O motorista desligou o motor enquanto esperavam o portão da mansão ser aberto. Oliver sentia-se extremamente cansado por mais um dia de trabalho na sociedade que mal percebeu o erro perigoso que o funcionário havia cometido. O carro foi destravado e alguém abriu a porta e entrou no veículo sentando-se bem ao lado de Oliver. Oliver tinha um olhar assustado, mas ao perceber de quem se tratava, o ódio se transformou em repulsa. — O que você acha que está fazendo Stefany? – Uma careta instantaneamente se formou no rosto de Oliver. — Você não atende aos meus telefonemas, não me deixa mais vir a mansão – o tom de Stefany era maçante e impaciente – o que você realmente esperava que eu fizesse? — Que esperasse as minhas ordens – gritou impaciente. Do lado de fora o portão se abriu, mas o motorista não deu sinal que iria ligar o motor do carro. — Até quando, Oliver? – Stefany lançou um olhar frio e arrogante – você está completamente obcecado com a sociedade que ficou cego para as coisa
Ashley— Foi uma péssima ideia ter pedido ao Oliver seguranças, para ficar vigiando a nossa casa – Ashley estava cansada de ter que ouvir sempre as mesmas reclamações de Ethan. Bastava ele olhar para os seguranças que instantaneamente as queixas começavam. — Não é tão ruim assim, pai – observou Ethan bufar de raiva do outro lado – precisa só me auxiliar a despistá-los, para que eu possa ir a minha consulta. — Você não pensou nisso quando os trouxe para nossa casa, não é Ashley? Os olhos de Ethan fulminavam. — Não seja ranzinza e me ajude a sair daqui. Embora ela tivesse falado calmamente, não tinha certeza de que o Ethan concordaria. — De que serve eles na porta da minha casa, se eles não podem acompanhá-la pelas ruas onde realmente está o perigo? — Como vou permitir que eles me acompanhem e descubram o meu segredo? - Ashley sentiu-se uma idiota por estar explicando o obvio para Ethan. Houve uma pausa no ar, onde Ashley tentava recuperar a calma, e Ethan convencê-la do seu gr
Stefany esperava impaciente os homens voltarem ao lugar combinado. Por um momento achou que o plano havia falhado, mas cinco segundos depois, a moto parou ao lado dela. Stefany ainda tinha a tensão impregnada no rosto. Um dos homens retirou o capacete enquanto o outro descia da moto e caminhava em direção a ela. — Por favor, me conte que trouxe boas notícias –, ela podia sentir suas bochechas tremerem. — Não só boas notícias, madame – o outro homem retirou o capacete e olhou enquanto sorria para ela – trouxe também um celular como ordenado. Stefany arregalou os olhos de satisfação, e podia-se ver um brilho sórdido nele. — Ótimo trabalho! – Sorriu enquanto pegava o aparelho nas mãos. – Completou o resto do serviço? — O aparelho está desbloqueado – disse. Stefany abriu a bolso e retirou de lá um pacote pardo e entregou a um dos homens. — Estejam atentos – fechou a bolsa, lançando um último olhar até eles – ainda posso precisar dos serviços de vocês. Virou as costas, caminhand
Stefany levantou-se e correu em direção ao Oliver. Tinha um lençol cobrindo a nudez e um sorriso de realização disfarçado no rosto. Ela não se importava com a dor que Filipe poderia sentir ao vê-la o traindo com o melhor amigo, Stefany não tinha vergonha. Ela havia conseguido o que tanto queria. Filipe sentiu seu estômago revirar. Como pequenas agulhas perfurando o seu corpo, sentiu seu coração quase explodir de dor ao ver a única mulher que o amou o traindo com o melhor amigo. A atmosfera no quarto era tão tensa, que ele podia sentir a temperatura corporal aumentar instantaneamente. Do outro lado, Oliver se ergueu sentando-se na beira da cama, ainda massageando o rosto. Soltou um suspiro trêmulo de remorso. — Precisamos conversar, Filipe. Filipe riu, mas logo percebeu o quão seco era o seu humor. Sentiu seu estômago contorcer novamente. — Conversar? – Fechou o punho novamente. Ele só queria bater em Oliver até não poder mais – qual foi a parte que eu não vi que você precisa me
Podia-se ver a aflição estampada no rosto de Oliver. Se perguntou em que momento ele havia perdido o controle sobre a própria vida. Ou pior ainda, em que momento ele perdeu o controle sobre Ashley. Casou-se com ela para resolver os seus problemas, não para ela causar mais. Se ele quisesse ser dono de algo, nada poderia detê-lo. Ele aprendeu a lutar até a morte pelo que queria. Como, então, Ashley escapou do seu controle ao ponto de planejar pelas suas costas? Oliver era o mestre da manipulação e qualquer um caia em suas armadilhas, portanto era ele quem estava preso nelas. Stefany voltou para o quarto, encontrando-o na mesma posição em que estava quando saiu para impedir Filipe. Nos pensamentos dela, ele estava derrotado. Por outro lado, ela também se sentia assim. Achou que, ao concluir o plano, se sentiria feliz, mas ouvir Filipe dizer que a arruinaria, a deixou quase depressiva. Mas Stefany não permitia que as pessoas percebessem suas fraquezas. Recuperou sua postura de mulher dom
Oliver quase causou um acidente no percurso entre a sociedade e a casa de Ashley. Certamente aquele não era um bom dia. Oliver tentava, com muito esforço, entender os motivos que levaram Ashley a entregá-lo. Ela havia o ajudado a entrar para sociedade. Ela mentiu por ele, o apoiou até o fim, por que o trairia agora? Parou em frente à casa e caminhou até a entrada principal. Os dois seguranças estavam ali, do lado de fora e se assustaram com a presença de Oliver àquela hora. Ele estava ali, com os olhos arregalados e cheios de confusão, frustrações e outros milhares de sentimentos que ele nem saberia descrever. — Patrão – o homem ajeitou a postura, olhando nos olhos dele – algo de errado? — Me responda uma coisa, Carlos – se aproximou dele o suficiente para intimidá-lo – alguma vez Ashley saiu dessa casa desde que vocês vieram cuidar dela? O homem engoliu a seco. Então se lembrou do que Ashley havia pedido a ele. — Não, senhor – mentiu descaradamente. — Alguma visita inesperada?
Na sala escura, Ashley estava sentada em frente à TV desligada, esperando Ethan voltar, sabe-se lá de onde. Seu choro havia cessado, mas a angústia permanecia ali dentro dela, como um intruso, destruindo toda a esperança que ainda restava. Quando, enfim, ele chegou em casa, e acendeu as luzes, se deparou com uma garota destruída. Podia-se notar isso facilmente no semblante de Ashley. Olheiras profundas, narinas vermelhas e um olhar perdido e opaco. — Aconteceu alguma coisa? – Ele a observou ainda parado na entrada da casa. Ashley não olhou para ele. Sentia-se incapaz de olhar nos olhos do pai e contar a verdade. — Oliver esteve aqui – sentiu vontade de chorar novamente, mas resistiu – ele quer o divórcio. Ashley sabia que estava indo rápido demais e que Ethan ficaria perdido na sua revelação. Mas ela não sabia como começar aquela conversa. — O quê? – Uma ruga de preocupação se formou em sua testa – do que está falando, Ashley? Ficou impaciente com a pergunta. Passou a mão so
Anny olhou para o homem, parado na sua porta, e sentiu que precisava ajudá-lo. O que Ethan jamais havia contado a Ashley era que ele conhecia Anny Vasconcelos muito bem. Durante muitos anos Anny foi a melhor amiga de Amanda, até o dia em que a ex mulher foi embora, deixando família e amigos para trás. Embora Anny tivesse motivos para detestar Ethan, ela o deixou entrar em sua casa e ouvir o que ele tinha a dizer. — Eu não sabia que você era o pai da Ashley – Anny olhou incrédula para ele. O mundo realmente parecia bem pequeno. — Não tinha como saber – engoliu a própria saliva tentando aliviar a própria sede, em vão – eu nunca mencionei a Ashley que você e a mãe dela eram grandes amigas. O constrangimento o abateu. Ethan abaixou o olhar, sentindo as pernas fraquejarem de cansaço. Mas ele tentava descontroladamente se concentrar na sua missão, sem precisar ter que voltar ao passado. — Depois que a Amanda foi embora, mantemos o contato por algum tempo – ouvir Anny mencionar o nome