Oliver dirigia em uma velocidade que não estava acostumado. Sentia que precisa passar uma boa impressão a Anny, que estava sentada ao seu lado no banco do passageiro. Os dois conversavam sobre os novos membros da sociedade, mas sempre a conversa voltava para Ashley e o bebê que supostamente ela havia perdido. O rosto de Oliver se transfigurava em uma tristeza tão profunda, que quem não soubesse da verdade até acreditaria que ele realmente estava triste. Do outro lado estava Anny, e os seus sentimentos eram verdadeiros. Havia algo em Ashley que fazia Anny gostar dela. Certamente Anny conseguia enxergar a pureza de Ashley. Vinte minutos depois, ele estacionou em frente à casa. Deu um longo suspiro, desejando que Ashley fosse uma ótima atriz como era uma excelente mentirosa. Quando Ashley abriu a porta, Oliver se impressionou com a capacidade que aquela garota tinha de convencer qualquer um. Seu rosto estava vermelho e Ashley chorava como se sentisse uma dor muito grande. Mas realment
A mansão era vazia e grande demais para ele. Pela primeira vez, depois de muitos anos, Oliver olhava para aquele lugar e se sentia assim, como se faltasse algo. A única companhia que ele tinha era dos empregados, que àquela altura já haviam sido dispensados. O lugar estava silencioso e solitário. Oliver bloqueou todo o sentimentalismo e se deitou para dormir. Acordou com o suor pingando sobre a cama depois que tivera um horrível pesadelo. Ashley estava nele, caída no chão cheia de sangue e a risada maquiavélica de Stefany fez ele despertar com o coração descontrolado sobre o peito. Mas afinal, o que estava acontecendo com ele? Porque coisas que antes não conduziam a menor importância, o incomodava ao extremo? Oliver observou o amanhecer da varanda do seu quarto, tomando uma bebida qualquer. Se preparou para o grande dia sem muita empolgação. Desejou que dessa vez, nada atrapalhasse e que finalmente ele fosse integrado aos negócios da sociedade. Saiu da mansão apressado, como se
Ashley não entendeu por que fizera aquilo. Beijar o Oliver não estava nos conselhos de Ethan, quando ele disse para ela ir até lá apoiar o marido em troca de proteção. Ainda com os olhos fechados, ela se afastou dele lentamente, enquanto ouvia palmas de um público que acreditava que aquele amor era real. Quando abriu os olhos, viu algo diferente em Oliver. Ao se afastar sentiu a presença de Anny a envolver, como se a salvasse daquela enrascada. “O que eu estou fazendo, meu Deus?” Indagou a si mesma, enquanto forçava um sorriso no rosto. — Estou muito feliz que esteja aqui — Anny sorriu enquanto dizia – eu sei que é um grande exagero eu ficar repetindo, mas tudo isso só está acontecendo devido a você. — Concordo – Ashley não viu o momento que o Oliver se aproximou. Olhou para ele, e sabia que Oliver estava pronto para dizer muitas outras coisas, mas Oliver sabia que aquele não era o momento. Logo Anny iniciou a nomeação oficial de Oliver. Ashley ajeitou a postura e se dispôs
O dia havia sido agitado. Mas antes que Oliver pudesse realmente começar a trabalhar, ele ainda precisava resolver algumas coisas. Efetuou uma ligação e exigiu a presença de dois dos seus seguranças na sede da sociedade. Assim que os homens chegaram, Oliver desceu até o térreo para conversar com os seus funcionários. — A partir de hoje vocês dois serão responsáveis pela segurança da senhorita Ashley – os homens apenas concordaram em silêncio – não tire a atenção dela nem por um segundo e não deixe ninguém além de mim se aproximar sem a permissão dela. Os homens continuavam em silêncio. — Estamos entendidos? – Vociferou. — Sim, – respondeu um deles – mas, senhor, o cassino tem passado por problemas. Com a nossa saída, as coisas, podem piorar bastante por lá. Oliver sabia que problemas eram aqueles. Arruaceiros estavam invadindo o cassino para tumultuar, com brigas e até roubos, os negócios de Oliver. Ele esfregou a têmpora, irritado porque desde o dia em que se casou com Ashley tu
O motorista desligou o motor enquanto esperavam o portão da mansão ser aberto. Oliver sentia-se extremamente cansado por mais um dia de trabalho na sociedade que mal percebeu o erro perigoso que o funcionário havia cometido. O carro foi destravado e alguém abriu a porta e entrou no veículo sentando-se bem ao lado de Oliver. Oliver tinha um olhar assustado, mas ao perceber de quem se tratava, o ódio se transformou em repulsa. — O que você acha que está fazendo Stefany? – Uma careta instantaneamente se formou no rosto de Oliver. — Você não atende aos meus telefonemas, não me deixa mais vir a mansão – o tom de Stefany era maçante e impaciente – o que você realmente esperava que eu fizesse? — Que esperasse as minhas ordens – gritou impaciente. Do lado de fora o portão se abriu, mas o motorista não deu sinal que iria ligar o motor do carro. — Até quando, Oliver? – Stefany lançou um olhar frio e arrogante – você está completamente obcecado com a sociedade que ficou cego para as coisa
Ashley— Foi uma péssima ideia ter pedido ao Oliver seguranças, para ficar vigiando a nossa casa – Ashley estava cansada de ter que ouvir sempre as mesmas reclamações de Ethan. Bastava ele olhar para os seguranças que instantaneamente as queixas começavam. — Não é tão ruim assim, pai – observou Ethan bufar de raiva do outro lado – precisa só me auxiliar a despistá-los, para que eu possa ir a minha consulta. — Você não pensou nisso quando os trouxe para nossa casa, não é Ashley? Os olhos de Ethan fulminavam. — Não seja ranzinza e me ajude a sair daqui. Embora ela tivesse falado calmamente, não tinha certeza de que o Ethan concordaria. — De que serve eles na porta da minha casa, se eles não podem acompanhá-la pelas ruas onde realmente está o perigo? — Como vou permitir que eles me acompanhem e descubram o meu segredo? - Ashley sentiu-se uma idiota por estar explicando o obvio para Ethan. Houve uma pausa no ar, onde Ashley tentava recuperar a calma, e Ethan convencê-la do seu gr
Stefany esperava impaciente os homens voltarem ao lugar combinado. Por um momento achou que o plano havia falhado, mas cinco segundos depois, a moto parou ao lado dela. Stefany ainda tinha a tensão impregnada no rosto. Um dos homens retirou o capacete enquanto o outro descia da moto e caminhava em direção a ela. — Por favor, me conte que trouxe boas notícias –, ela podia sentir suas bochechas tremerem. — Não só boas notícias, madame – o outro homem retirou o capacete e olhou enquanto sorria para ela – trouxe também um celular como ordenado. Stefany arregalou os olhos de satisfação, e podia-se ver um brilho sórdido nele. — Ótimo trabalho! – Sorriu enquanto pegava o aparelho nas mãos. – Completou o resto do serviço? — O aparelho está desbloqueado – disse. Stefany abriu a bolso e retirou de lá um pacote pardo e entregou a um dos homens. — Estejam atentos – fechou a bolsa, lançando um último olhar até eles – ainda posso precisar dos serviços de vocês. Virou as costas, caminhand
Stefany levantou-se e correu em direção ao Oliver. Tinha um lençol cobrindo a nudez e um sorriso de realização disfarçado no rosto. Ela não se importava com a dor que Filipe poderia sentir ao vê-la o traindo com o melhor amigo, Stefany não tinha vergonha. Ela havia conseguido o que tanto queria. Filipe sentiu seu estômago revirar. Como pequenas agulhas perfurando o seu corpo, sentiu seu coração quase explodir de dor ao ver a única mulher que o amou o traindo com o melhor amigo. A atmosfera no quarto era tão tensa, que ele podia sentir a temperatura corporal aumentar instantaneamente. Do outro lado, Oliver se ergueu sentando-se na beira da cama, ainda massageando o rosto. Soltou um suspiro trêmulo de remorso. — Precisamos conversar, Filipe. Filipe riu, mas logo percebeu o quão seco era o seu humor. Sentiu seu estômago contorcer novamente. — Conversar? – Fechou o punho novamente. Ele só queria bater em Oliver até não poder mais – qual foi a parte que eu não vi que você precisa me