Oliver. Ashley ajeitou a postura e se dispôs