Ashley nunca imaginou que a casa de Marina era tão longe do centro da cidade. Ainda que o trânsito estivesse calmo, a sensação que ela tinha era que não chegaria nunca ao seu destino. Quando o táxi finalmente estacionou em frente à casa, ela entregou o dinheiro ao motorista e disse que ele poderia ficar com o troco. Embora a temperatura estivesse baixa, fazendo muito frio na cidade naquele dia, frio era o que menos Ashley conseguia sentir. Haja visto que a adrenalina e a preocupação corriam pelo seu corpo, esquentando-a mais do que deveria. O seu sangue fervia. Antes de entrar na casa, Ashley observou ao redor. Não havia sinal de qualquer carro estranho, mas isso não a fez se acalmar. Os instintos de Ashley diziam que algo de muito errado estava prestes a acontecer. Abriu a porta e entrou no local. Não havia ninguém na sala, mas Ashley escutou a voz de Valentina no quarto. Correu em direção à voz dela. A menina brincava com a baba e tudo parecia calmo. Quando Valentina viu, Ashley
Stefany Stefany havia voltado a mansão quando o sol já se escondia por detrás da montanha. Depois que saiu da casa de Ashley, passou o resto do dia refugiado na cafeteria da cidade, planejando o próximo passo do seu plano diabólico. Quando chegou na mansão, Oliver já estava na sala de jantar, sendo servido por um dos empregados. Estranhou ele não está trancado no escritório como costumava sempre fazer. Contudo, não esperava encontrá-lo tão cedo e ter que enfrentar a sua fúria novamente. — Onde você estava? – Levou a xícara até os lábios, tomando um longo gole de chá. — Estava perambulando por aí – sentou-se ao lado dele. Com uma voz calma, continuou dizendo – quero pedir desculpas pelo que aconteceu na empresa hoje. Oliver largou a xícara sobre a mesa e lançou até ela um olhar desconfiado. Stefany não era o tipo de mulher que pedia desculpas facilmente. Às vezes Oliver acreditava que o orgulho dela era maior que qualquer outra coisa que ela pudesse sentir. Ele sabia também que
Marina tremia atrás do volante. Se ela não tivesse chegado a tempo, talvez Valentina não estivesse mais entre elas. Só Deus saberia o que aconteceria com aquela pobre criança. — Você precisa ficar mais atenta – continuava repreendendo a baba, que chorava descontroladamente – aquela mulher estava pronta para colocar as mãos na Valentina. — Me desculpe, senhora Marina – mas os soluços impediam que ela continuasse. — Imagina a Ashley sabendo disso – não olhou para a mulher – eu confiei em você quando, indiquei seus serviços a ela. — Não conte a ela, senhora Marina – implorou a babá – não acha que a Ashley já tem problemas demais para se preocupar? Marina lançou um olhar rápido a ela, percebendo o desespero da mulher, resolveu não a torturar mais. De algum modo, a babá tinha razão em não querer contar o ocorrido a Ashley. — Não vamos contar nada a Ashley – estacionou o carro em frente à casa – mesmo porque a responsabilidade também é minha. Virou o rosto para observar Valentina,
A reunião entre Oliver e Alfonso foi rápida. Ashley observou os homens saírem do escritório, juntos e Oliver ficar ausente pelo resto da tarde. Ela não tinha ideia do que eles haviam conversado, mas sabia pela expressão no rosto de Oliver, o quanto ele ficou furioso em vê-la conversando com Alfonso. Quando terminou o expediente, Oliver não havia voltado. Isso deveria deixá-la confortável, mas Ashley parecia preocupada com o estado de Oliver, ainda mais tendo uma louca como mulher, morando debaixo do mesmo teto que ele. Stefany era um perigo para todos que conviviam com ela. O seu coração descontrolou-se no peito. O que está acontecendo com você, Ashley? Perguntou para si mesma. Oliver sabia se defender e conhecia Stefany o suficiente para saber que ela era capaz. Mas às vezes ela duvidava disso. Já no carro, os seus pensamentos se voltaram para Valentina. Ela havia ligado para casa umas três vezes ao longo do dia e achou a voz de Marina tensa e preocupada. Aquilo a deixou alarmad
O rosto de Ashley estava branco como cera, quando ela saiu do escritório e sentou-se no seu lugar. Engoliu o choro, diversas vezes quando pensava na possibilidade de perder a fazenda. Se ela não conseguisse aquele dinheiro até o final de semana, tudo estaria perdido. O silêncio foi rompido por Val, que ao vê-la tão angustiada correu para socorrê-la. — Não me diga que você e o Oliver brigou novamente? – Ela perguntou, observando o rosto de Ashley se tornar sombrio. — Oliver quer me castigar por eu desobedecer a uma ordem dele – disse com zombaria. Era estranho para Val ouvir Ashley falar de Oliver daquela forma. Parecia uma pessoa completamente diferente da qual ela conhecia. — Que ordem? – Perguntou ela. — Por conversar com o Alfonso – havia espanto no rosto de Val – certamente o seu chefe acredita que continua casado comigo e que pode me chantagear quando bem entender. — Eu não chamaria isso de chantagem – a expressão no rosto dela se modificou para algo mais leve – o Olive
A secretaria não gostou nada do que viu no rosto do patrão. O coração da mulher disparou descontroladamente, e ela prendeu a respiração por tanto tempo que começou a ficar sem ar. Um turbilhão de pensamentos com cenas horríveis pairou sobre a sua mente. O que Oliver conseguiria fazer? — Para onde eles foram? – Olhando nos seus olhos, ameaçador, a mulher não sabia o que dizer. — Eu não sei – a voz tremula fez Val indagar por que estava tão nervosa se não havia sido ela a cometer o erro – o senhor não acha que está exagerando? — Eu odeio ser contrariado, tanto você quanto a Ashley sabem disso – o tom de voz estava cheio de desgosto – exagero você verá quando eu a encontrar. A secretaria ficou assustada. Oliver podia arruinar a própria empresa se não controlasse os seus instintos. Ela não ousaria dizer a ele que o ciúme estava o cegando, Oliver jamais admitiria isso. Mas Val sabia que ele não suportava ver Ashley com outro homem. Oliver começou a caminhar em direção ao elevador, qu
O coração de Ashley batia tão descontroladamente que ela achou que sofreria um infarto. Os seus olhos começaram a lacrimejar na mesma proporção que Oliver se aproximava dela. Oliver estreitou os olhos perigosamente, olhando para Valentina e depois voltando a olhar para ela. — Oliver! – Valentina sorriu para ele, feliz em vê-lo. Mas Oliver não ousou se aproximar da menina. Ashley ficou espantada e com medo quando percebeu que já havia uma ligação entre eles dois e que Valentina parecia gostar dele. O que pareceu um absurdo. Como alguém conseguia gostar do Oliver? — Quantos anos ela tem? – Oliver perguntou, estranhamente com a voz calma. Ashley virou o rosto e olhou para Valentina, que agia tranquilamente, sem imaginar o que estava prestes a acontecer. Ela não poderia ter aquela conversa na frente da menina. — Isso não interessa – ela passou por ele, mantendo a sua expressão neutra, ela começou a se afastar, mas Oliver a segurou com força. — Até quando vai continuar mentindo para
Oliver estava transtornado. Ele dirigia de volta a empresa em uma velocidade abaixo do que de costume. Buzinas ecoavam todas às vezes que um carro passava por ele. Portanto, Oliver sabia estar no automático. O seu corpo estava ali, mas sua mente estava em Ashley e na história que ela havia inventado. Ele nunca quis ter filhos. E os motivos que o levavam a essa decisão eram cicatrizes de uma infancia completamente perturbada. O coração de Oliver começou a bater mais forte quando ele se recordou do passado. As suas mãos tremiam, enquanto segurava o volante com as recordações de quando era criança e presenciou o seu pai abandoná-lo sem nenhuma explicação. Hendrix o deixou sozinho para viver com uma mãe totalmente descontrolada, que abusou psicologicamente dele de todas as formas, durante toda a sua vida. Ele não esperava se sentir tão fraco e impotente diante das recordações, muito menos conseguia explicar por que sempre odiou o seu pai, mas ajudou a sua mãe a vida inteira. Quando se t