Ela ligou para o Ethan várias vezes, mas sempre caia na caixa postal. Estava fazendo frio e Ashley sentia-se cansada e com fome. Sem permitir que o desespero tomasse conta dela, lembrou-se de Marina, a amiga da faculdade. Ela era a sua última esperança. Procurou o número na agenda telefônica, quando encontrou fez a ligação com as mãos tremulas. Chamou apenas duas vezes e a voz do outro lado da linha encheu o coração dela de esperança. “Graças a Deus você me atendeu, Marina” “Ashley?”, parecia surpresa, “Está tudo bem com você?” “Estou com problemas”, inspirou o ar com pungência tentando controlar as batidas do coração antes de prosseguir, “você poderia vir me buscar no aeroporto?” “Claro!”, Marina não pensou muito, talvez tivesse percebido o desespero na voz da pobre Ashley, “Dentro de poucos minutos estarei aí, desde que você me prometa contar tudo o que está acontecendo.” “Mas é claro”, disse, “obrigada Marina”. E ela desligou. Depois de um tempo Marina chegou. Estacionou o
Oliver Oliver chegou na mansão com a noite encobrindo todo o céu. Após retirar a mala do banco do passageiro, observou uma sombra pairar bem atrás dele. Quando se virou, o primeiro rosto que viu foi o de Stefany, aparentemente furiosa. — O que você está fazendo aqui? – Segurou no braço da mulher, mostrando que ninguém o superava na arrogância e frieza. — Você viajou com aquela adolescente, – fez cara de nojo – e não me avisou? — Não me lembro de dever qualquer satisfação a você, Stefany. Pegou a mala em uma das mãos e desviou o corpo, caminhando para longe dela. — Não pense que vai me tratar como trata todas as outras – gritou logo atrás dele, fazendo Oliver parar e fechar o punho. O homem estava cansado, podia-se ver isso nas olheiras escuras e profundas que pairavam no seu rosto tão bem desenhando. Oliver estava sem nenhuma paciência para ter aquele tipo de conversa. — Não se sinta tão importante, Stefany – disse, com desprezo – fizemos um acordo que você não viria mais a
Stefany Pouco antes das dez da noite, Stefany chegou em casa e viu Filipe sentado na varanda, com um copo de Uísque em uma das mãos. Ela foi avançando pé ante pé, cautelosamente, enquanto observava a expressão do marido, erguendo os olhos para olhá-la. — Estava na casa do Oliver, de novo? – Ela podia observar o maxilar dele se contrariar. — Eu precisava falar com a Ashley, – sorriu, engolindo a seco. — Sobre meus negócios, eu suponho, – Foi irônico. Tomou o último gole de uísque e se levantou a encarando – suas desculpas não colam mais. Quando ela ergueu os olhos, viu uma expressão perturbada e distantes neles. — Aonde você quer chegar com isso, Filipe? – Indagou ela, chegando instintivamente mais perto dele – continua com essa ideia maluca de que estou o traindo? — Como você sabia que o Oliver tinha chegado de viagem? – Filipe se inclinou para frente, como se quisesse manipulá-la. — Ashley me falou – sussurrou ela, entendendo as intenções do marido. Filipe pigarreou, lim
Ashley Ethan havia chegado tarde da noite e Ashley teve a sensação de que desfaleceria na porta da casa dele, com a fome e o cansaço que sentia. — Porque não me avisou que viria, Ashley? – Aparentemente preocupado, ele a segurava levando-a para dentro da casa, como se levasse um vaso valioso. — Estou ligando para o senhor desde muito cedo – ela sentia-se fraca demais para brigar, mas havia uma coisa que Ashley não poderia deixar de fazer – o senhor estava no cassino? Ashley viu a expressão no rosto dele se fechar. — Você não entenderia – falou Ethan engolindo o nó em sua garganta - não, é algo que eu possa controlar Ashley. — Isso eu já entendi há muito tempo – ela inspirou tremula – nada do que o senhor tem parece o bastante. Nem mesmo me apostar e me perder deixando-me casar-se com um homem igual ao Oliver, faz o senhor parar com os jogos de azar. Ethan sentou-se ao lado dela no sofá. Estendeu a mão, pousando em seu joelho. — Eu sempre dei a você o melhor de mim, apesar da
Oliver Antes Oliver mal havia conseguido dormir direito na noite anterior. Estava ansioso pelo primeiro encontro oficial que teria com a sociedade. Lembrava que, desde quando descobriu o mundo dos negócios e as possibilidades que ela poderia lhe proporcionar, criou dentro dele uma obsessão quase sem fim pela sociedade. Era um grupo de milionários dos Estados Unidos que se uniram para consolidar uma grande empresa farmacêutica. A sociedade havia sido fundada há dez anos e faturava bilhões de dólares todos os anos. A cada quinze meses eles abriam vagas para pequenos sócios poderem ter a chance de aprender e crescer na empresa deles. O problema era, eles não aceitavam nenhuma pessoa, de qualquer jeito. A sociedade tinha regras, muitas delas idiotas ao constatar do próprio Oliver, mas eles a seguia a firme como uma religião e só era possível ingressar nesse grupo se fizesse tudo o que eles pediam. Primeira regra idiota: ser casado. A sociedade não aceitava homens solteiros. Os motivos
Durante um longo intervalo, Ashley só conseguiu encará-lo. Nesse momento ela nem sequer sabia por onde começar. Os dois passaram um longo tempo a se encarar, antes de Oliver por fim balançar a cabeça e dizer: — Por que pediu para o Ethan me ligar? – A voz saiu fria e impaciente. — Eu não pedi – Ashley sentiu o calor da irritação irradiar todo o seu corpo – por que eu iria querer você aqui? Para jogar a culpa em mim? — Realmente, eu não deveria ter vindo – ficaram parados se encarando e nenhum dos dois desviou o olhar – Anny fez questão que eu viesse. Eu não podia estragar o seu brilhante plano de fingir uma gravidez, dizendo não a ela. Ashley engoliu a seco. — Tem ideia de quem tentou atropelá-la? – Foi nessa hora que ele desviou o olhar, porque sabia que se continuasse encarando-a denunciaria que sabia de toda a verdade. — Como posso saber? – Retrucou Ashley, conseguindo não se sabe como manter a calma – eu só não acho que foi um acidente. Oliver assentiu com a cabeça. Caminh
Oliver chegou na mansão sentindo que o seu corpo iria colapsar. Pela primeira vez, desde que havia se casado com Ashley, sentiu que a mansão era grande demais sem ela. Encheu um copo de uísque, deixando o líquido esquentar o seu corpo, para que talvez assim o efeito do álcool pudesse o acalmar. Enquanto repassava toda a conversa que tivera com Ashley naquela manhã, alguém entrou no escritório sem bater na porta. Oliver odiava que as pessoas invadissem sua privacidade, mesmo que essa pessoa fosse sua mãe. Madalyn tinha um sorriso no rosto. No momento seguinte, estava ao lado de Oliver o abraçando, deixando-o extremamente confuso. — Como você consegue entrar para a sociedade e não me conta? – A mulher estava radiante. — Não tive tempo – Oliver se levantou, se afastando dela enquanto ajeitava o paletó – poderia me avisar que viria até aqui. Odeio visitas surpresas.— Sou sua mãe, Oliver – o sorriso desapareceu – posso vir até aqui quando eu bem entender. — Não pode! – Usou um tom sec
No dia seguinte, quando o sol ainda não havia nascido, Ashley acordou sentindo fortes dores no corpo. Certamente eram consequências do dia anterior. O dia do atropelamento. Ashley não conseguia parar de pensar naquilo, era como uma sombra na sua mente, tomando todo o espaço e a amedrontando. Se havia realmente sido Stefany a culpada, Ashley precisava começar a tomar cuidados extremos. Stefany não desistiria tão fácil de tentar eliminá-la, e Ashley sabia disso. Quando foi para a sala, Ethan já estava lá, lendo o jornal, com o óculo caído sobre o rosto. Ashley passou por ele em silêncio, não estava disposta a conversar sobre nada. Ethan parecia se esforçar sempre, para tornar a vida de Ashley sempre mais difícil. Assim que chegou na cozinha, ouviu passos apressados vindo em sua direção. Ethan parou bem em frente a ela, com um olhar curioso. — Não me olhe assim – Ashley disse, olhando rapidamente para ele e desviando o olhar logo em seguida – não temos nada para conversar. — Eu entend